Série Espiritualidade: “Regra de São Bento”

stbenedictCapítulo 12 – Como será realizada a solenidade das matinas

1. Nas Matinas de domingo, 2. diga-se em primeiro lugar o salmo sexagésimo sexto, sem antífona, em tom direto. Diga-se, depois, o quinquagésimo, com “Aleluia”. 3. Em seguida, o centésimo décimo sétimo e o sexagésimo segundo; 4. seguem-se então os “Benedicite”, e os “Laudate”, uma lição do Apocalipse de cor, o responsório, o ambrosiano, o versículo, o cântico do Evangelho, a litania, e está terminado.

Capítulo 13 – Como serão realizadas as matinas em dia comum

1. Nos dias comuns, porém, a solenidade das Matinas seja assim realizada, 2. a saber: recita-se o salmo sexagésimo sexto sem antífona, um tanto lentamente, como no domingo, de modo que todos cheguem para o quinquagésimo, o qual deve ser recitado com antífona. 3. Depois desse, recitem-se outros dois salmos, segundo o costume, isto é, 4. segunda-feira, o quinto e o trigésimo quinto; 5. terça-feira, o quadragésimo segundo e o quinquagésimo sexto; 6. quarta-feira, o sexagésimo terceiro e o sexagésimo quarto; 7. quinta-feira, o octogésimo sétimo e o octogésimo nono; 8. sexta-feira, o septuagésimo quinto e o nonagésimo primeiro; 9. sábado, o centésimo quadragésimo segundo e o cântico do Deuteronômio, que deve ser dividido em dois “Gloria”. 10. Nos outros dias, diga-se um cântico dos Profetas, um para cada dia, como canta a Igreja Romana. 11. A esses seguem-se os “Laudate”, depois uma lição do Apóstolo recitada de memória, o responsório, o ambrosiano, o versículo, o cântico do Evangelho, a litania, e está completo.

12. Não termine, de forma alguma, o ofício da manhã ou da tarde sem que o superior diga, em último lugar, por inteiro e de modo que todos ouçam, a oração dominical, por causa dos espinhos de escândalos que costumam surgir, 13. de maneira que, interpelados os irmãos pela promessa da própria oração que estão rezando: “perdoai-nos assim como nós perdoamos”, se preservem de tais vícios. 14. Nos demais ofícios diga-se a última parte dessa oração, de modo a ser respondido por todos: “Mas livrai-nos do mal”.

O Tempo Litúrgico

Saudações, povo católico! A seção “Liturgia” está de volta!!! E hoje vamos falar de um tema muito importante na nossa caminhada espiritual: o Tempo Litúrgico.

É por meio do Tempo Litúrgico que celebramos o Cristo nos diversos momentos do dia, da semana e do ano…

Assim dispõe a Instrução Geral sobre a Liturgia das Horas (OFÍCIO DIVINO – ORAÇÃO DAS HORAS, Renovado conforme o Decreto do Concílio Vaticano II e promulgado pelo Papa Paulo VI, ed. Vozes, Paulinas, Paulus, Ave-Maria, 2004. p. 18):

Cristo disse: “É preciso orar sempre, sem desfalecimento” (Lc 18,1). E a Igreja, seguindo fielmente esta recomendação, não cessa nunca de orar, ao mesmo tempo que nos exorta com estas palavras: “Por Ele (Jesus), ofereçamos continuamente a Deus o sacrifício de louvor” (Hebr 13,15). Este preceito é cumprido, não apenas com a celebração da Eucaristia, mas também por outras formas, de modo particular com a Liturgia das Horas. 

Entre as demais ações litúrgicas, esta, segundo a antiga tradição cristã, tem como característica peculiar a de consagrar todo o ciclo do dia e da noite (Cf. Conc. Vat. II, Const. Sacrosanctum Concilium, nn. 83-84).

É deste modo que a Igreja, por meio da Sagrada Liturgia, busca, não apenas com a celebração da Santa Missa, mas também por meio do Ofício Divino, e demais orações como o Angelus, santificar o tempo, em louvor, honra e glória a Deus.

Para tanto, no decorrer de todo o tempo a Igreja Católica estabelece ciclos em comemoração à obra salvífica de Deus.

A semana também tem um ciclo, e neste ciclo temos o Domingo (Dies Domini – “Dia do Senhor”), primeiro dia da semana, como o dia mais importante, pois é nele que ocorre a celebração do Mistério Pascal de Cristo, visto que, já nos primeiros séculos, os cristão faziam, neste dia, a memória da ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Já no ciclo anual, a divisão do tempo, em linhas gerais, se dá da seguinte forma:

– Tríduo Pascal: é o cume de todo o ano litúrgico. Vai da Missa Vespertina da Ceia do Senhor, e encerra-se nas Vésperas do Domingo da Ressureição;

– Tempo Pascal: período de 50 (cinqüenta) dias entre o Domingo da Ressurreição e o Domingo de Pentecostes. Celebramos tal período como um único dia de festa e júbilo, um único Domingo;

