Madres do Deserto: Sentenças da Madre Sinclética

Apotegmas da Madre Sinclética - Do Site Central de Obras do Cristianismo Primitivo

Assim como haviam os Padres do Deserto, também as mulheres quiseram viver a experiência monástica. Dai surgiram as   Madres do Deserto. Muitos dos seus apotegmas são contados até hoje. Uma delas, chamada Madre Sinclética era dotada de muita sabedoria. Veja essas duas sentenças:

1. Sinclética, Mãe do Deserto, disse: “No começo, há luta e muito trabalho para os que se aproximam de Deus. Mas, depois disso, há uma indescritível alegria. É como acender uma fogueira: no início há muita fumaça e seus olhos lacrimejam, mas depois você consegue o resultado desejado. Assim devemos acender o fogo divino em nós mesmos, com lágrimas e esforço.”

2. Da mesma Mãe: “Há muitos que vivem nas montanhas e se comportam como se estivessem na cidade; e eles estão perdendo seu tempo. É possível ser solitário em sua própria mente, mesmo no meio de uma multidão e é possível para um solitário viver na multidão de seus próprios pensamentos”.

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Padres do Deserto: Sentenças do Pai Poemen

Apotegmas do pai Poemen - Do Site Central de Obras do Cristianismo Primitivo

Os apotegmas de hoje são atribuídos a um certo Pai Poemen, conhecido por seus conselhos sobre o silêncio interior e sobre a meditação sobre os seus pecados:

1. Um irmão perguntou ao Pai Poemen desta maneira: “Meus pensamentos me atormentam, fazendo com que eu deixe de lado meus pecados e me preocupe com as faltas de meus irmãos”. O ancião contou-lhe a seguinte estória sobre Pai Dióscoro (o monge): “Na sua cela ele chorava por si mesmo, enquanto seu discípulo se sentava em outra cela. Quando este último veio ver o ancião perguntou-lhe: ‘Pai, por que choras?’ ‘Estou chorando pelos meus pecados’, respondeu-lhe o velho homem. Ao que o discípulo disse: ‘Você não tem nenhum pecado, Pai’. O ancião replicou: ‘É verdade, meu filho, se eu pudesse ver meus pecados, três ou quatro homens não seriam suficientes para chorar por eles'”.

2. Pai Poemen disse de Pai Nestério que ele era como a serpente de bronze que Moisés fez para curar o povo; ele possuía toda virtude e sem falar, curava a todos.

3. Pai Poemen disse: “O início do mal é não ouvir.”

4. Um irmão perguntou ao abade Poemen se era melhor viver sozinho ou com o próximo. O velho respondeu: “Aquele que lamenta sempre e somente a si mesmo, pode viver em qualquer lugar. Mas, se se glorifica, então não se dará bem em lugar algum”.

5. Disse o abade Poemen: “A alma não alcança a humildade em nada se tu não lhe racionares o pão, isto é, se tu não a reduzires a alimentar-se apenas do necessário”.

Se você gostou dessas histórias que chamamos apotegmas, acesse os links abaixo e veja o que já publicamos a respeito.

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Padres do Deserto: Sentenças do Pai Pastor II

Apotegmas do pai Pastor - Do Site Central de Obras do Cristianismo Primitivo

Continuamos meditando os apotegmas do Pai Pastor. Para quem pegou o bonde andando, vale a pena falar que essa série conta as histórias dos primeiros monges cristãos, que largaram as suas vidas nas cidades e foram para os desertos em busca de uma vida mais próxima de Deus. Hoje vamos dar destaque as histórias do Pai Pastor sobre os pensamentos impuros.

1. Também o abade José interrogou o abade Pastor a respeito de pensamentos impuros. Respondeu-lhe o abade Pastor: “Se prendemos uma serpente ou um escorpião num vaso e depois o tapamos, após certo tempo serão sufocados. A mesma coisa acontece com os maus pensamentos que o demônio faz germinar em nós: pouco a pouco serão sufocados pela paciência de quem os teve”.

2. Um irmão visitou o abade Pastor e lhe disse: “Vêm-me muitos pensamentos e me põem em perigo”. Então o ancião levou-o a céu aberto e lhe disse: “Estende teu hábito e dentro dele prende o vento!” O irmão respondeu: “Não posso fazer isso!”. “Portanto”, respondeu o ancião, “se não podes fazer isso, muito menos podes impedir o surgimento desses pensamentos; mas, o que podes fazer é resistir-lhes”.

