Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida!

Naquele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se de Jesus para O ouvirem. Mas os fariseus e os doutores da Lei murmuravam entre si, dizendo: “Este acolhe os pecadores e come com eles”. Jesus propôs-lhes, então, esta parábola: Qual é o homem dentre vós que, possuindo cem ovelhas e tendo perdido uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai à procura da que se tinha perdido, até a encontrar? Ao encontrá-la, põe na alegremente aos ombros e, ao chegar a casa, convoca os amigos e vizinhos e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida’. Digo-vos Eu: Haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não necessitam de conversão. Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perde uma, não acende a candeia, não varre a casa e não procura cuidadosamente até a encontrar? E, ao encontrá-la, convoca as amigas e vizinhas e diz: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a dracma perdida’. Digo-vos: Assim há alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte.

Comentário do Evangelho do dia feito por São Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja

Este homem que possui cem ovelhas é o Bom Pastor (Jo 10,11), Cristo, que havia estabelecido todo o rebanho da raça humana numa só ovelha, isto é, em Adão, a quem colocara num Paraíso de delícias, numa região de pastagens vivificantes. Mas essa ovelha, confiando nos uivos de lobos, esqueceu a voz do Pastor e, perdendo-se no caminho que conduz ao redil da salvação, achou-se toda coberta de feridas mortais. Cristo veio a este mundo procurar a ovelha perdida e recuperou-a no seio da Virgem. Ele, que veio até nós nascido da carne, colocou-a depois sobre a cruz e levou-a aos ombros da Sua Paixão. Então, cheio da alegria da Ressurreição, ergueu-a, na Sua Ascensão, até às moradas do Céu. Ele convoca os amigos e vizinhos, isto é, os Anjos, e diz-lhes: Alegrai-vos Comigo, porque encontrei a Minha ovelha perdida, e os Seus Anjos rejubilam e exultam com Cristo por causa do regresso da ovelha do Senhor. Não se irritam por vê-la sentar-se diante deles no trono de majestade, dado que a inveja não existe no Céu, de onde foi banida com o diabo, e esse pecado não poderá jamais lá reentrar graças ao Cordeiro que tira o pecado do mundo (Jo 1,29).

Irmãos, assim nos veio Cristo procurar à Terra. Procuremo-Lo no Céu. Assim nos levou Ele até à glória da Sua divindade. Levemo-Lo no nosso corpo com a santidade de toda a nossa vida.

Até o próximo post! Não se esqueça de clicar na imagem abaixo e votar!

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Evangelho do Dia:: O mal não pode destruir o Reino de Deus

O poder de Satanás não é infinito. Satanás é uma simples criatura, poderosa pelo fato de ser puro espírito, mas criatura: impotente para impedir a edificação do Reino de Deus.

Do Evangelho Quotidiano

Jesus chegou a Cafarnaúm e no sábado seguinte, entrou na sinagoga e começou a ensinar. E maravilhavam-se com o seu ensinamento, pois os ensinava como quem tem autoridade e não como os doutores da Lei. Na sinagoga deles encontrava-se um homem com um espírito maligno, que começou a gritar: Que tens a ver connosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos arruinar? Sei quem Tu és: o Santo de Deus. Jesus repreendeu-o, dizendo: Cala-te e sai desse homem. Então, o espírito maligno, depois de o sacudir com força, saiu dele dando um grande grito. Tão assombrados ficaram que perguntavam uns aos outros: Que é isto? Eis um novo ensinamento, e feito com tal autoridade que até manda aos espíritos malignos e eles obedecem-lhe! E a sua fama logo se espalhou por toda a parte, em toda a região da Galileia. (Mc 1,21b-28)

Reflexão de hoje retirada do Catecismo da Igreja Católica §391-395

Por detrás da opção de desobediência dos nossos primeiros pais, há uma voz sedutora, oposta a Deus (Gn 3,1-5), a qual, por inveja, os faz cair na morte (Sb 2,24). A Escritura e a Tradição da Igreja vêem neste ser um anjo decaído, chamado Satanás ou Diabo (Jo 8,44; Ap 12,9). Segundo o ensinamento da Igreja, ele foi primeiro um anjo bom, criado por Deus. O Diabo e os outros demónios foram por Deus criados naturalmente bons; mas eles, por si, é que se fizeram maus (Concílio de Latrão).