– Quaresma: vai da Quarta-feira de Cinzas até a Missa da Ceia do Senhor, exclusive. É um período de 40 (quarenta) dias marcado pela penitência, oração, jejum, esmola e caridade, em preparação para a Páscoa. Neste período, não se cantam nem o Glória nem o Aleluia;

– Advento: significa “vinda”, “chegada”, e é o tempo de preparação alegre para o Natal. É formado por quatro Domingos e inicia-se após o último Domingo do Tempo Comum (Solenidade de Cristo Rei) e vai até o dia 24 de Dezembro (Vésperas do Natal);

– Natal: período que vai das Vésperas do natal até a festa do Batismo do Senhor. Comemoramos jubilosos o nascimento do Nosso Salvador, a vinda da Luz ao mundo;

– Tempo Comum: é o tempo de 33 (trinta e três) ou 34 (trinta e quatro) semanas no qual celebramos o Mistério de Cristo em sua plenitude. Inicia-se na Segunda-feira após o Domingo depois do dia 06 de Janeiro (Epifania do Senhor) e vai até a Terça-feira antes da Quaresma, recomeçando na Segunda-feira depois do Domingo de Pentecostes e finalizando novamente antes das primeiras Vésperas do 1º Domingo do Advento.

Por fim, no ciclo diário, fazendo uso da Liturgia presente no Ofício Divino (Liturgia das Horas), a Igreja santifica determinadas horas do dia, a saber (OFÍCIO DIVINO – ORAÇÃO DAS HORAS, Renovado conforme o Decreto do Concílio Vaticano II e promulgado pelo Papa Paulo VI, ed. Vozes, Paulinas, Paulus, Ave-Maria, 2004. p. 28, 29 e 32):

– As Laudes destinam-se a santificar o tempo da manhã.

O seu caráter de oração da manhã está belamente expresso nestas palavras de S. Basílio Magno:

“O louvor da manhã têm por fim consagrar a Deus os primeiros movimentos da nossa alma e do nosso espírito, de modo a nada empreendermos antes de nos alegrarmos com o pensamento de Deus, segundo o que está escrito: ‘Lembrei-me de Deus, e enchi-me de alegria’ (Salmo 76,4)”;

E ainda, para que o corpo não se entregue ao trabalho antes de fazermos o que está escrito: “Eu Vos invoco, Senhor, pela manhã, e ouvis a minha voz: de manhã vou à vossa presença e espero confiado” (Salmo 5,4-5) (S. Basílio Magno, Regulae fusius tractatae, Resp. 37, 3: PG 31, 1014).

Esta Hora, recitada ao despontar da luz de um novo dia, evoca também a Ressurreição do Senhor Jesus, a Luz verdadeira que ilumina todos os homens (cf. Jo 1,9), o “Sol de Justiça” (Mal 4,2), o “Sol nascente que vem do alto” (Lc 1,78). Neste sentido, compreende-se perfeitamente a recomendação de S. Cipriano:

“Devemos orar logo de manhã para celebrar, na oração matinal, a Ressurreição do Senhor” (S. Cipriano, De oratione dominica 35: PL 4, 561).

– As Vésperas celebram-se à tarde, ao declinar do dia “a fim de agradecermos tudo quanto neste dia nos foi dado e ainda o bem que nós próprios tenhamos feito” (S. Basílio, o. c.: PG 31, 1015).

Com esta oração, que fazemos subir “como incenso na presença do Senhor” e em que o “erguer das nossas mãos é como o sacrifício vespertino” (Cf. Salmo 140, 2), recordamos também a obra da Redenção.

“Num sentido mais sagrado, pode ainda evocar aquele verdadeiro sacrifício vespertino que o nosso Salvador confiou aos Apóstolos na última Ceia, ao inaugurar os sacrossantos mistérios da Igreja, quer aquele sacrifício vespertino que, no dia seguinte, no fim dos tempos, Ele ofereceu ao Pai, erguendo as mãos para a salvação do mundo inteiro” (Cassiano, De Institutione coenob., L. 3, c. 3: PL 49, 124. 125).

Finalmente, no sentido de orientar a nossa esperança para a luz sem crepúsculo…

“oramos e pedimos que sobre nós brilhe de novo a luz, imploramos a vinda de Cristo, que nos virá trazer a graça da luz eterna” (S. Cipriano, De Oratione dominica, 35: PL 4, 560).

Nesta hora, unimos as nossas vozes às das Igrejas orientais, cantando:

“Luz esplendente da santa glória do Pai celeste e imortal, santo e glorioso Jesus Cristo! Chegada a hora do sol poente, contemplando a estrela vespertina, cantamos ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo…”.

– As Completas são a última oração do dia. Reza-se antes de iniciar o descanso noturno, ainda que, eventualmente, já passe da meia-noite. É de se notar, assim, que a Liturgia, além das palavras, objetos e vestimentas sagradas, também faz uso do tempo, transformando o louvor numa constante da Igreja.

Esta (a Igreja), por meio da Santa Missa diária, das festas e solenidades presentes no decorrer do ano, e através da Liturgia das Horas (Ofício Divino), enfim, por meio da Liturgia, dedica todo o tempo a Deus, num louvor incessante, nos santificando e elevando constantemente nossas preces a Deus.

