Acabou a esperança?

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Gostaria de começar este texto com algumas perguntas: Você confia no ser humano? Você confia na humanidade? Você acredita que a humanidade pode construir uma sociedade perfeita? Será que o nosso futuro será melhor do que vivemos hoje?

Eu não sei você, mas para todas estas perguntas a minha resposta é uma só: Não.

Eu não confio nos seres humanos. Entendo que na nossa vida precisamos confiar em uma pessoa ou outra, mas se você observar direitinho, de uma forma geral, cada pessoa com seus dramas e problemas, pode nos deixar na mão em algum momento. Quantas vezes confiamos em pessoas que nos deixaram na mão? Quantas vezes eu deixei pessoas na mão? Não estou dizendo que todas as pessoas são ruins. Só estou dizendo que não confio nelas. A pessoa que é boa também pode fazer uma má escolha e até por falta de conhecimento ou ingenuidade, colocar àquilo que você espera ou deseja em risco. Seja por maldade, ou seja por uma má escolha, o ser humano pode destruir o que conquistamos. O livre arbítrio é muito bom, mas em contrapartida abre este leque: Por causa de um erro, uma má escolha ou por uma fraqueza a pessoa pode te decepcionar. E olha que até confio, mas não nas pessoas: Confio naquilo que Deus semeou de bom no coração de algumas pessoas que em certos casos se sobressaem.

Também não acredito que a humanidade possa construir uma sociedade perfeita. Se em uma família com cinco pessoas, muitas vezes não se chega a um consenso, quem dirá uma sociedade? Se em uma paróquia muitas vezes não chegamos a um ponto de unidade, quem dirá uma cidade? Quem dirá um país? É preciso pensar que cada pessoa tem um sonho, uma meta, um objetivo. Cada pessoa pensa de um jeito e age de um jeito. Mesmo que todos fossem cristãos, dificilmente se construiria uma sociedade perfeita. Se isso fosse realmente possível, pelo menos uma congregação ou comunidade religiosa seria perfeita. Mas não é…

Nem mesmo as comunidades e congregações mais radicais, mais santas são perfeitas. Pessoas vivem juntas, trabalham juntas, convivem juntas, tem o mesmo ideal e ainda assim não acontece a perfeição.

Além do mais, se pensarmos que a Bíblia fala do Apocalipse como um tempo difícil e complicado para a humanidade, qual a lógica da sociedade melhorar? Sinceramente, eu não acredito que haverá melhora…

Caminhamos para um futuro onde as ideologias estão tomando conta de todos os povos. Como já disse uma vez, a ideologia é uma crença do homem em um mundo perfeito, que para alcançá-lo é necessário destruir tudo que já existe. Portanto não vejo sentido em pensar em um mundo melhor, quando a tônica do debate é a destruição. E ai vem a pergunta: Não temos esperança? Não há vale a pena confiar em ninguém? O que fazer? Chamamos ou não o Chapolim Colorado?

Bom, se você chegou até aqui e teve paciência de ler este texto, você deve estar pensando que eu sou mais um pessimista no mundo, um profeta do Apocalipse ou alguém revoltado com algo. Não caríssimos. Eu tenho esperança…

Diz um adágio popular que quando o vento muda de direção, o pessimista desiste de velejar. O otimista reza esperando que ele volte a ser como antes. Já o realista ajusta as velas. Eu não me considero um pessimista e muito menos otimista. Eu sou um realista que tem sim esperança.

Sim caríssimos existe uma esperança e esta esperança tem nome: Jesus Cristo, o Filho do Deus Vivo. É Nele que eu ponho a minha esperança. É Nele que eu ponho a minha fé. Eu já pus minha confiança em pessoas e me decepcionei. Já esperei de instituições políticas e nenhuma resolveu. A minha fé está no Senhor e na sua Igreja Católica Apostólica Romana, que com seus ensinamentos nos mostram o caminho a seguir. Foi sobre ela que Cristo profetizou dizendo que as portas do inferno jamais prevaleceriam sobre ela.

Com isso não estou dizendo que será fácil, ou que quem estiver na Igreja de Cristo terá uma vida mais fácil. Todos nós passaremos por duros momentos. Mas, quem estiver dentro da Barca de Cristo, terá o fardo aliviado e encontrará consolo em suas promessas, até por que, todas as suas promessas se cumprem.

Tem muita gente que se diz católico, que na hora do “pega pra capar” deixa de lado o que a Igreja ensina para colocar sua confiança em pessoas, sejam elas sacerdotes, formadores de opinião, artistas e até políticos cafajestes que são bons de bico, mas que são mais sujos do que pau de galinheiro. É que das duas uma: Ou este cidadão ainda não entendeu que em se tratando de pessoas de carne e osso, nós confiamos desconfiando, ou esta pessoa no fundo ainda não conhece Àquele que nos salva e liberta. Ela pode estar há anos na Igreja, mas não conhece Nosso Senhor Jesus Cristo.

Agora pergunto a você: Em quem você deposita sua esperança?

Dominus Vobiscum

Solenidade de Todos os Santos e Santas de Deus!

Durante a Oração do Ângelus, na Solenidade de Todos os Santos, em 1º de novembro, o Santo Padre disse que nos Santos e Santas de Deus podemos ver o Amor vencer o egoísmo e a morte. Diante de dezenas de milhares de fiéis na Praça de São Pedro, o Santo Padre enfatizou:

“Na festa de hoje pregustamos a beleza desta vida de total abertura ao olhar de amor de Deus e dos irmãos, na que estamos seguros de alcançar Deus no outro e o outro em Deus”.

“Com esta fé nos enche a esperança de venerarmos todos os Santos, e nos preparamos para comemorar amanhã os fiéis defuntos. Nos santos vemos a vitória do amor sobre o egoísmo e sobre a morte: vemos que seguir a Cristo leva à vida, à vida eterna, e dá sentido à vida presente, a cada instante pois a enche de amor e de esperança”.