A Escritura fala dum pecado destes anjos (2Pe 2,4). A queda consiste na livre opção destes espíritos criados, que radical e irrevogavelmente recusaram Deus e o Seu Reino. Encontramos um reflexo desta rebelião nas palavras do tentador aos nossos primeiros pais: Sereis como Deus (Gn 3,5). O Diabo é pecador desde o princípio (1 Jo 3, 8), pai da mentira (Jo 8,44). É o caráter irrevogável da sua opção, e não uma falha da infinita misericórdia de Deus, que faz com que o pecado dos anjos não possa ser perdoado. Não há arrependimento para eles depois da queda, tal como não há arrependimento para os homens depois da morte (São João Damasceno).

A Escritura atesta a influência nefasta daquele a que Jesus chama assassino desde o princípio (Jo 8,44), e que chegou ao ponto de tentar desviar Jesus da missão recebida do Pai (Mt 4,1-11). Foi para destruir as obras do Diabo que apareceu o Filho de Deus (1 Jo 3,8). Dessas obras, a mais grave em consequências foi a mentirosa sedução que induziu o homem a desobedecer a Deus.

No entanto, o poder de Satanás não é infinito. Satanás é uma simples criatura, poderosa pelo fato de ser puro espírito, mas criatura: impotente para impedir a edificação do Reino de Deus.

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Estudo sobre Jesus no deserto – Tentações e vitórias:: Alegrai-vos! Jesus venceu as tentações!

Este verdadeiramente precisa ser um post alegre, animador e encorajador. Veja a frase que o Catecismo nos traz:

A vitória de Jesus sobre o tentador no deserto antecipa a vitória da Paixão, obediência suprema de seu amor filial ao Pai… (CIC§539)

No que diz respeito ao estudo (conhecimento), o meu forte é ciências exatas. Sempre fui aqueles alunos que era fera em matemática, física e química e péssimo em literatura, história e geografia (e olha que minha mãe é professora de história e geografia). Eu sou um “quase” formado em Ciências Biológicas, e um “quase” formado em Ciência da Computação. Por isso a minha linha de raciocínio tende muito mais ao lógico. A minha maneira de pensar não é muito subjetiva. Ele é mais objetiva. Veja:

Que motivos temos para nos desesperarmos no tempo de deserto?

– Jesus passou pelo deserto;
– Jesus venceu o tentador;
– Jesus morreu por mim;
– Ele prometeu que estaria comigo todos os dias;
– Ele me mandou o Espírito Santo…

Veja, a lógica é que creiamos mais que duvidemos. Acredite! É normal ficar triste no tempo de deserto. é normal um certo abatimento. Mas desespero não faz parte de nós. A tristeza tem fim. A vitória de Cristo, essa sim é infinita.

Esse post quer fazer você que está passando por um tempo de deserto, alegrar-se em Cristo Jesus, pelo simples fato de que se Ele está com você, Ele mesmo te dará forças para vencer. Se você quer vencer o pecado, Jesus não te negará a vitória dessa guerra. Apegue-se a Ele. Mesmo sem sentir (o que é muito normal no tempo de deserto), reze com a razão. A vida não é só de sentimentalismo… Pode ser que durante a guerra você até perca umas batalhas. Mas a vitória final dessa guerra, se você quiser vencer junto de Jesus, Ele te dará.

Se você está passando por um tempo de tentações, por maiores que elas sejam, acredite e apegue-se a Jesus. Se Ele venceu e está do teu lado, você terá forças para dizer não a tentação. E se cair, e a tentação te vencer (o que também pode acontecer e de certa forma você está sujeito a isso), volte para Cristo o quanto antes. Recomece.

A vitória contra o diabo no deserto foi apenas uma pequena amostra, da grande vitória de Jesus na cruz. Portanto não desanime. O deserto tem fim, o que você viveu e como o enfrentou é o que fica.

Pax Domini

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Estudo sobre Jesus no deserto – Tentações e vitórias:: Aquele que venceu no deserto

Todo deserto tem um fim… O importante não é chegar ao fim, mas ter a alegria de chegar no fim sentindo-se vitorioso!

Todo deserto tem um fim… O importante não é chegar ao fim, mas ter a alegria de chegar no fim sentindo-se vitorioso!

