Estudo sobre a Igreja Católica Apostólica Romana:: Por que dizemos que a Igreja é santa?

Igreja Católica

Já ouvimos dizer muitas vezes padres e pregadores afirmarem que a Igreja é “santa”, porém o que constatamos na verdade é que os católicos são, na verdade, grandes pecadores (e, entre eles sacerdotes, religiosas e leigos). Por sua vez, também já ouvimos pessoas dizerem que alguns dos que vão à Missa são piores do que muitos que não vão. Como entender isto? Não é hipocrisia afirmar que a Igreja é “santa”?

Infelizmente muitos cristãos se escandalizam com os Filhos da Igreja! As pessoas enfim tem razão? Bom, na verdade tem razão e ao mesmo tempo não tem! COmo diziam os antigos, enxergam bem, mas raciocinam mal, inferindo erroneamente.

Sim, a Igreja é Santa! É Santa e santificadora, apesar dos pecados de seus filhos! Mas como entender o paradoxo desta santidade?

As palavras de São Paulo não deixam dúvidas:

“Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela, para santificá-la, purificando-a pela água do batismo, em virtude da palavra, para apresentá-la a Si mesmo toda gloriosa, sem mancha, nem ruga, nem qualquer outro defeito semelhante, mas santa e imaculada” (Ef 5,25-27).

Se nós dizemos que a palavra de Jesus Cristo é eficaz e efetiva em tudo o que diz, quanto mais eficazes e efetivos serão os seus atos e o seu sacrifício! Ele se entregou por ela (=a Igreja) para santificá-la! Portanto, ela é santa porque o sacrifício de Cristo é eficaz. “A Igreja é, aos olhos da fé, santa e sem máculas. Com efeito, Cristo, Filho de Deus, a quem com o Pai e o Espírito Santo é proclamado ‘o único Santo’ amou à Igreja como sua esposa, entregando-se a Si mesmo por ela para santificá-la (cf. Ef. 5,25-26), a uniu a Si como seu próprio Corpo e a enriqueceu com o dom do Espírito Santo para a glória de Deus”. Na verdade, a Igreja é duplamente santa:

a) É santa, em primeiro lugar, porque ela é o próprio Deus santificando os homens em Cristo por seu Espírito Santo. Dizia Pio XII:

“Esta piedosa mãe brilha sem mancha alguma em seus sacramentos, com que alimenta seus filhos; na fé, que sempre conserva incontaminada; nas santíssimas leis, com que obriga a todos; nos conselhos evangélicos com que adverte; e, finalmente, nos dons celestiais e carismas, com os quais, inesgotável em sua fecundidade, dá à luz a incontáveis exércitos de mártires, virgens e confessores.”

Esta é santidade “objetiva” da Igreja. Ela é um canal inesgotável de santidade porque nela Deus coloca à disposição dos homens os grandes meios de santidade:

  • Seus tesouros espirituais – os Sacramentos – entre os quais o principal é o próprio Cristo sacramentado, fonte de toda santidade.
  • Sua doutrina santa e imaculada, que finca suas raízes no Evangelho.
  • Suas leis e conselhos, que são prescrições e convites à santidade.
  • O Sangue de Cristo tornado bebida cotidiana do cristão.
  • A misericórdia do perdão oferecido sacramentalmente aos pecadores.

b) Em segundo lugar, a Igreja é santa porque ela é a humanidade em vias de santificação por Deus. Este é o aspecto complementar do item anterior, ou seja, a santidade “subjetiva” da Igreja. Os canais de santidade são derramados sobre os filhos da Igreja e, se não sobre todos, pelo menos sobre muitos produz verdadeiros frutos de santidade. Ela é o seio que incessantemente gera frutos de santidade. Voltaire, apesar de seu ódio contra a Igreja, reconhecia:

“Nenhum sábio teve a menor influência nos costumes na rua em que morava; porém, Jesus Cristo influi sobre todo o mundo”.

Essa influência são os santos. Quanta diferença entre os frutos “naturais” do Paganismo e os do Cristianismo! Quando a Igreja gera filhos nas águas do batismo, os dá à luz com germens de graça e santidade, os quais, quando os homens não colocam obstáculos, crescem e dão ao mundo extraordinárias obras de caridade. Por isso, a Igreja, desde seu início na Jerusalém dos Apóstolos, começou a popular o mundo com:

  • Jovens virgens, testemunhas da pureza.
  • Mártires da fé.
  • Missionários e apóstolos
  • Ermitães e monges penitentes
  • Incansáveis operários da caridade, que consagraram suas vidas aos enfermos, aos pobres, aos famintos, aos abandonados…
  • Seus filhos inventaram os hospitais, leprosários, asilos…

Na Antiguidade se contava a história de Cornélia, a mãe dos Gracos, filha de Escipião Magno, a qual vendo uma de suas amigas fazendo ostentação de suas joias, com um gesto apontou para os seus filhos – futuros heróis de Roma – e disse-lhe: “Estes são os meus ornamentos e as minhas joias!”. Com quanta razão mais a Igreja pode dizer ao mundo, apontando para os santos de todos os tempos: “Estes são as minhas joias!”

