O Vaticano publicou no último dia 09 (de setembro) a modificação do cânon 838 do Código de Direito Canônico, na qual estabelece a necessidade da confirmação da Sé Apostólica para a tradução e adaptação de textos litúrgicos.
Eu não vou repetir aqui no blog os textos que os outros portais de comunicação católicos já fizeram. Você pode acompanhar tudo nas matérias abaixo:
– ACI Digital;
– Portal Católico;
– Agência Ecclesia;
– Blog Direito Canónico;
– Portal Zenit.
O motu proprio “Magnum principium”, foi assinado pelo Papa Francisco em 3 de setembro de 2017 e já começará a valer no dia 01 de outubro. Mas traduzindo em miúdos o que isso quer dizer?
Entenda o que aconteceu…
Você sabe as orações litúrgicas que são feitas em todas as missas? Pois bem, elas atualmente são apenas traduzidas do latim para a língua do povo (por exemplo, no Brasil elas são traduzidas para o português, na Itália são traduzidas para o italiano e assim segue-se o modelo para todos os países) . No entanto ainda assim, a linguagem é de difícil entendimento por parte de muitos. Tem muita gente que não consegue entender a Oração Eucarística pelo simples fato do texto não ser preparado para o português.
Quem já trabalhou com tradução sabe que não basta simplesmente traduzir palavras: é necessário adaptar o sentido de frases e orações para a língua a que se destina traduzir.O que o Papa Francisco autorizou, é que as conferências episcopais (aqui no Brasil temos a CNBB), por terem pessoas que dedicam assiduamente a isso e que conhecem melhor forma do povo daquele lugar receberem a mensagem, fazer alterações pontuais na estrutura dos textos para que estes sejam melhor entendidos por todos, no entanto para que ela comece a vigorar, seria necessário a confirmação de Roma.
E o que muda?
Na prática, para os católicos o que poderá mudar é que a partir desta data, é que as comissões episcopais irão rever todas as traduções feitas até aqui e sugerir mudanças pontuais. O rito segue o mesmo. O que poderá mudar aqui ou ali são palavras e frases inseridas no rito. E no fim das contas a palavra final sobre tudo isso permanece com o Vaticano, que confirmará ou não tais mudanças.
Na minha opinião isso é bom por algumas razões:
- A missa vernacular se tornará mais fácil para o entendimento dos católicos mais simples, ou que tem uma formação catequética menos aprimorada;
- Vai acabar aquele “lenga-lenga” sem fim entre tradicionalistas e modernistas;
- Vai amarrar todo processo litúrgico de uma forma simples e definida: as Comissões Episcopais sugerem, Roma confirma ou não e ponto final.
Resta agora aguardar como isso tudo vai se desenrolar, sobretudo aqui no Brasil onde temos a CNBB. Como já disse antes, respeito muito a nossa Comissão Episcopal, porém nesses quase dez anos de blog, já denunciei algumas trapalhadas feitas por parte de alguns assessores que infelizmente ligados a Teologia da Libertação fizeram coisas dignas de tais reprovações. Espero e peço aos senhores bispos que conduzam este processo com sabedoria e prudência, fazendo o melhor para Igreja e seu rebanho (não para o povo, nem para movimentos e pastorais).
Dominus Vobiscum