“Faz-nos refletir sobre o duplo horizonte da humanidade, que expressamos simbolicamente com as palavras ‘terra’ e ‘céu’: a terra representa o caminho histórico, o céu a eternidade, a plenitude da vida em Deus”.

O Pontífice assinalou que esta festa nos faz pensar na Igreja em sua dupla dimensão:

“a Igreja em caminho no tempo é aquela que celebra a festa sem fim, a Jerusalém celestial”. “Estas duas dimensões estão unidas pela realidade da ‘comunhão dos santos’: uma realidade que começa aqui sobre a terra e alcança seu cumprimento no Céu”.

“No mundo terrestre, a Igreja é o início deste mistério de comunhão que une a humanidade, um mistério totalmente centrado sobre Jesus Cristo: Ele introduziu no gênero humano esta dinâmica nova, um movimento que o conduz para Deus e ao mesmo tempo para a unidade, para a paz em sentido profundo”.

O Papa recordou que Jesus Cristo morreu para congregar na unidade os filhos de Deus que estavam dispersos”, e esta sua obra continua na Igreja que é inseparavelmente ‘una’, ‘Santa’ e ‘católica’. Ser cristãos, formar parte da Igreja significa abrir-se a esta comunhão, como uma semente que se abre na terra, morrendo, e germina para o alto, para o céu”.

Bento XVI precisou também que “os Santos –aqueles que a Igreja proclama como tais, mas também todos os santos e as santas que só Deus conhece, e que também hoje celebramos– viveram intensamente esta dinâmica. Em cada um deles, de maneira pessoal, fez-se presente Cristo, graças a seu Espírito que age mediante a Palavra e os Sacramentos”.

“De fato, o estar unidos a Cristo, na Igreja, não anula a personalidade, mas, a transforma com a força do amor, e lhe confere, já aqui sobre a terra, uma dimensão eterna”.

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Série Espiritualidade: Só em Deus devemos firmar toda esperança e confiança

Do livro “A Imitação de Cristo”

A alma: Senhor, que confiança posso eu ter nesta vida ou qual é minha maior consolação de tudo quanto existe debaixo do sol? Não o sois vós, Senhor, Deus meu, cuja misericórdia é infinita? Onde me achei bem sem vós, ou quando passei mal, estando vós presente? Antes quero ser pobre por vós, que rico sem vós. Prefiro peregrinar convosco na terra, que sem vós possuir o céu. Onde vós estais, aí está o céu; e lá existe a morte e o inferno, onde vós não estais. Vós sois o alvo de meus desejos, por isso por vós devo gemer, clamar e orar. Em ninguém, finalmente, posso plenamente confiar que me dê auxílio oportuno em minhas necessidades, senão em vós só, meu Deus. Vós sois minha esperança, vós minha confiança, vós meu consolador fidelíssimo em todas as coisas.

Todos buscam os seus interesses; vós, porém, só tendes em vista minha salvação e aproveitamento, e tudo converteis em bem para mim. Ainda quando me sujeitais a várias tentações e adversidades, tudo isso ordenais para meu proveito, pois de mil modos costumais provar os vossos amigos. E nessas provações não menos vos devo amar e louvar, como se me enchêsseis de celestiais consolações.

Em vós, portanto, Senhor meu Deus, é que ponho toda a minha esperança e refúgio; a vós entrego todas as minhas tribulações e angústias; porque tudo quanto vejo fora de vós acho fraco e inconstante. Nada me aproveitam os muitos amigos, nem me poderão ajudar os homens, nem os prudentes conselheiros me darão conselho útil, nem os livros dos sábios me poderão consolar, nem qualquer tesouro precioso me poderá salvar, nem algum retiro delicioso me proteger, se vós mesmo não me assistis, ajudais, confortais, consolais, instruís e defendeis. Pois tudo que parece próprio para alcançar a paz e a felicidade nada é sem vós, nem pode trazer-nos a verdadeira felicidade. Vós sois, pois, o remate de todos os bens, a plenitude da vida, o abismo da ciência; esperar em vós acima de tudo é a maior das consolações dos vossos servos. A ti, Senhor, levanto os meus olhos, em vós confio, Deus meu, Pai de misericórdia! Abençoai e santificai minha alma com a bênção celestial para que seja vossa santa morada, o trono de vossa eterna glória, e nada se encontre nesse tempo da vossa divindade que possa ofender os olhos de vossa majestade. Olhai para mim segundo a grandeza de vossa bondade e a multidão de vossas misericórdias e ouvi a oração do vosso pobre servo desterrado tão longe, na sombria região da morte. Protegei e conservai a alma do vosso mísero servo entre os muitos perigos desta vida corruptível, e com a assistência de vossa graça guiai-o pelo caminho da paz à pátria da perpétua claridade. Amém.

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Série Espiritualidade: Não devemos escrutar as coisas mais altas e os ocultos juízos de Deus

Do livro “Imitação de Cristo”

Jesus: Filho, guarda-te de disputar sobre assuntos altos e os ocultos juízos de Deus; não queiras investigar por que este é deixado em tal estado, aquele elevado a tanta graça, este tão oprimido, aquele tão exaltado. Isso excede o alcance humano, e não há raciocínio nem discussão que possam escrutar os desígnios de Deus. Quando, pois, o inimigo te sugere tais pensamentos, ou os curiosos questionarem sobre eles, responde com o profeta: Justo sois, Senhor, e justo é o vosso juízo (Sl 118,37), ou, também: Os juízos do Senhor são verdadeiros e justificados em si mesmos (Sl 19, 10). Meus juízos devem se temer, e não discutir, porque são incompreensíveis ao entendimento humano.

Não queiras também inquirir ou disputar sobre os méritos dos santos, qual seja o mais santo ou o maior no reino dos céus. Daí nascem muitas controvérsias e contendas inúteis, que nutrem a soberba e a vanglória, donde procedem invejas e discórdias, porque este prefere soberbamente um santo, aquele quer dar a preeminência a outro. Querer saber e investigar tais coisas não traz proveito algum, antes desagrada aos santos, porque “eu não sou Deus de discórdia e sim da paz” (1Cor 14,33), e esta paz consiste antes na verdadeira humildade que na própria exaltação.