Continuamos estudando o episódio onde o inimigo tenta a Nosso Senhor Jesus no deserto. Começamos esse estudo falando sobre o deserto. E vamos retomar o deserto para mais um post. Veja, segundo os evangelhos, Jesus passou quarenta dias e quarenta noites no deserto, Jejuando e orando. Depois desse tempo Jesus travou a grande batalha da tentação.

É importante explicar que na bíblia, o número 40 é bastante siginificativo, sobretudo nesse caso onde o episódio da tentação, faz uma clara alusão aos quarenta anos que o povo de Deus passou no deserto antes de chegar à Terra Prometida, ou ao tempo que o profeta Elias ficou sem comer.

Jesus cumpre à perfeição a vocação de Israel: contrariamente aos que provocam outrora a Deus durante quarenta anos no deserto, Cristo se revela como o Servo de Deus totalmente obediente à vontade divina. (CIC§539)

Essa alusão é claríssima. Jesus vence o tempo no deserto. Ele passou pelo deserto, mas permaneceu fiel. Ele não relcamou, nem murmurou… Simplesmente viveu e venceu.

Isso diz muito para nós. Quem não passou por um tempo de deserto e sobretudo por um tempo de tentação? Recentemente passei por um tempo muito difícil. Mas uma hora o deserto acabou. Porque todo deserto tem um tempo, e se você permanece fiel, você colherá os frutos dessa luta.

Quando estiver passando por qualquer deserto que seja na sua vida ou diante de qualquer tempo de tentação, recorde-se que todo deserto tem um tempo e que tudo tem um fim. Recorde-se que Jesus venceu o deserto e que se você se aproximar Dele, ainda que não seja pelos sentimentos, aproxime-se pelo intelecto, pela razão. Saiba que Ele venceu o deserto e que sentindo Ele perto ou não, Ele venceu e prometeu que estaria com você todos os dias.

No tempo de deserto, não se desespere e nem tente tirar a calça pela cabeça. No tempo de deserto, apegue-se com Jesus e siga. Uma hora o deserto chega ao fim.

Pax Domini

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Estudo sobre Jesus no deserto – Tentações e vitórias:: Jesus: O Novo Adão

Esses dias nós retomamos o nosso estudo sobre a pessoa de Jesus. E nesse tempo em especial temos focado nossa atenção no episódio das tentações de Jesus no deserto. Vimos nos últimos três posts que Jesus por três vezes rechaçou as investidas de satanás e permaneceu firme fazendo a vontade de Deus.

Jesus venceu as três maiores tentações que o inimigo nos oferece:

   – A tentação de confiar no que vê ao invés de confiar no Deus que não vê,
   – A tentação de confiar no que tem, ao invés de confiar no Deus que provê,
    – A tentação de não colocar Deus a prova.

Os evangelistas assinalam o sentido salvífico desse acontecimento misterioso. Jesus é o novo Adão, que ficou fiel onde o primeiro sucumbiu à tentação…(CIC§539)

Fazendo isso, Jesus assume a postura do novo Adão. O primeiro homem sucumbiu as tentações, mas Jesus as venceu. Aonde Adão fora infiel, Jesus foi e é fiel. Entenda bem porque a igreja chama Jesus de Novo Adão…

Não sei se você sabe, mas o nome de Adão tem um significado um tanto peculiar. Adão significa “pai da humanidade”. Jesus ao vencer o mal, assume o posto de Adão. Se torna o novo Pai da humanidade. Pode acreditar: temos um pai que venceu! Aonde o antigo Pai da humanidade fracassou, Jesus foi vitorioso, por isso podemos contar com ele para vencer as tentações. Sendo Jesus vitorioso, nada mais certo do que se aproximar dele para resistir as investidas de satanás.

Quando eu era pequeno, muitas e muitas vezes via meu pai arranjando as coisas para pescar. Era o hobby do meu pai. Ele gostava de pescar e passava horas e horas arrumando varas, anzóis, fazendo laçadas, colocando óleo nos molinetes, ele fazia tudo aquilo com muita astúcia… E eu mesmo pequeno já gostava de pescar com ele.

E quando eu encontrava alguma dificuldade em matéria de pescaria, eu recorria ao meu pai, que para mim era o pescador. Ele me ajudava a superar o que eu ainda não conseguia superar sozinho, pois ele era para mim “O grande pescador”. Eu confiava, aprendia e tentava colocar em prática.

