Mensagem do Papa para a JMJ Rio2013

Graça e paz!

Queridos amigos, chegou a hora de conferir a belíssima mensagem que o Papa Bento XVI preparou para a JMJ Rio 2013. Penso que são palavras fortes que saem diretamente do coração desse Pai e Pastor que se preocupa com os problemas e dificuldades do mundo atual, e que devem atingir “em cheio” o nosso coração jovem, ansioso por Deus.

Vale a pena ler , meditar, deixar que a Palavra caia no coração e produza muitos frutos.  Acredito que assim como o meu, o seu coração ficará inflamado e desejoso para “ir e fazer discípulos”, e contando os dias para o início da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro!

MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI
PARA A XXVIII JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE
NO RIO DE JANEIRO, EM JULHO DE 2013

«Ide e fazei discípulos entre as nações!» (cf. Mt 28,19)

Queridos jovens,

Desejo fazer chegar a todos vós minha saudação cheia de alegria e afeto. Tenho a certeza que muitos de vós regressastes a casa da Jornada Mundial da Juventude em Madri mais «enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé» (cf. Col 2,7). Este ano, inspirados pelo tema: «Alegrai-vos sempre no Senhor» (Fil 4,4) celebramos a alegria de ser cristãos nas várias Dioceses. E agora estamo-nos preparando para a próxima Jornada Mundial, que será celebrada no Rio de Janeiro, Brasil, em julho de 2013.

Desejo, em primeiro lugar, renovar a vós o convite para participardes nesse importante evento. A conhecida estátua do Cristo Redentor, que se eleva sobre aquela bela cidade brasileira, será o símbolo eloquente deste convite: seus braços abertos são o sinal da acolhida que o Senhor reservará a todos quantos vierem até Ele, e o seu coração retrata o imenso amor que Ele tem por cada um e cada uma de vós. Deixai-vos atrair por Ele! Vivei essa experiência de encontro com Cristo, junto com tantos outros jovens que se reunirão no Rio para o próximo encontro mundial! Deixai-vos amar por Ele e sereis as testemunhas de que o mundo precisa.

Convido a vos preparardes para a Jornada Mundial do Rio de Janeiro, meditando desde já sobre o tema do encontro: «Ide e fazei discípulos entre as nações» (cf. Mt 28,19). Trata-se da grande exortação missionária que Cristo deixou para toda a Igreja e que permanece atual ainda hoje, dois mil anos depois. Agora este mandato deve ressoar fortemente em vosso coração. O ano de preparação para o encontro do Rio coincide com o Ano da fé, no início do qual o Sínodo dos Bispos dedicou os seus trabalhos à «nova evangelização para a transmissão da fé cristã». Por isso me alegro que também vós, queridos jovens, sejais envolvidos neste impulso missionário de toda a Igreja: fazer conhecer Cristo é o dom mais precioso que podeis fazer aos outros.

1. Uma chamada urgente

A história mostra-nos muitos jovens que, através do dom generoso de si mesmos, contribuíram grandemente para o Reino de Deus e para o desenvolvimento deste mundo, anunciando o Evangelho. Com grande entusiasmo, levaram a Boa Nova do Amor de Deus manifestado em Cristo, com meios e possibilidades muito inferiores àqueles de que dispomos hoje em dia. Penso, por exemplo, no Beato José de Anchieta, jovem jesuíta espanhol do século XVI, que partiu em missão para o Brasil quando tinha menos de vinte anos e se tornou um grande apóstolo do Novo Mundo. Mas penso também em tantos de vós que se dedicam generosamente à missão da Igreja: disto mesmo tive um testemunho surpreendente na Jornada Mundial de Madri, em particular na reunião com os voluntários.

Hoje, não poucos jovens duvidam profundamente que a vida seja um bem, e não veem com clareza o próprio caminho. De um modo geral, diante das dificuldades do mundo contemporâneo, muitos se perguntam: E eu, que posso fazer? A luz da fé ilumina esta escuridão, nos fazendo compreender que toda existência tem um valor inestimável, porque é fruto do amor de Deus. Ele ama mesmo quem se distanciou ou esqueceu d’Ele: tem paciência e espera; mais que isso, deu o seu Filho, morto e ressuscitado, para nos libertar radicalmente do mal. E Cristo enviou os seus discípulos para levar a todos os povos este alegre anúncio de salvação e de vida nova.

A Igreja, para continuar esta missão de evangelização, conta também convosco. Queridos jovens, vós sois os primeiros missionários no meio dos jovens da vossa idade! No final do Concílio Ecumênico Vaticano II, cujo cinquentenário celebramos neste ano, o Servo de Deus Paulo VI entregou aos jovens e às jovens do mundo inteiro uma Mensagem que começava com estas palavras: «É a vós, rapazes e moças de todo o mundo, que o Concílio quer dirigir a sua última mensagem, pois sereis vós a recolher o facho das mãos dos vossos antepassados e a viver no mundo no momento das mais gigantescas transformações da sua história, sois vós quem, recolhendo o melhor do exemplo e do ensinamento dos vossos pais e mestres, ides constituir a sociedade de amanhã: salvar-vos-eis ou perecereis com ela». E concluía com um apelo: «Construí com entusiasmo um mundo melhor que o dos vossos antepassados!» (Mensagem aos jovens, 8 de dezembro de 1965).