3. Quando o abade Pastor se preparava para ir ao Ofício, primeiro se sentava, à parte, por uma meia hora, para desvencilhar-se dos pensamentos. Depois saía.

4. O abade Amon interrogou o abade Pastor a respeito de pensamentos impuros e vãos desejos do coração humano. Respondeu o abade: “Um machado pode gloriar-se de alguma coisa sem aquele que o usa para cortar? Pois bem: não cultives esses pensamentos e ficarão sem efeito em ti”.

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Padres do Deserto: Sentenças do Pai Pastor

Apotegmas do pai Pastor - Do Site Central de Obras do Cristianismo Primitivo

Hoje vamos meditar usando os apotegmas do Pai Pastor. Dizia-se que ele era muito requisitado pelo povo. Seus apotegmas são marcados pela valorização do silêncio, pela renuncia de si mesmo e pela inteira dedicação a fazer a vontade de Deus.

1. O abade Pastor dizia: “Quaisquer que sejam teus sofrimentos, a vitória sobre eles está no silêncio”.

2. Um irmão disse ao abade Pastor: “Segundo teu parecer, se vejo alguma coisa posso comentá-la?”. Respondeu o ancião: “Quem responde antes de ouvir, comete uma bobagem e cai na confusão. Portanto, fala se te perguntam; de outro modo, cala”.

3. O abade Pastor disse: “O homem deve incessantemente respirar a humildade e o temor de Deus do mesmo modo que inala e expele o ar através das narinas”.

4. Disse o abade Pastor: “Prostrar-se diante de Deus, não dar-se nenhuma importância, jogar fora a própria vontade: eis os instrumentos com os quais a alma pode trabalhar”.

5. Disse o abade Pastor: “Não dês importância a ti mesmo, mas permanece ligado a quem se comporta bem”.

6. Disse o abade Pastor: “Um irmão perguntou ao abade Alônio o que significava desprezar-se a si mesmo. Respondeu o ancião: ‘Consiste em rebaixar-se abaixo dos animais e saber que eles não serão condenados'”.

7. Disse o abade Pastor: “A humildade é a terra que o Senhor requisitou para realizar o sacrifício”

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Padres do Deserto: Sentenças do Pai Macário

Apotegmas do pai Macário - Do Site Central de Obras do Cristianismo Primitivo

Macário o grande foi um dos grandes padres do deserto. A ele muitos vinham em busca pra ouvir seus conselhos e suas palavras de sabedoria. Hoje vamos mostrar quatro apotegmas atribuídos a ele. Neles vamos ver ensinamentos importantes sobre o desapego aos bens materiais, a oração, a meditação sobre a morte, e desprendimento das coisas materiais.

1. O mesmo Pai Macário, quando no Egito, descobriu um homem que possuía uma besta de carga ocupada em saquear as provisões de Macário. Então ele foi ao ladrão como se fosse um estrangeiro e o ajudou a carregar o animal. Despediu-o com grande paz na alma, dizendo: “Não trouxemos nada para este mundo, e não podemos levar nada para fora dele” (1Tim, 6,7). “O Senhor deu e o Senhor tirou; louvado seja o nome do Senhor” (Jó, 1,21).

2. Perguntaram a Pai Macário: “Como devemos rezar?” O ancião disse: “Não é necessário fazer grandes discursos; é suficiente erguer as mãos e dizer: ‘Senhor, como desejas e como conheces, tenha piedade’. E se o conflito crescer, digam: ‘Senhor, ajuda!’ Ele sabe muito bem o que precisamos e Ele nos mostra sua misericórdia”.

3. Dizia o abade Macário: “Essas três coisas são capitais e é bom tê-las presente sem descanso: em todo momento devemos nos recordar da morte, morrer para todo homem e o pensamento deve estar constantemente unido a Nosso Senhor. De fato, se a todo momento não se tem presente a própria morte não se será capaz de morrer para todo homem; e se não se é capaz de morrer para todo homem, não se será capaz de estar constantemente diante de Deus”.

4. Dizia ainda o abade Macário: “Luta por todas as mortes. Pela morte do corpo, isso significa que, se não tens a morte do espírito, luta pela morte do corpo. E então a morte do espírito te será dada como lucro. E aquela morte te fará morrer para todo homem e, em seguida, poderás adquirir a capacidade de estar constantemente vivente com Deus no silêncio”.