Alguns, por um zelo de predileção, se afeiçoam mais a este ou àquele santo, mas este afeto é antes humano que divino. Sou eu que fiz todos os santos; eu lhes dei a graça, eu lhes outorguei a glória. Eu sei os merecimentos de cada um, eu os preveni com as bênçãos da minha doçura (Sl 20,4). Eu conheci os meus amados antes dos séculos, eu os escolhi do mundo, e não eles a mim. Eu os chamei por minha graça e os atraí por minha misericórdia: eu os fiz passar por várias provações. Eu os inundei de maravilhosas consolações, dei-lhes a perseverança e coroei a sua paciência.

Eu conheço o primeiro e o último e abraço a todos com inestimável amor. Eu devo ser louvado em todos os meus santos, bendito sobre todas as coisas e honrado em cada um deles, que eu tão gloriosamente exaltei e predestinei, sem prévio merecimento algum de sua parte. Quem desprezar, pois, um dos menores dos meus deixa também de honrar o maior, porque fui eu que fiz o pequeno e o grande. E quem menospreza a todos os mais que estão no reino dos céus. Porquanto todos são um belo veículo da caridade; todos têm o mesmo parecer, o mesmo querer, e se amam mutuamente com o mesmo amor.

Além disso, – o que é mais sublime ainda – eles me amam mais a mim que a si e seus merecimentos. Porque, arrebatados acima de si mesmos e desprendidos de todo amor-próprio, se transformaram inteiramente no meu amor, no qual descansam com sumo gozo. Nada há que os possa desviar ou deprimir, porque, repletos da eterna verdade, ardem no fogo inestinguível da caridade. Calem-se, pois, os homens carnais e sensuais, e não discutam sobre o estado dos santos, porque não sabem amar senão seus próprios gozos. Eles diminuem ou acrescentam conforme a sua inclinação, e não como agrada à eterna Verdade.

Em muitos é isso ignorância, mormente naqueles que, pouco iluminados, raramente sabem amar um santo com amor puramente espiritual. Leva-os ainda muito a natural afeição e a amizade humana, que os inclina a este ou àquela, e, como se portam nas coisas terrenas, assim se lhes afiguram também as celestiais. Há, porém, incomparável distância entre o que pensam os imperfeitos e o que alcançam os homens espirituais pela revelação superior.

Guarda-te, pois, filho, de discorrer curiosamente sobre coisas que excedem teu entendimento; cuida antes e trata de seres ainda o ínfimo no reino de Deus. E dado que alguém soubesse quem seja deles o mais santo ou o maior no reino dos céus, que lhe aproveitaria esse conhecimento, se dele não tomasse motivo de humilhar-se diante de mim e louvar mais fervorosamente o meu nome? Muito mais agrada a Deus quem cuida na grandeza dos seus pecados, na escassez das virtudes e na grande distância que o separa da perfeição dos santos, do que aquele que disputa sobre a maior ou menor glória deles. Melhor é implorar os santos com devotas orações e lágrimas, suplicar-lhes com humildade de coração sua gloriosa intercessão, que perscrutar, com vã curiosidade, seus segredos.

Os santos estão bem contentes e satisfeitos; oxalá também os homens soubessem estar contentes e refrear suas vãs palavras. Não se gloriam dos próprios merecimentos, pois nenhum bem atribuem a si mesmos, mas tudo referem a mim que lhes dei tudo por infinita caridade. Tão cheios estão do amor da divindade e de abundantíssima alegria, que nada falta à sua glória, nem pode faltar à sua bem-aventurança. Quanto mais elevados estão os santos na glória, tanto mais humildes são em si mesmos e mais perto de mim e de mim amados. Por isso lês na Escritura que depunham suas coroas diante de Deus e se prostavam diante do Cordeiro e adoravam aquele que vive nos séculos dos séculos (Apc 4,10).

Muitos perguntam qual seja o maior no reino de Deus e não sabem se serão dignos de ser contados entre os menores. Grande coisa é ser ainda o menor no céu, onde todos são grandes, porque serão chamados filhos de Deus, e, na verdade, o são. O menor valerá por mil, e o pecador de cem anos morrerá (Is 60,22; 65,20). Pois, quando os discípulos perguntaram quem era o maior no reino dos céus, receberam esta resposta: Se vos não converterdes e vos tornardes como crianças, não entrareis no reino dos céus (Mt 18,3.4).

Ai daqueles que recusam humilhar-se espontaneamente com os pequenos; porque é baixa a porta do reino celeste e não lhes dará entrada. Ai também dos ricos, que têm neste mundo suas consolações, porque, quando os pobres entrarem no reino de Deus, eles ficarão de fora, chorando. Regozijai-vos, humildes, e “exultai, pobres, porque vosso é o reino de Deus” (Lc 6,20) contanto que andeis no caminho da verdade.

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Série Espiritualidade: Do dia da eternidade e das angústias desta vida

Do livro “Imitação de Cristo”

Ó mansão beatíssima da celestial cidade! Ó dia claríssimo da eternidade, que a noite não obscurece, mas a Verdade soberana sempre ilumina; dia sempre festivo, sempre seguro, que nunca muda no contrário! Oh! se já amanhecera aquele dia e acabaram todas as coisas temporais! Para os santos, sim, brilha este dia com o fulgor de sua perpétua claridade; para nós, peregrinos da terra, só de longe se mostra e como por espelho.

Sabem os cidadãos do céu quão ditoso é aquele dia; sentem os desterrados filhos de Eva quão triste e amargo é este da vida presente. Os dias deste tempo são curtos e maus, cheios de dores e angústias. Neles se vê o homem manchado de muitos pecados, enredado de muitas paixões, angustiado de muitos temores, inquietado com muitos cuidados, distraído com muitas curiosidades, emaranhado em muitas vaidades, cercado de muitos erros, oprimido de muitos trabalhos, acossado por tentações, enervado pelas delícias, atormentado pela penúria.

