Entre vós está o novo Papa ao qual prometo minha incondicional reverência e obediência!

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Após ouvir a saudação do Decano do Colégio Cardinalício, Bento XVI tomou a palavra para se despedir dos Cardeais. Assim como o Card. Sodano, o Papa também citou a experiência dos discèipulos de Emaús, afirmando que também para ele foi uma alegria caminhar em companhia dos cardeais nesses anos na luz da presença do Senhor ressuscitado.

Como disse ontem diante de milhares de fiéis que lotavam a Praça S. Pedro, a solidariedade e o conselho do Colégio foram de grande ajuda no seu ministério:

“Nesses oito anos, vivemos com fé momentos belíssimos de luz radiosa no caminho da Igreja, junto a momentos em que algumas nuvens se adensaram no céu. Buscamos servir Cristo e a sua Igreja com amor profundo e total. Doamos a esperança que nos vem de Cristo e que é a única capaz de iluminar o caminho. Juntos, podemos agradecer ao Senhor que nos fez crescer na comunhão. Juntos, podemos pedir para que nos ajude a crescer ainda nessa unidade profunda, de modo que o Colégio dos Cardeais seja como uma orquestra, onde as diversidades, expressão da Igreja universal, concorrem à superior e concorde harmonia.”

Aos Cardeais, o Papa expressou “um pensamento simples” sobre a Igreja e sobre o seu mistério, que constitui para todos nós a razão e a paixão da vida, escrita por Romano Guardini. Ou seja, de que a Igreja não é uma instituição excogitada, mas uma realidade viva. Ela vive do decorrer do tempo, transformando-se, mas em sua natureza permanece sempre a mesma. O seu coração é Cristo.

“Parece que esta foi a nossa experiência ontem na Praça. Ver que a Igreja é um corpo vivo, animado pelo Espírito Santo, e vive realmente da força de Deus. Ela está no mundo, apesar de não ser do mundo. É de Deus, de Cristo, do Espírito Santo e nós o vimos ontem. Por isso é verdadeira e eloquente a outra famosa expressão de Guardini: A Igreja se desperta no ânimo das pessoas. A Igreja vive, cresce e se desperta nos ânimos que, como a Virgem Maria, acolhem a palavra de Deus e a concebem por obra do Espírito Santo. Oferecem a Deus a própria carne e o próprio trabalho em sua pobreza e humildade, se tornando capazes de gerar Cristo hoje no mundo. Através da Igreja, disse o Papa, o mistério da encarnação permanece presente sempre.”

E fez um apelo aos Cardeais:

“Permaneçamos unidos, queridos irmãos, neste mistério, na oração, especialmente na Eucaristia cotidiana, e assim serviremos a Igreja e toda a humanidade. Esta é a nossa alegria que ninguém pode nos tirar. Antes de saudá-los pessoalmente, desejo dizer que continuarei próximo com a oração, especialmente nos próximos dias, para que sejais plenamente dóceis à ação do Espírito Santo na eleição do novo Papa. Que o Senhor vos mostre quem Ele quer. E entre vós, entre o Colégio dos cardeais, está também o futuro Papa, ao qual já hoje prometo a minha incondicionada reverência e obediência.”

Fonte: Radio Vaticano

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Cardeais despedem-se de Bento XVI

Papa e os cardeais

O Decano do Colégio Cardenalício, Cardeal Angelo Sodano, pronunciou nesta manhã as palavras de despedida ao Papa Bento XVI, assegurando-lhe o carinho dos cardeais e que, a semelhança dos discípulos de Emaús com Jesus, “também ardia nosso coração quando caminhávamos contigo nestes últimos anos”.

Em seu discurso breve na Sala Clementina do Palácio Apostólico, o Cardeal Sodano assegurou que os Cardeais “em coro lhe repetimos uma expressão típica de sua querida terra natal: ‘Vergelt’s Gott’, que Deus lhe pague!”

“Com grande emoção, os Padres Cardeais presentes em Roma se reúnem hoje em torno a Ti, para manifestar-te mais uma vez seu profundo carinho e para expressar-te sua viva gratidão por Teu testemunho de abnegado serviço apostólico, pelo bem da Igreja de Cristo e da humanidade inteira.”

O Cardeal Sodano recordou que no sábado passado, ao concluir os Exercícios Espirituais para a Cúria Vaticano, o Papa Bento XVI agradeceu a seus colaboradores “com estas comovedoras palavras: Queridos amigos eu gostaria de agradecer a todos, e não só por esta semana, mas também por estes oito anos, em que levastes comigo, com grande competência, afeto, amor e fé, o peso do ministério petrino”.

“Amado e venerado Sucessor de Pedro, somos nós quem devemos agradecer-te pelo exemplo que nos destes nestes oito anos de Pontificado.”

O Decano do Colégio de Cardeais indicou que “em 19 de abril de 2005, Tu te inserias na longa cadeia de Sucessores do Apóstolo Pedro e hoje, 28 de fevereiro de 2013, Tu te dispões a nos deixar, em espera que o leme da barca de Pedro passe a outras mãos”.

“Assim se continuará aquela sucessão apostólica, que o Senhor prometeu a sua Santa Igreja, até quando sobre a terra se ouvirá a voz do Anjo do Apocalipse que proclamará: ‘Tempus non erit amplius … consummabitur mysterium Dei’ , ‘Acabou-se o tempo da espera!.. Cumprir-se-á o mistério de Deus!’. Terminará assim a história da Igreja, junto à história do mundo, com o advento de céus novos e terra nova”, disse.