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Padres do Deserto: Sentenças do Pai João, o anão III

Apotegmas do pai João, o anão - Do Site Central de Obras do Cristianismo Primitivo

As últimas estórias sobre o Abade João. Nelas vamos ouvir sobre o desprezo dos homens, o testemunho da fidelidade a Deus, a santidade e sobre deixarmos Jesus nos libertar.

1. Pai João disse ao seu irmão: “Mesmo que sejamos completamente desprezados aos olhos dos homens, alegremo-nos, pois somos honrados aos olhos de Deus”.

2. O ancião [João], disse: “Vocês sabem que o primeiro sopro do demônio sobre Jó, foi através de suas possessões; e aquele viu que não o pôde afligir nem o separar de Deus. Com o segundo sopro, ele tocou sua carne, mas também nisso, o bravo atleta não pecou por palavra alguma que viesse de sua boca. De fato, ele tinha dentro do seu coração aquilo que é de Deus e recorria àquela fonte incessantemente”.

3. Um ancião veio à cela de Pai João e encontrou-o adormecido com um anjo por detrás dele, abanando-o. Vendo isto ele se retirou. Quando Pai João se levantou, ele disse ao seu discípulo: “Veio alguém enquanto eu estava dormindo?” Ele retrucou: “Sim, um ancião”. Então, Pai João soube que esse ancião era seu igual e que ele tinha visto o anjo.

4. Disse o abade João: “Esta palavra está escrita no Evangelho: Quando Jesus chamou Lázaro para fora do sepulcro, suas mãos e pés estavam amarrados e seu rosto envolvido num pano; Jesus o desatou e o despediu. Nós, portanto, temos as mãos e os pés amarrados e nosso rosto está coberto com um pano, obra das mãos do inimigo. Se, portanto, escutamos Jesus, ele nos livrará de tudo isso e nos libertará da escravidão de todos esses maus pensamentos. Então seremos filhos do Senhor, receberemos em herança as promessas e seremos filhos do Reino Eterno”.

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Padres do Deserto: Sentenças do Pai João, o anão II

Apotegmas do pai João, o anão - Do Site Central de Obras do Cristianismo Primitivo

Mais sete estórias sobre o Abade João, pequeno no tamanho (porque era Anão), porém grande na fidelidade e no amor ao Senhor.

1. Pai João disse: “Pusemos a carga leve de um lado, que é a auto-acusação, e nos carregamos com um grande peso que é a auto-justificação”.

2. Ele também disse: “Humildade e temor de Deus estão acima de todas as virtudes”.

3.  Pai João deu este conselho: “Vigiar significa sentar-se na cela e estar sempre presente a Deus. Isto é o que significa o dizer: ‘eu vigiava e Deus veio até mim'”.

4. Um dos Padres disse dele: “Quem é esse João, que pela sua humildade tem toda cidade de Scete pendurada no seu dedo mínimo?”

5. Pai João, o Anão, disse: “Havia um homem muito espiritual que vivia uma vida reclusa. Ele era muito considerado na cidade e gozava de grande reputação. Disseram-lhe que um ancião, à beira da morte o chamava para abraçá-lo antes de adormecer. Ele pensou consigo: se eu for com a luz do dia, homens acorrerão atrás de mim, dando-me grande honra e não ficarei em paz com tudo isso. Então, irei à noite, na escuridão, e passarei despercebido. Mas vejam só: dois anjos foram enviados por Deus com luzeiros para dar-lhe luz. Então a cidade inteira veio para fora para ver sua glória. Quanto mais ele desejava correr da glória, mais glorificado ele era. Nisso se cumpriu o que está escrito: ‘aquele que se humilha será exaltado'” (Lc 14,11).

6. Pai João, o Anão, disse: “Uma casa não é construída do topo para baixo. Deve-se começar com a fundação para alcançar o topo”. Eles lhe disseram: “O que isso significa?” Ele respondeu: “A fundação é nosso próximo, a quem devemos ganhar, e este é o lugar para começar. Pois todos os mandamentos de Cristo dependem desse um”.

7. Pai Poemen disse que Pai João teria dito que os santos são como um grupo de árvores, cada uma produzindo um fruto diferente, mas irrigadas com a mesma fonte. As práticas de um santo diferem das do outro, mas é o mesmo Espírito que trabalha em todos eles.

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Padres do Deserto: Sentenças do Pai João, o anão I

Apotegmas do pai João, o anão - Do Site Central de Obras do Cristianismo Primitivo

Dizia-se que no deserto vivia um monge chamado João, o anão. Deste todos, é o que temos a maior parte das histórias atribuídas ao seu nome. Algumas delas mostram suas fraquezas, e outras a sua sabedoria adquirida ao longo dos anos de contemplação espiritual e luta contra os vícios da alma. Separei sete estórias importantes e de grande riqueza para quem deseja praticar a ascese espiritual.

