A Oração da Ladainha: O que é e como surgiu

Ladainha, também conhecida como litania, é uma oração breve e insistente em forma de responsório, na qual o povo responde a invocações do ministro ou animador com uma aclamação: geralmente rogai por nós. A ladainha é um modo muito simples e fácil de rezar. O nome ladainha provém do grego litaneia, que quer dizer oração pública.

Comum a várias religiões, o Cristianismo herdou da liturgia das sinagogas esta forma de rezar, repetindo a mesma frase várias vezes como está presente no Antigo Testamento (1º Livro dos Reis 18,26; Salmo 146-159; Daniel 3,52-90).

O “rogai por nós”, repetido inúmeras vezes nas ladainha é dito em tom de invocação, ou seja, rezando estamos trazendo para perto de nós a lembrança de alguém que nós amamos, que foi importante ou que alcançou a graça da santidade.

A ladainha como conhecemos hoje surgiu por volta do século IV, em Antioquia. As mais conhecidas são a Ladainha de Todos os Santos e a de Nossa Senhora. Mas a piedade popular foi ao longo do tempo criando várias outras, para diferentes circunstâncias:a do Sagrado Coração de Jesus, do Santíssimo nome de Jesus, de são José, etc. Todas elas têm em comum o caráter de intercessão e súplica.

Ladainha de Todos os Santos: é uma lista de invocações à misericórdia de Deus e de intercessão ante alguns santos. Surgiu por volta do século III. No início eram invocados apenas os mártires. Ao longo do tempo foram acrescentados outros santos, ressaltando o caráter de universalidade da oração. Nessa ladainha, todos os santos e santas de Deus são invocados. Até mesmo os que ainda não foram canonizados, ou seja, declarados santos pela Igreja.

Ladainha de Nossa Senhora: também conhecida como lauretana por ter surgido em Loreto, por volta do século XII. É formada por 51 invocações a Maria, precedidas por outras à Trindade, e encerradas por mais três a Cristo, o Cordeiro de Deus. Tradicionalmente é usada como conclusão do Terço. Na Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae (O Rosário da Virgem Maria), n. 37, o papa João Paulo II escreve: “É o remate dum caminho interior que levou o fiel ao contato vivo com o mistério de Cristo e da sua mãe santíssima”.

As ladainhas podem ser rezadas a sós, em particular, em comunidade, como por exemplo, ao final do Terço, mas principalmente em momentos oficiais, propostos pela liturgia:Vigília Pascal, rito de Consagração de Virgens, profissão perpétua, ordenações, dedicação de igrejas, etc. A finalidade da oração é sempre a mesma: endereçar as preces do povo a Cristo e aos seus amigos prediletos, os mártires e santos, conhecidos por nós ou não.

Pe. Maciel M. Claro, cmf

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Evangelho do Dia:: O Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça

Do Evangelho Quotidiano

Naquele tempo, enquanto Jesus e os seus discípulos iam a caminho de Jerusalém, alguém disse-Lhe: Hei-de seguir-te para onde quer que fores. Jesus respondeu-lhe: As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça. E disse a outro: Segue-me. Mas ele respondeu: Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar o meu pai. Jesus disse-lhe: Deixa que os mortos sepultem os seus mortos. Quanto a ti, vai anunciar o Reino de Deus. Disse-lhe ainda outro: Eu vou seguir-te, Senhor, mas primeiro permite que me despeça da minha família. Jesus respondeu-lhe: Quem olha para trás, depois de deitar a mão ao arado, não está apto para o Reino de Deus. (S. Lucas 9,57-62)

Comentário do Evangelho do dia feito por um companheiro de São Francisco de Assis (séc. XIII)