Queridos amigos, este convite é extremamente atual. Estamos passando por um período histórico muito particular: o progresso técnico nos deu oportunidades inéditas de interação entre os homens e entre os povos, mas a globalização destas relações só será positiva e fará crescer o mundo em humanidade se estiver fundada não sobre o materialismo mas sobre o amor, a única realidade capaz de encher o coração de cada um e unir as pessoas. Deus é amor. O homem que esquece Deus fica sem esperança e se torna incapaz de amar seu semelhante. Por isso é urgente testemunhar a presença de Deus para que todos possam experimentá-la: está em jogo a salvação da humanidade, a salvação de cada um de nós. Qualquer pessoa que entenda essa necessidade, não poderá deixar de exclamar com São Paulo: «Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho» (1 Cor 9,16).

2. Tornai-vos discípulos de Cristo

Esta chamada missionária vos é dirigida também por outro motivo: é necessário para o nosso caminho de fé pessoal. O Beato João Paulo II escrevia: «É dando a fé que ela se fortalece» (Encíclica Redemptoris missio, 2). Ao anunciar o Evangelho, vós mesmos cresceis em um enraizamento cada vez mais profundo em Cristo, vos tornais cristãos maduros. O compromisso missionário é uma dimensão essencial da fé: não se crê verdadeiramente, se não se evangeliza. E o anúncio do Evangelho não pode ser senão consequência da alegria de ter encontrado Cristo e ter descoberto n’Ele a rocha sobre a qual construir a própria existência. Comprometendo-vos no serviço aos demais e no anúncio do Evangelho, a vossa vida, muitas vezes fragmentada entre tantas atividades diversas, encontrará no Senhor a sua unidade; construir-vos-eis também a vós mesmos; crescereis e amadurecereis em humanidade.

Mas, que significa ser missionário? Significa acima de tudo ser discípulo de Cristo e ouvir sem cessar o convite a segui-Lo, o convite a fixar o olhar n’Ele: «Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração» (Mt 11,29). O discípulo, de fato, é uma pessoa que se põe à escuta da Palavra de Jesus (cf. Lc 10,39), a quem reconhece como o Mestre que nos amou até o dom de sua vida. Trata-se, portanto, de cada um de vós deixar-se plasmar diariamente pela Palavra de Deus: ela vos transformará em amigos do Senhor Jesus, capazes de fazer outros jovens entrar nesta mesma amizade com Ele.

Aconselho-vos a guardar na memória os dons recebidos de Deus, para poder transmiti-los ao vosso redor. Aprendei a reler a vossa história pessoal, tomai consciência também do maravilhoso legado recebido das gerações que vos precederam: tantos cristãos nos transmitiram a fé com coragem, enfrentando obstáculos e incompreensões. Não o esqueçamos jamais! Fazemos parte de uma longa cadeia de homens e mulheres que nos transmitiram a verdade da fé e contam conosco para que outros a recebam. Ser missionário pressupõe o conhecimento deste patrimônio recebido que é a fé da Igreja: é necessário conhecer aquilo em que se crê, para podê-lo anunciar. Como escrevi na introdução do YouCat, o Catecismo para jovens que vos entreguei no Encontro Mundial de Madri, «tendes de conhecer a vossa fé como um especialista em informática domina o sistema operacional de um computador. Tendes de compreendê-la como um bom músico entende uma partitura. Sim, tendes de estar enraizados na fé ainda mais profundamente que a geração dos vossos pais, para enfrentar os desafios e as tentações deste tempo com força e determinação» (Prefácio).

3. Ide!

Jesus enviou os seus discípulos em missão com este mandato: «Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! Quem crer e for batizado será salvo» (Mc 16,15-16). Evangelizar significa levar aos outros a Boa Nova da salvação, e esta Boa Nova é uma pessoa: Jesus Cristo. Quando O encontro, quando descubro até que ponto sou amado por Deus e salvo por Ele, nasce em mim não apenas o desejo, mas a necessidade de fazê-lo conhecido pelos demais. No início do Evangelho de João, vemos como André, depois de ter encontrado Jesus, se apressa em conduzir a Ele seu irmão Simão (cf. 1,40-42). A evangelização sempre parte do encontro com o Senhor Jesus: quem se aproximou d’Ele e experimentou o seu amor, quer logo partilhar a beleza desse encontro e a alegria que nasce dessa amizade. Quanto mais conhecemos a Cristo, tanto mais queremos anunciá-lo. Quanto mais falamos com Ele, tanto mais queremos falar d’Ele. Quanto mais somos conquistados por Ele, tanto mais desejamos levar outras pessoas para Ele.

Pelo Batismo, que nos gera para a vida nova, o Espírito Santo vem habitar em nós e inflama a nossa mente e o nosso coração: é Ele que nos guia para conhecer a Deus e entrar em uma amizade sempre mais profunda com Cristo. É o Espírito que nos impulsiona a fazer o bem, servindo os outros com o dom de nós mesmos. Depois, através do sacramento da Confirmação, somos fortalecidos pelos seus dons, para testemunhar de modo sempre mais maduro o Evangelho. Assim, o Espírito de amor é a alma da missão: Ele nos impele a sair de nós mesmos para «ir» e evangelizar. Queridos jovens, deixai-vos conduzir pela força do amor de Deus, deixai que este amor vença a tendência de fechar-se no próprio mundo, nos próprios problemas, nos próprios hábitos; tende a coragem de «sair» de vós mesmos para «ir» ao encontro dos outros e guiá-los ao encontro de Deus.

