Estudo sobre as duas vontades de Cristo:: Duas vontades cooperantes e subordinadas a vontade do Pai

Paralelamente, a Igreja confessou no VI Concílio Ecumênico que Cristo possui duas vontades e duas operações naturais, divinas e humanas, não opostas, mas cooperantes, de sorte que o Verbo feito carne quis humanamente na obediência a seu Pai tudo o que decidiu divinamente com o Pai e o Espírito Santo por nossa salvação. A vontade humana de Cristo “segue a sua vontade divina sem estar em resistência nem em oposição em relação a ela; mas antes sendo subordinada a esta vontade todo-poderosa” . (CIC§475)

Importante perceber que esse parágrafo do Catecismo é um ensinamento importante e histórico da Igreja. Aqui nesse neste parágrafo vemos que esse ensinamento nos foi ensinado no sexto Concílio ecumêncico da Igreja. Ele foi realizado em Constantinopla, no período que vai de 680 a 681. Antes disso a Igreja estudou, pensou, revisou, ouviu as teorias, os estudos e chegou a essa conclusão. Depois de tomada a posição, a Igreja passou a defender essa verdade.

Cristo tem duas vontades a humana e a divina, onde a humana segue a vontade divina, que por sua vez está diretamente subordinada a vontade de Deus Pai. É assim que vemos a humanidade de Cristo. É assim que a Igreja ensina. Obvio que nunca iremos saber com a totalidade como isso se manifesta. Por que isso é um lindo mistério de fé. E mistério é mistério. Acreditamos num mistério de fé. Jesus nos deu traços, indícios disso. Vemos nas leituras dos evangelhos. Mas a totalidade disso, é parte do mistério da encarnação.

Agora como Igreja, precisamos defender esse ensinamento como catóicos que somos. Não podemos nos dizer católicos e sair por ai professando que Jesus era um fantasminha camarada, ou um E.T., ou coisa parecida… Quem é católico, precisa acreditar na Igreja Católica. Professar sua fé com a Igreja e como Igreja. Jesus que 100% Deus, é 100% homem. Tem duas vontades humana e divina, que estão submetidas a vontade do Pai.

Pax Domini

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Estudo sobre as duas vontades de Cristo:: Ele nos revelou os desígnios eternos

No Post passado, vimos que Jesus tem um conhecimento humano, que exprime a sua divindade. Vimos também que Ele traz em si o Humano e o Divino em sua plenitude. Hoje veremos um dado interessante, que vale a pena ser colocado no nosso estudo.

Jesus veio ao mundo com uma Missão: Resgatar a humanidade do pecado.

Dentro dessa realidade que é Jesus, devemos sempre ter em mente que, apesar de adquirir um conhecimento humano e decidir limitar-se em suas potencialidades, sabia da sua missão e tinha que cumprí-la. Jesus tinha sempre em mente a sua missão. O catecismo nos ensina sobre isso:

Por sua união a Sabedoria divina na pessoa do Verbo encarnado, o conhecimento humano de Cristo gozava em plenitude da ciência dos desígnios eternos que viera revelar. O que ele reconhece desconhecer neste campo declara alhures não ser sua missão revelá-lo.(CIC§474)

O catecismo nos diz em outras palavras que Jesus, mesmo tendo, e desejando ter um conhecimento humano, trazia em si a Divindade própria do Filho de Deus. Essa por sua vez, lhe permitia sempre saber daquilo que é eterno. As coisas que Jesus não respondeu (como por exemplo quando viria o fim, que só ao Pai cabia saber) não eram próprias da sua missão. Mas aquilo que era próprio da sua vinda, Ele nos revelou e por isso podemos ter plena certeza nas suas palavras.

Jesus é Deus. Vemos isso nas manifestações como a transfiguração, ou até mesmo no próprio batismo de Jesus. Precisamos levar em consideração que para salvar a humanidade, também estava incluido, anunciar e revelar a verdade e os desígnios divinos que nós precisaríamos saber.

O Catecismo nos faz esse alerta para que não pensemos errado. Não podemos pensar que as coisas que Jesus disse, ou as coisas que Jesus fez, foram humanas ou descabidas. Não. Jesus nos fez e nos ensinou os desígnios divinos. E ao morrer na Cruz e ressuscitar, nos libertou da morte e do pecado. Precisamos estar cientes disso. Jesus nos abriu o céu. Nos possibilitou a eternidade. E nos revelou a verdade.

