Documentário sobre São Bento e os beneditinos

Hoje, 11 de julho é dia de São Bento da Núrsia. Para comemorar este dia tão especial para a Igreja, quero convidar você a assistir um documentário que fiz sobre a vida deste grande santo, que por sinal é patrono da Europa.

São Bento nasceu volta do ano 480. Após concluir os seus estudos em Roma, retirou-se para o monte Subíaco e entregou-se à oração e à penitência. É o fundador do célebre mosteiro do Monte Cassino. Escreveu ali a sua famosa Regra. É considerado o pai do monaquismo no Ocidente. Morreu no dia 21 de Março de 547. Duzentos anos após a sua morte, a Regra Beneditina havia-se espalhado pela Europa inteira, tornando-se a forma de vida monástica por toda a Idade Média.

Os monges beneditinos exerceram papel importante na evangelização e nos evangelizadores da Europa medieval. “Orar e trabalhar, contemplar e agir” é a síntese da Regra Beneditina. A vida religiosa não é privilégio exclusivo de seres excepcionais e bem dotados espiritualmente. É possível a todos os que queiram buscar a Deus. Moderação é a tônica geral. Nela já não se fala de mortificação e de penitências: um bom monge era aquele que não era soberbo nem violento, “não comilão, não dorminhoco, não preguiçoso, não murmurador …” Não é de estranhar que o emblema monástico tenha passado a ser a cruz e o arado …

Com S. Cirilo e S. Metódio, S. Bento foi declarado patrono da Europa.

1ª Parte

2ª Parte

3ª Parte

Conheça também a Regra de São Bento que tem sido disponibilizada pelo amigo Alex Vasconcelos clicando aqui.

Série Espiritualidade: “Regra de São Bento”

stbenedictCapítulo 3 – Da convocação dos irmãos a conselho

1. Todas as vezes que deverem ser feitas coisas importantes no mosteiro, convoque o Abade toda a comunidade e diga ele próprio de que se trata. 2. Ouvindo o conselho dos irmãos, considere consigo mesmo e faça o que julgar mais útil. 3. Dissemos que todos fossem chamados a conselho porque muitas vezes o Senhor revela ao mais moço o que é melhor. 4. Dêem pois os irmãos o seu conselho com toda a submissão da humildade e não ousem defender arrogantemente o seu parecer, e 5. que a solução dependa antes do arbítrio do Abade, e todos lhe obedeçam no que ele tiver julgado ser mais salutar; 6. mas, assim como convém aos discípulos obedecer ao mestre, também a este convém dispor todas as coisas com prudência e justiça.

7. Em tudo, pois, sigam todos a Regra como mestra, nem dela se desvie alguém temerariamente. 8. Ninguém, no mosteiro, siga a vontade do próprio coração, 9. nem ouse discutir insolentemente com seu abade, nem mesmo discutir com ele fora do mosteiro. 10. E, se ousar fazê-lo, seja submetido à disciplina regular. 11. No entanto, que o próprio abade faça tudo com temor de Deus e observância da Regra, cônscio de que, sem dúvida alguma, de todos os seus juízos deverá dar contas a Deus, justíssimo juiz. 12. Se, porém, for preciso fazer alguma coisa de menor importância dentre os negócios do mosteiro, use o Abade somente do conselho dos mais velhos, 13. conforme o que está escrito: “Faze tudo com conselho e depois de feito não te arrependerás”.

Série Espiritualidade: “Regra de São Bento”

stbenedictCapítulo 2 – Como deve ser o Abade

1. O Abade digno de presidir ao mosteiro deve lembrar-se sempre daquilo que é chamado, e corresponder pelas ações ao nome de superior. 2. Com efeito, crê-se que, no mosteiro ele faz as vezes do Cristo, pois é chamado pelo mesmo cognome que Este, 3. no dizer do Apóstolo: “Recebestes o espírito de adoção de filhos, no qual clamamos: ABBA, Pai.” 4. Por isso o Abade nada deve ensinar, determinar ou ordenar, que seja contrário ao preceito do Senhor, 5. mas que a sua ordem e ensinamento, como o fermento da divina justiça se espalhe na mente dos discípulos; 6. lembre-se sempre o abade de que da sua doutrina e da obediência dos discípulos, de ambas essas coisas, será feita apreciação no tremendo juízo de Deus.