Estou falando disso para que você entenda que quando temos alguém que é especialista em um determinado assunto, e faz aquilo de forma perfeita, nós acabamos nos aproximando Dele e deixando que Ele nos ensine, nos eduque, nos ajude. Jesus sendo o “Novo Adão” acaba por tornar-se também nosso responsável, e se tratando de tentações e lutas contra o inimigo, podemos ir a Ele, aprender com Ele e vencer ao lado Dele. Ele venceu o pecado.

Por isso quando você estiver sendo tentado, recorra a Jesus. Aprenda com Ele. Aproxime-se Dele. Peça que Jesus te ensine a resistir. Ainda que a tentação seja grande, ainda que lhe pareça grande, maior é aquele que venceu o autor de todas as tentações. Nessa hora, reze aquela ejaculatória tão tradicional da Igreja, pedindo que o Coração de Jesus te ajude.

Coração Eucarístico de Jesus
Livrai-nos cada vez mais das surpresas de satanás!

Pax Domini

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Estudo sobre Jesus no deserto – Tentações e vitórias:: O poder e o dinheiro em troca da sua alma

Dar-te-ei todo este poder e a glória desses reinos, porque me foram dados, e dou-os a quem quero. Portanto, se te prostrares diante de mim, tudo será teu. (Lc 4,6-7)

A segunda “proposta” que satanás fez a Jesus, foia tentação do ter, do poder, do conforto em troca da adoração a ele. Como eu disse no post anterior, a proposta de satanás é cheia de veneno e precisa ser lida nas suas entrelinhas. Para entendermos, vamos voltar no tempo…

A promessa feita por Deus ao povo de Israel fora uma promessa de fidelidade: Deus cuida do povo amado e esse povo responde com fidelidade a esse Deus. A ordem dada ao povo era clara:

Adorarás o Senhor teu Deus, e a ele só servirás! (Dt 6,13)

Quando satanás oferece poder, glória e honra a Jesus, ele o faz com um objetivo: fazer com que o Filho de Deus abandone o Pai. Jesus rechaça a investida de satanás com a palavra de Deuteronômio citada acima. Jesus não quer ser o Filho Pródigo que troca o amor do Pai por um dinheiro que passa.

Acontece que, quando preferimos a glória, o poder, o dinheiro, o bem estar, o sucesso profissional, abrindo mão do nosso amor para com o Deus único e verdadeiro, estamos cedendo a tentação do poder. Hoje em dia muitos sucumbem a tentação do ter e do poder, abrindo mão de Deus e da sua própria filiação em Jesus. É comum ver pessoas trocando família, valores, ideais de fidelidade a Deus, por fama, dinheiro, status, poder…

Às vezes pensamos nisso de uma forma grandiosa. Pensamos que sucumbir ao poder e ao dinheiro significa morar em Las Vegas e poder fazer o que lhe der na telha dentro de um Iate em Miami, gastar fortunas com objetos inexpressivos, com drogas, mulheres… Mas conheço muita gente que sucumbiu a tentação por causa de 30 míseras moedas. Tem gente que se vende por um pouquinho de atenção, por cinco minutos de fama, por uma noite de sexo… Provavelmente você conhece alguém “que só fala de dinheiro, de coisas, de bens” e desdenha da fé. Gente que só vê o material. Desculpe-me se você é assim, mas devo dizer com toda a caridade: mude de vida! O dinheiro é importante, mas não é tudo na vida. Quando morremos ele fica. E o pior: Fica pros outros, que provavelmente vão gastar de forma leviana. E voce que adorou o dinheiro por toda vida, pode acabar em um lugar bem quente…

Cuidado: A tentação do poder é muito mais frequente do que imaginamos.

É preciso olhar para Deus e ter a Deus como prioridade. É preciso dizer não quando perceber que está se deixando levar por uma proposta de conforto e dinheiro, em troca da sua fé. Ao contrário, se adoramos a Deus ao invés do dinheiro, do poder, da fama ou qualquer outra coisa que seja, Ele mesmo se trata de cuidar de nós, de zelar pelo nosso bem. E experiência própria: Ele cuida mesmo!