Dominus Vobiscum

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Estudo sobre as duas vontades de Cristo:: Jesus, o único mediador entre os homens

No estudo passado, vimos que Jesus quis experimentar a humanidade na sua essência. Ele quis limitar-se ao conhecimento humano para nos mostrar que é possível viver uma vida conforme a vontade de Deus. Ele não precisou usar da sua divindade. Até os milagres que Ele realizou, Ele mesmo disse que poderíamos fazer coisas maiores. (Para rever o estudo anterior clique aqui)

No estudo de hoje vamos ver como a Divindade de Jesus agia Nele. Uma vez que Ele era verdadeiro homem e verdadeiro Deus, onde fica a Divindade de Jesus?

Mas, ao mesmo tempo, este conhecimento verdadeiramente humano do Filho de Deus exprimia a vida divina de sua pessoa. “A natureza humana do Filho de Deus, não por si mesma, mas por sua união ao Verbo, conhecia e manifestava nela tudo o que convém a Deus. (CIC§473a)

O Catecismo nos ensina que mesmo tendo um conhecimento humano, esse mesmo conhecimento humano, expressava aquilo que Jesus era: Jesus era Deus. Tudo que Jesus realizava, a partir do seu conhecimento humano, expressava aquilo que Ele era: Deus.

Se você estudar as palavras de Cristo nos Evangelhos, você verá isso. Cada gesto, cada ação de Jesus expressava aquilo que Ele é. Por isso que a Igreja ensina que Jesus tem duas vontades distintas mas cooperantes. A vontade humana, não destoa da Vontade Divina.

Pode ser que esteja errado, pois não sou teólogo, mas o fato de Jesus trazer em si essa intimidade (humana e divina), me fez entender o termo mediador. A Igreja ensina que Jesus é o único mediador entre os homens. Eu entendi porque lendo este trecho do catecismo. Tendo o humano e o divino em si, Jesus se torna verdadeiramente o Elo que liga o homem a Deus.

“Este é, em primeiro lugar, o caso do conhecimento íntimo e direto que o Filho de Deus feito homem tem de seu Pai. O Filho mostrava também em seu conhecimento humano a penetração divina que tinha pensamentos secretos do coração dos homens. (CIC§473b)

Jesus por ser homem, entende o sofrimento dos homens. Jesus por ser Deus, entende o sofrimento do Pai. Jesus por ser homem sabe até onde o homem pode ir. Jesus por ser Deus, pode dialogar com o Pai. É como se o humano e o divino converssassem em Jesus.

No próximo Post, vamos falar sobre a missão de Jesus, no que diz respeito a essas duas humanidades…

Dominus Vobiscum

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Estudo sobre as duas vontades de Cristo:: É possível ser bom, mesmo sendo homem e tendo limites!

Pax Domini! Hoje iniciamos mais um estudo. E um estudo bem diversificado. Vamos falar de Cristo, mas vamos falar de diversos aspectos da pessoa de Cristo que o Catecismo nos apresenta. Vamos falar da Alma de Cristo, do conhecimento de Cristo, da vontade de Cristo, de sobre como o humano e o Divino conviviam na pessoa de Cristo, sobre o Corpo de Cristo… Enfim, é muita coisa interessante.

Antes de estudar o catecismo, nunca tinha parado para pensar nesses “detalhes”. E nunca pensei que conhecer isso me fizesse amar mais a Jesus Cristo. Estava enganado. Conhecer a vida de Jesus Cristo mais afundo e esses dados mais íntimos (se é que posso dizer assim), me fizeram perceber o Amor de Deus para conosco, e como tudo foi pensado. Pois bem, vamos ao catecismo então?

Esta alma humana que o Filho de Deus assumiu é dotada de um verdadeiro conhecimento humano. Enquanto tal, este não podia ser em si ilimitado: exercia-se nas condições históricas de sua existência no espaço e no tempo. Por isso O Filho de Deus, ao tornar-se homem, pôde aceitar “crescer em sabedoria, em estatura e em graça” (Lc 2,52) e também informar-se sobre aquilo que na condição humana se deve aprender de maneira experimental. Isto correspondia à realidade de seu rebaixamento voluntário na “condição de escravo”. (CIC§472)

Hoje vamos conversar sobre a Alma de Cristo e a maneira com Jesus adquiriu o conhecimento Dele.