7. E saiba o Abade que é atribuído à culpa do pastor tudo aquilo que o Pai de família puder encontrar de menos no progresso das ovelhas. 8. Em compensação, de outra maneira será, se a um rebanho irrequieto e desobediente tiver sido dispensada toda diligência do pastor e oferecido todo o empenho na cura de seu atos malsãos; 9. absolvido então o pastor no juízo do Senhor, diga ao mesmo com o Profeta: “Não escondi vossa justiça em meu coração, manifestei vossa verdade e a vossa salvação; eles, porém, com desdém desprezaram-me”. 10. E então, finalmente, que prevaleça a própria morte como pena para as ovelhas que desobedeceram aos seus cuidados.

11. Portanto, quando alguém recebe o nome de Abade, deve presidir a seus discípulos usando de uma dupla doutrina, 12. isto é, apresente as coisas boas e santas, mais pelas ações do que pelas palavras, de modo que aos discípulos capazes de entendê-las proponha os mandamentos do Senhor por meio de palavras, e aos duros de coração e aos mais simples mostre os preceitos divinos pelas próprias ações. 13. Assim, tudo quanto ensinar aos discípulos como sendo nocivo, indique pela sua maneira de agir que não se deve praticar, a fim de que. pregando aos outros, não se torne ele próprio réprobo, 14. e Deus não lhe diga um dia como a um pecador: “Por que narras as minhas leis e anuncias o meu testamento pela tua boca? tu que odiaste a disciplina e atiraste para trás de ti as minhas palavras”, 15. e ainda: “Vias o argueiro no olho de teu irmão e não viste a trave no teu próprio”.

16. Que não seja feita por ele distinção de pessoas no mosteiro. 17. Que um não seja mais amado que outro, a não ser aquele que for reconhecido melhor nas boas ações ou na obediência. 18.Não anteponha o nascido livre ao originário de condição servil, a não ser que exista outra causa razoável para isso; 19. pois se parecer ao Abade que deve fazê-lo por questão de justiça, fá-lo-á seja qual for a condição social; caso contrário, mantenham todos seus próprios lugares, 20. porque, servo ou livre, somos todos um em Cristo e sob um só Senhor caminhamos submissos na mesma milícia de servidão: “Porque não há em Deus acepção de pessoas”. 21. Somente num ponto somos por ele distinguidos, isto é, se formos melhores do que os outros nas boas obras e humildes. 22. Seja pois igual a caridade dele para com todos; que uma só disciplina seja proposta a todos, conforme os merecimentos de cada um.

23. Portanto, em sua doutrina deve sempre o Abade observar aquela fórmula do Apóstolo: “Repreende, exorta, admoesta”, 24. isto é, temperando as ocasiões umas com as outras, os carinhos com os rigores, mostre a severidade de um mestre e o pio afeto de um pai, quer dizer: 25. aos indisciplinados e inquietos deve repreender mais duramente, mas aos obedientes, mansos e pacientes, deve exortar a que progridam ainda mais, e quanto aos negligentes e desdenhosos, advertimos que os repreenda e castigue. 26. Não dissimule as faltas dos culpados, mas logo que começarem a brotar ampute-as pela raiz, como lhe for possível, lembrando-se da desgraça de Heli, sacerdote de Silo. 27. Aos mais honestos e de ânimo compreensível, censure por palavras em primeira e segunda advertência; 28. porém aos improbos, duros e soberbos ou desobedientes reprima com varadas ou outro castigo corporal, desde o início da falta, sabendo que está escrito: “O estulto não se corrige com palavras”. 29. E mais: “Bate no teu filho com a vara e livrarás a sua alma da morte”.

