Entenda o que está acontecendo com os cristãos no Iraque

nazaratAtualmente estamos vendo pelo facebook diversos amigos e conhecidos usando o símbolo que você ao lado.  Mas o que está acontecendo? Que história é essa? Será uma nova modinha no facebook? Não caríssimos. Esta é uma letra árabe chamada “nun” que equivale ao nosso “N”. Esta letra tem sido colocada na casa dos cristãos do Iraque para marcá-los e identificá-los, pois a letra “N” é a letra inicial da palavra “nazareno”.  Assim as casas que contém este símbolo tem sido saqueadas e muitos cristãos estão morrendo e fugindo da sua terra.

É por isso os cristãos tem usado em seus “facebooks” ou mídias sociais este símbolo, em protesto ao massacre de cristãos no Iraque por radicais islâmicos e adeptos da Jhirad (Guerra Santa). Apesar de ser algo muito distante de nós brasileiros, não há como deixar passar este evento tão lamentável, haja vista que em quatro anos, mais de 140 mil cristãos foram mortos. Não há como ficar inerte a esta guerra cruel e multifacetada, que já destruiu milhares de cidades, famílias, vidas, lares e sonhos. Porém o mais triste disso tudo é nenhum organismo de defesa dos direitos humanos, nem mesmo a toda poderosa ONU tem feito nada concreto para que esta matança termine. Só agora eles olham para a situação com um certo ar de perplexidade, sendo que a mídia religiosa tem alertado para a situação há muito tempo.

Para você ter ideia de como a coisa é séria, até 2011 o número de cristãos no Iraque já havia se reduzido de 1 milhão e duzentos mil para trezentos mil. Nesta época, já era grande o número de cristãos que tentavam fugir do Iraque e se refugiar em países vizinhos!

Embora somente agora as pessoas estejam tomando consciência disso, este blog já havia falado sobre isso várias vezes. Dá primeira vez no dia 07 de dezembro de 2010 eu publiquei o post Assassinatos, medo e fuga: A realidade dos cristãos do Iraque. Depois em 14 de dezembro de 2010 eu republiquei uma matéria do Portal Zenit que dizia que Especialistas afirmam que guerra religiosa contra os cristãos não é apenas notícia. Por fim, em 24 de julho de 2011 eu republiquei outra matéria do portal Zenit que dizia da existência um plano para expulsar cristãos do Oriente Médio e Iraque.

É que o brasileiro por habitar em um país quase que continental muitas vezes esquece que existe mundo além de suas fronteiras. Infelizmente temos o péssimo hábito de somente olhar para nós mesmos e esquecer o que acontece no mundo. E nós católicos, e os demais cristãos trazemos este péssimo hábito no nosso dia a dia. É um triste mal que precisamos como povo bater no peito a acusar o fato.

Portanto para que você que está por fora de tudo que está acontecendo com os nossos irmãos do Iraque, tentarei fazer um breve resumo do que anda acontecendo e aproveito para pedir a sua oração por todas as famílias cristãs que estão sofrendo no Iraque.

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Qual a principal causa do conflito?

A principal causa do conflito é religiosa e não política. Desde o século I os cristãos ainda que sendo minoria ocupam a região do Iraque. Ali, eles procuram viver o evangelho, aplicando os ensinamentos de Cristo na sua moral e na sua ética, ensinando e vivendo o perdão a paz. Acontece que para os radicais islâmicos isto é uma afronta aos costumes da religião islâmica.

O confronto entre a espiritualidade e a moral cristã e a islâmica, e a vida ideal dos cristãos, faz que os extremistas islâmicos os considerem como um desafio e um perigo para a presença do islã. Eles têm medo de que alguns muçulmanos se convertam ao cristianismo. E como pensam que a melhor maneira de defender-se é atacar, eles atacam os cristãos, sua igreja e sua religião.

Outro aspecto importante é que os cristãos do Oriente Médio conservaram sua fé e suas tradições durante 21 séculos, apesar das ferozes perseguições que sofreram durante a sua história. Muitos deles rejeitaram a conversão forçada ao islã e, apesar de terem conservado seus idiomas originais, aprenderam o árabe, e alguns deles se especializaram nesta língua.

Atualmente, vemos que a maioria dos cristãos do Oriente Médio é bastante culta e instruída, e pertence a certo nível da sociedade. Isso causa inveja e ódio, e gera um conflito entre eles e os extremistas.

E o terceiro e último motivo após o êxito da revolução islâmica de Jomeini e a queda do comunismo russo, começou o despertar político islâmico, que pretende restituir o estado islâmico mundial, como ocorria na época dos quatro califas, no início do islã.

Este despertar do islamismo político vê na contínua presença dos cristãos nos países islâmicos um obstáculo para a criação do Estado islâmico mundial. Porque, no âmbito religioso, segundo eles, os cristãos falsificaram seu credo e sua Bíblia, e por isso são considerados infiéis; se quiserem continuar morando nos países islâmicos, devem pagar o tributo, converter-se ao islã (que consideram a única verdadeira religião no mundo) ou deixar o país.