Pax Domini

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Estudo sobre Jesus no deserto – Tentações e vitórias:: A escolha entre o perecível e passageiro, ou o eterno

No final dessa permanência, Satanás o tenta por três vezes procurando questionar sua atitude filial para com Deus (CIC§538)

Pegando o Evangelho de São Lucas, no capítulo quatro, vemos a primeira tentação do demônio sobre Jesus:

Disse-lhe então o demônio: Se és o Filho de Deus, ordena a esta pedra que se torne pão.(Lc 4,3)

Quando vemos essa “sugestão” do demônio, logo imaginamos que a intenção do demônio era de fazer Jesus usar o seu poder (de Filho de Deus, e portanto Deus) para saciar sua fome. Porém como diz o Monsenhor Jonas Abib, o demônio fala nas entrelinhas. Ele é astuto. A intenção do demônio era muito pior. E quando você entender qual era essa intenção, você verá que muitas vezes no seu dia, você é tentado da mesma forma.

Vamos analisar a situação: Jesus estava em jejum a quarenta dias e quarenta noites. Estava sozinho e faminto. Mas o que Jesus fazia lá no deserto? Podemos afirmar que Jesus alimentava a alma, fortalecia a alma. Enquanto o corpo sofria a fome, a alma estava sendo alimentada.

Só que, humanamente falando, não vemos a nossa alma sendo alimentada. Não existe um ponteiro que vemos dizendo quando está cheia ou vazia. A tentação que Jesus vive nesse momento é: entre a fome que Ele sente, e o alimento espiritual que Ele não sente. Entre aquilo que é visível, mas transitório, ou aquilo que é invisível porém eterno. A tentação do demônio é quebrar a preparação que Jesus fazia para o tempo que Ele ia viver. A tentação do demônio era fazer com que Jesus escolhesse o que passa, ao invés de escolher o que não passa.

Muitas vezes nós, preferimos o que vemos, sentimos e tocamos ao invés de optarmos por aquilo que a um primeiro plano não vemos. Quando deixamos de esperar a pessoa certa, para ficar com a errada, quando deixamos de esperar e confiar em Deus para dar jeitinho nas coisas, estamos caindo nesse mesmo tipo de tentação.

Muitas pessoas acabam escolhendo o que está a mão, usando do ditado: melhor um pássaro na mão do que dois voando. Porém as vezes o pássaro que está na mão é um urubu, que cheira carniça, come carniça e causa um transtorno terrível trazendo lixo para sua casa. Jesus prefere o que é eterno, ou seja, a palavra de Deus. Ele prefere seguir na sua preparação do que dar um “jeitinho” e transformar a pedra em pão.

Não seja burro (desculpe mas a palavra é essa mesmo: Quem peca é burro de burrice). Quando o demônio lhe tentar entre o que é perecível e passa, e o que é eterno, escolha corretamente. Diga como Jesus:

Está escrito: Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra de Deus (Lc 4,4)

Creia nas promessas de Deus. Elas se cumprem.

Pax Domini

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Estudo sobre Jesus no deserto – Tentações e vitórias:: Papa Bento XVI nos fala sobre a primeira tentação do demônio a Jesus no deserto

Nesse estudo que estamos fazendo quero deixar aqui, uma pequena parte do Grande Livro do Papa Bento XVI – Jesus de Nazaré. Aqui ele explica um pouco do que seria a intenção do demônio com a primeira tentação. Se possível, ainda hoje irei escrever sobre isso.

São Mateus e São Lucas narram três tentações de Jesus, nas quais espelha a luta por causa da sua missão. O núcleo de toda tentação é colocar Deus de lado, o qual, junto às questões sobre o sentido da vida, aparece como algo secundário, se não mesmo de supérfluo e incômodo. Ordenar, construir o mundo de um modo autônomo, sem Deus; reconhecer como realidade apenas as realidades políticas e materiais e deixar de lado Deus, tendo-o como uma ilusão: aqui está a tentação que de muitas formas hoje nos ameaça.

Pertence à essência da tentação o seu aspecto moral: ela não nos convida diretamente para o mal, isso seria grosseiro. Ela pretende mostrar o que é melhor para nós: por finalmente de lado as ilusões e dedicar-se de todas as formas à melhoria do mundo. Além disso, ela se apresenta com a pretensão do verdadeiro realismo: o real é o que aparece (poder e pão); as coisas de Deus, ao contrário, aparecem como um mundo irreal, secundário, do qual não se tem nenhuma necessidade. Trata-se portanto de Deus.