Por hoje é só, pessoal! Fiquem todos com Deus e até o próximo post! Um grande abraço,

Alex C. Vasconcelos – Equipe Dominus Vobiscum

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Santa Faustina reza pela dureza dos nossos corações no evangelho de hoje

Do Evangelho Quoditiano

Novamente entrou na sinagoga. E estava lá um homem que tinha uma das mãos paralisada. Ora eles observavam-no, para ver se iria curá-lo ao sábado, a fim de o poderem acusar. Jesus disse ao homem da mão paralisada: Levanta-te e vem para o meio. E a eles perguntou: É permitido ao sábado fazer bem ou fazer mal, salvar uma vida ou matá-la? Eles ficaram calados. Então, olhando-os com indignação e magoado com a dureza dos seus corações, disse ao homem: Estende a mão. Estendeu-a, e a mão ficou curada. Assim que saíram, os fariseus reuniram-se com os partidários de Herodes para deliberar como haviam de matar Jesus.(Mc 3,1-6)

Comentário feito por Santa Faustina Kowalska (1905-1938), religiosa

Jesus, verdade eterna, nossa vida, invoco e suplico a Vossa misericórdia para os pobres pecadores. Ó dulcíssimo Coração do meu Senhor, cheio de compaixão e insondável misericórdia, imploro-Vos pelos pobres pecadores. Ó Coração Sacratíssimo, fonte de misericórdia da qual brotam raios de luz incompreensíveis para todo o género humano, suplico-Vos luz para os pobres pecadores. Ó Jesus, lembrai-Vos da Vossa amarga Paixão e não permitais que se percam almas remidas com o Vosso Preciosíssimo e Sacratíssimo Sangue. Ó Jesus, quando medito sobre o grande mérito do Vosso Sangue, rejubilo com a sua imensidade, pois uma só gota teria sido suficiente para todos os pecadores. Embora o pecado seja um abismo de maldade e de ingratidão, contudo a dádiva entregue por nós nunca é comparável. Por isso, que toda a alma confie na Paixão do Senhor, que tenha esperança na misericórdia, que Deus a ninguém negará a Sua misericórdia. O céu e a terra poderão passar, mas não se esgotará a misericórdia divina. Oh, como se consome de alegria o meu coração quando contemplo essa Vossa inconcebível bondade, ó meu Jesus! Desejo trazer a Vossos pés todos os pecadores, para que louvem a Vossa misericórdia pelos séculos sem fim.

Dominus Vobiscum

Jesus é o Senhor do sábado

Do Evangelho Quoditiano

Ora num dia de sábado, indo Jesus através das searas, os discípulos puseram-se a colher espigas pelo caminho. Os fariseus diziam-lhe: Repara! Porque fazem eles ao sábado o que não é permitido? Ele disse: Nunca lestes o que fez David, quando teve necessidade e sentiu fome, ele e os que estavam com ele? Como entrou na casa de Deus, ao tempo do Sumo Sacerdote Abiatar, e comeu os pães da oferenda, que apenas aos sacerdotes era permitido comer, e também os deu aos que estavam com ele? E disse-lhes: O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado. O Filho do Homem até do sábado é Senhor. (Mc 2,23-28)

Comentário feito por Afraate (?- c. 345), monge e bispo perto de Mossul, Santo da Igrejas Ortodoxas

Por intermédio de Moisés, Seu servo, o Senhor pediu aos filhos de Israel que observassem o sábado. Disse-lhes: Trabalharás durante seis dias e farás todo o teu trabalho. Mas o sétimo dia é o sábado consagrado ao Senhor, teu Deus (Ex 20, 9-10). […] E avisou-os : Não farás trabalho algum, tu, o teu filho e a tua filha, o teu servo e a tua serva, os teus animais. E até acrescentou: O mercenário e o estrangeiro repousarão igualmente, assim como todos os animais que penam ao teu serviço (cf. Ex 23, 12). […] O sábado não foi imposto como uma prova, uma escolha entre a vida e a morte, entre a justiça e o pecado, como os outros preceitos pelos quais o homem pode viver ou morrer. Não: o sábado, nessa altura, foi dado ao povo tendo em vista o descanso – não apenas dos homens, como também dos animais. […] Agora escuta qual é o sábado que agrada a Deus. Isaías disse: Deixem descansar os fatigados (28, 12). E também: Os […] que guardaram os Meus sábados [sem os profanar] são os que escolheram o que Me é agradável e se afeiçoaram à Minha aliança (56, 4). […] O sábado não traz qualquer benefício aos maus, aos assassinos, aos ladrões. Mas àqueles que optam por aquilo que agrada a Deus e guardam as suas mãos do mal, nesses, habita Deus; Ele faz deles Sua morada, segundo a Sua palavra: Habitarei e andarei no meio deles (Lv 26, 11-12; 2Cor 6, 16). […] Portanto, guardemos fielmente o sábado do Senhor, quer dizer, aquilo que agrada ao Seu coração. Assim entraremos no sábado do grande repouso, no sábado do céu e da terra em que toda a criatura repousará.

Pax Domini