Fonte: ACI Digital

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Palavras de Bento XVI em sua última Audiência Geral

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Audiência Geral da Quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
Praça São Pedro

Venerados irmãos no Episcopado e no Sacerdócio!
Ilustres Autoridades!
Queridos irmãos e irmãs!

Agradeço-vos por terem vindo em tão grande número para esta minha última Audiência geral.

Obrigado de coração! Estou realmente tocado! E vejo a Igreja viva! E penso que devemos também dizer um obrigado ao Criador pelo tempo belo que nos doa agora ainda no inverno.

Como o apóstolo Paulo no texto bíblico que ouvimos, também eu sinto no meu coração o dever de agradecer sobretudo a Deus, que guia e faz crescer a Igreja, que semeia a sua Palavra e assim alimenta a fé no seu Povo. Neste momento a minha alma se expande para abraçar toda a Igreja espalhada no mundo; e dou graças a Deus pelas “notícias” que nestes anos do ministério petrino pude receber sobre a fé no Senhor Jesus Cristo, e da caridade que circula realmente no Corpo da Igreja e o faz viver no amor, e da esperança que nos abre e nos orienta para a vida em plenitude, rumo à pátria do Céu.

Sinto levar todos na oração, um presente que é aquele de Deus, onde acolho em cada encontro, cada viagem, cada visita pastoral. Tudo e todos acolho na oração para confiá-los ao Senhor: para que tenhamos plena consciência da sua vontade, com toda sabedoria e inteligência espiritual, e para que possamos agir de maneira digna a Ele, ao seu amor, levando frutos em cada boa obra (cfr Col 1,9-10).

Neste momento, há em mim uma grande confiança, porque sei, todos nós sabemos, que a Palavra de verdade do Evangelho é a força da Igreja, é a sua vida. O Evangelho purifica e renova, traz frutos, onde quer que a comunidade de crentes o escuta e acolhe a graça de Deus na verdade e vive na caridade. Esta é a minha confiança, esta é a minha alegria.

Quando, em 19 de abril há quase oito anos, aceitei assumir o ministério petrino, tive a firme certeza que sempre me acompanhou: esta certeza da vida da Igreja, da Palavra de Deus. Naquele momento, como já expressei muitas vezes, as palavras que ressoaram no meu coração foram: Senhor, porque me pedes isto e o que me pede? É um peso grande este que me coloca sobre as costas, mas se Tu lo me pedes, sobre tua palavra lançarei as redes, seguro de que Tu me guiarás, mesmo com todas as minhas fraquezas. E oito anos depois posso dizer que o Senhor me guiou, esteve próximo a mim, pude perceber cotidianamente a sua presença. Foi uma parte do caminho da Igreja que teve momentos de alegria e de luz, mas também momentos não fáceis; senti-me como São Pedro com os Apóstolos na barca no mar da Galileia: o Senhor nos doou tantos dias de sol e de leve brisa, dias no qual a pesca foi abundante; houve momentos também nos quais as águas eram agitadas e o vento contrário, como em toda a história da Igreja, e o Senhor parecia dormir. Mas sempre soube que naquela barca está o Senhor e sempre soube que a barca da Igreja não é minha, não é nossa, mas é Sua. E o Senhor não a deixa afundar; é Ele que a conduz, certamente também através dos homens que escolheu, porque assim quis. Esta foi e é uma certeza, que nada pode ofuscá-la.  E é por isto que hoje o meu coração está cheio de agradecimento a Deus porque não fez nunca faltar a toda a Igreja e também a mim o seu consolo, a sua luz, o seu amor.

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Estamos no Ano da Fé, que desejei para reforçar propriamente a nossa fé em Deus em um contexto que parece colocá-Lo sempre mais em segundo plano. Gostaria de convidar todos a renovar a firme confiança no Senhor, a confiar-nos como crianças nos braços de Deus, certo de que aqueles braços nos sustentam sempre e são aquilo que nos permite caminhar a cada dia, mesmo no cansaço. Gostaria que cada um se sentisse amado por aquele Deus que doou o seu Filho por nós e que nos mostrou o seu amor sem limites. Gostaria que cada um sentisse a alegria de ser cristão. Em uma bela oração para recitar-se cotidianamente de manhã se diz: “Adoro-te, meu Deus, e te amo com todo o coração. Agradeço-te por ter me criado, feito cristão…”. Sim, somos contentes pelo dom da fé; é o bem mais precioso, que ninguém pode nos tirar! Agradeçamos ao Senhor por isto todos os dias, com a oração e com uma vida cristã coerente. Deus nos ama, mas espera que nós também o amemos!