Oh! Quando virá o fim de todos estes males? Quando me verei livre da triste escravidão dos vícios? Quando me lembrarei somente de vós, Senhor? Quando em vós plenamente me alegrarei? Quando viverei em perfeita liberdade, sem nenhum impedimento, sem aflição da alma e do corpo? Quando gozarei a paz sólida, imperturbável e segura, paz interna e externa, paz de toda parte estável? Ó bom Jesus, quando estarei diante de vós para nos ver? Quando contemplarei a glória do vosso reino? Quando me sereis tudo em todas as coisas? Oh! Quando estarei convosco no reino que preparastes desde toda a eternidade para os que vos amam? Pobre e desterrado estou, em terra de inimigos, onde há guerras contínuas e misérias extremas!

Consolai-me no meu desterro, mitigai-me a dor, para vós se dirige todo o meu desejo. Tudo quanto o mundo oferece de consolo é para mim tormento. Desejo gozar-vos intimamente, mas não o consigo. Desejo aplicar-me às coisas do céu, mas as coisas temporais e as paixões imortificadas me abatem. Com o espírito desejava elevar-me acima de todas as coisas, mas a carne me obriga a sujeitar-me a elas contra a minha vontade. Assim eu, homem desgraçado, pelejo comigo e “sou a mim mesmo pesado” (Jó 7,20), pois o espírito aspira às alturas, mas a carne às baixezas.

Oh! Quanto padeço interiormente, quando, ao meditar nas coisas celestiais, logo uma multidão de idéias carnais vêm perturbar-me a oração! Deus meu, em vossa ira, não vos aparteis de vosso servo! (Sl 26,9). Lançai os vossos raios e dissipai estes pensamentos! (Sl 143,6) . Despedi vossas flechas, e se desfarão todos esses fantasmas do inimigo. Concentrai e recolhei em vós meus sentidos; fazei-me esquecer todas as coisas do mundo; concedei-me a graça de logo rebater e desprezar todas as imaginações do pecado. Socorrei-me, Verdade eterna, para que nenhuma vaidade me possa seduzir. Vinde, doçura celestial, e diante de vós fuja toda impureza. Perdoai-me também e relevai-me, pela vossa misericórdia, todas as vezes que, na oração, penso em outra coisa, fora de vós. Confesso sinceramente que costumo ser muito distraído. Pois muitas vezes não estou onde tenho o corpo, mas onde me levam os pensamentos. Estou onde está o meu pensamento, e meu pensamento está, de ordinário, onde está o que amo. Ocorre-me com facilidade o que naturalmente me deleita ou por costume me agrada.

Por isso vós, Verdade eterna, dissestes claramente: Onde está teu tesouro, aí se acha também teu coração (Mt 6,21). Se amo o céu, gosto de pensar nas coisas celestiais. Se amo o mundo, alegro-me com seus deleites e entristeço-me com suas adversidades. Se amo a carne, com gosto me ocupo dos pensamentos carnais. Se amo o espírito, deleita-me o pensar nas coisas espirituais. Porque, seja qual for o objeto do meu amor, dele falo e ouço falar com gosto e trago comigo a sua imagem. Mas bem-aventurado o homem que por amor de vós, Senhor, abre mão de todas as criaturas, faz violência à natureza e crucifica a concupiscência da carne com o fervor do espírito, para, de consciência serena, oferecer-vos uma oração pura e, desprendido interior e exteriormente de tudo que é terreno, merecer entrar no coro dos anjos.

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Notícia:: Bento XVI visita presídio e responde perguntas de presidiários

Do ACI Digital com inserções do Blog Dominus Vobiscum

Já estava encerrando as postagens do dia, quando me deparei com essa matéria da ACI Digital que me chamou a atenção. É que ontem o Papa Bento XVI  visitou a prisão de Rebibbia em Roma, e lá respondeu uma série de perguntas dos presidiários. Eu fique muito comovido com a matéria e com as respostas deste Santo homem. Lendo com calma é possível sentir a ternura de suas palavras. Coisas próprias de bento XVI. Respondendo à pergunta de um réu que sofre de AIDS sobre a forma em que algumas pessoas se referem a eles, o Santo Padre disse que também há quem fale mal do Papa, porém isso não deve desanimar-nos mas levar-nos a seguir adiante. Seguem abaixo as perguntas e respostas publicadas na matéria.

Pergunta 1 – situação das prisões italianas

Chamo-me Rocco. Antes de tudo, gostaria de manifestar o nosso e o meu agradecimento pessoal por esta visita que nos é muito apreciada e assume, em um momento tão dramático para os cárceres italianos, um grande conteúdo de solidariedade, humanidade e conforto. Desejo perguntar a Sua Santidade se este seu gesto será compreendido na sua simplicidade, também por nossos políticos e governantes, a fim de que seja restituída aos últimos, incluindo os detentos, a dignidade e a esperança que devem ser reconhecidas a todos os seres viventes. Esperança e dignidade indispensáveis para retomar o caminho rumo a uma vidadigna de ser vivida.