1. Foi dito de Pai João, o Anão, que ele se retirou para viver no deserto de Scete com um ancião de Tebas. Seu Pai, pegando um pedaço seco de madeira plantou-o e disse a ele: “Mmolhe-o todos os dias com uma garrafa de água, até que dê fruto”. A água ficava muito distante e ele tinha que sair à noite e retornar pela manhã seguinte. Ao final de três anos a madeira reviveu e deu fruto. Então o ancião pegou alguns frutos e levou-os à igreja, dizendo aos irmãos: “Peguem e comam o fruto da obediência”.

2. Dizia-se de Pai João, o Anão, que um dia ele disse ao seu irmão mais velho: “Gostaria de ser livre de todos os cuidados, como os anjos, que não trabalham, mas prestam culto a Deus incessantemente”. Então, ele retirou seu manto e foi para o deserto. Depois de uma semana ele voltou ao seu irmão. Quando bateu à porta ouviu seu irmão dizer, antes de abrir: “Quem é você?” Ele disse: “Sou João, seu irmão”. Ao que o outro retrucou: “João se tornou um anjo e dessa maneira não mais se encontra entre os homens”. O outro pediu para entrar, dizendo: “Sou eu”. Contudo, seu irmão não o deixou entrar, mas o deixou lá fora, aflito, até de manhã. Então, abrindo a porta, disse-lhe: “Você é um homem e deve novamente trabalhar para poder comer”. Então João se prostrou diante dele, dizendo: “Perdoe-me”.

3. Um dia, quando ele estava sentado em frente à igreja, os irmãos foram consultá-lo sobre seus pensamentos. Um dos anciãos viu e tornando-se presa do ciúme disse a ele: “João, seu vaso está cheio de veneno”. Pai João respondeu-lhe: “Isto é bem verdade, Pai; e você disse isso vendo apenas o lado de fora, mas se fosse capaz de ver o interior também, o que diria, então?”.

4. Alguns irmãos vieram um dia para testá-lo, para ver se ele deixaria seus pensamentos se dissiparem e falasse das coisas desse mundo. Disseram-lhe então: “Damos graças a Deus, pois este ano tem chovido muito e as palmeiras puderam beber e suas folhas cresceram e os irmãos encontraram trabalho manual”. Pai João disse-lhes: “Então, é quando o Espírito Santo desce aos corações dos homens, eles se renovam e produzem folhas por temor a Deus”.

5. Era dito de Pai João, o Anão, que um dia ele estava tecendo corda para duas cestas, mas sem perceber, ele fez apenas uma, até que chegasse ao teto, pois seu espírito estava absorto em contemplação.

6. Pai João disse: “Sou como um homem sentado debaixo de uma grande árvore, que vê bestas selvagens e serpentes, vindo contra ele em grande número. Quando não pode mais, ele corre e sobe na árvore e se salva. É a mesma coisa comigo; sento-me em minha cela e estou consciente de pensamentos maus vindo contra mim e quando não tenho mais forças contra eles, busco refúgio em Deus pela oração e sou salvo do inimigo”.

7. Pai Poemen disse de Pai John, o Anão, que ele tinha rezado a Deus para que retirasse para longe dele as paixões, de modo que ele ficasse livre de preocupações. Então ele foi contar ao ancião isto: “Encontro-me em paz, sem nenhum inimigo”. O ancião lhe disse: “Vá, implore a Deus que lhe envie as lutas de modo que você recupere a aflição e humildade que você possuía, pois é pela luta que as almas progridem”. Então, ele implorou a Deus e quando as batalhas vieram ele não mais rezou que elas fossem afastadas, mas disse: “Senhor, dai-me força para a luta”.

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Padres do Deserto: Sentenças do Pai Isidoro

Apotegmas de diversos Santos padres - Do Site Central de Obras do Cristianismo Primitivo

Os padres do deserto prezavam e muito pela busca das virtudes e pelo afastamento dos vícios da alma. A busca por uma virtude se dá dia a dia. Ela é a vitória sobre aquele vício que trazemos na carne. Hoje quero deixar registrado aqui, cinco apotegmas atribuídos ao Pai Isidoro. Nelas vamos ouvir considerações importantes sobre a vida de oração, o desprezo aos prazeres do mundo, a busca pelas virtudes da alma, a humildade e a real intenção do jejum.