4. Alcançai todos os povos

Cristo ressuscitado enviou os seus discípulos para dar testemunho de sua presença salvífica a todos os povos, porque Deus, no seu amor superabundante, quer que todos sejam salvos e ninguém se perca. Com o sacrifício de amor na Cruz, Jesus abriu o caminho para que todo homem e toda mulher possa conhecer a Deus e entrar em comunhão de amor com Ele. E constituiu uma comunidade de discípulos para levar o anúncio salvífico do Evangelho até os confins da terra, a fim de alcançar os homens e as mulheres de todos os lugares e de todos os tempos. Façamos nosso esse desejo de Deus!

Queridos amigos, estendei o olhar e vede ao vosso redor: tantos jovens perderam o sentido da sua existência. Ide! Cristo precisa de também de vós. Deixai-vos envolver pelo seu amor, sede instrumentos desse amor imenso, para que alcance a todos, especialmente aos «afastados». Alguns encontram-se geograficamente distantes, enquanto outros estão longe porque a sua cultura não dá espaço para Deus; alguns ainda não acolheram o Evangelho pessoalmente, enquanto outros, apesar de o terem recebido, vivem como se Deus não existisse. A todos abramos a porta do nosso coração; procuremos entrar em diálogo com simplicidade e respeito: este diálogo, se vivido com uma amizade verdadeira, dará seus frutos. Os «povos», aos quais somos enviados, não são apenas os outros Países do mundo, mas também os diversos âmbitos de vida: as famílias, os bairros, os ambientes de estudo ou de trabalho, os grupos de amigos e os locais de lazer. O jubiloso anúncio do Evangelho se destina a todos os âmbitos da nossa vida, sem exceção.

Gostaria de destacar dois campos, nos quais deve fazer-se ainda mais solícito o vosso empenho missionário. O primeiro é o das comunicações sociais, em particular o mundo da internet. Como tive já oportunidade de dizer-vos, queridos jovens, «senti-vos comprometidos a introduzir na cultura deste novo ambiente comunicador e informativo os valores sobre os quais assenta a vossa vida! […] A vós, jovens, que vos encontrais quase espontaneamente em sintonia com estes novos meios de comunicação, compete de modo particular a tarefa da evangelização deste “continente digital”» (Mensagem para o XLIII Dia Mundial das Comunicações Sociais, 24 de maio de 2009). Aprendei, portanto, a usar com sabedoria este meio, levando em conta também os perigos que ele traz consigo, particularmente o risco da dependência, de confundir o mundo real com o virtual, de substituir o encontro e o diálogo direto com as pessoas por contatos na rede.

O segundo campo é o da mobilidade. Hoje são sempre mais numerosos os jovens que viajam, seja por motivos de estudo ou de trabalho, seja por diversão. Mas penso também em todos os movimentos migratórios, que levam milhões de pessoas, frequentemente jovens, a se transferir e mudar de Região ou País, por razões econômicas ou sociais. Também estes fenômenos podem se tornar ocasiões providenciais para a difusão do Evangelho. Queridos jovens, não tenhais medo de testemunhar a vossa fé também nesses contextos: para aqueles com quem vos deparareis, é um dom precioso a comunicação da alegria do encontro com Cristo.

5. Fazei discípulos!

Penso que já várias vezes experimentastes a dificuldade de envolver os jovens da vossa idade na experiência da fé. Frequentemente tereis constatado que em muitos deles, especialmente em certas fases do caminho da vida, existe o desejo de conhecer a Cristo e viver os valores do Evangelho, mas tal desejo é acompanhado pela sensação de ser inadequados e incapazes. Que fazer? Em primeiro lugar, a vossa solicitude e a simplicidade do vosso testemunho serão um canal através do qual Deus poderá tocar seu coração. O anúncio de Cristo não passa somente através das palavras, mas deve envolver toda a vida e traduzir-se em gestos de amor. A ação de evangelizar nasce do amor que Cristo infundiu em nós; por isso, o nosso amor deve conformar-se sempre mais ao d’Ele. Como o bom Samaritano, devemos manter-nos solidários com quem encontramos, sabendo escutar, compreender e ajudar, para conduzir, quem procura a verdade e o sentido da vida, à casa de Deus que é a Igreja, onde há esperança e salvação (cf. Lc 10,29-37). Queridos amigos, nunca esqueçais que o primeiro ato de amor que podeis fazer ao próximo é partilhar a fonte da nossa esperança: quem não dá Deus, dá muito pouco. Aos seus apóstolos, Jesus ordena: «Fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei» (Mt 28,19-20). Os meios que temos para «fazer discípulos» são principalmente o Batismo e a catequese. Isto significa que devemos conduzir as pessoas que estamos evangelizando ao encontro com Cristo vivo, particularmente na sua Palavra e nos Sacramentos: assim poderão crer n’Ele, conhecerão a Deus e viverão da sua graça. Gostaria que cada um de vós se perguntasse: Alguma vez tive a coragem de propor o Batismo a jovens que ainda não o receberam? Convidei alguém a seguir um caminho de descoberta da fé cristã? Queridos amigos, não tenhais medo de propor aos jovens da vossa idade o encontro com Cristo. Invocai o Espírito Santo: Ele vos guiará para entrardes sempre mais no conhecimento e no amor de Cristo, e vos tornará criativos na transmissão do Evangelho.

6. Firmes na fé

Diante das dificuldades na missão de evangelizar, às vezes sereis tentados a dizer como o profeta Jeremias: «Ah! Senhor Deus, eu não sei falar, sou muito novo». Mas, também a vós, Deus responde: «Não digas que és muito novo; a todos a quem eu te enviar, irás» (Jr 1,6-7). Quando vos sentirdes inadequados, incapazes e frágeis para anunciar e testemunhar a fé, não tenhais medo. A evangelização não é uma iniciativa nossa nem depende primariamente dos nossos talentos, mas é uma resposta confiante e obediente à chamada de Deus, e portanto não se baseia sobre a nossa força, mas na d’Ele. Isso mesmo experimentou o apóstolo Paulo: «Trazemos esse tesouro em vasos de barro, para que todos reconheçam que este poder extraordinário vem de Deus e não de nós» (2 Cor 4,7).