Bento XVI

Obrigado pelas suas palavras. Sinto o seu afeto pelo Santo Padre, e sou comovido por esta amizade que sinto de todos vós. E gostaria de dizer que penso com frequência em vós e rezo sempre por vós, porque sei que estão em uma condição muito difícil que, muitas vezes, ao invés de ajudar a renovar a amizade com Deus e com a humanidade, torna a situação ainda pior, também no íntimo. Venho, sobretudo, para mostrar-vos a minha proximidade pessoal e íntima, na comunhão com Cristo, que vos ama, como disse. Mas certamente esta visita, que desejei ser pessoal a vós, é também um gesto público que lembra aos nossos cidadãos, ao nosso governo, o fato de que há grandes problemas e dificuldades nas prisões italianas. E, certamente, o sentido dessas prisões é precisamente ajudar a justiça, e a justiça implica como primeiro fato a dignidade humana. Portanto, devem ser construídas de tal modo que cresça a dignidade, que seja respeitada a dignidade e vós possais renovar em vós mesmos o sentido de dignidade, a fim de responder melhor a essa vocação íntima. Ouvimos a ministro da Justiça, ouvimos como sente convosco, como sente toda a vossa realidade e, assim, podemos estar confiantes de que nosso governo e os responsáveis farão o possível para melhorar esta situação, para ajudar-vos a encontrar realmente, aqui, uma boa realização de uma justiça que vos ajude a retornar à sociedade com toda a convicção da vossa vocação humana e com todo o respeito que exige a vossa condição humana. Portanto, eu, enquanto posso, gostaria sempre de dar sinais de o quanto é importante que essas prisões respondam ao seu sentido de renovar a dignidade humana e não de atacar essa dignidade, e de melhorar sua condição. E esperamos que o governo tenha a oportunidade e todas as possibilidades de responder a esta vocação. Obrigado.

Pergunta 2 – intercessão pelo sofrimento

Chamo-me Omar. Santo Padre, gostaria de perguntar-lhe um milhão de coisas, que sempre pensei, mas hoje, que posso, torna-se difícil para mim fazer-lhe uma pergunta. Estou emocionado por este evento, pois a sua visita aqui no cárcere é um fato muito forte para nós, detidos cristãos católicos, e, por isso, mais que uma pergunta, prefiro pedir-lhe que leve consigo o nosso sofrimento e o dos nossos familiares, como um cabo elétrico que se comunica com o Senhor Nosso. Amo-te.

Bento XVI

Também eu te amo, e sou grato por estas palavras, que tocam meu coração. Penso que essa minha visita mostra que eu gostaria de seguir as palavras do Senhor que me tocam sempre, onde diz, como li no meu discurso, no juízo final: “ visitastes-me na prisão e era eu que vos esperava“. Essa identificação do Senhor com os prisioneiros exige profundamente de nós e eu mesmo devo me perguntar: Agi de acordo com esse imperativo do Senhor? Tive presente essa palavra do Senhor? Essa é uma razão pela qual eu vim, porque sei que o Senhor está esperando por mim em vós, que tendes necessidade desse reconhecimento humano que tendes necessidade dessa presença do Senhor que, no Juízo Final, pergunta-nos exatamente sobre esse ponto e, por isso, espero que sempre mais possa, aqui, ser realizado o verdadeiro propósito dessas penitenciárias, de ajudar a reencontrar a si mesmo, de ajudar e continuar adiante consigo mesmo, na reconciliação consigo mesmo, com os outros, com Deus, para entrar de novo na sociedade e ajudar na progresso da humanidade. O Senhor vos ajudará. Nas minhas orações, estou sempre convosco. Sei que, para mim, é uma obrigação particular rezar por vós, puxá-los, por assim dizer, ao Senhor, no alto, porque o Senhor, através da nossa oração, ajuda a oração, é uma realidade. Exorto também todos a rezar, como um grande cordão, por assim dizer, que vos puxa para o Senhor e nos une entre nós, porque andando rumo ao Senhor somos também ligados entre nós. Estais seguros dessa força da minha oração e convido também os outros a unir-se convosco na oração e, assim, encontrar uma espécie de corda que segue rumo ao Senhor.

Pergunta 3 – retorno à família

Chamo-me Alberto. Santidade, parece-vos justo que, após ter perdido um a um todos os membros da minha família, agora que sou um homem novo, e há um mês papai de uma esplêndida menina de nome Gaia, não me concedam a possibilidade de voltar á casa, apesar de ter amplamente pago a dívida com a sociedade?

Bento XVI

Antes de tudo, parabéns! Sou feliz porque sois pai, que se considere um homem novo e que tenha uma esplêndida filha: isso é um dom de Deus. Eu, naturalmente, não conheço os detalhes do seu caso, mas espero que o quanto antes possa retornar para a sua família. Vós sabeis que, para a doutrina da Igreja, a família é fundamental, é importante que o pai possa ter a filha em seus braços. E, assim, rezo e espero que o quanto antes possa ter realmente nos braços a sua filha, estar com sua mulher e sua filha para construir uma bela família e, assim, colaborar com o futuro da Itália.

Pergunta 4 – presos são mal-vistos pela sociedade em geral

Santidade, sou Federico, falo em nome das pessoas detidas no G14, que é o setor da enfermaria. O que podem pedir os homens detidos, doentes e soropositivos ao Papa? Ao nosso Papa, já agravado pelo peso de todos os sofrimentos do mundo, pedem que reze por eles? Que lhes perdoe? Que lhes tenha presente no seu grande coração? Sim, é isso que nós queremos pedir, mas, sobretudo, que levasse a nossa voz onde não é ouvida. Estamos ausentes das nossas famílias, mas não na vida, caímos e, nas nossas quedas, fizemos mal aos outros, mas estamos nos levantando.

Pouco se fala de nós, na maioria das vezes de modo tão feroz, como que a querer eliminar-nos da sociedade. Isso faz-nos sentir subumanos. Vós sois o Papa de todos e nós rezamos para que não seja dilacerada a nossa dignidade, juntamente com a liberdade. Para que não seja mais dado assumido que recluso queira dizer excluído para sempre. A sua presença é, para nós, uma honra grandíssima! Os nossos mais queridos votos pelo Santo Natal, a todos.