30. Deve sempre lembrar-se o Abade daquilo que é; lembrar-se de como é chamado, e saber que daquele a quem mais se confia mais se exige. 31. E saiba que coisa difícil e árdua recebeu: reger as almas e servir aos temperamentos de muitos; a este com carinho, àquele, porém, com repreensões, a outro com persuasões 32. segundo a maneira de ser ou a inteligência de cada um, de tal modo se conforme e se adapte a todos, que não somente não venha a sofrer perdas no rebanho que lhe foi confiado, mas também se alegre com o aumento da boa grei.

33. Antes de tudo, que não trate com mais solicitude das coisas transitórias, terrenas e caducas, negligenciando ou tendo em pouco a salvação das almas que lhe foram confiadas, 34. mas pense sempre que recebeu almas a dirigir, das quais deverá também prestar contas. 35. E para que não venha, porventura, a alegar falta de recursos, lembrar-se-á do que esta escrito: “Buscai primeiro reino de Deus e sua justiça, e todas as coisas vos serão dadas por acréscimo”; 36. e ainda: “Nada falta aos que O temem”. 37. E saiba que quem recebeu almas a dirigir, deve preparar-se para prestar contas. 38. Saiba como certo que de todo o número de irmãos que tiver possuído sob seu cuidado, no dia do juízo, deverá prestar contas ao Senhor das almas de todos eles, e mais, sem dúvida também da sua própria alma. 39. E assim, temendo sempre a futura apreciação do pastor acerca das ovelhas que lhe foram confiadas enquanto cuida das contas alheias, torna-se solícito para com a suas próprias, 40. e enquanto com suas exortações subministra a emenda aos outros, consegue ele próprio emendar-se de seu vícios.

Série Espiritualidade: “Regra de São Bento”

stbenedictComeça o texto da Regra

É chamada Regra porque dirige os Costumes dos que a ela obedecem

Capítulo 1: Dos gêneros de monges

1. É sabido que há quatro gêneros de monges. 2. O primeiro é o dos cenobitas, isto é, o monasterial, dos que militam sob uma Regra e um Abade.

3. O segundo gênero é o dos anacoretas, isto é, dos eremitas, daqueles que, não por um fervor inicial da vida monástica, mas através de provação diuturna no mosteiro, 4. instruídos então na companhia de muitos aprenderam a lutar contra o demônio 5. e, bem adestrados nas fileiras fraternas, já estão seguros para a luta isolada do deserto, sem a consolação de outrem, e aptos para combater com as próprias mãos e braços, ajudando-os Deus, contra os vícios da carne e dos pensamentos.

6. O terceiro gênero de monges, e detestável, é o dos sarabaítas, que, não tendo sido provados, como o ouro na fornalha, por nenhuma regra, mestra pela experiência, mas amolecidos como numa natureza de chumbo, 7. conservam-se por suas obras fiéis ao século, e são conhecidos por mentir a Deus pela tonsura. 8. São aqueles que se encerram dois ou três ou mesmo sozinhos, sem pastor, não nos apriscos do Senhor, mas nos seus próprios; a satisfação dos desejos é para eles lei, 9. visto que tudo quanto julgam dever fazer ou preferem, chamam de santo, e o que não desejam reputam ilícito.

10. O quarto gênero de monges é o chamado dos giróvagos, que por toda a sua vida se hospedam nas diferentes províncias, por três ou quatro dias nas celas de outros monges, 11. sempre vagando e nunca estáveis, escravos das próprias vontades e das seduções da gula, e em tudo piores que os sarabaítas. 12. Sobre o misérrimo modo de vida de todos esses é melhor calar que dizer algo.

13. Deixando-os de parte, vamos dispor, com o auxilio do Senhor, sobre o poderosíssimo gênero dos cenobitas.

Santo do Dia: São Martinho de Dume

São Martinho de Dume

São Martinho de Dume, rogai por nós!

São Martinho de Dume, rogai por nós!