Mas não é somente a Deus que quero agradecer neste momento. Um Papa não está sozinho na guia da barca de Pedro, mesmo que seja a sua primeira responsabilidade. Eu nunca me senti sozinho no levar a alegria e o peso do ministério petrino; o Senhor colocou tantas pessoas que, com generosidade e amor a Deus e à Igreja, ajudaram-me e foram próximas a mim. Antes de tudo vós, queridos Cardeais: a vossa sabedoria, os vossos conselhos, a vossa amizade foram preciosos para mim; os meus Colaboradores, a começar pelo meu Secretário de Estado que me acompanhou com fidelidade nestes anos; a Secretaria de Estado e toda a Cúria Romana, como também todos aqueles que, nos vários setores, prestaram o seu serviço à Santa Sé: são muitas faces que não aparecem, permanecem na sombra, mas propriamente no silêncio, na dedicação cotidiana, com espírito de fé e humildade foram para mim um apoio seguro e confiável. Um pensamento especial à Igreja de Roma, a minha Diocese! Não posso esquecer os Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio, as pessoas consagradas e todo o Povo de Deus: nas visitas pastorais, nos encontros, nas audiências, nas viagens, sempre percebi grande atenção e profundo afeto; mas também eu quis bem a todos e a cada um, sem distinções, com aquela caridade pastoral que é o coração de cada Pastor, sobretudo do Bispo de Roma, do Sucessor do Apóstolo Pedro. Em cada dia levei cada um de vós na oração, com o coração de pai.

Gostaria que a minha saudação e o meu agradecimento alcançasse todos: o coração de um Papa se expande ao mundo inteiro. E gostaria de expressar a minha gratidão ao Corpo diplomático junto à Santa Sé, que torna presente a grande família das Nações. Aqui penso também em todos aqueles que trabalham para uma boa comunicação, a quem agradeço pelo seu importante serviço.

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Neste ponto gostaria de agradecer verdadeiramente de coração todas as numerosas pessoas em todo o mundo, que nas últimas semanas me enviaram sinais comoventes de atenção, de amizade e de oração. Sim, o Papa não está nunca sozinho, agora experimento isso mais uma vez de um modo tão grande que toca o coração. O Papa pertence a todos e tantas pessoas se sentem muito próximas a ele. É verdade que recebo cartas dos grandes do mundo – dos Chefes de Estado, dos Líderes religiosos, de representantes do mundo da cultura, etc. Mas recebo muitas cartas de pessoas simples que me escrevem simplesmente do seu coração e me fazem sentir o seu afeto, que nasce do estar junto com Cristo Jesus, na Igreja. Estas pessoas não me escrevem como se escreve, por exemplo, a um príncipe ou a um grande que não se conhece. Escrevem-me como irmãos e irmãs ou como filhos e filhas, com o sentido de uma ligação familiar muito afetuosa. Aqui pode se tocar com a mão o que é a Igreja – não uma organização, uma associação para fins religiosos ou humanitários, mas um corpo vivo, uma comunhão de irmãos e irmãs no Corpo de Jesus Cristo, que une todos nós. Experimentar a Igreja deste modo e poder quase tocar com as mãos a força da sua verdade e do seu amor é motivo de alegria, em um tempo no qual tantos falam do seu declínio. Mas vejamos como a Igreja é viva hoje!

Nestes últimos meses, senti que as minhas forças estavam diminuindo e pedi a Deus com insistência, na oração, para iluminar-me com a sua luz para fazer-me tomar a decisão mais justa não para o meu bem, mas para o bem da Igreja. Dei este passo na plena consciência da sua gravidade e também inovação, mas com profunda serenidade na alma. Amar a Igreja significa também ter coragem de fazer escolhas difíceis, sofrer, tendo sempre em vista o bem da Igreja e não de si próprio.

Aqui, permitam-me voltar mais uma vez a 19 de abril de 2005. A gravidade da decisão foi propriamente no fato de que daquele momento em diante eu estava empenhado sempre e para sempre no Senhor. Sempre – quem assume o ministério petrino já não tem mais privacidade alguma. Pertence sempre e totalmente a todos, a toda a Igreja. Sua vida vem, por assim dizer, totalmente privada da dimensão privada. Pude experimentar, e o experimento precisamente agora, que se recebe a própria vida quando a doa. Antes disse que muitas pessoas que amam o Senhor amam também o Sucessor de São Pedro e estão afeiçoadas a ele; que o Papa tem verdadeiramente irmãos e irmãs, filhos e filhas em todo o mundo, e que se sente seguro no abraço da vossa comunhão; porque não pertence mais a si mesmo, pertence a todos e todos pertencem a ele.

O “sempre” é também um “para sempre” – não há mais um retornar ao privado. A minha decisão de renunciar ao exercício ativo do ministério não revoga isto. Não retorno à vida privada, a uma vida de viagens, encontros, recepções, conferências, etc. Não abandono a cruz, mas estou de modo novo junto ao Senhor Crucificado. Não carrego mais o poder do ofício para o governo da Igreja, mas no serviço da oração estou, por assim dizer, no recinto de São Pedro. São Benedito, cujo nome levo como Papa, será pra mim de grande exemplo nisto. Ele nos mostrou o caminho para uma vida que, ativa ou passiva, pertence totalmente à obra de Deus.

Agradeço a todos e a cada um também pelo respeito e pela compreensão com o qual me acolheram nesta decisão tão importante. Continuarei a acompanhar o caminho da Igreja com a oração e a reflexão, com aquela dedicação ao Senhor e à sua Esposa que busquei viver até agora a cada dia e que quero viver sempre. Peço-vos para lembrarem-se de mim diante de Deus e, sobretudo, para rezar pelo Cardeais, chamados a uma tarefa tão importante, e pelo novo Sucessor do Apóstolo Pedro: o Senhor o acompanhe com a sua luz e a força do seu Espírito.

Invoquemos a materna intercessão da Virgem Maria Mãe de Deus e da Igreja para que acompanhe cada um de nós e toda a comunidade eclesial; a ela nos confiemos, com profunda confiança.