Ó Senhora Pobreza, o filho do Pai soberano enamorou-Se da tua formosura (Sb 8,2) […], sabendo que serias a mais fiel das companheiras. Antes de Ele ter descido da Sua pátria luminosa, foste tu quem lhe preparou um lugar conveniente, um trono onde Se sentar, um leito onde descansar: a paupérrima Virgem, de quem nasceu. Desde o Seu nascimento estiveste à Sua cabeceira; deitaram-nO numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria (Lc 2,7). E tu acompanhaste-O sempre, enquanto Ele esteve na terra: as raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça. Quando começou a ensinar, depois de ter deixado os profetas falarem em Seu nome, foi a ti quem primeiro Ele elogiou: Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu! (Mt 5,3). Depois, ao escolher alguns amigos como Suas testemunhas para a salvação da humanidade, não foi por comerciantes ricos que optou, mas por modestos pescadores, para a todos mostrar o quanto a estima que te tem, Senhora Pobreza, devia gerar amor por ti. Por fim, como se fosse necessária uma prova gloriosa e definitiva do teu valor, da tua nobreza, da tua coragem e da tua proeminência sobre as outras virtudes, foste a única a manter-te ligada ao Rei da glória, enquanto os amigos escolhidos o abandonaram. Companheira fiel, terna amante, nem por um instante O deixaste; a Ele cada vez mais ligada ficaste, à medida que O vias mais e mais universalmente desprezado […]. Foste tu a única a consolá-lO. Não O deixaste até à morte, «e morte de cruz» (Fl 2,8), nu, com os braços abertos em esforço, com as mãos e os pés trespassados por pregos […], de tal forma que nada mais Lhe restava para mostrar da Sua glória para além de ti.

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Estudo sobre as duas vontades de Cristo:: Podemos ter imagens de Jesus Cristo em nossas casas?

Pax Domini! A foto que você acima é a foto da minha mesa de trabalho. Em meio a toda essa “bagunça”, tenho uma verdadeira corte celeste ao meu lado. São meus Santos de devoção, junto com o ícone de Nosso Senhor Jesus Cristo e as Imagens da Virgem Mãe de Deus. Quis colocar essa foto no blog, por que hoje e amanhã, falaremos de imagens.

A cada parágrafo do catecismo, vamos conhecendo um pouco mais da fé católica. No post de hoje vamos conversar sobre imagens. É um velho assunto  que vez ou outra temos que abordar em virtude de tanta acusação que sofremos. Mas antes de falar sobre isso, é preciso entender que, a Nossa Igreja é coerente com aquilo que ensina. É coerente com a fé que propaga. A Igreja estuda aquilo que Deus a inspira.

Você vê que nesse estudo e no anterior, abordamos a imagem de Cristo. Dissemos que Cristo é verdadeiramente homem, e verdadeiramente Deus. Dissemos que ao se tornar homem, Cristo “quis” experimentar a limitação humana. Cristo teve fome, teve sede e teve um corpo. Cristo teve um corpo como todos os seres humanos. Seria uma incoerência dizer que Jesus foi homem, e não poder “desenhar” este homem. E é por isso o Catecismo diz:

Visto que o Verbo se fez carne assumindo uma verdadeira humanidade, o corpo de Cristo era delimitado. Em razão disso, o rosto humano de Jesus pode ser “desenhado”. No VII Concílio Ecumênico, a Igreja reconheceu como legítimo que ele seja representado em imagens sagradas. (CIC§476)

O ato de termos imagens de Jesus Cristo é uma questão de coerência. Se não pudéssemos ter uma imagem de Cristo, nunca poderíamos ter imagens de nossos parentes. Antigamente não existia fotografias, e as pessoas eram representadas por estátuas, imagens ou eram até pintadas. Isso nunca fez dessas pessoas, ídolos. Depois surgiu a fotografia, e passou-se também a se fotografar.  Ter uma imagem de um Santo que nos inspire boas virtudes, ter uma imagem da Santa Mãe de Deus e sobretudo de Jesus Cristo em nossa casa, é um habito salutar para a nossa fé, pois muitas vezes, basta olhar para a imagem e lembramos de coisas que os santos nos inspiram.

Se ter imagens de santos é salutar, mais ainda é ter imagens de Nosso Senhor Jesus Cristo que é o nosso Salvador. É claro que não teremos como ver imagens ou fotos de Jesus tal qual Ele era. Isso é impossível. Porém as imagens nos ajudam a elevar nossa mente a Deus. Não tenha medo de ter uma imagem de Jesus, ou uma Cruz na sua casa. Isso faz bem a sua alma!