Por isso convido-vos a enraizar-vos na oração e nos sacramentos. A evangelização autêntica nasce sempre da oração e é sustentada por esta: para poder falar de Deus, devemos primeiro falar com Deus. E, na oração, confiamos ao Senhor as pessoas às quais somos enviados, suplicando-Lhe que toque o seu coração; pedimos ao Espírito Santo que nos torne seus instrumentos para a salvação dessas pessoas; pedimos a Cristo que coloque as palavras nos nossos lábios e faça de nós sinais do seu amor. E, de modo mais geral, rezamos pela missão de toda a Igreja, de acordo com a ordem explícita de Jesus: «Pedi, pois, ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!» (Mt 9,38). Sabei encontrar na Eucaristia a fonte da vossa vida de fé e do vosso testemunho cristão, participando com fidelidade na Missa ao domingo e sempre que possível também durante a semana. Recorrei frequentemente ao sacramento da Reconciliação: é um encontro precioso com a misericórdia de Deus que nos acolhe, perdoa e renova os nossos corações na caridade. E, se ainda não o recebestes, não hesiteis em receber o sacramento da Confirmação ou Crisma preparando-vos com cuidado e solicitude. Junto com a Eucaristia, esse é o sacramento da missão, porque nos dá a força e o amor do Espírito Santo para professar sem medo a fé. Encorajo-vos ainda à prática da adoração eucarística: permanecer à escuta e em diálogo com Jesus presente no Santíssimo Sacramento, torna-se ponto de partida para um renovado impulso missionário.

Se seguirdes este caminho, o próprio Cristo vos dará a capacidade de ser plenamente fiéis à sua Palavra e de testemunhá-Lo com lealdade e coragem. Algumas vezes sereis chamados a dar provas de perseverança, particularmente quando a Palavra de Deus suscitar reservas ou oposições. Em certas regiões do mundo, alguns de vós sofrem por não poder testemunhar publicamente a fé em Cristo, por falta de liberdade religiosa. E há quem já tenha pagado com a vida o preço da própria pertença à Igreja. Encorajo-vos a permanecer firmes na fé, certos de que Cristo está ao vosso lado em todas as provas. Ele vos repete: «Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus» (Mt 5,11-12).

7. Com toda a Igreja

Queridos jovens, para permanecer firmes na confissão da fé cristã nos vários lugares onde sois enviados, precisais da Igreja. Ninguém pode ser testemunha do Evangelho sozinho. Jesus enviou em missão os seus discípulos juntos: o mandato «fazei discípulos» é formulado no plural. Assim, é sempre como membros da comunidade cristã que prestamos o nosso testemunho, e a nossa missão torna-se fecunda pela comunhão que vivemos na Igreja: seremos reconhecidos como discípulos de Cristo pela unidade e o amor que tivermos uns com os outros (cf. Jo 13,35). Agradeço ao Senhor pela preciosa obra de evangelização que realizam as nossas comunidades cristãs, as nossas paróquias, os nossos movimentos eclesiais. Os frutos desta evangelização pertencem a toda a Igreja: «um é o que semeia e outro o que colhe», dizia Jesus (Jo 4,37).

A propósito, não posso deixar de dar graças pelo grande dom dos missionários, que dedicam toda a sua vida ao anúncio do Evangelho até os confins da terra. Do mesmo modo bendigo o Senhor pelos sacerdotes e os consagrados, que ofertam inteiramente as suas vidas para que Jesus Cristo seja anunciado e amado. Desejo aqui encorajar os jovens chamados por Deus a alguma dessas vocações, para que se comprometam com entusiasmo: «Há mais alegria em dar do que em receber!» (At 20,35). Àqueles que deixam tudo para segui-Lo, Jesus prometeu o cêntuplo e a vida eterna (cf. Mt 19,29).

Dou graças também por todos os fiéis leigos que se empenham por viver o seu dia-a-dia como missão, nos diversos lugares onde se encontram, tanto em família como no trabalho, para que Cristo seja amado e cresça o Reino de Deus. Penso particularmente em quantos atuam no campo da educação, da saúde, do mundo empresarial, da política e da economia, e em tantos outros âmbitos do apostolado dos leigos. Cristo precisa do vosso empenho e do vosso testemunho. Que nada – nem as dificuldades, nem as incompreensões – vos faça renunciar a levar o Evangelho de Cristo aos lugares onde vos encontrais: cada um de vós é precioso no grande mosaico da evangelização!

8. «Aqui estou, Senhor!»

Em suma, queridos jovens, queria vos convidar a escutar no íntimo de vós mesmos a chamada de Jesus para anunciar o seu Evangelho. Como mostra a grande estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, o seu coração está aberto para amar a todos sem distinção, e seus braços estendidos para alcançar a cada um. Sede vós o coração e os braços de Jesus. Ide testemunhar o seu amor, sede os novos missionários animados pelo seu amor e acolhimento. Segui o exemplo dos grandes missionários da Igreja, como São Francisco Xavier e muitos outros.