Queridos amigos! Deus guia a sua Igreja, a apoia mesmo e sobretudo nos momentos difíceis. Não percamos nunca esta visão de fé, que é a única verdadeira visão do caminho da Igreja e do mundo. No nosso coração, no coração de cada um de vós, haja sempre a alegre certeza de que o Senhor está ao nosso lado, não nos abandona, está próximo a nós e nos acolhe com o seu amor. Obrigado!

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Estudo sobre a Igreja Católica Apostólica Romana:: O Antigo Testamento e a Igreja Católica

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No Post de ontem, falávamos sobre o sonho de Deus para a humanidade chamado Igreja Católica Apostólica Romana. De fato o Pai quis esta Igreja, preparou e planejou para que este sonho acontecesse no devido tempo. É que as coisas de Deus não acontecem de sopetão. Não é como aquela coisa que agente faz quando dá na telha. Deus é perfeito e faz as coisas de forma perfeita.

O Pai começou a preparar a Igreja no exato instante que o pecado destruiu a humanidade, ou seja, no pecado do primeiro homem. Este foi o primeiro pensamento de Deus logo após a queda do homem: Reconvocar a humanidade em torno do Corpo Místico do Seu Filho Jesus que é a Igreja. O Senhor foi preparando o povo para a vinda do Jesus Cristo e posteriormente para que este povo fosse convocado para estar em torno Dele e da Igreja que Ele instituiu (veremos isso nos próximos posts).

“A preparação longínqua da reunião do Povo de Deus começa com a vocação de Abraão, a quem Deus promete que será  o pai de um grande povo. A preparação imediata tem seus inícios com a eleição de Israel como povo de Deus. Por sua eleição, Israel deve ser o sinal do congraçamento futuro de todas as nações. Mas já os profetas acusam Israel de ter rompido a aliança e de ter se comportado como uma prostituta. Anunciam uma nova e eterna Aliança. “Esta Aliança Nova, Cristo a instituiu.” (CIC§ 762)

Perceba que resumidamente o Catecismo da Igreja Católica traz para nós um resumo daquilo que eu disse anteriormente; através de um processo histórico que levou centenas de anos, Deus foi revelando a sua vontade que é convocar seus filhos para voltar à sua casa, a Igreja. Veja que Deus usou do tempo que chamamos de Antigo Testamento (é um intervalo de tempo enorme certo?) apenas para este preparo daquilo que seria o definitivo.

Se pensamos assim, não é difícil chegar a conclusão de que Deus não quer vários povos espalhados em igrejinhas, mas deseja reunir seus filhos amados na Sua Igreja.Deus certamente não ia levar todo este tempo preparando a sua Igreja para do nada aparecerem homens para desfazer aquilo que Deus sonhou.

No próximo post vamos conversar com você sobre a instituição da Igreja. Será uma conversa bem interessante. Espero você ok!?

pax Domini!

Veja Também:: Estudo sobre a Igreja Católica Apostólica Romana:: Introdução | Estudo sobre a Igreja Católica Apostólica Romana:: O que é a Igreja? | Estudo sobre a Igreja Católica Apostólica Romana:: Os símbolos da Igreja | Estudo sobre a Igreja Católica Apostólica Romana:: Nascida do coração do Pai | Estudo sobre a Igreja Católica Apostólica Romana:: O sonho de Deus para nós!

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A útlima audiência do Papa Bento XVI emociona os fiéis

Papa Bento XVI

Foi histórica a audiência geral na manhã desta quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013. Papa Bento XVI, que no último dia 11 surpreendeu o mundo anunciando sua renúncia ao ministério petrino, despediu-se hoje dos fiéis católicos na Praça São Pedro. A Cidade do Vaticano e seus arredores se coloriram com dezenas de milhares de pessoas providas de bandeiras, bancos dobráveis, garrafinhas de água e máquinas fotográficas para imortalizar o evento.

Muitas famílias levaram suas crianças, e visto que as Universidades Pontifícias cancelaram as aulas para permitir que os alunos participassem da audiência, a Praça estava também repleta de jovens, muitos religiosos e religiosas estudantes na cidade.

Bento XVI chegou a bordo do papamóvel, saudando os fiéis de todos os setores do perímetro da Praça São Pedro. O automóvel parou por alguns instantes para pegar nos braços uma criança e beijá-la na cabeça.

Do palco montado para a ocasião, recebeu um caloroso aplauso de todos os presentes e proferiu a catequese, a última de seu pontificado. Agradecendo principalmente a Deus, que guia e faz crescer a Igreja, o Pontífice quis “abraçar” a Igreja de todo o mundo, assegurando que tem consigo todos nós em suas orações. “Estou realmente comovido e vejo a Igreja viva!” – prosseguiu. Em seguida, disse sentir-se muito confiante de que o Evangelho purifique e renove, levando frutos aonde quer que a comunidade o escute e receba a graça de Deus, vivendo na caridade.

