Conheço a tua conduta. Não és frio, nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, porque és morno, nem frio nem quente, estou para vomitar-te de minha boca. (Ap 3,15-16)
Dia: 24 de janeiro de 2012
Notícia:: Governo mão de ferro de Obama quer obrigar católicos a financiarem esterilização e anticoncepcionais
Da ACI Digital com inserções do Blog Dominus Vobiscum
Este é o belo governo que o presidente Barack Obama tem feito nos EUA. O país deles mergulhado em crises, e ele preocupado com a difusão do aborto e da contracepção. Vejam a notícia: A administração Obama anunciou neste 20 de janeiro que não ampliará a isenção para os grupos religiosos que se opõem ao pagamento de planos de seguro médico para seus empregados que incluam esterilização e anticoncepcionais, também aqueles de efeito abortivo. Agora o presidente Obama quer que aqueles que lutam contra o aborto paguem para que seus empregados possam abortar. Para isso, ele usa a velha arma dos políticos para obter seus desejos mais sórdidos a isenção de impostos.
Kathleen Sebelius (grave bem o nome desta mulher), Secretária do Departamento de Saúde e Serviços Humanos, afirmou em um comunicado que os empresários religiosos que se opuserem a proporcionar esta cobertura estarão obrigados a cumprir com a lei a partir do dia 1 de agosto de 2013. Ou seja, quem vai contra a ordem do Governo Obama perde a isenção de impostos.
Entre os que se opõem ao mandato figuram muitas organizações católicas, tais como escolas, hospitais e entidades sociais. Entre os que se opuseram à norma figuram o Cardeal Daniel N. DiNardo, presidente do Comitê Pró-vida dos bispos dos EUA advertindo que nem Jesus teria direito à isenção por motivos religiosos. Em dezembro, um grupo de mais de 60 líderes evangélicos, batistas e judeus expressaram sua oposição ao mandato em uma carta ao presidente Barack Obama. Observou-se que “as organizações religiosas além da comunidade católica têm profundas objeções morais” à proposta.
Embora a norma entre em vigor para a maioria dos empregadores a partir de agosto de 2012, Sebelius disse que haverá um ano de “atraso na aplicação” do mandato dos empregadores sem fins de lucro que atualmente não oferecem cobertura de anticoncepcionais em seus planos de seguros devido a crenças religiosas.
“Este ano adicional permitirá a estas organizações mais tempo e flexibilidade para adaptar-se a esta nova norma”, disse.
Sebelius acrescentou que estes empregadores estarão obrigados a informar os empregados “que os serviços de anticoncepção estão disponíveis em lugares como postos comunitários de saúde, clínicas públicas e hospitais”. O Departamento de Saúde e Serviços Humanos recebeu dois processos dos advogados do Fundo Becket, um em nome do Belmont Abbey College e a outra pela Universidade Cristã de Colorado (Colorado Christian University).
Hannah Smith, assessora jurídica do Fundo Becket, considera que a administração da Obama sabe que a norma “não pode sobreviver ao escrutínio constitucional” e portanto “tenta atrasar o inevitável dia do julgamento” no ano eleitoral.
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Notícia:: Ex-guerrilheiros, sindicalistas e veteranos de guerra ocupam Catedral em San Salvador

Não concordamos com a forma de protesto e, assim, fazemos um chamado a que se retirem espontaneamente (Dom José Luis Escobar Alas - Arcebispo da Arquidiocese de San Salvador)
Da Rádio Vaticana com inserções do Blog Dominus Vobiscum
Os católicos da Arquidiocese de San Salvador estão vivendo uma situação inusitada: Já a dois domingos, a Santa Missa tem sido celebrada fora da sua Catedral Metropolitana porque esta foi invadida por membros da ex-guerrilha, sindicalistas e veteranos de guerra desde o último dia 10. O Arcebispo Dom José Luis Escobar Alas, presidiu a missa na Basílica do Sagrado Coração.
Os invasores e por que não dizer, sacrílegos, querem chamar atenção (até ai nenhuma novidade por parte da esquerda) para suas reivindicações: Querem que 190 membros da Polícia Civil sejam reintegrados a corporação. Alem disso eles querem a revisão de alguns benefícios outorgados após o Acordo de Paz assinado no país.