Oriundo da Panônia, atual Hungria, dirigiu-se ainda jovem para ao Oriente, onde professou vida regular: estudou o grego e outras ciências eclesiásticas em que muito cedo se distinguiu, até ser classificado, pelo eminente Doutor Santo Isidoro, como ilustre na fé e na ciência. Também Gregório de Tours o considerou entre os homens insuperáveis do seu tempo. Regressando do Oriente, dirigiu-se depois a Roma e França, onde travou conhecimento com as personagens por então mais insignes em saber e santidade. Sobretudo, quis visitar o túmulo do seu homônimo e compatriota, São Martinho de Tours, que desde então ficará considerando como seu patrono e modelo. Foi também por essa altura que Martinho se encontrou com o rei dos Suevos, Charrarico, ao qual acompanhou para o noroeste da Península Ibérica, em 550, onde, com restos do gentilismo e bastante ignorância religiosa, se espalhara o Arianismo.

Para acorrer a tantos males, não tardou Martinho em planejar e colocar em andamento seu vigoroso apostolado. Num mosteiro, edificado pelo mesmo rei, em Dume, ao lado de Braga, assenta o grande apóstolo dos suevos suas instalações como escola de monaquismo e base de irradiação catequética e missionária. A igreja do mosteiro é dedicada a São Martinho de Tours, e foi sagrada em 558.

Túmulo de São Martinho de Dume em Braga

Túmulo de São Martinho de Dume em Braga

O seu abade foi elevado ao episcopado pelo Bispo de Braga já em 556, em atenção ao seu exímio saber e extraordinário zelo e santidade. Com a subida ao trono do rei Teodomiro (em 559), consumava-se o regresso dos Suevos ao Catolicismo, deixando o Arianismo. Ilustre por tão preclaras prerrogativas, passa Martinho para a Sé de Braga, em 569, quando o Catolicismo nesta região gozava já de alto esplendor, o que tornou possível o 1° Concílio de Braga, em 561, no pontificado de João III. Em 572, foi Martinho a alma do 2° Concílio de Braga. Nesta altura escreveu ele: “Com a ajuda da graça de Deus, nenhuma dúvida há sobre a unidade e retidão da fé nesta província”.

São Martinho de Dume não esqueceu da importância e eficácia do apostolado da pena. Deixou assim várias obras sobre as virtudes monásticas, bem como matérias teológicas e canônicas, pelas quais foi depois reputado e celebrado como Doutor. Faleceu a 20 de março de 579 e foi sepultado na catedral de Dume; mas desde 1606 estão depositadas as suas relíquias na Sé de Braga. Compusera para si, em latim, o seguinte epitáfio sepulcral, em que mostra a veneração que dedicava ao santo Bispo de Tours: “Nascido na Panônia, atravessando vastos mares, impelido por sinais divinos para o seio da Galiza, sagrado Bispo nesta tua igreja, ó Martinho confessor, nela instituí o culto e a celebração da Missa. Tendo-te seguido, ó Patrono, eu, o teu servo Martinho, igual em nome que não em mérito, repouso agora aqui na paz de Cristo”.

São Martinho de Dume, rogai por nós!

Santo do Dia: São Bernardo de Claraval

Bom dia! Tudo bem? Hoje celebramos com muita alegria celebramos a santidade do abade e doutor da Igreja: São Bernardo.

São Bernardo de Claraval

São Bernardo nasceu no Castelo de Fontaine, próximo de Dijon na França no ano de 1090, o terceiro de seis irmãos. Tescelino, pai de Bernardo, ficou consternado quando, ainda muito jovem, ele decidiu tornar-se monge no convento cistercienses, fundado por São Roberto, em 1098: um após outro, os filhos abandonavam o conforto do castelo para seguir Bernardo: Guido, o primogênito, deixou até a esposa, que também se fez monja; Nissardo, o mais novo, também optou por abandonar os prazeres do mundo, seguido pela única irmã, Umbelina e pelo tio Gaudry, que despiu a pesada armadura para vestir o hábito branco; também Tescelino entrou no mosteiro onde estava praticamente toda a família. Um êxodo tão completo como este nunca se verificou em toda história da Igreja. Por terem muitos outros jovens desejado tornar-se cistercienses, foi necessário fundar outros mosteiros. São Bernardo, então, deixou Citeaux, abraçando uma pesada cruz de madeira e seguido de doze religiosos que cantavam hinos e louvores ao Senhor.