Relembrando o dia 19 de abril de quase 8 anos atrás e o tempo passado até hoje, o Pontífice disse que o Senhor sempre lhe esteve próximo e ele pode sentir cotidianamente sua presença:

“Foi um trecho do caminho da Igreja que teve instantes de alegria e de luz, mas também momentos difíceis; tempos de sol e brisas leves, em que a pesca foi abundante, e momentos em que as águas estiveram agitadas e o vento contrário. Mas eu sempre soube que naquele barco estava o Senhor e que o barco não era meu, nem de vocês, mas Dele, que não o deixa naufragar. É Ele que o conduz, certamente através também dos homens que escolhe, porque os quer. Esta foi e é uma certeza que nada pode ofuscar. E é por isso que hoje meu coração está pleno de graças a Deus, porque nunca fez faltar à Igreja e a mim o seu consolo, sua luz e seu amor”.

O Pontífice destacou também que “um Papa nunca está sozinho no timão do barco de Pedro, embora esta seja a sua primeira responsabilidade”:

“Nunca me senti sozinho, com a alegria e o peso do ministério petrino. O Senhor colocou a meu lado muitas pessoas que com generosidade e amor a Deus e à Igreja, me ajudaram, estando perto de mim”.

BenedettoBento XVI citou os cardeais, os colaboradores e todos os funcionários da Santa Sé; os irmãos bispos e a Igreja de Roma, da qual é bispo; e naturalmente todo o povo de Deus:

“Nas visitas pastorais, nos encontros, nas audiências, nas viagens, sempre senti muito carinho; mas eu também quis bem a todos, sem distinção. Sempre levei vocês, todos os dias, na oração, com o coração de pai”

Estendeu também seu agradecimento aos diplomatas que representam na Santa Sé “a grande família das Nações”, e aos jornalistas “que trabalham por uma boa comunicação e que desempenham um serviço importante”. Na sequência dos agradecimentos, Bento XVI citou especialmente as pessoas que de todo o mundo lhe enviaram mensagens de amizade e orações, nas últimas semanas:

“O Papa pertence a todos e muita gente se sente próximo a ele. Recebo cartas de Chefes de Estado, de líderes religiosos, mas também de pessoas simples, que querem enviar-me o seu afeto, que me escrevem como se escrevessem a um irmão, irmã, filho ou filha, com quem mantêm uma relação ‘familiar’ muito carinhosa. Viver a Igreja assim é razão de alegria nestes tempos em que tanto se fala de declínio”.

Em seguida, ele explicou aos fiéis que nos últimos meses, à medida que sentiu que suas forças estavam diminuindo, pediu a Deus, insistindo com as orações, que o iluminasse para tomar a decisão mais justa para o bem da Igreja:

“Fiz este passo na plena consciência de sua gravidade e da novidade, mas profundamente tranquilo no espírito. Amar a Igreja significa também ter a coragem de tomar decisões difíceis, tendo sempre em vista o bem da Igreja e não de si próprio”.

Lembrando novamente o que sentiu no dia de sua eleição, em 2005, o Papa disse:

“Quem assume o ministério petrino perde a sua privacidade; passa a pertencer sempre e totalmente a todos, a toda a Igreja. A dimensão privada é excluída de sua vida. Eu pude perceber, e percebo especialmente agora, que ao doar a própria vida, nós a recebemos”. Minha decisão não implica no retorno à vida privada. Não terei mais viagens, audiências, conferências, etc; mas não abandonarei a Cruz, continuarei junto ao Senhor Crucificado, de um modo novo. No ofício da oração, permanecerei no ‘espaço’ de São Pedro. São Bento, cujo nome adotei como Papa, será um grande exemplo para mim. Ele mostrou o caminho para uma vida que, ativa ou passiva, pertence totalmente à obra de Deus”.

Após quase uma hora de sua chegada na Praça, o Papa se despediu de todos sob os aplausos da multidão, assegurando que acompanhará o caminho da Igreja com orações e reflexões e pediu que rezemos pelos Cardeais, chamados a um dever tão importante, e pelo novo Sucessor do Apóstolo Pedro. Bento XVI fez resumos de sua catequese em francês, inglês, espanhol, alemão, árabe, polonês, croata, tcheco, romeno, eslovaco e português.

Fonte: Rádio Vaticano

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Até os agnósticos lamentam o fim do papado de Bento XVI

"Os não crentes", assinala Vargas Llosa, "faríamos mal em festejar como uma vitória do progresso e da liberdade o fracasso de Joseph Ratzinger no trono de São Pedro. Ele não só representava a tradição conservadora da Igreja, mas também, sua melhor herança

“Os não crentes”, assinala Vargas Llosa, “faríamos mal em festejar como uma vitória do progresso e da liberdade o fracasso de Joseph Ratzinger no trono de São Pedro. Ele não só representava a tradição conservadora da Igreja, mas também, sua melhor herança.

Mario Vargas Llosa, o prêmio Nobel de Literatura que se declara agnóstico e ferozmente oposto aos ensinamentos morais da Igreja, escreveu uma coluna para o mundo de fala espanhola na qual elogia o nível espiritual e intelectual de Bento XVI, e assinala que sua partida é uma perda para o mundo da cultura e do espírito.

“Não sei por que a renúncia de Bento XVI surpreendeu tanto; embora tenha sido excepcional, não era imprevisível. Bastava vê-lo, frágil e como extraviado em meio dessas multidões nas que sua função o obrigava a inundar-se, fazendo esforços sobre-humanos para parecer o protagonista desses espetáculos obviamente írritos a seu temperamento e vocação.”

O literato peruano assinala que o Papa Bento “refletia com profundidade e originalidade, apoiado em uma enorme informação teológica, filosófica, histórica e literária, adquirida na dezena de línguas clássicas e modernas que dominava”.