Agora ficam as perguntas: O que a Igreja tem a ver com isso? não foi a Igreja que demitiu os policiais e tampouco assinou acordos de paz com ninguém. A Igreja Católica é naturalmente pacífica. Por que invadir uma Igreja Católica? Porque não invadem um órgão do governo? Será porque tem medo da retaliação?
O Arcebispo Metropolitano disse que a atitude dos ex-combatentes não têm justificativa. Invadir um templo é um desrespeito a Deus e uma desconsideração ao direito de culto popular. Porém se alguém pensa que a Igreja vai autorizar algum uso de força para retirar os invasores do local se engana: A Igreja vai solicitar que eles se retirem o quanto antes, mas não autorizará o uso do força.
Infelizmente a América Latina está infestada com essa política marxista que para lutar pelos seus direitos não hesita em tirar o direito de quem é pacífico. E pensar que houve tempos em que essa doença invadiu o seio da nossa Igreja. Lamentável!
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Silêncio e palavra: caminho de evangelização
Mensagem de Sua Santidade o Papa Bento XVI para o XLVI Dia Mundial das Comunicações Sociais (20 de Maio de 2012)
Tema: Silêncio e palavra: caminho de evangelização
Amados irmãos e irmãs,
Ao aproximar-se o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2012, desejo partilhar convosco algumas reflexões sobre um aspecto do processo humano da comunicação que, apesar de ser muito importante, às vezes fica esquecido, sendo hoje particularmente necessário lembrá-lo. Trata-se da relação entre silêncio e palavra: dois momentos da comunicação que se devem equilibrar, alternar e integrar entre si para se obter um diálogo autêntico e uma união profunda entre as pessoas. Quando palavra e silêncio se excluem mutuamente, a comunicação deteriora-se, porque provoca um certo aturdimento ou, no caso contrário, cria um clima de indiferença; quando, porém se integram reciprocamente, a comunicação ganha valor e significado.
O silêncio é parte integrante da comunicação e, sem ele, não há palavras densas de conteúdo. No silêncio, escutamo-nos e conhecemo-nos melhor a nós mesmos, nasce e aprofunda-se o pensamento, compreendemos com maior clareza o que queremos dizer ou aquilo que ouvimos do outro, discernimos como exprimir-nos. Calando, permite-se à outra pessoa que fale e se exprima a si mesma, e permite-nos a nós não ficarmos presos, por falta da adequada confrontação, às nossas palavras e ideias. Deste modo abre-se um espaço de escuta recíproca e torna-se possível uma relação humana mais plena. É no silêncio, por exemplo, que se identificam os momentos mais autênticos da comunicação entre aqueles que se amam: o gesto, a expressão do rosto, o corpo enquanto sinais que manifestam a pessoa. No silêncio, falam a alegria, as preocupações, o sofrimento, que encontram, precisamente nele, uma forma particularmente intensa de expressão. Por isso, do silêncio, deriva uma comunicação ainda mais exigente, que faz apelo à sensibilidade e àquela capacidade de escuta que frequentemente revela a medida e a natureza dos laços. Quando as mensagens e a informação são abundantes, torna-se essencial o silêncio para discernir o que é importante daquilo que é inútil ou acessório. Uma reflexão profunda ajuda-nos a descobrir a relação existente entre acontecimentos que, à primeira vista, pareciam não ter ligação entre si, a avaliar e analisar as mensagens; e isto faz com que se possam compartilhar opiniões ponderadas e pertinentes, gerando um conhecimento comum autêntico. Por isso é necessário criar um ambiente propício, quase uma espécie de ecossistema capaz de equilibrar silêncio, palavra, imagens e sons.