Bento XVI

Sim, me haveis dito palavras memoráveis, caímos, mas estamos aqui para reerguer-nos. Isso é importante, essa coragem de levantar-se, de andar adiante com o auxílio do Senhor e com o auxílio de todos os amigos. Vós também dissestes que se fala de modo feroz sobre vós, infelizmente é verdade, mas gostaria de dizer não somente isso, há também outros que falam bem de vós e pensam em vós. Penso na minha pequena família papal – sou circundado por quatro consagradas leigas – e falamos frequentemente sobre esse problema, pois elas têm amigos em diversos cárceres. Recebemos também presentes deles e retribuímos esses dons. Portanto, essa realidade está presente de modo muito positivo na minha família e, penso, em tantas outras. Devemos suportar que alguns falem de modo feroz, falam de modo feroz também contra o Papa e ainda assim seguimos em frente. Parece-me importante encorajar a todos a pensar bem, que tenham o sentido dos vossos sofrimentos, tenham a sensação de ajudar no processo de reerguimento e eu farei a minha parte para convidar a todos a pensar de modo justo, não depreciativo, mas humano, pensando que qualquer um pode cair, mas Deus quer que todos cheguem a Ele. Devemos cooperar com o espírito de fraternidade e de reconhecimento também da própria fragilidade, para que possais realmente vos levantar e seguirdes em frente com dignidade e encontreis sempre respeitada a vossa dignidade, para que cresça e possam, assim, também encontrar a alegria na vida, porque a vida nos é dada pelo Senhor e com a sua ideia. E, se reconhecemos essa ideia do Deus que está conosco, também os passos obscuros têm o seu sentido, para dar-nos mais conhecimento sobre nós mesmos, para ajudar e tornarmo-nos mais nós mesmos, mais filhos de Deus e, assim e realmente, sermos felizes por sermos homens, porque criados por Deus também em diversas condições difíceis. O Senhor vos ajudará e nós estamos próximos a vós.

Pergunta 5 – absolvição dos pecados

Chamo-me Gianni, da Seção G8. Santidade, foi-me ensinado que o Senhor vê e lê o nosso interior. Pergunto-me porque a absolvição foi delegada aos padres? Se eu a pedisse de joelhos, sozinho, dentro de um quarto, dirigindo-me ao Senhor, me absolveria? Ou seria uma absolvição com um valor diferente? Qual seria a diferença?

Bento XVI

Sim: é uma grande e verdadeira questão aquela que me coloca. Eu diria duas coisas. A primeira: naturalmente, se vos coloca de joelhos e com verdadeiro amor a Deus reza para que Ele vos perdoe, Ele perdoa. Sempre foi Doutrina da Igreja que, se alguém, com verdadeiro arrependimento, isto é, não somente para evitar as penas e dificuldades, mas por amor ao bem, por amor a Deus, pede perdão, recebe o perdão de Deus. Essa é a primeira parte. Se eu realmente reconheço que fiz o mal e se, em mim, é reavivado o amor pelo bem, a vontade do bem, o arrependimento de não ter respondido a esse amor, e peço a Deus, que é o Bem, o perdão, Ele o dá. Mas há um segundo elemento: o pecado não é somente algo “pessoal”, individual, entre mim e Deus; o pecado tem sempre também uma dimensão social, horizontal. Com o meu pecado pessoal, no entanto, ainda que ninguém saiba sobre ele, danifiquei também a comunhão com a Igreja, suja a comunhão com a Igreja, suja a humanidade. E, por isso, essa dimensão social, horizontal do pecado, exige que seja absolvido também no nível da comunidade humana, da comunidade da Igreja, quase corporalmente. Então, essa segunda dimensão do pecado, que não é somente contra Deus, mas concerne também a comunidade, exige o sacramento, que é o grande dom em que posso, na confissão, libertar-me disso e posso realmente receber o perdão no sentido também de uma plena readmissão na comunidade da Igreja viva, do Corpo de Cristo. E assim, nesse sentido, a absolvição requerida da parte do sacerdote, o sacramento, não é uma imposição que limita a bondade de Deus, mas, ao contrário, é uma expressão da bondade de Deus, porque me demonstra que também concretamente, na comunhão da Igreja, recebi o perdão e posso recomeçar de novo. Portanto, diria que é preciso manter presentes estas duas dimensões: a vertical, com Deus, e a horizontal, com a comunidade da Igreja e da humanidade. A absolvição do padre, a absolvição sacramental é necessária para, realmente, resolver-me, absolve-me desta prisão do mal e reintegrar-me na vontade de Deus, na óptica de Deus, completamente na sua Igreja, e dar-me a certeza, também quase corpórea, sacramental: Deus me perdoa, recebe-me na comunidade dos seus filhos. Penso que devemos aprender a compreender o sacramento da penitência neste sentido: a possibilidade de encontrar, quase corporalmente, a bondade do Senhor, a certeza da reconciliação.

Pergunta 6 – oração dos pobres

Santidade, chamo-me Nwaihim, seção G11. Santo Padre, no mês passado, esteve em visita pastoral à África, na pequena nação do Benin, uma das nações mais pobres do mundo. Vi a fé e a paixão desses homens por Jesus Cristo. Já vi pessoas sofrerem por causas diversas: racismo, fome, trabalho infantil… Pergunto-vos: eles colocam a esperança e a fé em Deus e morrem em meio à pobreza e violência. Por que Deus não lhes escuta? Será que Deus escuta somente aos ricos e poderosos que, ao contrário, não tem fé? Obrigado, Santo Padre.