Dizemos que Cristo, o Filho do Deus vivo se fez homem. Isso significa que Ele teve um corpo humano e uma alma humana. Vimos que Ele é verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Mas assumindo uma alma humana, Jesus Cristo também limitou-se a várias coisas que são próprias do homem. Certa vez eu ouvi um padre dizer que quanto aos milagres que o Jesus realizou, muito embora fossem milagres “sobrenaturais”, Ele não usou nesses milagres, nenhum poder Dele em si mesmo. Ele pedia ao Pai e o Pai o atendia. Ele os fez, e disse que poderíamos realizar milagres maiores do que aqueles que Ele realizara. Ou seja, Jesus foi homem por excelência e nos mostrou como pedir ao Pai, como rezar, como clamar, como ser íntimo do Pai.

Jesus tendo assumido um corpo humano, Ele teve que aprender as coisas como qualquer outro homem. Jesus teve que aprender a andar, Jesus teve que aprender a falar, teve que aprender a se comportar como qualquer outra criança aprende. Por isso que cantamos: “Maria que fez o Cristo falar, Maria que fez Jesus caminhar…”

Ele se limitou aprender as coisas como qualquer outro homem. Precisou e quis precisar de uma família. Aprendeu um profissão e quis trabalhar duro. Estudou as escrituras.

Observava as coisas que estavam ao seu redor. Via as sementes e o seu processo de transformação. Via os trigais e como o trigo crescia junto do trigo. Via as coisas…

Jesus limitou-se ao tempo histórico e ao espaço geográfico que Ele viveu. Jesus não pregou sobre a semente da manga. Não falou sobre os cajus, cajás ou morangos. Isso não fazia parte do seu ambiente. Não existia cajús, cajás ou mangas na Galiléia. Jesus não pregou sobre aeronaves, carros, internet ou máquina de lavar. No seu tempo não existia essas coisas.

Estou falando essas coisas para que você entenda que Jesus ao se fazer homem, limitou-se a ser homem. Ele quis, voluntariamente ser homem.

Isso só vem a mostrar o amor que Jesus tem pelo Pai e por nós. Ele quis viver o que vivíamos. Experimentar na pele as limitações humanas. Mas também quis nos mostrar que é possível ser homem e ao mesmo tempo viver uma vida sem pecado. É possível ser um homem bom com a Graça Divina. Jesus quis nos mostrar que é possível!

Que você acolha isso hoje no seu coração. É possível ser de Deus mesmo vivendo os limites da sua humanidade. Mesmo tendo imperfeições, e tendo que lutar com sentimentos, com situações como a fome, a sede ou a pobreza… Mesmo tendo que lutar contra seus defeitos, seus medos, suas angústias e dores… É possível ser bom! É possível ser de Deus.

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Estudo sobre as duas vontades de Cristo:: Podcast

Chegamos ao Podcast de número 50! E chegamos com muita alegria… Graças a Deus somos o 4º Canal mais acessado da Podcast 1. Para você ter ideia, desde que comecei a fazer podcasts, já tivemos 83.380 acessos.  No nosso Podcast de número 50, vamos estudar as duas vontades de Cristo, a humana e a Divina. Vamos estudar sobre o conhecimento humano de Jesus, e como isso refletia na vontade Divina. Vamos falar sobre o corpo de Jesus e vamos endender porque podemos ter uma imagem de Jesus Cristo em casa. E como chave de ouro, vamos fazer a nossa Consagração ao Sagrado Coração de Jesus.

Obs.: Vale a pena salientar que este podcast ainda era do tempo em que eu fazia parte da Comunidade Canção Nova. Alguns endereços, dados, datas e locais já não são mais válidos, porém o conteúdo do ensino é super atual!

Ouça este podcast aqui, acessando o player abaixo

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Estudo sobre Jesus Cristo, homem ou Deus :: Id quod fuiit remansit et quod non fuiit assumpsit

A Igreja confessa, assim, que Jesus é inseparavelmente verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Ele é verdadeiramente o Filho de Deus que se fez homem, nosso irmão, e isto sem deixar de ser Deus, nosso Senhor… (CIC§469)

O estudo de hoje só vem reafirmar aquilo que cremos e professamos junto com a Igreja:Jesus Cristo – Verdadeiro Homem e Verdadeiro Deus. E hoje diante de tantas definições sobre quem foi Jesus Cristo, precisamos reafirmar isso sem parar. Vale a pena ressaltar que hoje, vemos as tvs, vemos os filmes no cinema, vemos livros e mais livros tentando definir quem foi Jesus. Precisamos ter consciência que Jesus foi 100% homem e 100% Deus. Não pode se dizer católico aquele que não crê nisso. Por outro lado, se você é de fato católico, assuma isso para a sua fé.