São Bernardo, rogai por nós!

São Bernardo é considerado pela Família Cisterciense um segundo fundador, pois atraía a tantos para a Ordem, que as mães e esposas afastavam os filhos e maridos do santo; tamanho era real o poder de atração de Bernardo que todos o seguiram. Homem de oração, destacou-se como pregador, prior, místico, escritor, fundador de mosteiros, abade, conselheiro de Papas, Reis, Bispos e também polemista, político e pacificador.

Por 38 anos foi guia de uma multidão de monges; cerca de 900 religiosos fizeram votos em sua presença. Para abrigar todos os monges foram construídos mais de 343 mosteiros.

São Bernardo depois de laboriosas jornadas retirava-se para a cela para escrever obras cheias de optimismo e de doçura, como o Tratado do Amor de Deus e o Comentário ao Cântico dos Cânticos que é uma declaração de amor a Maria. É também o compositor do belíssimo hino Ave Maris Stella. Também é sua a invocação: ” Ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria” da salve-rainha. Foi chamado pelo Papa Pio XII “O último dos Padres da Igreja, e não o menor”.

São Bernardo, rogai por nós!

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São Bento, modelo para os dias que correm

Naquele tempo, Pedro disse a Jesus: “Nós deixamos tudo e seguimos-te. Qual será a nossa recompensa?” Jesus respondeu-lhes: “Em verdade vos digo: No dia da regeneração de todas as coisas, quando o Filho do Homem se sentar no seu trono de glória, vós, que me seguistes, haveis de sentar-vos em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá por herança a vida eterna.” (S. Mateus 19,27-29)

Comentário ao Evangelho do dia feito por Papa Bento XVI

[Segundo a Regra de S. Bento], para ser capaz de decidir responsavelmente, também em cada mosteiro o Abade deve ser um homem que escuta “os conselhos dos irmãos” (Regra, 3, 2), porque “muitas vezes Deus revela a solução melhor a um irmão mais jovem” (Regra, 3, 3). Esta cláusula torna admiravelmente moderna uma Regra escrita há quase quinze séculos! Um homem de responsabilidades públicas, mesmo em pequenos âmbitos, deve ser sempre também um homem que sabe ouvir e aprender de quanto ouve. [A Regra de S. Bento] pode oferecer indicações úteis não só para os monges, mas também para todos os que procuram um guia no seu caminho rumo a Deus. Pela sua ponderação, a sua humanidade e o seu discernimento entre o essencial e o secundário na vida espiritual, ela tem mantido a sua capacidade iluminadora até hoje. Paulo VI, proclamando a 24 de Outubro de 1964 São Bento Padroeiro da Europa, pretendeu reconhecer a admirável obra realizada pelo Santo com a sua Regra para a formação da civilização e da cultura europeias. Hoje, a Europa, que acabou de sair de um século profundamente ferido por duas guerras mundiais, e depois pelo desmoronamento das grandes ideologias que se revelaram trágicas utopias, está em busca da própria identidade. Para criar uma unidade nova e duradoura, são sem dúvida importantes os instrumentos políticos, econômicos e jurídicos, mas é preciso também suscitar uma renovação ética e espiritual que se inspire nas raízes cristãs do Continente, porque de outra forma não se pode reconstruir a Europa. Sem esta linfa vital, o homem permanece exposto ao perigo de sucumbir à antiga tentação de querer remir-se sozinho, utopia que, de formas diferentes, causou na Europa do século XX, como revelou o Papa João Paulo II, “uma regressão sem precedentes na história atormentada da humanidade” (Insegnamenti, XIII/1, 1990, p. 58). Procurando o verdadeiro progresso, encaremos então, ainda hoje, a Regra de São Bento como uma luz para o nosso caminho. Esse grande monge permanece hoje um verdadeiro mestre em cuja escola podemos aprender a arte de viver o humanismo verdadeiro.

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