“Embora concebidos sempre dentro da ortodoxia cristã, mas com um critério muito amplo, seus livros e encíclicas transbordavam frequentemente o estritamente dogmático e continham novas e audazes reflexões sobre os problemas morais, culturais e existenciais de nosso tempo que leitores não crentes podiam ler com proveito e frequentemente –me ocorreu– turbação.”

O prêmio Nobel de literatura assinala logo que Bento XVI esteve à frente da Igreja em “um dos períodos mais difíceis que enfrentou o cristianismo em seus mais de dois mil anos de história. A secularização da sociedade avança a grande velocidade, sobretudo no Ocidente, cidadela da Igreja até faz relativamente poucos decênios”.

“Ninguém pode negar que Bento XVI tentou responder a estes descomunais desafios com valentia e decisão, embora sem êxito. Em todas suas tentativas fracassou, porque a cultura e a inteligência não são suficientes para orientar-se no labirinto da política terrestre e enfrentar o maquiavelismo dos interesses criados e os poderes factuais no seio da Igreja… foi o primeiro Papa em pedir perdão pelos abusos sexuais em colégios e seminários católicos, em reunir-se com associações de vítimas e em convocar a primeira conferência eclesial dedicada a receber o testemunho dos próprios vexados e de estabelecer normas e regulamentos que evitassem a repetição no futuro de semelhantes iniquidades”.

Segundo o escritor peruano, o Papa Bento passou de ser um teólogo “progressista” durante o Concílio Vaticano II a ser “um audaz adversário da Teologia da Libertação e de toda forma de concessão em temas como a ordenação de mulheres, o aborto, o matrimônio homossexual e, inclusive, o uso de preservativos”.

“Os não crentes”, assinala Vargas Llosa, “faríamos mal em festejar como uma vitória do progresso e da liberdade o fracasso de Joseph Ratzinger no trono de São Pedro. Ele não só representava a tradição conservadora da Igreja, mas também, sua melhor herança: a da alta e revolucionária cultura clássica e renascentista que, não o esqueçamos, a Igreja preservou e difundiu através de seus conventos, bibliotecas e seminários”.

A solidão de Bento XVI e “a sensação de impotência que parece havê-lo rodeado nestes últimos anos”, conclui o prêmio Nobel “é sem dúvida fator primordial de sua renúncia, e um inquietante olhar do difícil que está nossa época com tudo o que representa a vida espiritual, a preocupação pelos valores éticos e a vocação pela cultura e as ideias”.

Fonte: ACI Digital

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Estudo sobre a Igreja Católica Apostólica Romana:: O sonho de Deus para nós!

Igreja Católica

“O mundo foi criado em vista da Igreja”, diziam os cristãos dos primeiros tempos. Deus criou o mundo em vista da comunhão com sua vida divina, comunhão esta que se realiza pela “convocação” dos homens em Cristo, e esta “convocação” é a Igreja. A Igreja é a finalidade de todas as coisas, e as próprias vicissitudes dolorosas, como a queda dos anjos e o pecado do homem, só foram permitidas por Deus como ocasião e meio para desdobrar toda a força de seu braço, toda a medida de amor que Ele queria dar ao mundo…” (CIC§760)

Continuando nosso estudo a respeito da Igreja de Cristo, é importante perceber e pensar que ela foi criada a partir de um desígnio divino, ou seja, Deus pensou  e quis a Igreja. No texto acima, vemos que a coisa ainda é um pouco mais densa, mais profunda: “O mundo foi criado em vista da Igreja”. Está certo que esta frase fora dita pelos primeiros cristãos, mas engana-se quem pensa que ela não é atual ou é muito presunçosa. Ao contrário disso, a frase dita pelos nossos primeiros irmãos da fé é uma frase repleta de verdade e humildade: Lembre-se que a humildade é a verdade. Ainda que seja uma verdade que possa nos engrandecer diante dos outros, se é verdade, precisamos assumir.

Se alguém elogia um bom cantor ou um bom pregador e aquele elogio se traduz em uma verdade, ou seja, se realmente o cantor ou o pregador sabe da sua qualidade, é um ato humildade reconhecer aquela verdade e seguir a vida. É esnobe alguém que realmente tem um talento ficar se diminuindo diante de um elogio.

Mas voltando a Igreja, perceba que a afirmação dos primeiros cristãos diz da importância de fazermos parte da verdadeira e única Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. Sendo a Igreja o Corpo Místico do Senhor, é mais do que normal que aqueles foram remidos pelo seu Corpo e Sangue reunam-se em torno Dele.

E se pensarmos que a redenção de Cristo na Cruz já fazia parte do plano de amor de Deus para nós, consequentemente podemos afirmar que a consequência desta ação chamada Igreja também fazia parte deste pensamento a nosso respeito.

A Igreja Católica Apostólica Romana não é um improviso de Deus, mas o desejo Dele para nós. O Pai não pensou na Igreja durante o desenrolar dos acontecimentos. Ele pensou antes, planejou antes e prefigurou antes.

Por isso o desejo dos inimigos de Deus em acabar com a Igreja. Digo sem medo: Destruir a Igreja Católica Apostólica Romana é destruir parte do sonho de Deus para seus filhos amados. Por isso o desejo de tantos em acabar com a nossa Igreja, ou tentar diminuí-la, comparando-a com estas outras igrejas que existem por ai. Hoje muitos desejam acabar ou minar o sonho de Deus chamado Igreja Católica Apostólica Romana, mas felizmente jamais conseguirão.