Id quod fuiit remansit et quod non fuiit assumpsit – Ele permaneceu o que era, assumiu o que não era” (In sollemnitate Sanctae Dei Genetricis Mariae, Anthphona ad Benedictus – Liturgia Horarum).

Que frase linda! Nunca podemos esquecer disso. Ele permaneceu Deus, assumindo a humanidade. Viva Jesus Cristo! Viva meu Senhor! Essa frase vem nos mostrar um amor profundo de Jesus Cristo. Amor primeiramente a Deus Pai e depois a nós. Jesus e o Pai tem um amor tão infinito, tão grande, ao ponto de Jesus se fazer homem para nossa salvação.

“Ó Filho Único e Verbo de Deus, sendo imortal, vos dignastes por nossa salvação encarnar-vos da Santa Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, vós que sem mudança vos tomastes homem e fostes crucificado, ó Cristo Deus, que por vossa morte esmagastes a morte, sois Um da Santíssima Trindade, glorificado com o Pai e o Espírito Santo, salvai-nos!”.(Liturgia de São João Crisóstomo)

A Igreja ao longo do tempo estudou, aprendeu e hoje ensina em todos os momentos essa verdade. Jesus é Verdadeiro Homem e Verdadeiro Deus. E sendo assim, Maria é Mãe de Deus. Se você é católico mesmo, professe sua fé com coragem e sem medo. Precisamos de católicos ousados que proclamem sua fé e não se deixem contaminar.

Pax Domini

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Estudo sobre Jesus Cristo, homem ou Deus :: Professemos com a Igreja – Jesus verdadeiro homem e verdadeiro Deus

Depois do Concílio de Calcedônia, alguns fizeram da natureza humana de Cristo uma espécie de sujeito pessoal. Contra eles, o V Concílio Ecumênico, em Constantinopla, em 553, confessou a propósito de Cristo: “Não há senão uma única hipóstase [ou pessoa], que é Nosso Senhor Jesus Cristo, Um da Trindade”. Na humanidade de Cristo, portanto, tudo deve ser atribuído à sua pessoa divina como ao seu sujeito próprio; não somente os milagres, mas também os sofrimentos, e até a morte: “Aquele que foi crucificado na carne, nosso Senhor Jesus Cristo, é verdadeiro Deus, Senhor da glória e Um da Santíssima Trindade”.(CIC§468)

O fato é que ainda hoje, muitas pessoas continuam a questionar a pessoa de Jesus Cristo. Uns negam sua divindade, e outros negam sua humanidade. Recentemente, ouvi falar que existem autores que afirmam que Jesus teria sido um Extra-Terrestre. Loucuras a parte, nós como católicos precisamos mesmo conhecer bem a Santa Igreja Católica Apostólica Romana e seus ensinamentos.Cabe a Igreja nos ensinar sobre a pessoa de Jesus Cristo. As dúvidas podem acontecer e precisam ser tiradas. Porém precisamos ir a fonte. Ir a verdade. Todas essas pessoas que propagaram essas heresias já descritas nos posts anteriores e muitas outras que não citei nesse estudo, tiveram a resposta correta da Igreja. Ela foi buscar a verdade e alcançou a verdade. Tais pessoas só foram excomungadas da Igreja por que não reconheceram nos ensinamentos da Igreja a verdadeira verdade,e preferiram permanecer nos seus conceitos pessoais. E não é assim até hoje?

Volto a repetir: A Igreja Católica Apostólica Romana, a única Igreja fundada por Nosso Senhor professa que Jesus é verdadeiro homem e verdadeiro Deus. E nós como católicos precisamos professar junto com ela.

Caso você tenha dúvidas sobre isso, procure seu pároco ou alguém com raízes e conhecimento sobre a Igreja de Cristo para tirar suas dúvidas. Afinal a verdade está na Igreja Católica.

