Precisamos perceber que quando falamos que “O Verbo se fez carne”, estamos dizendo que, num dado momento da história, o que era Infinito, se fez finito, no sentido que, enquanto homem, teve um início de existência.Entrou no tempo. É fato que Ele não teve uma concepção como nós. Nasceu do seio da Virgem Maria. Nasceu sem pecado. E esse “nascimento” foi anunciado há muito tempo, por muitos profetas (Is 7,14). Ele nasceu com a natureza perfeita, tal qual fora criado o primeiro casal (Adão e Eva). Adão e Eva foram criados sem pecado. Porém ao pecarem, todos os seus descendentes trouxeram em si o pecado original (que já estudamos anteriormente). Porém Jesus fora gerado pelo Espírito Santo no seio de uma Virgem.
Enquanto homem, Jesus teve todo o desenvolvimento que qualquer ser humano tem. Enquanto criança teve uma alimentação simples, passou pela fase da inocência e, ao adquirir a consciência, demonstrou a única diferença que teve em relação a todos os demais homens: não tinha a natureza pecaminosa. Por isso, Jesus não foi igual ou idêntico aos demais homens, mas, como dizem as Escrituras, semelhante a nós, visto que havia um dado que os distinguiu de todos os demais homens: a ausência de pecado (Hb 2,17)
Jesus se submeteu a todas as limitações humanas, sem exceção alguma. Isso os biblistas chamam de “kenosis” ou “esvaziamento”. Mas veja, Jesus não deixou de ser Deus quando Se tornou homem, mas, por livre e espontânea vontade, para cumprimento da vontade do Pai (Hb 10,5-9), veio a este mundo, despindo-Se da Sua glória (Fp 2,5-8), cumprindo a lei (Mt.5:17), fez-Se oferta e sacrifício ao Pai para a salvação dos pecadores (Is 53,4-9).
Cristo, se aniquilou, isto é, foi reduzido em seus atributos, sujeitando-se ao corpo humano. Isto não quer dizer que perdeu a sua divindade, mas precisou sujeitar-se ao corpo humano e, portanto, ficou sujeito a certas limitações pelas quais passam os homens. Mas, “quando ressuscitou e adquiriu corpo glorioso, voltou a possuir plenamente todos os atributos, como o Pai….”
Jesus não poderia deixar de ser o que é, pois, como Deus, é eterno, não muda, nem deixa de ser algo. Jesus é Deus e sempre o será. Quando chegou a plenitude dos tempos, continuou sendo Deus, pois Deus não pode negar-Se a Si mesmo (II Tm 2,13). Assim, precisamos ter cuidado, pois muitos, inadvertidamente, acham que quando Jesus Se humanizou, deixou de ser Deus. Isto é absolutamente impossível! Deus é e nunca deixará de ser! Quando Se encarnou, porém, Jesus deixou a “forma de Deus” (Fp 2,6), assumindo a “forma de servo” (Fp 2,7) e, mesmo na forma de servo, prosseguiu na Sua humilhação, assumindo a condição de maldito ao morrer na cruz (Fp 2,8).
Dominus Vobiscum
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