É Ele o real, a realidade mesma, ou não é nada? É o bem, ou devemos nós mesmos inventa-lo? A questão acerca de Deus é a questão fundamental que se levanta na encruzilhada da existência humana. O que é que o redentor do mundo deve ou não fazer: é disto que se trata nas tentações de Jesus. O tentador diz a Ele:

“Se és o Filho de Deus, ordena que estas pedras se transformem em pão” ( Mt 4,3)

…estas palavras serão ditas, pouco depois, pelos escarnecedores junto a cruz:

“Se és o Filho de Deus, então desce da cruz…” (Mt 27,40)

Escárnio e tentação andam aqui perfeitamente juntos: para se tornar digno de fé, Jesus deve apresentar a prova para a sua pretensão.

Esta exigência de prova percorre toda a história da vida de Jesus, visto que constantemente o acusam de não ter provado suficientemente pois não realizou o grande milagre que retirasse toda a ambigüidade e toda a contradição e que a todos clara e indiscutivelmente mostrasse que Ele era ou não. E esta exigência a respeito de Deus, de Cristo e da Igreja tem sido constantemente mantida ao longo de toda a história: “Se tu existe, ó Deus, então Tu mesmo Te deves mostrar. Então deves retirar as nuvens do Teu escondimento e dar-nos a clareza que pretendemos. Se Tu, Cristo, és realmente o Filho e não um dos iluminados, como sempre aparecem na história, então Tu deves mostrar isso de um modo muito mais claro do que fazes. E então Tu deves dar à Tua Igreja, se ela deve ser verdadeiramente deve ser Tua, uma outra medida de clareza, diferente daquela que na realidade tem.”

Trecho do livro: Jesus de Nazaré – Papa Bento XVI

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Estudo sobre Jesus no deserto – Tentações e vitórias:: Preparar-se para o combate: Uma necessidade

No final dessa permanência (os quarenta dias que passou no deserto), Satanás o tenta por três vezes procurando questionar sua atitude filial para com Deus. Jesus rechaça esses ataques que recapitulam as tentações de Adão no Paraíso e de Israel no deserto, e o Diabo afasta-se dele “até o tempo oportuno” (CIC§538)

Ainda vamos falar muito desse parágrafo 538 do Catecismo da Igreja Católica. Se você percebeu, ainda estamos nos referindo a ele, pois é muito rico. Eu meio que fui dividindo esse parágrafo pois ele fala de três realidades distintas: o deserto, o jejum e as tentações.

Já falamos aqui sobre as duas primeiras partes. Agora vamos entrar no terceiro aspecto:as tentações sofridas e vencidas por Jesus.

E já chamo a atenção para um aspecto: Tanto a palavra de Deus, quanto esse versículo (que obviamente se baseia na palavra) afirmam que as tentações aconteceram ao fim dos quarenta dias. E o que isso quer dizer?

Quer dizer que houve um tempo de preparação. Jesus viveu um tempo de intensa oração e e intenso jejum para poder combater o inimigo. O demônio só investiu contra Jesus quando esse tempo estava completo. Para enfrentarmos o mal, é necessário estarmos espiritualmente preparados, além de contarmos muito com a graça de Deus. Quando vamos lutar em uma guerra, ou até mesmo usando de um outro exemplo, quando vamos jogar algum esporte, é preciso um tempo de treino, de preparação.

Às vezes queremos lutar contra o mal, mas não nos colocamos em treino, como o próprio Jesus fez. Achamos é fácil, que é simples. Menosprezar o inimigo, não nos faz vencê-lo. Ao contrário. Em guerras, todos que menosprezaram os inimigos, sucumbiram.

Eu já fui militar. Se vocês não sabem, sou Oficial da Reserva do Exército. Nessa organização, nós fazíamos treinamento físico todos os dias. Às vezes fazíamos corrida, outros dias, treinamentos com toras, outros dias praticávamos esportes… Mas fazíamos isso não para ficarmos em forma. Fazíamos isso porque estávamos no exército. E no exército precisamos estar prontos, pois não sabemos o dia e nem a hora em que o inimigo pode nos atacar.

Se a preparação física é árdua e cansativa, mais ainda e a preparação espiritual. Exige disposição e atitude.

É preciso preparar-se para a batalha, pois quem serve a Deus automaticamente tem a Satanás como inimigo. Por isso faça como Jesus. Se prepare para o combate espiritual. Se arme com o jejum, o silêncio e a oração. O combate vai ser esse até o céu.