No final da Jornada Mundial da Juventude em Madri, dei a bênção a alguns jovens de diferentes continentes que partiam em missão. Representavam a multidão de jovens que, fazendo eco às palavras do profeta Isaías, diziam ao Senhor: «Aqui estou! Envia-me» (Is 6,8). A Igreja tem confiança em vós e vos está profundamente grata pela alegria e o dinamismo que trazeis: usai os vossos talentos generosamente ao serviço do anúncio do Evangelho. Sabemos que o Espírito Santo se dá a quantos, com humildade de coração, se tornam disponíveis para tal anúncio. E não tenhais medo! Jesus, Salvador do mundo, está conosco todos os dias, até o fim dos tempos (cf. Mt 28,20).

Dirigido aos jovens de toda a terra, este apelo assume uma importância particular para vós, queridos jovens da América Latina. De fato, na V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, realizada em Aparecida, no ano de 2007, os bispos lançaram uma «missão continental». E os jovens, que constituem a maioria da população naquele continente, representam uma força importante e preciosa para a Igreja e para a sociedade. Por isso sede vós os primeiros missionários. Agora que a Jornada Mundial da Juventude retorna à América Latina, exorto todos os jovens do continente: transmiti aos vossos coetâneos do mundo inteiro o entusiasmo da vossa fé.

A Virgem Maria, Estrela da Nova Evangelização, também invocada sob os títulos de Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora de Guadalupe, acompanhe cada um de vós em vossa missão de testemunhas do amor de Deus. A todos, com especial carinho, concedo a minha Bênção Apostólica.

Vaticano, 18 de outubro de 2012.

BENEDICTUS PP XVI

(Extraído de  Libreria Editrice Vaticana)

Taís Salum – Equipe do Blog Dominus Vobiscum
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Evangelho do Dia:: Querer somente o que Deus quer

Do Evangelho Quotidiano

Naquele tempo, enquanto Jesus estava a falar à multidão, apareceram sua mãe e seus irmãos, que, do lado de fora, procuravam falar-lhe. Disse-lhe alguém: “A tua mãe e os teus irmãos estão lá fora e querem falar-te”. Jesus respondeu ao que lhe falara: “Quem é a minha mãe e quem são os meus irmãos?”. E, indicando com a mão os discípulos, acrescentou: “Aí estão minha mãe e meus irmãos; pois, todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está no Céu, esse é que é meu irmão, minha irmã e minha mãe.” (Mt 12,46-50)

Comentário do Evangelho do dia feito por São Rafael Arnaiz Baron (1911-1938), monge trapista espanhol

Querer somente o que Deus quer é lógico para quem está verdadeiramente apaixonado por Ele. Fora dos Seus desejos, nós nada desejamos, e se desejássemos, era apenas o que é conforme à Sua vontade; se assim não fosse, a nossa vontade não estaria unida à Sua. Mas, se estivermos verdadeiramente unidos, por amor, à Sua vontade, não desejaremos nada que Ele não deseje, não amaremos nada que Ele não ame e, abandonados à Sua vontade, ser-nos-á indiferente o que Ele nos envie ou onde nos coloque. Tudo o que Ele quiser de nós ser-nos-á, não apenas indiferente mas, mais do que isso, agradável. Não sei se me engano em tudo o que digo; submeto-me em tudo Àquele que entende estas coisas; digo somente o que sinto. Na verdade, não desejo mais nada a não ser amá-Lo e tudo o resto entrego nas Suas mãos. Faça-se a Sua vontade! A cada dia me sinto mais feliz, no meu completo abandono nas Suas mãos.

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Evangelho do Dia:: Permanecei em mim, que Eu permaneço em vós

Do Evangelho Quotidiano

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Eu sou a videira verdadeira e o meu Pai é o agricultor. Ele corta todo o ramo que não dá fruto em mim e poda o que dá fruto, para que dê mais fruto ainda. Vós já estais purificados pela palavra que vos tenho anunciado. Permanecei em mim, que Eu permaneço em vós. Tal como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, mas só permanecendo na videira, assim também acontecerá convosco, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanece em mim e Eu nele, esse dá muito fruto, pois, sem mim, nada podeis fazer. Se alguém não permanece em mim, é lançado fora, como um ramo, e seca. Esses são apanhados e lançados ao fogo, e ardem. Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e assim vos acontecerá. Nisto se manifesta a glória do meu Pai: em que deis muito fruto e vos comporteis como meus discípulos.” (S. João 15,1-8)

Comentário do Evangelho do dia feito por Papa Bento XVI

O primeiro período na vida desta santa foi caracterizado pelo seu casamento feliz. O marido chamava-se Ulf e governava um importante território do Reino da Suécia. O casamento durou vinte e oito anos, até à morte de Ulf. Deste casamento nasceram oito filhos, a segunda dos quais, Catarina, é venerada como santa. Eis um sinal eloquente do empenho educativo de Brígida para com os seus filhos. […] Brígida, que tinha direção espiritual com um religioso erudito que a introduziu no estudo das Escrituras, exerceu uma influência muito positiva naquela família que, graças à sua presença, se tornou uma verdadeira “Igreja Doméstica”. Juntamente com o marido, adotou a Regra dos Terciários franciscanos. Praticava generosamente obras de caridade em prol dos pobres, e fundou um hospital. Com a esposa, Ulf aprendeu a melhorar o seu carácter e a progredir na vida cristã. No regresso de uma longa peregrinação a Santiago de Compostela […], o casal decidiu viver na abstinência; mas, pouco tempo depois, na paz de um mosteiro para onde se tinha retirado, Ulf terminou a sua vida terrena. Este primeiro período da vida de Brígida ajuda-nos a apreciar o que poderíamos definir hoje como uma verdadeira “espiritualidade conjugal”: em conjunto, os dois elementos de um casal cristão podem percorrer um caminho de santidade, apoiados na graça do sacramento do matrimônio. Muitas vezes, como foi o caso da vida de Santa Brígida e de Ulf, é a mulher que, com a sua sensibilidade religiosa, a sua delicadeza e a sua doçura, consegue levar o marido a percorrer um caminho de fé. Penso reconhecidamente em muitas mulheres que também hoje iluminam, dia após dia, as suas famílias com o seu testemunho de vida cristã. Que o Espírito do Senhor possa suscitar, também nos nossos tempos, a santidade dos casais cristãos, para mostrar ao mundo a beleza do casamento vivido segundo os valores do Evangelho: o amor, a ternura, a ajuda recíproca, a fecundidade na geração e educação dos filhos, a abertura e a solidariedade para com o mundo, a participação na vida da Igreja.