Grande parte da dinâmica actual da comunicação é feita por perguntas à procura de respostas. Os motores de pesquisa e as redes sociais são o ponto de partida da comunicação para muitas pessoas, que procuram conselhos, sugestões, informações, respostas. Nos nossos dias, a Rede vai-se tornando cada vez mais o lugar das perguntas e das respostas; mais, o homem de hoje vê-se, frequentemente, bombardeado por respostas a questões que nunca se pôs e a necessidades que não sente. O silêncio é precioso para favorecer o necessário discernimento entre os inúmeros estímulos e as muitas respostas que recebemos, justamente para identificar e focalizar as perguntas verdadeiramente importantes. Entretanto, neste mundo complexo e diversificado da comunicação, aflora a preocupação de muitos pelas questões últimas da existência humana: Quem sou eu? Que posso saber? Que devo fazer? Que posso esperar? É importante acolher as pessoas que se põem estas questões, criando a possibilidade de um diálogo profundo, feito não só de palavra e confrontação, mas também de convite à reflexão e ao silêncio, que às vezes pode ser mais eloquente do que uma resposta apressada, permitindo a quem se interroga descer até ao mais fundo de si mesmo e abrir-se para aquele caminho de resposta que Deus inscreveu no coração do homem.
No fundo, este fluxo incessante de perguntas manifesta a inquietação do ser humano, sempre à procura de verdades, pequenas ou grandes, que dêem sentido e esperança à existência. O homem não se pode contentar com uma simples e tolerante troca de cépticas opiniões e experiências de vida: todos somos perscrutadores da verdade e compartilhamos este profundo anseio, sobretudo neste nosso tempo em que, quando as pessoas trocam informações, estão já a partilhar-se a si mesmas, a sua visão do mundo, as suas esperanças, os seus ideais (Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2011).
Devemos olhar com interesse para as várias formas de sítios, aplicações e redes sociais que possam ajudar o homem atual não só a viver momentos de reflexão e de busca verdadeira, mas também a encontrar espaços de silêncio, ocasiões de oração, meditação ou partilha da Palavra de Deus. Na sua essencialidade, breves mensagens – muitas vezes limitadas a um só versículo bíblico – podem exprimir pensamentos profundos, se cada um não descuidar o cultivo da sua própria interioridade. Não há que surpreender-se se, nas diversas tradições religiosas, a solidão e o silêncio constituem espaços privilegiados para ajudar as pessoas a encontrar-se a si mesmas e àquela Verdade que dá sentido a todas as coisas. O Deus da revelação bíblica fala também sem palavras: «Como mostra a cruz de Cristo, Deus fala também por meio do seu silêncio. O silêncio de Deus, a experiência da distância do Omnipotente e Pai é etapa decisiva no caminho terreno do Filho de Deus, Palavra Encarnada. (…) O silêncio de Deus prolonga as suas palavras anteriores. Nestes momentos obscuros, Ele fala no mistério do seu silêncio» (Exort. ap. pós-sinodal Verbum Domini, 30 de Setembro de 2010, n. 21). No silêncio da Cruz, fala a eloquência do amor de Deus vivido até ao dom supremo. Depois da morte de Cristo, a terra permanece em silêncio e, no Sábado Santo – quando o Rei dorme (…), e Deus adormeceu segundo a carne e despertou os que dormiam há séculos (cfr Ofício de Leitura, de Sábado Santo) –, ressoa a voz de Deus cheia de amor pela humanidade.
Se Deus fala ao homem mesmo no silêncio, também o homem descobre no silêncio a possibilidade de falar com Deus e de Deus. Temos necessidade daquele silêncio que se torna contemplação, que nos faz entrar no silêncio de Deus e assim chegar ao ponto onde nasce a Palavra, a Palavra redentora (Homilia durante a Concelebração Eucarística com os Membros da Comissão Teológica Internacional, 6 de Outubro de 2006). Quando falamos da grandeza de Deus, a nossa linguagem revela-se sempre inadequada e, deste modo, abre-se o espaço da contemplação silenciosa. Desta contemplação nasce, em toda a sua força interior, a urgência da missão, a necessidade imperiosa de «anunciar o que vimos e ouvimos», a fim de que todos estejam em comunhão com Deus (cf. 1 Jo 1, 3). A contemplação silenciosa faz-nos mergulhar na fonte do Amor, que nos guia ao encontro do nosso próximo, para sentirmos o seu sofrimento e lhe oferecermos a luz de Cristo, a sua Mensagem de vida, o seu dom de amor total que salva.