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Milhares de cristãos abandonam tudo: Casas, carros, bens, empregos…

O que acontece hoje?

No dia 10 de junho de 2014, os cristãos do Iraque receberam um ultimato por parte do Estado Islâmico (EI) ordenando os cristãos a morrer; se converter ao islamismo; pagar o imposto dos infiéis e viver sob a lei da sharia; ou deixar a cidade imediatamente. Assim iniciaram uma fuga em massa.

Segundo o Bispo copta católico de Luxor, Dom Youhannes Zakaria, alguns líderes islâmicos extremistas estão trabalhando forte para realizar o plano de esvaziar o Oriente Médio da presença dos cristãos. Mas, antes do plano de esvaziamento, vem o plano de islamização, ou seja, obrigar todos os cristãos do Oriente Médio à conversão ao islã: se não aceitarem, devem abandonar o país ou serão mortos.

O Patriarca Siro-ortodoxo, Inácio Efrém II reiterou ainda esta semana as palavras acima, acrescentando que alguns estados financiam os extremistas muçulmanos. Segundo as últimas informações da ONU, a ofensiva dos combatentes sunitas iniciada em janeiro já matou no mínimo 5.576 civis no Iraque, sendo 2.400 mortos só em junho. O número de feridos chega a 11.662 pessoas.

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Cristãos sofrendo perseguição religiosa: Morte, conversão, tributos ou fuga.

O que as autoridades estão fazendo para conter esta calamidade?

“É triste ver a indiferença do mundo inteiro diante do que o Oriente Médio está vivendo. São perseguidos porque são cristãos. São pacíficos. São inocentes. Esse é o grande escândalo. O mundo inteiro deve reagir para dar fim a estes atos e pedir àqueles que financiam esse povo – o Isis – que suspendam as ajudas militares e econômicas.” (Dom Louis Sako – Patriarca dos Caldeus no Iraque)

É duro dizer, mas fora as autoridades da Igreja… nada! Fora a imprensa cristã… nada! Agora nestes últimos dias quando a coisa começou a ficar fora do controle, vemos a mídia secular se movimentar e noticiar alguma coisa, porém lembremos que tudo isso começou antes de 2010 e sobre isso pouco se falava. Resumindo: Nada além de palavras!

O patriarca caldeu Louis Sako e todos os bispos caldeus, siro-católicos, siro-ortodoxos e armênios do norte do Iraque fizeram publicamente um apelo, após encontro realizado em Ankawa, nos arredores da capital curda Erbil. Eles pedem que o governo nacional iraquiano garanta a “tutela necessária” dos cristãos e das outras minorias do país, deem “apoio financeiro às pessoas expulsas de suas casas e que perderam tudo”, paguem “imediatamente” os salários dos funcionários, indenizem os que sofreram perdas materiais e assegurem alojamento e continuidade na prestação de serviços sociais e escolares para as famílias que terão que passar muito tempo longe de casa. Porém até onde se sabe não houve uma resposta do governo para este apelo.

No dia 23 de julho deste ano (2014), em telefonema ao patriarca dos siro-católicos Ignatius Youssef III Younan o Papa Francisco disse:

“Que vergonha o silêncio do assim chamado mundo civilizado”.

Ontem, dia 25 de julho, o Vaticano enviou para os cristãos do Iraque o valor de 30.000 euros. Este valor visa ajudar os cristãos iraquianos que foram forçados a abandonar as suas regiões de origem.

Somente agora (dia 21 de julho de 2014) o Conselho de Segurança da ONU denunciou a perseguição dos jihadistas do Estado Islâmico (EI) mantêm contra as minorias no Iraque, especialmente os cristãos de Mossul, recordando que isso pode constituir um crime contra a Humanidade. Em uma declaração unânime adotada na noite de segunda-feira (21), os 15 países membros do Conselho “condenam nos termos mais enérgicos possíveis a perseguição sistemática por parte do EI e seus grupos partidários de indivíduos pertencentes a minorias e de pessoas que rejeitam a ideologia extremista do EI”. Porém nada além de palavras…

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Toda esta ação tem sido planejada há muito tempo por grupos de fundamentalistas islâmicos que apoiam a Jhirad (Guerra Santa).

O que nós temos que fazer?

1. Bom, como cristãos a primeira coisa que temos a fazer é rezar e rezar muito. Não basta apenas lembrar e ser solidário, mas assumir a causa dos irmãos rezando por eles e se colocando na presença do Senhor clamando uma intervenção dos céus sobre nossos irmãos.