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Evangelho do Dia:: Eram como ovelhas sem pastor

Do Evangelho Quotidiano

Naquele tempo, os Apóstolos reuniram-se a Jesus e contaram-lhe tudo o que tinham feito e ensinado. Disse-lhes, então: Vinde, retiremo-nos para um lugar deserto e descansai um pouco.» Porque eram tantos os que iam e vinham, que nem tinham tempo para comer. Foram, pois, no barco, para um lugar isolado, sem mais ninguém. Ao vê-los afastar, muitos perceberam para onde iam; e de todas as cidades acorreram, a pé, àquele lugar, e chegaram primeiro que eles. Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e teve compaixão deles, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, então, a ensinar-lhes muitas coisas. (Mc 6,30-34)

Comentário feito por São Clemente de Alexandria (150-c. 215), teólogo

Salvar é um ato de bondade. A misericórdia divina estende-se a todo o ser vivo: repreende, corrige, ensina e reconduz, como pastor, o seu rebanho. Ele Se compadece daqueles que recebem os Seus ensinamentos, e dos que se apressam a cumprir os Seus preceitos» (Sir18,13ss). […]

Os sãos não têm necessidade do médico enquanto estiverem bem; os doentes, pelo contrário, recorrem à sua arte. Da mesma maneira, nesta vida, nós estamos doentes pelos nossos desejos censuráveis, pelas nossas intemperanças […] e outras paixões: temos necessidade de um Salvador. […] Nós, os doentes, temos necessidade do Salvador; extraviados, necessitamos de quem nos guie; cegos, de quem nos dê luz; sedentos, da fonte de água viva, porque «quem beber da água que Eu lhe der nunca mais terá sede» (Jo 4,14). Mortos, precisamos da vida; rebanho, do pastor; crianças, de um educador: sim, toda a humanidade tem necessidade de Jesus. […]

Cuidarei da que está ferida e tratarei da que está doente. Vigiarei sobre a que está gorda e forte. A todas apascentarei com justiça» (Ez 34,16). Tal é a promessa do bom pastor, que nos apascenta como a um rebanho, a nós que somos pequeninos. Mestre, dá-nos com abundância o Teu pasto, que é a justiça! Sê o nosso pastor e conduz-nos até à Tua montanha santa, até à Igreja que se eleva, que domina as nuvens, que toca os céus. Eis que Eu mesmo cuidarei das Minhas ovelhas e me interessarei por elas (cf Ez 34). […] Eu não vim para ser servido mas para servir. É por isso que o Evangelho O mostra cansado, Ele que se afadiga por nós e que promete dar a Sua vida para resgatar a multidão (Jo 4,5; Mt 20,28).

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Evangelho do Dia:: Prefiro a misericórdia do que o sacrifício

Do Evangelho Quotidiano

Naquele tempo, Jesus passou através das searas em dia de sábado e os discípulos, sentindo fome, começaram a apanhar e a comer espigas. Ao verem isso, os fariseus disseram-lhe: “Aí estão os teus discípulos a fazer o que não é permitido ao sábado!” Mas Ele respondeu-lhes: “Não lestes o que fez David, quando sentiu fome, ele e os que estavam com ele? Como entrou na casa de Deus e comeu os pães da oferenda, que não lhe era permitido comer, nem aos que estavam com ele, mas unicamente aos sacerdotes? E nunca lestes na Lei que, ao sábado, no templo, os sacerdotes violam o sábado e ficam sem culpa? Ora, Eu digo vos que aqui está quem é maior que o templo. E, se compreendêsseis o que significa: Prefiro a misericórdia ao sacrifício, não teríeis condenado estes que não têm culpa. O Filho do Homem até do sábado é Senhor. (S. Mateus 12,1-8)

Comentário do Evangelho do dia feito por Epístola dita de Barnabé

A respeito do sábado está escrito: “As [vossas] celebrações lunares, os sábados, as reuniões de culto, as festas e as solenidades são-Me insuportáveis” (Is 1,13). Considerai esta palavra: “Não são os sábados atuais que Me agradam, mas o sábado que Eu farei quando, tendo posto fim ao universo, fizer surgir um oitavo dia que será a aurora de um mundo novo”. Eis por que razão celebramos com alegria este oitavo dia em que Jesus ressuscitou dos mortos, Se manifestou e depois subiu aos céus. A respeito do Templo, evocarei o erro desses infelizes que puseram a sua esperança no edifício, a pretexto de ser a casa de Deus, em vez de a porem no Deus que os criou. […] Examinemos se ainda existe um templo para Deus. Sim, existe, e está lá, onde Ele mesmo afirma tê-lo construído e adornado. Porque está escrito : “Edificarão Jerusalém com magnificência, e nela a casa de Deus” (Tb 14,5). Constato então que esse templo existe. Mas como construí-lo em nome do Senhor? Escutai. Antes de termos fé, o nosso coração era uma habitação frágil e caduca, parecida com um templo construído pela mão do homem. Estava cheio de cultos a ídolos, servia de covil aos demônios, de tal forma os nossos empreendimentos iam contra os desígnios de Deus. Mas “edificarão Jerusalém com magnificência, e nela a casa de Deus”. Vigiai para que esse templo seja construído “com magnificência”. Como? Recebendo a remissão dos pecados, pondo a nossa esperança no Seu nome, tornando-nos homens novos, recriados como na origem. Então Deus habitará verdadeiramente no nosso coração, que se tornará Sua morada.

