Evangelho do Dia:: Inveja: uma blasfêmia contra o Espírito Santo

Com efeito, que poderá haver de mais grave do que ousar, por inveja para com um irmão a quem tínhamos recebido ordem de amar como a nós próprios (cf. Mt 19,19), blasfemar contra a bondade de Deus e insultar a Sua majestade, querendo desacreditar um homem?

Do Evangelho Quotidiano

Naquele tempo, os doutores da Lei, que tinham descido de Jerusalém, afirmavam: Ele tem Belzebu! E ainda: É pelo chefe dos demónios que expulsa os demónios. Então, Jesus chamou-os e disse-lhes em parábolas: Como pode Satanás expulsar Satanás? Se um reino se dividir contra si mesmo, tal reino não pode perdurar; e se uma família se dividir contra si mesma, essa família não pode subsistir. Se, portanto, Satanás se levanta contra si próprio, está dividido e não poderá subsistir; é o seu fim. Ninguém consegue entrar em casa de um homem forte e roubar-lhe os bens sem primeiro o amarrar; só depois poderá saquear-lhe a casa. Em verdade vos digo: todos os pecados e todas as blasfémias que proferirem os filhos dos homens, tudo lhes será perdoado; mas, quem blasfemar contra o Espírito Santo, nunca mais terá perdão: é réu de pecado eterno. Disse-lhes isto porque eles afirmavam: Tem um espírito maligno. (Mc 3,22-30)

Comentário feito por Isaac da Estrela (?-c. 1171), monge cisterciense

É pelo chefe dos demónios que expulsa os demónios […]. O que é próprio das pessoas maldizentes e animadas pela inveja é fechar, tanto quanto possível, os olhos aos méritos de outrem; e quando, vencidos pelas evidências, já não o conseguem fazer, depreciá-los e desvirtuá-los. Assim, quando a multidão exulta de devoção e se maravilha com as obras de Cristo, os escribas e os fariseus, ou fecham os olhos ao que sabem ser verdade, ou rebaixam o que é grande, ou desvirtuam o que é bom. Uma vez, por exemplo, fingindo-se ignorantes, disseram Àquele que tinha feito tantos sinais maravilhosos: Que sinal realizas Tu, pois, para nós vermos e crermos em ti? (Jo 6,30). Aqui, não podendo negar os fatos com cinismo, depreciam-nos maldosamente […] e desvalorizam-nos dizendo: Ele tem Belzebu! […] É pelo chefe dos demónios que expulsa os demônios.

Eis, queridos irmãos, a blasfêmia contra o Espírito, que prende aqueles que envolveu nas cadeias dum pecado eterno. Não é que seja de todo impossível ao penitente receber o perdão de tudo, se produzir frutos de sincero arrependimento (Lc 3,8). Só que, esmagado por um tal peso de malícia, ele não tem força para aspirar a essa honrosa penitência merecedora de perdão. […] Aquele que, vendo à evidência no seu irmão a graça e a obra do Espírito Santo […], não teme desvirtuar e caluniar, e atribuir insolentemente aos maus espíritos o que sabe pertinentemente ser do Espírito Santo, esse está de tal modo abandonado por esse Espírito de graça, que já não quer a penitência que lhe traria o perdão. Está completamente obscurecido, cego pela sua própria malícia. Com efeito, que poderá haver de mais grave do que ousar, por inveja para com um irmão a quem tínhamos recebido ordem de amar como a nós próprios (cf. Mt 19,19), blasfemar contra a bondade de Deus […] e insultar a Sua majestade, querendo desacreditar um homem?

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