2. Pensar em iniciativas que possam mostrar (e mobilizar) os cristãos do Brasil e do mundo sobre este problema, a fim de pressionar as autoridades civis para uma ação eficaz diante deste problema. Uma destas iniciativas foi feita pelo site Aleteia que propôs uma petição dirigida à ONU e à Liga Árabe, para que elas atuem rapidamente para colocar fim aos abusos do Estado Islâmico e para que encerre esta tentativa de eliminar os cristãos do Iraque. (Participe da iniciativa clicando aqui)

Agora é com você. Desculpem o texto longo e complexo, mas era necessário.
Pax Domini!

Estudo sobre a Igreja Católica: Por que dizemos que a Igreja é o povo de Deus?

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Comumente ouvimos a expressão “Povo de Deus” quando alguém se refere às pessoas que frequentam a Igreja. Mas será que o termo é justificado? Será que de fato o povo de Deus diz respeito unicamente as pessoas que vão a Igreja? De onde vem esta expressão?

No blog Dominus Vobiscum que você acabou de acessar, fazemos um contínuo estudo do Catecismo da Igreja Católica, com o objetivo de partilhar com você aquilo que a doutrina da Igreja Católica ensina de uma forma mais simples, sem tantas palavras rebuscadas para facilitar o entendimento de todos. Neste momento estamos estudando especificamente a nossa Igreja, seus termos e expressões. Eis que chega a hora de entender a expressão “povo de Deus”.

Para entender o significado desta expressão, é preciso antes de tudo entender o plano de Deus para a humanidade. O catecismo nos ensina que Deus quis salvar os homens desde o momento em que o pecado entrou no mundo. E para isso Ele com toda a sua inteligência e sabedoria pensou na melhor maneira de fazer isso e chegou a conclusão que ele não deveria realizar esta salvação de forma isolada, mas constituindo os homens em um só povo. O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica diz no parágrafo 153:

“A Igreja é o povo de Deus porque aprouve a Deus santificar e salvar os homens não isoladamente, mas constituindo-os num só povo, reunido pela unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo.”

Esta afirmação é tão verdadeira que se tomamos a Bíblia para fazer um estudo sobe o tema, não precisamos ir muito longe para ver que o próprio Deus inicialmente escolheu Israel para ser o seu povo e estabeleceu com ele uma aliança. Quanto mais vamos estudando e avançando na Bíblia, vemos que Deus não desistiu deste povo. Ao contrário, instruiu-o progressivamente, foi mostrando a ele a sua vontade ao longo do tempo e tornando este povo um povo santo.

Porém este povo se tornou mais numeroso com a vinda de Jesus Cristo. Ele que é a Nova Aliança, fez com que judeus e pagãos que se voltaram a Cristo, se tornassem um só povo. Se o povo de Israel se constituía povo pelos laços de sangue, o povo de Deus após a vinda de Cristo se torna povo através de laços espirituais. É o Espírito Santo que faz com que as pessoas de diferentes lugares, povos, raças e nações se tornem um só povo: O Povo de Deus!

É importante dizer que a expressão “povo de Deus” não pode ser usada para justificar pessoas perfeitas e imaculadas. O povo de Deus está a caminho e, portanto é um povo cheio de defeitos como qualquer outra pessoa. A pessoa se torna “Povo de Deus” justamente quando decide assumir Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador e seguir os seus ensinamentos, vivendo os sacramentos e fazendo parte do Corpo Místico de Cristo que é a Igreja. A pessoa não se torna povo de Deus por estar isenta de pecados. Ninguém tem a obrigação de ser perfeito para fazer parte do povo de Deus, afinal Jesus mesmo disse que veio para os pecadores e não para os santos. Porém para fazer parte do povo de Deus é necessário querer ser melhor e ir dando passos, cada um no seu tempo e respeitando seu próprio processo de caminhada.

Portanto, o povo de Deus não é constituído de santos e perfeitos, mas de homens imperfeitos que buscam a perfeição.

No próximo texto sobre o assunto, iremos estudar as principais características do povo de Deus. Se você ainda não faz parte deste povo lindo, seja bem-vindo! Se você já faz parte do povo de Deus em seu Corpo Místico que é a Igreja, Deus te abençoe! É sempre bom encontrar os irmãos aqui neste blog!

Pax Domini

Podcast:: Você testemunha a Glória de Deus na sua vida?

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Atenção a todos os amigos e leitores do blog Dominus Vobiscum: Tem podcast novo no ar! Infelizmente devido ao tempo e também a falta de equipamento técnico precisei dar uma parada neste projeto que nunca saiu do coração, até porque foi assim que tudo começou! E no podcast de hoje vamos conversar sobre “Dar testemunho da Glória de Deus”.

Como católicos somos chamados a testemunhar aquilo que o Senhor Jesus fez em nossas vidas. Testemunhar a ação de Deus nos liberta da murmuração, edifica a nós e aos irmãos e torna o nosso coração agradecido. Ouça com carinho este podcast e se quiser, responda a pergunta: O que Jesus já fez de bom na sua vida?