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Evangelho do Dia:: Pedro e João: a unidade na diversidade

Evangelho Quotidiano

Naquele tempo, Pedro voltou-se e viu que o seguia o discípulo que Jesus amava, o mesmo que na ceia se tinha apoiado sobre o seu peito e lhe tinha perguntado: ‘Senhor, quem é que te vai entregar?’ Ao vê-lo, Pedro perguntou a Jesus: Senhor, e que vai ser deste? Jesus respondeu-lhe: E se Eu quiser que ele fique até Eu voltar, que tens tu com isso? Tu, segue-me! Foi assim que, entre os irmãos, correu este rumor de que aquele discípulo não morreria. Jesus, porém, não disse que ele não havia de morrer, mas sim: Se Eu quiser que ele fique até Eu voltar, que tens tu com isso? Este é o discípulo que dá testemunho destas coisas e que as escreveu. E nós sabemos bem que o seu testemunho é verdadeiro. Há ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se elas fossem escritas, uma por uma, penso que o mundo não teria espaço para os livros que se deveriam escrever. (Jo 21,20-25)

Comentário feito por Santo Aelredo de Rievaulx (1110-1167), monge cistercense

Algumas pessoas a quem não é concedida uma promoção deduzem daí que não são amadas; se não são envolvidas nos negócios e nas atividades, lastimam-se por terem sido postas de lado. E isto é, sabemo-lo bem, uma fonte de grave desentendimento entre pessoas que passavam por amigas; no cúmulo da indignação, estas pessoas chegam a separar-se e a maldizer-se. […]

Que ninguém diga que foi posto de lado porque não lhe foi atribuída uma promoção. A este respeito, o Senhor Jesus preferiu Pedro a João; no entanto, não foi por conferir a primazia a Pedro que retirou a sua afeição a João. Confiou a Sua Igreja a Pedro; a João entregou a Sua Mãe muito amada (Jo 19,27). Deu a Pedro as chaves do Seu reino (Mt 16,19); a João mostrou os segredos do Seu coração (Jo 13,25). Por conseguinte, Pedro ocupa um posto elevado, mas o lugar de João é mais seguro. Embora tivesse recebido o poder, quando Jesus disse: um de vós há-de entregar-Me (Jo 13,21), Pedro treme e assusta-se como os outros; João, instigado por Pedro e encorajado pela sua proximidade ao Senhor, interroga-O para saber de quem fala. Pedro entrega-se à ação; João é posto à parte, para testemunhar a sua afeição, de acordo com a palavra: Quero que fique até Eu voltar. Ele deu-nos o exemplo para que também nós façamos o mesmo.

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Evangelho do Dia:: Vereis o Céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo

Do Evangelho Quotidiano

Naquele tempo, Jesus resolveu partir para a Galileia. Encontrou Filipe, e disse-lhe: Segue-Me! Filipe era de Betsaida, a cidade de André e de Pedro. Filipe encontrou Natanael e disse-lhe: Encontrámos aquele sobre quem escreveram Moisés, na Lei, e os Profetas: Jesus, filho de José de Nazaré. Então disse-lhe Natanael: De Nazaré pode vir alguma coisa boa? Filipe respondeu-lhe: Vem e verás! Jesus viu Natanael, que vinha ao seu encontro, e disse dele: Aí vem um verdadeiro israelita, em quem não há fingimento. Disse-lhe Natanael: Donde me conheces? Respondeu-lhe Jesus: Antes de Filipe te chamar, Eu vi-te quando estavas debaixo da figueira! Respondeu Natanael: Rabi, Tu és o Filho de Deus! Tu és o Rei de Israel! Retorquiu-lhe Jesus: Tu crês por Eu te ter dito: Vi-te debaixo da figueira? Hás-de ver coisas maiores do que estas! E acrescentou: Em verdade, em verdade vos digo: vereis o Céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo por meio do Filho do Homem. (Jo 1,43-51)

Comentário feito por São Nersès Snorhali (1102-1173), patriarca armênio

Tu chamaste bem-amado a Jacó, o filho mais novo de Isaac e de Rebeca, Senhor; Tu lhe mudaste o nome para Israel (Gn 32,29). Tu lhe revelaste o futuro, mostrando-lhe a escada que une a terra ao céu: no topo estava Deus, com os olhos fixos no mundo, e pela escada subiam e desciam os anjos. […] Era o símbolo do grande mistério, como diziam os homens que o Espírito iluminava. […]

Também eu, para o bem, sou o filho mais novo. Para o mal, seguramente sou um homem maduro, como o filho mais velho, Esaú […]: vendi o meu tesouro para satisfazer a minha cobiça (Gn 25,33) e apaguei o meu nome do Livro da Vida onde estão inscritos nos céus os primeiros abençoados (Sl 68,29).

