
Saudações, povo católico! A seção “Liturgia” está de volta!!! E hoje vamos falar de um tema muito importante na nossa caminhada espiritual: o Tempo Litúrgico.
É por meio do Tempo Litúrgico que celebramos o Cristo nos diversos momentos do dia, da semana e do ano…
Assim dispõe a Instrução Geral sobre a Liturgia das Horas (OFÍCIO DIVINO – ORAÇÃO DAS HORAS, Renovado conforme o Decreto do Concílio Vaticano II e promulgado pelo Papa Paulo VI, ed. Vozes, Paulinas, Paulus, Ave-Maria, 2004. p. 18):
Cristo disse: “É preciso orar sempre, sem desfalecimento” (Lc 18,1). E a Igreja, seguindo fielmente esta recomendação, não cessa nunca de orar, ao mesmo tempo que nos exorta com estas palavras: “Por Ele (Jesus), ofereçamos continuamente a Deus o sacrifício de louvor” (Hebr 13,15). Este preceito é cumprido, não apenas com a celebração da Eucaristia, mas também por outras formas, de modo particular com a Liturgia das Horas.
Entre as demais ações litúrgicas, esta, segundo a antiga tradição cristã, tem como característica peculiar a de consagrar todo o ciclo do dia e da noite (Cf. Conc. Vat. II, Const. Sacrosanctum Concilium, nn. 83-84).
É deste modo que a Igreja, por meio da Sagrada Liturgia, busca, não apenas com a celebração da Santa Missa, mas também por meio do Ofício Divino, e demais orações como o Angelus, santificar o tempo, em louvor, honra e glória a Deus.
Para tanto, no decorrer de todo o tempo a Igreja Católica estabelece ciclos em comemoração à obra salvífica de Deus.
A semana também tem um ciclo, e neste ciclo temos o Domingo (Dies Domini – “Dia do Senhor”), primeiro dia da semana, como o dia mais importante, pois é nele que ocorre a celebração do Mistério Pascal de Cristo, visto que, já nos primeiros séculos, os cristão faziam, neste dia, a memória da ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Já no ciclo anual, a divisão do tempo, em linhas gerais, se dá da seguinte forma:
– Tríduo Pascal: é o cume de todo o ano litúrgico. Vai da Missa Vespertina da Ceia do Senhor, e encerra-se nas Vésperas do Domingo da Ressureição;
– Tempo Pascal: período de 50 (cinqüenta) dias entre o Domingo da Ressurreição e o Domingo de Pentecostes. Celebramos tal período como um único dia de festa e júbilo, um único Domingo;
– Quaresma: vai da Quarta-feira de Cinzas até a Missa da Ceia do Senhor, exclusive. É um período de 40 (quarenta) dias marcado pela penitência, oração, jejum, esmola e caridade, em preparação para a Páscoa. Neste período, não se cantam nem o Glória nem o Aleluia;
– Advento: significa “vinda”, “chegada”, e é o tempo de preparação alegre para o Natal. É formado por quatro Domingos e inicia-se após o último Domingo do Tempo Comum (Solenidade de Cristo Rei) e vai até o dia 24 de Dezembro (Vésperas do Natal);
– Natal: período que vai das Vésperas do natal até a festa do Batismo do Senhor. Comemoramos jubilosos o nascimento do Nosso Salvador, a vinda da Luz ao mundo;
– Tempo Comum: é o tempo de 33 (trinta e três) ou 34 (trinta e quatro) semanas no qual celebramos o Mistério de Cristo em sua plenitude. Inicia-se na Segunda-feira após o Domingo depois do dia 06 de Janeiro (Epifania do Senhor) e vai até a Terça-feira antes da Quaresma, recomeçando na Segunda-feira depois do Domingo de Pentecostes e finalizando novamente antes das primeiras Vésperas do 1º Domingo do Advento.