Depois, na contemplação silenciosa, surge ainda mais forte aquela Palavra eterna pela qual o mundo foi feito, e identifica-se aquele desígnio de salvação que Deus realiza, por palavras e gestos, em toda a história da humanidade. Como recorda o Concílio Vaticano II, a Revelação divina realiza-se por meio de «acções e palavras intimamente relacionadas entre si, de tal modo que as obras, realizadas por Deus na história da salvação, manifestam e confirmam a doutrina e as realidades significadas pelas palavras; e as palavras, por sua vez, declaram as obras e esclarecem o mistério nelas contido» (Const. dogm. Dei Verbum, 2). E tal desígnio de salvação culmina na pessoa de Jesus de Nazaré, mediador e plenitude da toda a Revelação. Foi Ele que nos deu a conhecer o verdadeiro Rosto de Deus Pai e, com a sua Cruz e Ressurreição, nos fez passar da escravidão do pecado e da morte para a liberdade dos filhos de Deus. A questão fundamental sobre o sentido do homem encontra a resposta capaz de pacificar a inquietação do coração humano no Mistério de Cristo. É deste Mistério que nasce a missão da Igreja, e é este Mistério que impele os cristãos a tornarem-se anunciadores de esperança e salvação, testemunhas daquele amor que promove a dignidade do homem e constrói a justiça e a paz.
Palavra e silêncio. Educar-se em comunicação quer dizer aprender a escutar, a contemplar, para além de falar; e isto é particularmente importante paras os agentes da evangelização: silêncio e palavra são ambos elementos essenciais e integrantes da ação comunicativa da Igreja para um renovado anúncio de Jesus Cristo no mundo contemporâneo. A Maria, cujo silêncio escuta e faz florescer a Palavra (Oração pela Ágora dos Jovens Italianos em Loreto, 1-2 de Setembro de 2007), confio toda a obra de evangelização que a Igreja realiza através dos meios de comunicação social.
Vaticano, 24 de Janeiro – dia de São Francisco de Sales – de 2012.
Benedictus PP XVI
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Padres do Deserto: Sentenças do Pai Arsênio
Pai Arsênio tem muitas estórias atribuídas a si. Aqui destacamos seis delas. Excelentes para meditar sobre a maneira com que olhamos nossos pecados, a firmeza e constância na oração, onde encontrar a verdadeira sabedoria, agitação interior e como conduzir sua vida para uma ascese espiritual.
1. Diziam dele que havia como que uma depressão escavada em seu peito, pelas lágrimas que caíram de seus olhos durante toda sua vida, enquanto ele fazia seu trabalho manual. Quando Pai Poemen viu que ele estava morto, disse chorando: “Verdadeiramente você é abençoado, Pai Arsênio, pois você chorou por si mesmo nesse mundo! Quem não chora por si mesmo aqui embaixo, chorará eternamente então; por isso é impossível não chorar, voluntariamente ou quando obrigado pelo sofrimento”. (i.é, o sofrimento derradeiro no inferno).
2. Também era dito dele que nas noites de sábado, preparando-se para a glória do domingo, ele virava-se de costas para o sol e elevava suas mãos em oração em direção ao céu, até que o sol novamente brilhasse em sua face. Então ele se sentava.
3. Um dia Pai Arsênio consultou um velho monge egípcio sobre seus próprios pensamentos. Alguém notou e disse a ele: “Abbá Arsênio, como é que o senhor com uma educação tão aprimorada em Grego e Latim, pergunta a um camponês sobre seus pensamentos?” Ele replicou: “Realmente aprendi Grego e Latim, mas não sei nem ao menos o alfabeto desse camponês”.
4. O abade Arsênio, quando ainda estava no palácio imperial, rezou assim: “Senhor, mostra-me a estrada que conduz à salvação”. Então ouviu uma voz que lhe disse: “Arsênio, foge do mundo e serás salvo”. Depois de ingressar na vida monástica, rezou ainda do mesmo modo e ouviu a voz dizer: “Arsênio, foge do mundo, cala e pratica a hesychia. Estas são as raízes do não-pecar”.
5. Num dia, o abade Arsênio chegou perto de um caniço agitado pelo vento. O ancião disse aos irmãos: “O que é isso que se move assim?” “São os caniços”, responderam. “Na verdade, se alguém permanece na paz e ouve o grito de um passarinho, o seu coração não possui a paz. Pior ainda sois vós, que sois agitados como esses caniços”.
