Evangelho do Dia:: Jesus dirigiu-Se resolutamente para Jerusalém

Como estavam a chegar os dias de ser levado deste mundo, Jesus dirigiu-se resolutamente para Jerusalém e enviou mensageiros à sua frente. Estes puseram-se a caminho e entraram numa povoação de samaritanos, a fim de lhe prepararem hospedagem. Mas não o receberam, porque ia a caminho de Jerusalém. Vendo isto, os discípulos Tiago e João disseram: Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma? Mas Ele, voltando-se, repreendeu-os. E foram para outra povoação. S. Lucas 9,51-56

Comentário do Evangelho do dia feito por São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja

Cristo é o caminho e a porta. Cristo é a escada e o veículo, […] e o sacramento escondido desde os séculos. Quem olha para este propiciatório de rosto plenamente voltado para Ele, contemplando-O suspenso na cruz com fé, esperança e caridade, com devoção, admiração e alegria, com veneração, louvor e júbilo, realiza com Ele a Páscoa, isto é, a passagem. E assim, por meio da vara da cruz, atravessa o Mar Vermelho. […] Nesta passagem, se for perfeita, é necessário que se deixem todas as operações intelectivas e que o ápice mais sublime do amor seja transferido e transformado totalmente em Deus. Isto porém é uma realidade mística e ocultíssima, que ninguém conhece a não ser quem recebe (Ap 2,17), que ninguém recebe senão quem deseja, nem deseja senão aquele que é inflamado, até à medula da alma, pelo fogo do Espírito Santo, que Cristo enviou à terra. Por isso diz o Apóstolo que esta sabedoria mística é revelada pelo Espírito Santo. Se pretendes saber como isto sucede, interroga a graça e não a ciência […], a nuvem e não a claridade. Não interrogues a luz, mas o fogo que tudo inflama e transfere para Deus, com unção suavíssima e ardentíssimos afetos. Este fogo é Deus; a Sua fornalha está em Jerusalém (Is 31,9). Cristo acendeu-o na chama da Sua ardentíssima Paixão. […] Quem ama esta morte pode ver a Deus, porque é indubitavelmente verdade que nenhum homem poderá ver-Me e continuar a viver (Ex 33,20). Morramos, pois, e entremos nessa nuvem; imponhamos silêncio às preocupações terrenas, paixões e imaginações; passemos, com Cristo crucificado, deste mundo para o Pai (Jo 13,1), a fim de que, ao manifestar-se-nos o Pai, digamos com o apóstolo Filipe: Isso nos basta (Jo 14,8); e ouçamos com São Paulo: Basta-te a Minha graça (2Cor 12,9); e exultemos com David, exclamando: Desfalece a minha carne e o meu coração: Deus é o meu refúgio e a minha herança para sempre (Sl 72,26).

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Estudo sobre as duas vontades de Cristo:: Jesus, o único mediador entre os homens

No estudo passado, vimos que Jesus quis experimentar a humanidade na sua essência. Ele quis limitar-se ao conhecimento humano para nos mostrar que é possível viver uma vida conforme a vontade de Deus. Ele não precisou usar da sua divindade. Até os milagres que Ele realizou, Ele mesmo disse que poderíamos fazer coisas maiores. (Para rever o estudo anterior clique aqui)

No estudo de hoje vamos ver como a Divindade de Jesus agia Nele. Uma vez que Ele era verdadeiro homem e verdadeiro Deus, onde fica a Divindade de Jesus?

Mas, ao mesmo tempo, este conhecimento verdadeiramente humano do Filho de Deus exprimia a vida divina de sua pessoa. “A natureza humana do Filho de Deus, não por si mesma, mas por sua união ao Verbo, conhecia e manifestava nela tudo o que convém a Deus. (CIC§473a)

O Catecismo nos ensina que mesmo tendo um conhecimento humano, esse mesmo conhecimento humano, expressava aquilo que Jesus era: Jesus era Deus. Tudo que Jesus realizava, a partir do seu conhecimento humano, expressava aquilo que Ele era: Deus.

Se você estudar as palavras de Cristo nos Evangelhos, você verá isso. Cada gesto, cada ação de Jesus expressava aquilo que Ele é. Por isso que a Igreja ensina que Jesus tem duas vontades distintas mas cooperantes. A vontade humana, não destoa da Vontade Divina.

Pode ser que esteja errado, pois não sou teólogo, mas o fato de Jesus trazer em si essa intimidade (humana e divina), me fez entender o termo mediador. A Igreja ensina que Jesus é o único mediador entre os homens. Eu entendi porque lendo este trecho do catecismo. Tendo o humano e o divino em si, Jesus se torna verdadeiramente o Elo que liga o homem a Deus.