Dominus Vobiscum

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Estudo sobre Jesus no deserto – Tentações e vitórias:: A força mística do jejum

…”Levado pelo Espírito” ao deserto, Jesus ali fica quarenta dias sem comer, vive com os animais selvagens e os anjos o servem… (CIC§538)

O Catecismo ressalta o fato de Jesus jejuar no tempo do deserto, pois o jejum é algo importantíssimo para se viver. O próprio Senhor já dizia:

…Quanto a esta espécie de demônio, só se pode expulsar à força de oração e de jejum. (Mt 17,20)

Ele bem sabia da força mística do jejum, pois ele também Jejuou e experimentou no seu próprio corpo o benefício do jejum em sua vida. Para nós, dos tempos modernos,infelizmente o jejum caiu em desuso e seja um cristão iniciante, ou um cristão de caminhada, cada um tem a sua desculpa para não jejuar. Uns dizem ter muitas ocupações e precisarem de energia. Outros afirmam que tem problemas de saúde. E por ai vai… E são desculpas que a um primeiro momento até parecem “convincentes”.

Digo isso com propriedade, porque também eu já dei desculpas assim. Inclusive médicas, pois na época o médico disse que eu nunca poderia fazer jejum. Mas sinceramente falando, e o digo por mim, sabe qual é o principal motivo para não se fazer jejum?

É o fato de nós não conseguirmos controlar nossos corpos e nossa fome: ou melhor nossa gula.

E se você é leitor antigo deste blog, deve recordar do estudo que fizemos sobre a gastrimargia (caso queira retomar esse estudo, leia veja as indicações abaixo), ou pecado da gula. E nem adianta dizer que você não é guloso por que é magro. Gula não significa obesidade. Tem muito magro que come com o olho.

O fato é que o jejum é uma arma espiritual, e diga-se de passagem, uma das mais eficazes. Primeiro porque quando se faz o jejum, a finalidade em si não é apenas privar-se de comer, mas alimentar-se do alimento eterno: o Cristo. Quem jejua experimenta uma liberdade espiritual incrível. Desde a antiguidade, os grandes homens de oração vivam assíduamente essa arma espiritual.

“Privar-se do alimento material que nutre o corpo facilita uma disposição interior a escutar Cristo e a nutrir-se de sua palavra de salvação” (Bento XVI)

Mas como se jejua corretamente?

Antes de explicar como vivemos o jejum em nossos dias, gostaria de dizer que o jejum que Jesus fez (40 dias e 40 noites) foi um jejum diferente, e radical, tanto que muitos santos  e ascetas tentaram viver e não conseguiram. Outros chegaram bem perto (como São Fracisco por exemplo), porém não é indicado pela Igreja. É preciso jejuar nos dias certos, como a Igreja indica.

O Monsenhor Jonas Abib tem um livrinho pequeno e simples que nos explica como se pode jejuar. Seguindo o roteiro desse livro, todos nós podemos fazer o jejum, seja você jovem, adulto ou idoso, são ou doente, ocupado ou ocioso. O jejum é feito de acordo com suas possibilidades e exitem várias “modalidades” de jejum. É só aprender e escolher o jejum adequado para as suas possibilidades. O que você não pode é continuar dando desculpas para não jejuar.

Eu tenho feito meu jejum como se pede na Comunidade Canção Nova – as quartas e sextas feiras. Não é fácil, mas tenho pedido a graça pra Deus. Hoje eu faço meu jejum a base de líquido. Além disso, quando vou a algum encontro ou pregação, eu tento fazer jejum também, como forma de estar mais atento ao que Deus quer me falar. E posso testemunhar: Muito dessa retomada espiritual que tenho vivido, se deu a partir dessa retomada do meu jejum. Através dele, e com a graça de Cristo tenho retomado as rédeas da minha espiritualidade e da minha essência.

Quero aconselhar você amigo leitor desse singelo blog, a fazer a experiência de começar a viver o jejum no seu dia a dia. Digo a você que seu trabalho diário e suas ocupações não vão impedir você de fazer o jejum e ao contrário, você estará mais preparado para enfrentar o seu dia, pois quem jejua, escuta a Deus com a clareza.

Ainda hoje, quero postar alguns textos complementares sobre o jejum. Acho que vão ajudar você.

Pax Domini

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