Bento XVI

Deixe-me começar por dizer que fiquei muito feliz em vossa terra; a recepção por parte dos africanos foi muito calorosa, senti essa cordialidade humana que, na Europa, é um pouco obscurecida porque temos tantas outras coisas sobre nosso coração que tornam um pouco mais duro também o coração. Foi uma cordialidade exuberante, por assim dizer; senti também a alegria de viver, e essa foi uma das impressões belas para mim, que, apesar de toda a pobreza e todos os grandes sofrimentos que também vi – cumprimentei leprosos, vítimas da Aids, etc –, há uma alegria de viver uma alegria de ser uma criatura humana, porque há uma consciência original de que Deus é bom e me ama e o homem é ser amado por Deus. Portanto, essa foi para mim, digamos, a impressão preponderante, forte; ver em um país que sofre alegria, mais do que nos países ricos. E isso também me faz pensar que, nos países ricos, a alegria está muitas vezes ausente, estamos todos totalmente ocupados com muitos problemas: como fazer isso, como conservar isso, comprar de novo… E com a massa das coisas que temos, somos cada vez mais afastados de nós mesmos e desta experiência original de que Deus existe e é próximo a mim; e, por isso, diria que ter grande propriedade e ter poder não torna necessariamente alguém feliz, não é o maior presente. Também podem ser, digamos, algo ruim, que me impede de viver verdadeiramente. As medidas de Deus, os critérios de Deus, são diferentes dos nossos, Deus dá também a esses pobres alegria, o reconhecimento da sua presença, faz sentir que é próximo também no sofrimento, dificuldades, e, naturalmente, chama-nos a todos para que façamos todo o possível para sair dessas escuridão das doenças, da pobreza. É tarefa nossa e assim, ao fazer isso, também nós podemos nos tornar mais alegres. Portanto, as duas partes devem completar-se, nós devemos também ajudar para que também a África, esses países pobres, possam encontrar a superação desses problemas, da pobreza, ajudá-los a viver, e que eles possam ajudar-nos a compreender que as coisas materiais não são a última palavra. E devemos rezar a Deus: mostra-nos, ajuda-nos, para que haja justiça, para que todos possam viver na alegria de ser teus filhos!

Terminadas as perguntas um presidiário leu uma prece que tinha composto, chamada “Oração atrás das grades”, na qual pedia a Deus que “encurte as noites de insônia” e dizia: “Recorda-te, Pai, daqueles que estão fora daqui e que ainda me querem bem, para que, pensando neles, recorde-me que somente o amor dá vida, enquanto o ódio destrói e o rancor transforma em inferno as longas e intermináveis jornadas. Recorda-te de mim, ó Deus. Amém!

Depois o Papa rezou junto com os presidiários o Pai Nosso e ao sair da igreja abençoou um cipreste plantado no pátio como lembrança de sua visita.

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AVISO:: Estamos assumindo aqui no blog Dominus Vobiscum uma campanha de oração pela Jornada Mundial da Juventude. A proposta é que todo católico reze um terço por dia de hoje até o evento que acontecerá em 2013 no Rio de Janeiro. Você topa o desafio?

Evangelho do Dia:: Conhecereis que o Reino de Deus está próximo

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: Reparai na figueira e nas restantes árvores. Quando começam a deitar rebentos, ao vê-los, ficais a saber que o Verão está próximo. Assim também, quando virdes essas coisas, conhecereis que o Reino de Deus está próximo. Em verdade vos digo: Não passará esta geração sem que tudo se cumpra. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão-de passar. (Lcs 21,29-33)

Comentário do Evangelho do dia feito por Bem-aventurado Guerric d’Igny (v. 1080-1157), abade cistercense

Aguardamos o Salvador (liturgia latina; cf. Fl 3,20). Na verdade, é feliz a espera dos justos, daqueles que aguardam a esperança bendita e o advento na glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo (Tt 2,13). Qual é a minha esperança, diz o justo, não é o Senhor? (Sl 38,8) Depois, volta-se para Ele e exclama: Eu sei: Tu não desiludirás a minha espera (Sl 118,116). De fato, o meu ser já está perto de Ti, porque a nossa natureza, assumida por Ti e oferecida por nós, já foi glorificada em Ti. O que nos dá a esperança de que ‘toda a carne virá a Ti’ (Sl 64,3) […]. No entanto, é com uma confiança ainda maior que esperam o Senhor aqueles que podem dizer: O meu ser está perto de Ti, Senhor, pois entreguei-Te todas as minhas riquezas; ao largá-las por Ti, ‘juntei um tesouro no Céu’ (Mt 6,20). Já depositei todos os meus bens a Teus pés: e sei […] que mos devolverás ‘cem vezes mais e ainda a vida eterna’ (Mc 10,30). Vós, que sois pobres de espírito, sois bem-aventurados! (Mt 5,3) […] Porque o Senhor disse: Onde estiver o teu tesouro, estará também o teu coração (Mt 6,21). Que os vossos corações O sigam, que sigam o Seu Coração! Fixai o vosso pensamento lá no alto, e que a vossa espera esteja suspensa de Deus, para poderdes dizer como o Apóstolo Paulo: A nossa vida está nos Céus; é de lá que aguardamos o Salvador (Fl 3,20).

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Obs.: Galera, como todos sabem, a Procuradoria do Ministério Público de Aparecida quer anular concessões das TVs Aparecida e Canção Nova, o Marcelo que comenta no blog católico, Deus lo Vult, fez uma petição (pedido) pública através da internet para reverter essa situação, portanto, gostaria que impreterivelmente, os sócios e simpatizantes dessas duas emissoras e todos os católicos ou não-católicos, mas que assistem essas TV´s, que compartilhassem e assinassem a petição que está nesse sítio abaixo, por favor.

http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N16989

Evangelho do Dia: Qual é o vosso serviço?

Do Evangelho Quotidiano

Naquele tempo, disse o Senhor: Qual de vós, tendo um servo a lavrar ou a apascentar gado, lhe dirá, quando ele regressar do campo: ‘Vem cá depressa e senta-te à mesa’? Não lhe dirá antes: ‘Prepara-me o jantar e cinge-te para me servires, enquanto eu como e bebo; depois, comerás e beberás tu’? Deve estar grato ao servo por ter feito o que lhe mandou? Assim, também vós, quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer.’ (S. Lucas 17,7-10)

Comentário do Evangelho do dia feito por Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África) e doutor da Igreja

