O rosto e as vestes de Jesus tornam-se fulgurantes de luz, Moisés e Elias aparecem, “falavam de sua partida que iria se consumar em Jerusalém” (Lc 9,31). Uma nuvem os cobre e uma voz do céu diz: “Este é o meu Filho, o Eleito; ouvi-o” (Lc 9,35). (CIC§554)
No artigo anterior do nosso estudo, tentava explicar aos leitores deste blog, o porque do acontecimento chamado “Transfiguração”. Ele veio da necessidade que os discípulos compreendessem que o que acontecia ali era algo místico, algo extraordinário. Jesus não era apenas humano. Era Divino. Ele estava dizendo que Ele iria sofrer, e sofrer muito, mas que aquilo era necessário para que a ressurreição acontecesse. Antes Ele usara palavras. Mas nesse episódio, Ele falou de outra forma.
Então Jesus pegou três dos seus e levou-os ao monte. Se você puder, pegue sua bíblia no Evangelho de São Lucas e leia a partir do versículo 31, ou clique aqui. Perceba que “enquanto orava” aconteceu algo fantástico: Suas vestes resplandeceram, seu rosto se transformou. Se você tem acompanhado nosso blog, você deve ser recordar de quando estudamos o batismo de Jesus. Alconteceu ali algo fantástico: O céu se abriu, uma pomba pousou sobre Jesus e uma voz veio do céu e todos os que ali estavam ouviram. Na transfiguração acontece algo semelhante: Jesus tem seu rosto transfigurado. Suas vestes resplandecem. Moisés e Elias vem ao seu encontro, e pela segunda vez uma voz vem dos céus e fala para os presentes…
Vamos entender o significado disso:
Por um instante, Jesus mostra sua glória divina, confirmando, assim, a confissão de Pedro. Mostra também que, para “entrar em sua glória” (Lc 24,26), deve passar pela Cruz em Jerusalém. (CIC§555)
Ali no monte Jesus revela aos seus, ainda que por um breve instante, que Ele não é deste mundo. Não são as leis desse mundo que regem o destino Dele. O que rege o destino de Cristo é a vontade de Deus, é a Lei de Deus. Existe um lugar de glória, e os discípulos “viram” isso. Não é uma ilusão, mas é real. Essa glória é algo tão fantástico que Pedro deseja armar três tendas e ali permanecer. Porém é preciso saber que a porta de entrada para isso, é a cruz. Não há ressurreição sem cruz.
Seja o que você estiver vivendo hojena sua vida, não se esqueça: O céu não é uma ilusão. É uma promessa muito concreta. Quando o sofrimento e a dor baterem a sua porta, lembre-se: Existe uma morada para você no céu. Porém não fuja das cruzes do dia a dia. Não as negue. Se precisar carregar, carregue. Se precisar subir nela, suba. Se a cruz é real para você hoje, o céu será real para você um dia. Aquilo que Pedro, Tiago e João viram por instantes, ao passar do tempo quando tiveram que segurar suas cruzes, foi a certeza do céu que os ajudou.
Segundo a tradição, Pedro morreu crucificado de cabeça para baixo por causa de Jesus. Tiago também foi martirizado. São João não foi martirizado, mas morreu prisioneiro. Passou anos e anos na prisão. Mas permaneceram fiéis. A certeza do céu sustentava a sua luta. Não esqueça disso quando estiver diante da sua cruz: O céu é logo!
Pax Domini