Como dizia Clemente de Alexandria:

Assim como a vontade de Deus é um ato e se chama mundo, assim também sua intenção é a salvação dos homens e se chama Igreja.

Igreja Católica apostólica Romana é o sonho de Deus para a humanidade. O resto é sonho humano, e se brincar é pesadelo… dos mais feios!

No próximo post continuamos!
Dominus Vobiscum

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Vida de Santo Agostinho de Hipona :: Contra os Acadêmicos – Livro II [Segundo Prólogo a Romaniano P.III]

Santo Agostinho de Hipona (4)Pax et Bonum! Amigos, que a Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos vocês!

Dando continuidade aos estudos do livro “Contra os Acadêmicos“, iremos hoje ler a segunda parte do Prólogo a Romaniano do livro II. Nesta leitura, São Agostinho, exorta a filosofia – inclusive é o tema deste parte – mas nos inclui uma nova definição/terminologia. Filocalia. Uma definição para este termo é o amor ao bem. Então deixo aqui, uma oração curta que nos imerge ao amor de Deus, por Jesus Cristo: Domine Iesu Christe, Fili Dei, miserere mei, peccatoris ( Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tende piedade de mim, pecador ). Boa leitura!!!

Exortação à Filosofia

7 – Isso é o que vulgarmente se chama filocalia. Não desprezes o termo por causa do seu uso comum. Pois filocalia e filosofia são quase sinônimos e querem parecer termos da mesma família e de fato o são. Pois, o que é filosofia? O amor da sabedoria. Que é filocalia? O amor à beleza. Pergunta aos gregos. E o que é a sabedoria? Por acaso não é a verdadeira beleza? Portanto a filosofia e a filocalia são irmãs, filhas do mesmo pai. Mas a filocalia, arrancada do seu céu pelo engodo da volúpia e presa na gaiola do vulgar, conservou, todavia a semelhança do nome para advertir o passarinheiro a não desprezá-la. Sua irmã, que voa livremente, muitas vezes a reconhece, ainda que sem asas, suja e miserável, mas raramente a liberta, pois a filocalia não conhece sua origem, a filosofia sim. Licêncio poderá contar-te toda esta fábula – pois de repente virei Esopo – mais agradavelmente num poema. Ele é um poeta quase perfeito. Portanto, se teu adversário, amante da falsa beleza, pudesse com olhos curados e puros pudesse contemplar um pouco a verdadeira beleza, com que prazer se lançaria no seio da filosofia! E ao te encontrar ali, não te abraçaria como a um verdadeiro irmão? Admiras-te e talvez rias. O que aconteceria se eu ouvir a voz da filosofia, uma vez que ainda não podes ver-lhe a face? Certamente te admirarias, mas não haverias de rir e não te desesperarias. Acredita-me, não se deve desesperar de ninguém, menos ainda de homens como esse. Há muitos exemplos. Este gênero de pássaros some facilmente, mas também facilmente volta, para grande surpresa de muitos que permanecem presos.

8 – Mas voltemos a nós mesmos, Romaniano, para filosofar. Devo agradecer-te. Teu filho já começa a filosofar. Procuro refreá-lo para que antes se torne mais robusto e mais forte, aplicando-se às disciplinas necessárias, das quais, se bem te conheço, não deve temer ser alheio. Só te desejo um vento de liberdade. Pois o que direi das tuas disposições naturais? Oxalá não fossem tão raras entre os homens quanto são certas em ti! Restam dois vícios e escolhos que impedem encontrar a verdade, mas que não me preocupam em relação a ti. Todavia, receio que te menosprezes ou desesperes de encontrar a verdade ou que imagines tê-la encontrado. O primeiro escolho, se existe, talvez esta discussão te livrará dele. Pois muitas vezes te indignaste contra os Acadêmicos, e isso com tanto mais veemência quanto eras menos instruído nesse assunto, porém com tanto mais espontaneidade quanto mais eras inflamando de amor à verdade. Assim, com o teu apoio, discutirei com Alípio e facilmente te persuadirei do que pretendo, pelo menos com probabilidades, pois só descobrirás a verdade se te entregares totalmente à filosofia. Quanto ao segundo obstáculo, isto é, o de presumires talvez ter encontrado algo, ainda que já te separaste de nós procurando e duvidando, se voltou ao teu espírito alguma superstição, certamente será expulsa, quando eu te enviar alguma discussão nossa sobre a religião ou quando conversar contigo de viva voz sobre muitas coisas.

9 – Atualmente não faço outra coisa que purificar-me de opiniões vãs e perniciosas. Por isso não duvido de que o meu estado atual seja melhor que o teu. Só há um ponto em que invejo a tua sorte: é que só tu desfrutas da presença do meu Luciliano. Ou tens inveja de mim porque eu disse “meu”? Mas ao fazê-lo, o que é que eu disse senão que é teu e de todos nós que somos um. E o que deverei pedir-te para mitigar a minha saudade. Será que o mereço? Sabes, porque é teu dever.