1. Pai Isidoro disse: “Quando eu era mais jovem e permanecia em minha cela eu não punha limites à oração; a noite era para mim tempo de oração tanto quanto o dia”.

2. Pai Isidoro foi um dia ver Pai Teófilo, arcebispo de Alexandria e quando retornou a Scetis, os irmãos perguntaram a ele: “O que há de novo na cidade?” Mas ele lhes disse: “Verdadeiramente irmãos, não vi a face de ninguém, exceto a do arcebispo”. Ouvindo isso ficaram muito ansiosos e disseram: “Houve algum desastre lá então, Pai?” Ele disse: “Não, de modo algum, mas o pensamento de olhar para quem quer que fosse não me atraiu”. A essas palavras eles se encheram de admiração e se fortaleceram em sua intenção de guardarem seus olhos de toda distração.

3. Pai Isidoro de Pelúsia disse: “Prezem as virtudes e não sejam escravos da glória; pois as primeiras são imortais enquanto que as últimas logo se desvanecem”.

4. Ele também disse: “As alturas da humildade são grandes e também as profundezas da vanglória; aconselho-os a atenderem à primeira e não caírem na segunda”.

5. Pai Isidoro, o sacerdote, disse: “Se você jejua regularmente, não se encha de orgulho, mas se você se vangloria por causa disso, então é melhor que coma carne. É melhor para um homem comer carne do que se inflar com orgulho e gloriar-se de si mesmo”.

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Padres do Deserto: Histórias diversas I

Apotegmas de diversos Santos padres - Do Site Central de Obras do Cristianismo Primitivo

Nesse post resolvi postar apotegmas que encontrei, mas como não temos muitos dos mesmos autores, resolvi colocá-los juntos para que possamos meditá-los. Para os desavisados, é importante recordar que os Santos Padres do Deserto foram os primeiros monges católicos. Deixaram o conforto para viver uma vida de silêncio, penitência e oração no deserto árido, seco e quente.

PAI AMON
Disse o abade Amon: “Suporta todo homem assim como Deus te suporta”.

PAI APOLO
Havia nas celas um velho homem chamado Apolo. Se aparecia alguém chamando-o para ajudar em alguma tarefa, ele ia alegremente, dizendo: “Vou trabalhar com Cristo hoje, pela salvação de minha alma, pois esta é a recompensa que Ele dá”.

PAI CIRO
Perguntaram a Pai Ciro da Alexandria, sobre a tentação da fornicação e ele replicou: “Se vocês não pensarem sobre isso, vocês não têm esperança, pois se vocês não estiverem pensando nisso, estão fazendo isso. Quer dizer, aquele que não luta contra o pecado e resiste a ele em seu espírito vai pecar fisicamente. É bem verdade que aquele que está fornicando não está preocupado pensando nisso”.

PAI DOULAS
Pai Doulas, discípulo de Pai Bessarião disse: “Um dia, quando estávamos caminhando ao longo da praia, eu estava sedento e disse ao Pai Bessarião: ‘Pai, estou com sede’. Ele rezou e disse-me: ‘Beba um pouco da água do mar’. A água estava doce e eu bebi. Cheguei a pegar um pouco numa garrafa de couro, pois tive medo de ficar sedento mais tarde. Vendo isto, o velho homem perguntou-me porque eu estava levando água. Eu disse a ele: “Perdoe-me, é por medo de ficar com sede mais tarde’. E o ancião disse: ‘Deus está aqui, Deus está em todo lugar'”.

PAI EPIFÂNIO
Dizia o abade Epifânio: “Conhece-te a ti mesmo e nunca cairás. Dá trabalho à tua alma, isto é, a oração contínua e o amor de Deus, antes que alguém a leve a maus pensamentos; e reza para que o espírito do erro se afaste de ti”.

PAI GERONTE
O abade Geronte de Petra disse: “Muitos daqueles que são tentados pelos caprichos do corpo não pecam com o corpo, mas cometem impurezas com o pensamento. E, mesmo conservando a virgindade do corpo, cometem impureza com sua alma. Portanto, amados meus, fazei como está escrito: “Cada um guarde seu coração com cuidadosa vigilância” (Prov. 4,23).

PAI GREGÓRIO
Gregório disse: “Que a tua obra seja pura pela presença do Senhor e não pela exibição”.

PAI IPERÉQUIO
Disse o abade Iperéquio: “Conserva sempre o Reino dos Céus no espírito, e logo o receberás em herança”.

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