Dominus Vobiscum

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Estudo sobre Jesus Cristo, homem ou Deus :: Conhecendo melhor a natureza de Jesus Cristo

Pax Domini! Continuamos a estudar a afirmação da Igreja: Jesus verdadeiro Homem e verdadeiro Deus. E estamos vendo algumas das heresias que aconteceram no começo da Igreja, quando a Igreja ainda não tinha estudado a fundo a pessoa de Jesus. Nesse tempo muitas “besteiras” foram proferidas. E isso acabou sendo positivo, pois forçou a Igreja a estudar e chegar a conclusões óbvias sobre a pessoa de Jesus. Hoje vamos conhecer mais uma dessas loucuras: O Monofisismo.

Os monofisistas afirmavam que a natureza humana tinha cessado de existir como tal em Cristo ao ser assumida por sua pessoa divina de Filho de Deus. Confrontado com esta heresia, IV Concílio Ecumênico, em Calcedônia, confessou em 451(CIC§467)

Monofisismo – Foi uma heresia surgida na Igreja do Oriente quando a teologia cristológica, ou seja, quando o estudo sobre a pessoa de Jesus Cristo ainda estava mal definida. Esta heresia se oponha ao Nestorianismo (uma outra heresia, que afirmava haver em Jesus, duas pessoas, a divina e a humana, o que foi condenado pelo Conc. de Éfeso, 431). Eutiques, arqui­mandrita dum mosteiro de Constantino­pla, defendeu que, havendo uma só pessoa em Jesus também devia haver uma só natureza, admitindo que a humana fora absorvida pela divina, ou seja, que no momento em que a natureza divina iniciou, a natureza humana deixou de existir. A discussão foi turbulenta e a questão só foi definitivamente resolvida no Conc. de Calcedônia (451), que definiu haver em Jesus duas naturezas, a divina e a humana, subsistindo na única pessoa divina do Verbo incarnado.

Agora fica a pergunta: Se fosse verdadeira essa heresia, como se explicariam tantas atitudes de Cristo no evangelho? Jesus se cansava, comia, bebia, caminhava, chorava, se enchia de uma santa cólera… Se não tivesse tido natureza humana, não poderia ter realizado essas atividades que são humanas.

Na linha dos santos Padres, ensinamos unanimemente a confessar um só e mesmo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, o mesmo perfeito em divindade e perfeito em humanidade, o mesmo verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, composto de um alma racional e de um corpo, consubstancial ao Pai segundo a divindade, consubstancial a nós segundo a humanidade, “semelhante a nós em tudo, com exceção do pecado”; gerado do Pai antes de todos os séculos segundo a divindade, e nesses últimos dias, para nós e para nossa salvação, nascido da Virgem Maria, Mãe de Deus, segundo a humanidade. Um só e mesmo Cristo, Senhor, Filho Único, que devemos reconhecer em duas naturezas, sem confusão, sem mudanças, sem divisão, sem separação. A diferença das naturezas não é de modo algum suprimida por sua união, mas antes as propriedades de cada uma são salvaguardadas e reunidas em uma só pessoa e uma só hipóstase. (Denziger-Schonmetzer 424)

A Igreja se guiou na linha dos Santos Padres para chegar a essa afirmação. A Igreja vai a fonte. Vai a raiz. Vai na essência. Não se fundamenta em idéias pessoais. Em estudos isolados. Ela estuda junta. Por isso houveram os concílios. E isso nos dá confiança para afirmar junto com ela: Jesus Cristo é verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus.

E o estudo continua…

Dominus Vobiscum

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Estudo sobre Jesus Cristo, homem ou Deus :: Duas pessoas dentro de um corpo?

Pax Domini! No estudo de hoje vamos estudar outra heresia: O Nestorianismo. Mais uma loucura que a Igreja teve que combater ao longo da sua história. Hoje o Catecismo nos faz uma ressalva:

A heresia nestoriana via em Cristo uma pessoa humana unida à pessoa divina do Filho de Deus. Diante dela, São Cirilo de Alexandria e o III Concílio Ecumênico, reunido em Éfeso em 431, confessaram que “o Verbo, unindo a si em sua pessoa uma carne animada por uma alma racional, se tornou homem”. A humanidade de Cristo não tem outro sujeito senão a pessoa divina do Filho de Deus, que a assumiu e a fez sua desde sua concepção. Por isso o Concílio de Éfeso proclamou, em 431, que Maria se tornou de verdade Mãe de Deus pela concepção humana do Filho de Deus em seu seio: “Mãe de Deus não porque o Verbo de Deus tirou dela sua natureza divina, mas porque é dela que ele tem o corpo sagrado dotado de uma alma racional, unido ao qual, na sua pessoa, se diz que o Verbo nasceu segundo a carne”. (CIC§466)