Mas agora digo a ambos: evitai imaginar que sabeis alguma coisa a menos que saibais do mesmo modo como sabeis que a soma de um, dois, três e quatro é dez. Mas guardai-vos também de julgar que não podeis encontrar a verdade na filosofia ou que a verdade não pode ser conhecida desse modo. Acreditai-me, ou melhor, acreditai naquele que disse: Procurai e achareis. Não se deve desesperar de conhecer a verdade nem de chegar a um conhecimento mais evidente que o dos números. Mas voltemos à nossa questão. Já começou a temer um pouco tardiamente que esta introdução está excedendo a medida, o que não é um defeito leve, pois a medida é sem dúvida divina. Mas ela nos passa despercebida quando conduz suavemente. Serei mais cauteloso, quando for sábio.

(Postagem: Paulo Praxedes – Equipe do Blog Dominus Vobiscum – Referências: Veritatis  Suma Teológica  Ordem de Santo Agostinho  Patrística vol.24)

Veja Também:: Vida de São Agostinho | Livro I | Livro II – Segundo Prólogo a Romaniano P. I | Livro II – Segundo Prólogo a Romaniano P.II

Até o próximo post! E divulguem/compartilhem este estudo com seus amigos para que juntos possamos aprender com os doutores da nossa Igreja que é Una, Santa, Católica, Apostólica e Romana!

Série Espiritualidade: “Regra de São Bento”

stbenedictCapítulo 14 – Como serão celebradas as Vigílias nos natalícios dos Santos

1. Nas festas dos Santos e em todas as solenidades, proceda-se do mesmo modo que indicamos para o domingo 2. exceto que, quanto aos salmos, antífonas e lições, sejam ditos os que pertencem à própria festa; mantenha-se, porém, a mesma disposição acima descrita.

Capítulo 15 – Em quais épocas será dito o Aleluia

1. Da Santa Páscoa até Pentecostes, diga-se sem interrupção o “Aleluia” tanto nos salmos como nos responsórios. 2. De Pentecostes até o início da Quaresma, diga-se todas as noites, mas somente com os seis últimos salmos dos noturnos. 3. Em todo domingo, fora da Quaresma, digam-se com “Aleluia” os Cânticos, as Matinas, Prima, Terça, Sexta e Noa; entretanto, as Vésperas sejam ditas com antífona. 4. Quanto aos responsórios, nunca são ditos com “Aleluia”, a não ser de Páscoa até Pentecostes.

Capítulo 16 – Como serão celebrados os ofícios durante o dia

1. Diz o Profeta: “Louvei-vos sete vezes por dia”. 2. Assim, também nós realizaremos esse sagrado número, se, por ocasião das Matinas, Prima, Terça, Sexta, Noa, Vésperas e Completas, cumprirmos os deveres da nossa servidão; 3. porque foi destas Horas do dia que ele disse: “Louvei-vos sete vezes por dia”. 4. Quanto às Vigílias noturnas, diz da mesma forma o mesmo profeta: “Levantava-me no meio da noite para louvar-vos”. 5. Rendamos, portanto, nessas horas, louvores ao nosso Criador “sobre os juízos da sua justiça”, isto é, nas Matinas, Prima, Terça, Sexta, Noa, Vésperas e Completas; e à noite, levantemo-nos para louvá-Lo.

Série Espiritualidade: “Regra de São Bento”

stbenedictCapítulo 12 – Como será realizada a solenidade das matinas

1. Nas Matinas de domingo, 2. diga-se em primeiro lugar o salmo sexagésimo sexto, sem antífona, em tom direto. Diga-se, depois, o quinquagésimo, com “Aleluia”. 3. Em seguida, o centésimo décimo sétimo e o sexagésimo segundo; 4. seguem-se então os “Benedicite”, e os “Laudate”, uma lição do Apocalipse de cor, o responsório, o ambrosiano, o versículo, o cântico do Evangelho, a litania, e está terminado.

Capítulo 13 – Como serão realizadas as matinas em dia comum

1. Nos dias comuns, porém, a solenidade das Matinas seja assim realizada, 2. a saber: recita-se o salmo sexagésimo sexto sem antífona, um tanto lentamente, como no domingo, de modo que todos cheguem para o quinquagésimo, o qual deve ser recitado com antífona. 3. Depois desse, recitem-se outros dois salmos, segundo o costume, isto é, 4. segunda-feira, o quinto e o trigésimo quinto; 5. terça-feira, o quadragésimo segundo e o quinquagésimo sexto; 6. quarta-feira, o sexagésimo terceiro e o sexagésimo quarto; 7. quinta-feira, o octogésimo sétimo e o octogésimo nono; 8. sexta-feira, o septuagésimo quinto e o nonagésimo primeiro; 9. sábado, o centésimo quadragésimo segundo e o cântico do Deuteronômio, que deve ser dividido em dois “Gloria”. 10. Nos outros dias, diga-se um cântico dos Profetas, um para cada dia, como canta a Igreja Romana. 11. A esses seguem-se os “Laudate”, depois uma lição do Apóstolo recitada de memória, o responsório, o ambrosiano, o versículo, o cântico do Evangelho, a litania, e está completo.

12. Não termine, de forma alguma, o ofício da manhã ou da tarde sem que o superior diga, em último lugar, por inteiro e de modo que todos ouçam, a oração dominical, por causa dos espinhos de escândalos que costumam surgir, 13. de maneira que, interpelados os irmãos pela promessa da própria oração que estão rezando: “perdoai-nos assim como nós perdoamos”, se preservem de tais vícios. 14. Nos demais ofícios diga-se a última parte dessa oração, de modo a ser respondido por todos: “Mas livrai-nos do mal”.