O bispo que está à vossa cabeça é vosso servo. […] Que o Senhor nos conceda, portanto, com a ajuda das vossas preces, ser e permanecer até ao fim o que quiserdes que sejamos […]; que Ele nos ajude a cumprir o que nos ordenou. Mas, seja quem for que sejamos, não coloqueis em nós a vossa esperança. Permito-me dizer-vos isto como bispo: quero alegrar-me convosco e não ficar inflamado de orgulho. […] Falo agora ao povo de Deus em nome de Cristo, falo na Igreja de Deus, falo como pobre servo de Deus: não coloqueis a vossa esperança em nós, não ponhais a vossa esperança nos homens. Somos bons? Somos servos. Somos maus? Continuamos a ser servos. Mas os bons, os servos fiéis, são os verdadeiros servos. Qual é o nosso serviço? Prestai atenção: se tendes fome e não quereis ser ingratos, reparai de que celeiro tiramos as provisões; mas não te diz respeito em que prato te é servido aquilo que estás ávido de comer: Numa casa grande não existem somente vasos de ouro e prata, mas também os há os que são de madeira e de barro (2Tm 2,20). O vosso bispo parece-se com um prato de prata, um prato de ouro, ou com um prato de argila? Vê se esse prato tem pão e Quem to deu para que te fosse servido. Ele é que é o pão: Eu sou o pão vivo, o que desceu do Céu (Jo 6,51). Nós, portanto, servimo-vos Cristo, em lugar de Cristo […], para que Ele chegue até vós, para que Ele seja o juiz do nosso ministério.

Evangelho do Dia:: Jesus dirigiu-Se resolutamente para Jerusalém

Como estavam a chegar os dias de ser levado deste mundo, Jesus dirigiu-se resolutamente para Jerusalém e enviou mensageiros à sua frente. Estes puseram-se a caminho e entraram numa povoação de samaritanos, a fim de lhe prepararem hospedagem. Mas não o receberam, porque ia a caminho de Jerusalém. Vendo isto, os discípulos Tiago e João disseram: Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma? Mas Ele, voltando-se, repreendeu-os. E foram para outra povoação. S. Lucas 9,51-56

Comentário do Evangelho do dia feito por São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja

Cristo é o caminho e a porta. Cristo é a escada e o veículo, […] e o sacramento escondido desde os séculos. Quem olha para este propiciatório de rosto plenamente voltado para Ele, contemplando-O suspenso na cruz com fé, esperança e caridade, com devoção, admiração e alegria, com veneração, louvor e júbilo, realiza com Ele a Páscoa, isto é, a passagem. E assim, por meio da vara da cruz, atravessa o Mar Vermelho. […] Nesta passagem, se for perfeita, é necessário que se deixem todas as operações intelectivas e que o ápice mais sublime do amor seja transferido e transformado totalmente em Deus. Isto porém é uma realidade mística e ocultíssima, que ninguém conhece a não ser quem recebe (Ap 2,17), que ninguém recebe senão quem deseja, nem deseja senão aquele que é inflamado, até à medula da alma, pelo fogo do Espírito Santo, que Cristo enviou à terra. Por isso diz o Apóstolo que esta sabedoria mística é revelada pelo Espírito Santo. Se pretendes saber como isto sucede, interroga a graça e não a ciência […], a nuvem e não a claridade. Não interrogues a luz, mas o fogo que tudo inflama e transfere para Deus, com unção suavíssima e ardentíssimos afetos. Este fogo é Deus; a Sua fornalha está em Jerusalém (Is 31,9). Cristo acendeu-o na chama da Sua ardentíssima Paixão. […] Quem ama esta morte pode ver a Deus, porque é indubitavelmente verdade que nenhum homem poderá ver-Me e continuar a viver (Ex 33,20). Morramos, pois, e entremos nessa nuvem; imponhamos silêncio às preocupações terrenas, paixões e imaginações; passemos, com Cristo crucificado, deste mundo para o Pai (Jo 13,1), a fim de que, ao manifestar-se-nos o Pai, digamos com o apóstolo Filipe: Isso nos basta (Jo 14,8); e ouçamos com São Paulo: Basta-te a Minha graça (2Cor 12,9); e exultemos com David, exclamando: Desfalece a minha carne e o meu coração: Deus é o meu refúgio e a minha herança para sempre (Sl 72,26).

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Que vos pede a Igreja neste momento?

Do Evangelho Quotidiano

Naquele tempo, Jesus chamou a Si os seus doze discípulos e deu-lhes poder de expulsar os espíritos impuros e de curar todas as doenças e enfermidades.
São estes os nomes dos doze Apóstolos: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o cobrador de impostos; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Zelota, e Judas Iscariotes, que o traiu. Jesus enviou estes doze, depois de lhes ter dado as seguintes instruções: não sigais pelo caminho dos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos. Ide, primeiramente, às ovelhas perdidas da casa de Israel. Pelo caminho, proclamai que o Reino do Céu está perto. (S. Mateus 10,1-7)

 Comentário do Evangelho do dia feito por Concílio Vaticano II

A todos os depositários do poder temporal, que vos pede a Igreja neste momento? […] Ela não vos pede senão a liberdade. A liberdade de crer e de pregar a sua fé, a liberdade de amar e servir o seu Deus, a liberdade de viver e de levar aos homens a sua mensagem de vida. Não tenhais medo: ela é à imagem do seu Senhor, cuja ação misteriosa não lesa as vossas prerrogativas, mas cura todo o ser humano da sua fatal caducidade, transfigura-o, enche-o de esperança, de verdade e de beleza. Deixai que Cristo exerça a Sua ação purificadora na sociedade. Não O crucifiqueis de novo: seria sacrilégio, porque é Filho de Deus, e seria suicídio, porque é filho do Homem. E a nós, seus humildes ministros, deixai-nos propagar por toda a parte, sem entraves, a boa nova do Evangelho da paz, que meditamos neste Concílio. Os vossos povos serão os primeiros beneficiários, porque a Igreja forma para vós cidadãos leais, amigos da paz e do progresso. Neste dia solene em que encerra o seu XXI Concílio Ecuménico, a Igreja oferece-vos, pela nossa voz, a sua amizade, os seus serviços, as suas energias espirituais e morais. Ela dirige a vós todos a sua mensagem de salvação e de bênção. Acolhei-a tal qual ela vo-la oferece, com coração alegre e sincero, e levai-a a todos os vossos povos!

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