Nestorianismo – Grupo de pessoas que seguiam a doutrina de  Nestório do Século V, segundo a qual há em Jesus Cristo duas naturezas distintas, uma humana e outra divina, completas de tal forma que constituem de Jesus um homem, a exemplo de gêmios siameses: possuidor de natureza divina e humana estando combinadas numa união mecânica mais que orgânica (juntos, porém diferenciadas). É como se dentro do corpo de Jesus habitasse duas pessoas.

Os teólogos de Alexandria, salientavam a divindade de Cristo, em Antióquia enquanto os Nestorianos juntos a outros grupos defendiam a Humanidade de Cristo à custa de Sua Deidade.

Dentre outras doutrinas, os Nestorianos defendiam que Maria não é Theotokos (mãe de Deus), mas que é Christotokos (mãe de Cristo), ou seja, apenas mãe da parte humana de Cristo, e não da Divina; também não criam no purgatório, nem na veneração de imagens e relíquias (crenças essas revitalizadas pelos protestantes apartir do século XVI e evangélicos na atualidade).

Tanto os nestorianos quanto os partidários de Cirilo foram chamados ao Concílio de Éfeso, no ano de 431. A disputa centrou-se fundamentalmente em torno do título com o qual se devia referir a Maria, se somente christotokos (mãe de Cristo), como defendiam os nestorianos, ou de theotokos (mãe de Deus), como defendiam os partidários de Cirilo. O concílio ecumênico católico dirigido pelo papa Celestino I estudou e percebeu que Maria  é de fato Mãe de Deus, e Nestório foi excomungado da Igreja Ortodoxa Copta, considerado como herege.

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Estudo sobre Jesus Cristo, homem ou Deus: Jesus era um fantasma?

Jesus é tanto homem quanto Deus. Por isso, costuma-se dizer que Ele é Deus-Homem. Ao longo dos séculos, surgiram alguns equívocos a respeito da natureza humano-divina de Cristo.

As primeiras heresias, mais do que a divindade de Cristo, negaram sua humanidade verdadeira(docetismo gnóstico)Desde os tempos apostólicos a fé cristã insistiu na verdadeira Encarnação do Filho de Deus, “que veio na carne”. Mas desde o século III a Igreja teve de afirmar, contra Paulo de Samósata, em um concílio reunido em Antioquia, que Jesus Cristo é Filho de Deus por natureza e não por adoção. (CIC§465)

Hoje vamos conhecer uma dessas muitas heresias. E precisamos conhecer bem isso para não se deixar enganar. Hoje os inimigos da Cruz de Cristo querem se utilizar dessa “overdose” de informações para desvirtuar muitos cristãos. Hoje vamos conhecer o docetismo gnóstico.

Docetismo Gnóstico – Afirmava que Jesus tinha apenas um corpo aparente, pois era o Logos a exprimir-se para os homens. Tinha uma aparência de corpo para se fazer entender dos homens. Mas na verdade, Cristo não tinha corpo biológico, pois era o Logos, o Filho de Deus. Deus não tem sémen biológico. Portanto, só aparentemente o corpo de Jesus era de carne.

Santo Ireneu ataca este radicalismo dizendo que, sem corpo biológico, Jesus não teria salvo a humanidade. Adão, primeira cabeça da humanidade, desorientou o corpo. Cristo, ao ser constituído nova cabeça da humanidade, reconduz o corpo para o ritmo certo.Isto não podia ter acontecido se Ele não tivesse sido verdadeiro homem (Adv. Haer., 1, 10, 1).

A Igreja, como afirma o Catecismo, e como vimos através de Santo Irineu, combateu e combate essa loucura. Jesus, que era Deus, se fez homem como nós, e podemos ver isso nos evangelhos, onde vemos os dados que citamos no post do estudo anterior (para ler o post anterior clique aqui).

É preciso estar atento a essas loucuras. Muitas vezes nos deixamos levar por isso. Precisamos conhecer e combater. Como disse antes, hoje os inimigos da Cruz insistem em levantar essas teses contra a pessoa de Cristo. Proclame sem medo: Jesus, verdadeiro homem e verdadeiro Deus!

Pax Domini

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