6. Um irmão perguntou ao abade Arsênio: “O que devo fazer, Pai? Um pensamento me angustia: como não consigo nem jejuar nem trabalhar, devo ao menos visitar os doentes. Isso merece recompensa”. O ancião viu aí a semente do diabo: “Adiante”, repondeu-lhe, “come, bebe, dorme; apenas não sai de tua cela”. Pois sabia que a fidelidade à cela torna o monge tal como deve ser. Três dias depois, o irmão foi atingido pela indolência. Tendo encontrado alguma pequena palma, quebrou-a, e no dia seguinte começou a fazer uma corda. Quando teve fome, disse: “Eis mais alguma pequena palma: vou terminá-la e depois comerei”. Isso feito, disse ainda: “Quero ler um pouco, e depois comerei”. E, depois de ter lido: “Recitemos ainda algum salmo breve, e depois comeremos sem escrúpulos”. E deste modo, com o auxílio de Deus, pouco a pouco progredia, até tornar-se aquilo que devia ser, e dominando seus maus pensamentos, venceu-os.
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Evangelho do Dia:: Fazendo a vontade de Deus, nos tornamos família de Cristo

Aquele que fizer a vontade de Deus, esse é que é Meu irmão, Minha irmã e Minha mãe. Ele indica assim a paternidade espiritual que O liga ao povo que resgatou...
Do Evangelho Quotidiano
Naquele tempo, chegaram a casa onde estava Jesus, sua mãe e seus irmãos que, ficando do lado de fora, O mandaram chamar. A multidão estava sentada em volta dele, quando lhe disseram: Estão lá fora a tua mãe e os teus irmãos que te procuram. Ele respondeu: Quem são minha mãe e meus irmãos? E, percorrendo com o olhar os que estavam sentados à volta dele, disse: Aí estão minha mãe e meus irmãos. Aquele que fizer a vontade de Deus, esse é que é meu irmão, minha irmã e minha mãe. (Mc 3,31-35)
Comentário feito por Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África) e doutor da Igreja
As que se consagram inteiramente ao Senhor não devem afligir-se pelo fato de, guardando a sua virgindade como Maria, não se poderem tornar mães segundo a carne. […] Aquele que é o fruto de uma única Virgem santa é a glória e a honra de todas as outras santas virgens, pois, tal como Maria, elas são mães de Cristo, se fizerem a vontade de Seu Pai. A glória e a felicidade de Maria como Mãe de Cristo brilha sobretudo nas palavras do Senhor: Aquele que fizer a vontade de Deus, esse é que é Meu irmão, Minha irmã e Minha mãe. Ele indica assim a paternidade espiritual que O liga ao povo que resgatou. Os Seus irmãos e irmãs são os santos homens e as santas mulheres que são co-herdeiros com Ele da Sua herança celeste (cf Rm 8,17).
Sua mãe é a totalidade da Igreja, pois é ela que, pela graça de Deus, dá à luz os membros de Cristo, isto é, àqueles que Lhe são fiéis. Sua mãe é ainda toda a alma santa que faz a vontade de Seu Pai e onde a caridade fecunda se manifesta naqueles que dá à luz por Ele, até que Cristo Se forme entre vós (Gl 4,19).
Entre todas as mulheres, Maria é a única que é ao mesmo tempo virgem e mãe, não apenas pelo espírito, mas também com o corpo. Ela é Mãe segundo o espírito […] dos membros de Cristo, isto é, de nós próprios, porque cooperou com a sua caridade para dar à luz, na Igreja, os fiéis, que são os membros desse Chefe divino, nossa cabeça (cf Ef 4,15-16), de Quem Ela é verdadeiramente Mãe segundo a carne. Era preciso, com efeito, que o nosso Chefe nascesse segundo a carne duma virgem, para nos ensinar que os Seus membros deveriam nascer, segundo o espírito, doutra virgem, que é a Igreja. Maria é, assim, a única que é Mãe e Virgem ao mesmo tempo, tanto no corpo como no espírito. Mas também a totalidade da Igreja, nos seus santos que deverão possuir o Reino de Deus, é, segundo o espírito, mãe de Cristo e virgem de Cristo.