Suplico-Te, ó Luz do alto, Príncipe dos corações de fogo. Que também para mim estejam abertas as portas do céu, como o estiveram outrora para Israel. Pela Tua graça, faz subir a minha alma caída pela escada de luz, sinal misterioso dado aos homens do seu regresso da terra ao céu. Pelo engano do Maligno, perdi a unção perfumada do Teu espírito; digna-Te ungir de novo a minha cabeça com a Tua direita protectora. Eu não Te resisto, ó poderoso, num corpo a corpo como Jacob (Gn 32,25), porque não sou senão fraqueza.

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Evangelho do Dia:: De Simão a Cefas

Do Evangelho Quotidiano

Naquele tempo, estava João Batista com dois dos seus discípulos. Então, pondo o olhar em Jesus, que passava, disse: Eis o Cordeiro de Deus! Ouvindo-o falar desta maneira, os dois discípulos seguiram Jesus. Jesus voltou-se e, notando que eles o seguiam, perguntou-lhes: Que pretendeis? Eles disseram-lhe: Rabi que quer dizer Mestre onde moras? Ele respondeu-lhes: Vinde e vereis. Foram, pois, e viram onde morava e ficaram com Ele nesse dia. Eram as quatro da tarde. André, o irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram João e seguiram Jesus. Encontrou primeiro o seu irmão Simão, e disse-lhe: Encontrámos o Messias! que quer dizer Cristo. E levou-o até Jesus. Fixando nele o olhar, Jesus disse-lhe: Tu és Simão, o filho de João. Hás-de chamar-te Cefas que significa Pedra. (Jo 1,35-42)

Comentário feito por Basílio de Seleuceia (?-c. 468), bispo

Levando Pedro consigo, André conduziu ao Senhor o seu irmão segundo a natureza e o sangue, para que se tornasse discípulo como ele; é a primeira gesta de André. Ele fez crescer o número dos discípulos; juntou-lhe Pedro, em quem Cristo encontraria o chefe dos Seus discípulos. Isto é de tal maneira verdade que quando, mais tarde, Pedro tiver uma conduta admirável, devê-lo-á ao que André tinha semeado. O louvor dirigido a um, recai igualmente sobre o outro, pois os bens de um pertencem ao outro e um glorifica-se com os méritos do outro.

Que alegria Pedro trouxe a todos quando respondeu de imediato à pergunta do Senhor, quebrando o silêncio embaraçado dos discípulos! […] Só Pedro pronunciou estas palavras: Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo (Mt 16,16). Falou em nome de todos; numa frase, proclamava o Salvador e o Seu desígnio de salvação. Como esta proclamação se conjuga bem com a de André! As palavras que André tinha dito a Pedro, quando o conduzira a Cristo ─ Encontrámos o Messias ─ confirma-as o Pai celeste, ao inspirá-las a Pedro (Mt 16,17): Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo.

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Evangelho do Dia:: Conhecereis que o Reino de Deus está próximo

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: Reparai na figueira e nas restantes árvores. Quando começam a deitar rebentos, ao vê-los, ficais a saber que o Verão está próximo. Assim também, quando virdes essas coisas, conhecereis que o Reino de Deus está próximo. Em verdade vos digo: Não passará esta geração sem que tudo se cumpra. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão-de passar. (Lcs 21,29-33)

Comentário do Evangelho do dia feito por Bem-aventurado Guerric d’Igny (v. 1080-1157), abade cistercense

Aguardamos o Salvador (liturgia latina; cf. Fl 3,20). Na verdade, é feliz a espera dos justos, daqueles que aguardam a esperança bendita e o advento na glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo (Tt 2,13). Qual é a minha esperança, diz o justo, não é o Senhor? (Sl 38,8) Depois, volta-se para Ele e exclama: Eu sei: Tu não desiludirás a minha espera (Sl 118,116). De fato, o meu ser já está perto de Ti, porque a nossa natureza, assumida por Ti e oferecida por nós, já foi glorificada em Ti. O que nos dá a esperança de que ‘toda a carne virá a Ti’ (Sl 64,3) […]. No entanto, é com uma confiança ainda maior que esperam o Senhor aqueles que podem dizer: O meu ser está perto de Ti, Senhor, pois entreguei-Te todas as minhas riquezas; ao largá-las por Ti, ‘juntei um tesouro no Céu’ (Mt 6,20). Já depositei todos os meus bens a Teus pés: e sei […] que mos devolverás ‘cem vezes mais e ainda a vida eterna’ (Mc 10,30). Vós, que sois pobres de espírito, sois bem-aventurados! (Mt 5,3) […] Porque o Senhor disse: Onde estiver o teu tesouro, estará também o teu coração (Mt 6,21). Que os vossos corações O sigam, que sigam o Seu Coração! Fixai o vosso pensamento lá no alto, e que a vossa espera esteja suspensa de Deus, para poderdes dizer como o Apóstolo Paulo: A nossa vida está nos Céus; é de lá que aguardamos o Salvador (Fl 3,20).

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Obs.: Galera, como todos sabem, a Procuradoria do Ministério Público de Aparecida quer anular concessões das TVs Aparecida e Canção Nova, o Marcelo que comenta no blog católico, Deus lo Vult, fez uma petição (pedido) pública através da internet para reverter essa situação, portanto, gostaria que impreterivelmente, os sócios e simpatizantes dessas duas emissoras e todos os católicos ou não-católicos, mas que assistem essas TV´s, que compartilhassem e assinassem a petição que está nesse sítio abaixo, por favor.

http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N16989