Por um estado menos invasivo e mais cristão: A luta de Charlie Gard não acabou

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Oi pessoal! Pax Domini.

Fazia tempo que não escrevia aqui. A correria da vida acabou me tirando um dos grandes prazeres que tinha: escrever no Dominus Vobiscum. Mas hoje arrumei este tempinho por que me senti muito motivado a fazê-lo com o caso Charlie Gard.

Para quem não está por dentro do assunto, um breve resumo: Charlie Gard é um bebê diagnosticado meses atrás pelo hospital Great Ormond Street de Londres (Reino Unido) com a síndrome do esgotamento mitocondrial, uma doença genética rara que causa fraqueza muscular progressiva e pode levar à morte no primeiro ano de vida. A doença é tida como incurável pela medicina atual e o bebê passou muitos meses sob a dependência de aparelhos até que a justiça da Inglaterra (se é que se pode chamar essa porcalhada de justiça), ordenou que os aparelhos fossem desligados.

No entanto, existia nos Estados Unidos um estudo onde se desenvolvia uma espécie de tratamento alternativo e os pais do bebê tinham conseguido doações para levá-lo até lá. Travou-se ai uma verdadeira guerra nos tribunais que chegou até o Tribunal Europeu de Direitos Humanos, que deu a razão ao centro médico (na minha humilde opinião esse tal tribunal deveria riscar os direitos humanos do seu nome).

Na segunda-feira, Chris Gard e Connie Yates, os pais do bebê, anunciaram sua decisão de finalizar a longa batalha judicial que tinha empreendido para levar seu filho aos Estados Unidos, não por que houvessem desistido ou por que não tivessem ajuda (muitos institutos estrangeiros, incluindo o Hospital Pediátrico Bambino Gesù de Roma, ofereceram ajuda aos pais de Charlie). A questão é que com o tempo o mal de Charlie foi se agravando. Caso os pais da criança tivessem conseguido a liberação a tempo, havia uma possibilidade de êxito. No entanto, o tempo gasto nos tribunais não era favorável a Charlie Gard e o dano – ai sim – tornou-se irreversível.

“Muito tempo foi desperdiçado. Agora estamos em julho e o nosso pobre menino foi deixado só deitado em um hospital por meses sem nenhum tratamento, enquanto se travavam longas batalhas no tribunal (…). Charlie foi deixado para que sua doença se deteriorasse devastadoramente até o ponto sem retorno. Diante disso, disseram que, “como dedicados e amorosos pais de Charlie, decidimos que não é mais do melhor interesse dele continuar com o tratamento e deixaremos nosso filho ir e que esteja com os anjos”. (Pais de Charlie Gard)

O fato meus caros é que mais uma vez o estado interferiu negativamente em uma decisão familiar. O poder dado ao estado (no caso na Inglaterra, mas poderia acontecer em qualquer país), acende um alerta: Será que é bom ter um estado que decida quem deva nascer ou morrer? Será que é válido o estado ter o poder de decidir sobre a vida, o comportamento e a saúde dos nossos filhos? E se fosse o seu filho? Você não tentaria salvar a sua vida mesmo se houvesse 1% de esperança?

Talvez você argumente: Mas será que não seria melhor ter desligado logo os aparelhos? A criança não sofreria menos?

A questão meus caros é justamente essa: Primeiro que, enquanto tiver possibilidade, é obrigação lutarmos pela vida e esta possibilidade existia, porém não foi levada adiante em virtude de um médico orgulhoso e uma justiça injusta e infeliz. Segundo que no caso do desligamento dos aparelhos ser irreversível, não cabe a você, nem a mim, nem ao padre, nem ao juiz, nem ao estado e nem ao presidente decidir. Isso cabe unicamente aos pais. E eles não queriam desligar os aparelhos. Eles tinham condições de realizar a transferência da criança, tinham o desejo de fazê-lo, e tinham toda a disposição para viver este período ao lado do filho. Mas não foi possível por que a “justiça” se arvorou a ser Deus e decidiu quem deve viver ou morrer.

