Pax et Bonum! Amigos, que a Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos vocês!
Dando continuidade aos estudos do livro “Contra os Acadêmicos“, iremos hoje continuar à procura da verdade, conforme São Agostinho incita a nos questionar. No texto, abaixo, encerra-se a primeira fase da discussão. Ainda não temos a definição, talvez esta definição não seja o real foco a ser alcançado, de certo podemos ver que São Agostinho está lapidando o “como expressar”, o “como pensar”, “o como refletir” de seus amigos na filosofia.
Primeira Definição do Erro
Trigécio: – Parece-me que quem está em erro não vive segundo a razão nem é totalmente feliz. Ora, está em erro quem sempre busca, e não encontra. Logo, deves demonstrar-me uma destas duas coisas: ou quem está em erro pode ser feliz, ou que quem nunca encontrar o que procura não está em erro.
Licêncio: – Quem é feliz não pode estar em erro.
Depois de um longo silêncio, continuou: – Mas quem procurar não está em erro, pois procura para não errar.
Ao que retorquiu Trigécio: – Sem dúvida procura para não errar, mas como não encontra, não deixa de estar em erro. Julgaste favorecer tua posição dizendo que o homem não quer enganar-se, como se ninguém se enganasse sem querer, ou como se só nos enganássemos contra nossa vontade.
Vendo que o outro tardava a responder, ponderei: – Precisais definir o que é erro, pois podereis circunscrevê-lo tanto mais facilmente quanto mais profundamente penetrardes em sua natureza.
Licêncio: – Não sei dar definições, ainda que seja mais fácil definir o erro que acabar com ele.
Trigêcio: – Pois eu o definirei. Será muito mais fácil fazê-lo, não graças a algum talento que eu tenha, mas à excelência da causa. Errar é, na verdade, procurar sempre sem jamais encontrar.
Retrucou Licêncio: – Se eu pudesse facilmente refutar esta definição já teria ajudado muito a minha causa. Mas como o assunto em si é árduo, ou assim me parece, peço-vos que a discussão seja adiada para amanhã, se, apesar do meu esforço, não puder encontrar uma resposta hoje.
Julguei que devíamos atender o seu pedido, e como os demais não se opusessem, levantamo-nos e fomos passear. Conversamos sobre vários assuntos, enquanto Licêncio permanecia absorto em reflexão. Afinal, vendo que era inútil, preferiu relaxar o espírito e juntar-se à nossa conversa. Depois, já ao cair da tarde, os dois voltaram à mesma discussão. Mas eu os refreei e convenci-os a deixa-la para outro dia. E fomos aos banhos.
(Postagem: Paulo Praxedes – Equipe do Blog Dominus Vobiscum – Referências: Veritatis – Suma Teológica – Ordem de Santo Agostinho – Patrística vol.24)
Veja Também:: Vida de São Agostinho | Livro I – Prólogo | Livro I – Gênese | Livro I – Primeira Discussão | Livro I – Procura da Verdade e Perfeição do Homem
Até o próximo post! E divulguem/compartilhem este estudo com seus amigos para que juntos possamos aprender com os doutores da nossa Igreja que é Una, Santa, Católica, Apostólica e Romana!
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