“Este é, em primeiro lugar, o caso do conhecimento íntimo e direto que o Filho de Deus feito homem tem de seu Pai. O Filho mostrava também em seu conhecimento humano a penetração divina que tinha pensamentos secretos do coração dos homens. (CIC§473b)

Jesus por ser homem, entende o sofrimento dos homens. Jesus por ser Deus, entende o sofrimento do Pai. Jesus por ser homem sabe até onde o homem pode ir. Jesus por ser Deus, pode dialogar com o Pai. É como se o humano e o divino converssassem em Jesus.

No próximo Post, vamos falar sobre a missão de Jesus, no que diz respeito a essas duas humanidades…

Dominus Vobiscum

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Estudo sobre as duas vontades de Cristo:: É possível ser bom, mesmo sendo homem e tendo limites!

Pax Domini! Hoje iniciamos mais um estudo. E um estudo bem diversificado. Vamos falar de Cristo, mas vamos falar de diversos aspectos da pessoa de Cristo que o Catecismo nos apresenta. Vamos falar da Alma de Cristo, do conhecimento de Cristo, da vontade de Cristo, de sobre como o humano e o Divino conviviam na pessoa de Cristo, sobre o Corpo de Cristo… Enfim, é muita coisa interessante.

Antes de estudar o catecismo, nunca tinha parado para pensar nesses “detalhes”. E nunca pensei que conhecer isso me fizesse amar mais a Jesus Cristo. Estava enganado. Conhecer a vida de Jesus Cristo mais afundo e esses dados mais íntimos (se é que posso dizer assim), me fizeram perceber o Amor de Deus para conosco, e como tudo foi pensado. Pois bem, vamos ao catecismo então?

Esta alma humana que o Filho de Deus assumiu é dotada de um verdadeiro conhecimento humano. Enquanto tal, este não podia ser em si ilimitado: exercia-se nas condições históricas de sua existência no espaço e no tempo. Por isso O Filho de Deus, ao tornar-se homem, pôde aceitar “crescer em sabedoria, em estatura e em graça” (Lc 2,52) e também informar-se sobre aquilo que na condição humana se deve aprender de maneira experimental. Isto correspondia à realidade de seu rebaixamento voluntário na “condição de escravo”. (CIC§472)

Hoje vamos conversar sobre a Alma de Cristo e a maneira com Jesus adquiriu o conhecimento Dele.

Dizemos que Cristo, o Filho do Deus vivo se fez homem. Isso significa que Ele teve um corpo humano e uma alma humana. Vimos que Ele é verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Mas assumindo uma alma humana, Jesus Cristo também limitou-se a várias coisas que são próprias do homem. Certa vez eu ouvi um padre dizer que quanto aos milagres que o Jesus realizou, muito embora fossem milagres “sobrenaturais”, Ele não usou nesses milagres, nenhum poder Dele em si mesmo. Ele pedia ao Pai e o Pai o atendia. Ele os fez, e disse que poderíamos realizar milagres maiores do que aqueles que Ele realizara. Ou seja, Jesus foi homem por excelência e nos mostrou como pedir ao Pai, como rezar, como clamar, como ser íntimo do Pai.

Jesus tendo assumido um corpo humano, Ele teve que aprender as coisas como qualquer outro homem. Jesus teve que aprender a andar, Jesus teve que aprender a falar, teve que aprender a se comportar como qualquer outra criança aprende. Por isso que cantamos: “Maria que fez o Cristo falar, Maria que fez Jesus caminhar…”

Ele se limitou aprender as coisas como qualquer outro homem. Precisou e quis precisar de uma família. Aprendeu um profissão e quis trabalhar duro. Estudou as escrituras.

Observava as coisas que estavam ao seu redor. Via as sementes e o seu processo de transformação. Via os trigais e como o trigo crescia junto do trigo. Via as coisas…

Jesus limitou-se ao tempo histórico e ao espaço geográfico que Ele viveu. Jesus não pregou sobre a semente da manga. Não falou sobre os cajus, cajás ou morangos. Isso não fazia parte do seu ambiente. Não existia cajús, cajás ou mangas na Galiléia. Jesus não pregou sobre aeronaves, carros, internet ou máquina de lavar. No seu tempo não existia essas coisas.

Estou falando essas coisas para que você entenda que Jesus ao se fazer homem, limitou-se a ser homem. Ele quis, voluntariamente ser homem.

Isso só vem a mostrar o amor que Jesus tem pelo Pai e por nós. Ele quis viver o que vivíamos. Experimentar na pele as limitações humanas. Mas também quis nos mostrar que é possível ser homem e ao mesmo tempo viver uma vida sem pecado. É possível ser um homem bom com a Graça Divina. Jesus quis nos mostrar que é possível!

Que você acolha isso hoje no seu coração. É possível ser de Deus mesmo vivendo os limites da sua humanidade. Mesmo tendo imperfeições, e tendo que lutar com sentimentos, com situações como a fome, a sede ou a pobreza… Mesmo tendo que lutar contra seus defeitos, seus medos, suas angústias e dores… É possível ser bom! É possível ser de Deus.

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