Por isso, dolorosamente aproxima-se o fim da vida de Charlie Gard. Mas a minha luta (e talvez a sua) para diminuir o poder do estado nas vidas famílias continua. Li em algum jornal que os pais dele farão com o dinheiro arrecadado uma fundação para ajudar crianças com esta doença. Porém isso não basta. É preciso que se repensem as leis que façam com que mais país repitam o sofrimento e a dor de ver seu filho perder a vida quando existe possibilidade de cura.

É justamente nessa hora que eu repito e bato na mesma tecla há mais de dez anos neste blog: Política e religião se misturam sim senhor. É mister eleger políticos éticos e que tenham princípios morais. E no nosso caso, políticos que, além de honestos, tragam o ponto de vista cristão para as assembleias, para o senado e para os tribunais.

A luta de Charlie Gard continua viva.
#SomosTodosCharlieGard

Dominus Vobiscum

4 comentários sobre “Por um estado menos invasivo e mais cristão: A luta de Charlie Gard não acabou

  1. Ontem, uma menina de nome Mariana, de pouco mais de um ano de idade, neta de um casal da minha Paróquia, teve alta , depois de ficar um mês em coma na UTI de um hospital, desenganada pelos medicos, com uma grave pneumonia.
    Após longos dias de orações da comunidade e de diversos grupos de amigos, a Mariana foi agraciada por Deus com a cura. Como vc disse, ninguém pode decidir quem vive e quem morre, só Deus. Devemos manter a esperança pela decisão Dele.

    • Olá Luciene!
      Infelizmente o pequeno Charlie já se encontra com o Pai do Céu.
      Mas a luta dele aqui aqui na terra continua e agora é nossa.
      Pax Domini.

  2. Caro Cadu:-

    Para se ter um Estado menos invasivo e mais cristão será necessário acabar com aquilo que está destruindo com o cristianismo e principalmente com o catolicismo no mundo:- A doutrina criada pelo comunista italiano Antonio Gramsci, o Marxismo Cultural!!! Esta doutrina já tomou conta de toda a Europa!!! Os paises escandinavos já estão totalmente sob o seu domínio, lá aborto, ideologia de gênero, são algo normal, na Noruega um casal perdeu a guarda dos seus filhos para Estado simplesmente porque ensinava valores religiosos para os seus filhos!!! Nos EUA trava-se um grande batalha entre os valores cristãos (defendidos pelos republicanos) e o Marxismo Cultural (defendido pelos democratas). Creio que o único grande país onde o Marxismo Cultural não está conseguindo penetrar é ironicamente a Rússia, que já foi a mais poderosa nação marxista do mundo no tempo da União Soviética!!! Países como Polônia e Hungria também resistem ao Marxismo Cultural!!!
    Para evitarmos que o Marxismo Cultural tome contado Brasil (e já está tomando conta nas universidades e na mídia) precisamos defender aquilo que realmente se opõe e impede o avanço do Marxismo Cultural:- “o Direito Romano, a Filosofia Grega e principalmente a Moral Judaico-Cristã”!!!
    Também irei escrever sobre Charlie Gard em meu blog:-

    http://alal007.blogspot.com – Um blog Católico e Pró-Vida

    e irei propor uma campanha a favor da criação de uma Emenda Constitucional que fará o Estado Brasileiro defender o Direito Romano, a Filosofia Grega e principalmente a Moral Judaico-Cristã!!! Se estes valores forem defendidos pelo Estado Brasileiro então casos como o de Charlie Gard e o de Terri Schiavo, que foi a antecessora de Charlie Gard, jamais ocorrerão no Brasil!!!
    Espero contar com o seu apoio!!!
    Um grande abraço:-

    Alexandre Luiz Antonio da Luz
    Ex-Presidente da Sociedade Protetora dos Nascituros Imaculada Conceição de Maria
    Movimento Pró-Vida da Arquidiocese de Curitiba

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