Dominus Vobiscum

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Estudo sobre as duas vontades de Cristo:: Duas vontades cooperantes e subordinadas a vontade do Pai

Paralelamente, a Igreja confessou no VI Concílio Ecumênico que Cristo possui duas vontades e duas operações naturais, divinas e humanas, não opostas, mas cooperantes, de sorte que o Verbo feito carne quis humanamente na obediência a seu Pai tudo o que decidiu divinamente com o Pai e o Espírito Santo por nossa salvação. A vontade humana de Cristo “segue a sua vontade divina sem estar em resistência nem em oposição em relação a ela; mas antes sendo subordinada a esta vontade todo-poderosa” . (CIC§475)

Importante perceber que esse parágrafo do Catecismo é um ensinamento importante e histórico da Igreja. Aqui nesse neste parágrafo vemos que esse ensinamento nos foi ensinado no sexto Concílio ecumêncico da Igreja. Ele foi realizado em Constantinopla, no período que vai de 680 a 681. Antes disso a Igreja estudou, pensou, revisou, ouviu as teorias, os estudos e chegou a essa conclusão. Depois de tomada a posição, a Igreja passou a defender essa verdade.

Cristo tem duas vontades a humana e a divina, onde a humana segue a vontade divina, que por sua vez está diretamente subordinada a vontade de Deus Pai. É assim que vemos a humanidade de Cristo. É assim que a Igreja ensina. Obvio que nunca iremos saber com a totalidade como isso se manifesta. Por que isso é um lindo mistério de fé. E mistério é mistério. Acreditamos num mistério de fé. Jesus nos deu traços, indícios disso. Vemos nas leituras dos evangelhos. Mas a totalidade disso, é parte do mistério da encarnação.

Agora como Igreja, precisamos defender esse ensinamento como catóicos que somos. Não podemos nos dizer católicos e sair por ai professando que Jesus era um fantasminha camarada, ou um E.T., ou coisa parecida… Quem é católico, precisa acreditar na Igreja Católica. Professar sua fé com a Igreja e como Igreja. Jesus que 100% Deus, é 100% homem. Tem duas vontades humana e divina, que estão submetidas a vontade do Pai.

Pax Domini

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Estudo sobre as duas vontades de Cristo:: Ele nos revelou os desígnios eternos

No Post passado, vimos que Jesus tem um conhecimento humano, que exprime a sua divindade. Vimos também que Ele traz em si o Humano e o Divino em sua plenitude. Hoje veremos um dado interessante, que vale a pena ser colocado no nosso estudo.

Jesus veio ao mundo com uma Missão: Resgatar a humanidade do pecado.

Dentro dessa realidade que é Jesus, devemos sempre ter em mente que, apesar de adquirir um conhecimento humano e decidir limitar-se em suas potencialidades, sabia da sua missão e tinha que cumprí-la. Jesus tinha sempre em mente a sua missão. O catecismo nos ensina sobre isso:

Por sua união a Sabedoria divina na pessoa do Verbo encarnado, o conhecimento humano de Cristo gozava em plenitude da ciência dos desígnios eternos que viera revelar. O que ele reconhece desconhecer neste campo declara alhures não ser sua missão revelá-lo.(CIC§474)

O catecismo nos diz em outras palavras que Jesus, mesmo tendo, e desejando ter um conhecimento humano, trazia em si a Divindade própria do Filho de Deus. Essa por sua vez, lhe permitia sempre saber daquilo que é eterno. As coisas que Jesus não respondeu (como por exemplo quando viria o fim, que só ao Pai cabia saber) não eram próprias da sua missão. Mas aquilo que era próprio da sua vinda, Ele nos revelou e por isso podemos ter plena certeza nas suas palavras.

Jesus é Deus. Vemos isso nas manifestações como a transfiguração, ou até mesmo no próprio batismo de Jesus. Precisamos levar em consideração que para salvar a humanidade, também estava incluido, anunciar e revelar a verdade e os desígnios divinos que nós precisaríamos saber.

O Catecismo nos faz esse alerta para que não pensemos errado. Não podemos pensar que as coisas que Jesus disse, ou as coisas que Jesus fez, foram humanas ou descabidas. Não. Jesus nos fez e nos ensinou os desígnios divinos. E ao morrer na Cruz e ressuscitar, nos libertou da morte e do pecado. Precisamos estar cientes disso. Jesus nos abriu o céu. Nos possibilitou a eternidade. E nos revelou a verdade.

Dominus Vobiscum

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