Hoje mostraremos quatro estórias atribuídas ao Abade Antônio (que nada tem a ver com Santo Antônio, tão popular entre os católicos). Nessas sentenças podemos meditar sobre o silêncio diante das ofensas recebidas, ponderação sobre o que falar, não negar seus erros e limites e sobre não perder tempo com meditações inúteis…
1. O abade Antônio profetizou ao abade Amon: “Tu terás muito progresso no temor de Deus”. Depois o conduziu para fora da cela e mostrou-lhe uma pedra: “Põe-te a injuriar esta pedra”, disse-lhe, “maltrata-a sem parar”. Quando Amon parou, santo Antônio perguntou-lhe se a pedra respondera alguma coisa. “Não”, disse Amon. “Pois bem! Também tu”, acrescentou o ancião, “deves alcançar esta perfeição e imaginar que ninguém te ofende”.
2. Alguns irmãos de Scete quiseram ver o abade Antônio. Subiram numa barca e nela encontraram um ancião que também queria procurar Antônio, mas os irmãos não sabiam de nada. Sentados na barca, conversavam a respeito dos apotegmas dos pais, das Escrituras e de seus trabalhos manuais. O ancião, por sua vez, permanecia em silêncio. Chegados ao porto, ficaram sabendo que também o ancião se diriga ao abade. Tendo chegado junto a Antônio, ele lhes disse: “Vocês encontraram nesse ancião um bom companheiro de viagem. E tu, Pai, estiveste junto de bons irmãos!”. Respondeu o ancião: “É verdade, mas a casa deles não tem portas: entra quem quer na estalagem e solta o burro!”. Falava assim porque os irmãos diziam tudo o que lhes vinha à cabeça.
3. O abade Antônio disse ao abade Pastor: “A grande obra do homem é atirar a culpa sobre si mesmo diante de Deus e esperar a tentação até o último sopro de sua vida”.
4. O abade Antônio perscrutava a profundidade dos julgamentos de Deus; e perguntou: “Senhor, por que alguns morrem após uma breve existência e outros chegam à velhice? Por que para alguns falta tudo e para outros há extrema abundância de bens? Por que os malvados são ricos e os bons são atirados na pobreza?” Uma voz respondeu-lhe: “Antônio, cuida de ti mesmo: estes são os julgamentos de Deus e nada te serve entendê-los”.
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Abade Antônio não é Santo Antão…?
Rapaz eu creio que sim, porém como o texto não destaca isso eu preferi publicá-lo como encontrei. Esses textos são bem antigos e não tem essa definição histórica. Porém tudo leva a crer que seja.
Sim, Santo Antonio do deserto ou Santo Antão… um santo muito poderoso, por sinal…
Eis o que postei sobre ele :
http://igrejamilitante.wordpress.com/2012/01/17/dia-de-santo-antonio-do-deserto-ou-antao-do-egipto/
Parabens pelo blog, muito bom.
Helen
Eu conheço Santo Antão. Apenas disse que nos escritos que encontrem não dizem se essa Abade Antônio citado nos apotegmas é o referido santo, haja vista que naquele tempo, muitos monges do deserto usavam este nome em homenagem a Santo Antônio do Deserto!
Obrigado pela visita!
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