Por fim, no ciclo diário, fazendo uso da Liturgia presente no Ofício Divino (Liturgia das Horas), a Igreja santifica determinadas horas do dia, a saber (OFÍCIO DIVINO – ORAÇÃO DAS HORAS, Renovado conforme o Decreto do Concílio Vaticano II e promulgado pelo Papa Paulo VI, ed. Vozes, Paulinas, Paulus, Ave-Maria, 2004. p. 28, 29 e 32):
– As Laudes destinam-se a santificar o tempo da manhã.
O seu caráter de oração da manhã está belamente expresso nestas palavras de S. Basílio Magno:
“O louvor da manhã têm por fim consagrar a Deus os primeiros movimentos da nossa alma e do nosso espírito, de modo a nada empreendermos antes de nos alegrarmos com o pensamento de Deus, segundo o que está escrito: ‘Lembrei-me de Deus, e enchi-me de alegria’ (Salmo 76,4)”;
E ainda, para que o corpo não se entregue ao trabalho antes de fazermos o que está escrito: “Eu Vos invoco, Senhor, pela manhã, e ouvis a minha voz: de manhã vou à vossa presença e espero confiado” (Salmo 5,4-5) (S. Basílio Magno, Regulae fusius tractatae, Resp. 37, 3: PG 31, 1014).
Esta Hora, recitada ao despontar da luz de um novo dia, evoca também a Ressurreição do Senhor Jesus, a Luz verdadeira que ilumina todos os homens (cf. Jo 1,9), o “Sol de Justiça” (Mal 4,2), o “Sol nascente que vem do alto” (Lc 1,78). Neste sentido, compreende-se perfeitamente a recomendação de S. Cipriano:
“Devemos orar logo de manhã para celebrar, na oração matinal, a Ressurreição do Senhor” (S. Cipriano, De oratione dominica 35: PL 4, 561).
– As Vésperas celebram-se à tarde, ao declinar do dia “a fim de agradecermos tudo quanto neste dia nos foi dado e ainda o bem que nós próprios tenhamos feito” (S. Basílio, o. c.: PG 31, 1015).
Com esta oração, que fazemos subir “como incenso na presença do Senhor” e em que o “erguer das nossas mãos é como o sacrifício vespertino” (Cf. Salmo 140, 2), recordamos também a obra da Redenção.
“Num sentido mais sagrado, pode ainda evocar aquele verdadeiro sacrifício vespertino que o nosso Salvador confiou aos Apóstolos na última Ceia, ao inaugurar os sacrossantos mistérios da Igreja, quer aquele sacrifício vespertino que, no dia seguinte, no fim dos tempos, Ele ofereceu ao Pai, erguendo as mãos para a salvação do mundo inteiro” (Cassiano, De Institutione coenob., L. 3, c. 3: PL 49, 124. 125).
Finalmente, no sentido de orientar a nossa esperança para a luz sem crepúsculo…
“oramos e pedimos que sobre nós brilhe de novo a luz, imploramos a vinda de Cristo, que nos virá trazer a graça da luz eterna” (S. Cipriano, De Oratione dominica, 35: PL 4, 560).
Nesta hora, unimos as nossas vozes às das Igrejas orientais, cantando:
“Luz esplendente da santa glória do Pai celeste e imortal, santo e glorioso Jesus Cristo! Chegada a hora do sol poente, contemplando a estrela vespertina, cantamos ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo…”.
– As Completas são a última oração do dia. Reza-se antes de iniciar o descanso noturno, ainda que, eventualmente, já passe da meia-noite. É de se notar, assim, que a Liturgia, além das palavras, objetos e vestimentas sagradas, também faz uso do tempo, transformando o louvor numa constante da Igreja.
Esta (a Igreja), por meio da Santa Missa diária, das festas e solenidades presentes no decorrer do ano, e através da Liturgia das Horas (Ofício Divino), enfim, por meio da Liturgia, dedica todo o tempo a Deus, num louvor incessante, nos santificando e elevando constantemente nossas preces a Deus.
Por hoje é só, pessoal! Fiquem todos com Deus e até o próximo post! Um grande abraço,
Alex C. Vasconcelos – Equipe Dominus Vobiscum
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