E apenas isto já fala da santidade da Igreja, pois para fazer um só santo é necessário um poder divino, já que apenas a graça do Espírito Santo pode santificar um homem. E a Igreja não deixa de ter santos nem quando os horizontes são os mais sombrios! Três sinais, entre muitos outros – dizia Journet – tornam visível esta santidade da Igreja:

1º) Ela é uma voz que não deixa de proclamar ao mundo as grandezas de Deus. Essa constância em proclamar e cantar as maravilhas de Deus é a sua razão de ser. Encontramos a Igreja ali onde escutamos sem cessar cantar as maravilhas de Deus, defender Sua honra dos erros do mundo, dar testemunho de Sua grandeza e Sua misericórdia para com os homens.

2º) Ela é uma “sede inextinguível” de unir-se a Deus. A Igreja está onde suspiram todos os que esperam a manifestação do Rosto de Deus, os que esperam a vinda de Cristo, os que não se apegam a este mundo e suspiram por uma pátria melhor, os que se sentem como os desterrados filhos de Eva.

3º) Ela é um zelo insaciável por dar Deus aos homens. A encontramos ali onde, com infatigável ardor, existe um verdadeiro cristão que trabalha pela conversão dos pecadores, por fazer que os ignorantes conheçam a Deus, por levar o Evangelho aos que ainda não o ouviram…

Por isso defendemos a santidade da Igreja. No próximo post, vamos entender a diferença entre a Igreja e seus filhos. Mas por enquanto reflita: Se alguém comete um assassinato podemos chamar toda a família deste homem de assassinos? É justo que o nome de uma família seja manchado por um erro de um de seus integrantes?

No próximo post! Imperdível! Dominus Vobiscum

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Estudo sobre a Igreja Católica Apostólica Romana:: Humana e Divina, Visível e Invisível.

Igreja Católica

A Igreja está na história, mas ao mesmo tempo a transcende. É unicamente “com os olhos da fé” que se pode enxergar em sua realidade visível, ao mesmo tempo, uma realidade espiritual, portadora de vida divina. (CIC§770)

Quando falamos da Igreja Católica Apostólica Romana, a mesma fundada por Jesus Cristo que tem Pedro como o primeiro papa, é preciso entender que esta tem dois lados que precisamos conhecer: A Igreja é visível e ao mesmo tempo espiritual (invisível). Existe na Igreja de Cristo uma parte que você vê todos os dias, quando vai à missa, quando entra na Igreja, quando se reúne com os irmãos para as orações… Mas também existe um lado nesta mesma Igreja que você não tem acesso com os sentidos humanos (você não vê, não toca, não sente com suas mãos ou com sua boca). É o lado espiritual da Igreja.

Isso faz da Igreja um “Corpo Místico” cuja cabeça é Jesus Cristo, o mesmo que a constituiu e que a sustenta aqui na Terra. É muito importante entender que é a Igreja invisível (em que o Senhor Jesus a precede) sustenta a Igreja visível e não ao contrário. Por maior que seja nosso trabalho aqui na Terra, não é o nosso esforço que sustenta a Igreja, mas a graça que vem do alto que nos é dada por Cristo, a cabeça da Igreja, o Divino Espírito Santo.

A Igreja é ao mesmo tempo humana e divina, visível mas dotada de dons invisíveis, presente no mundo, mas não pertencente a ele e portanto peregrina. Nela, o humano se torna eterno (em Jesus), e ao eterno se subordina. Na Igreja, o visível se submete ao invisível e o presente tem como finalidade a Cidade Futura que está no céu.

É um erro reduzir a Igreja a uma mera instituição humana, ou a um trabalho puramente assistencial. A Igreja não é uma assembléia de moradores, ou um depósito velho onde se reúnem pessoas boazinhas, muito menos um point de encontros que servem unicamente para “fazer o social” ou “encontrar a galera”. A Igreja é muito mais que tudo isso. É preciso ter cuidado com movimentos e pastorais que querem reduzir a Igreja meramente a um ato humano.

E isso envolve tudo, inclusive o Espaço Sagrado que chamamos de Igreja, Capela, Paróquia… Sendo a Igreja humana e divina, espiritual e física, não se pode reduzir o espaço físico da Capela a um galpão onde por exemplo, se realizam missas e festas ao mesmo tempo. Também neste espaço físico, o humano precisa se submeter ao divino, ou seja, ali precisa ser um lugar de respeito e oração. Ali por definição é o repouso do Altíssimo, que se torna visível a nós no Pão Consagrado.

Por isso São Bernardo dizia:

“Ó humildade! Ó sublimidade! Tabernáculo de Cedar e santuário de Deus; morada terrestre e palácio celeste; casa de barro e sala régia; corpo de morte e templo de luz; finalmente, desprezo para os soberbos e esposa de Cristo! És negra, mas formosa, ó filha de Jerusalém: ainda que desfigurada pelo labor e pelado longo exílio, a beleza celeste te adorna”

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Eucaristia: Dom de Cristo (o esposo) a sua noiva (Igreja)

No âmbito do grande mistério de Cristo e da Igreja, todos são chamados a responder – como uma esposa – com o dom da sua vida ao dom inefável do amor de Cristo, o qual, como Redentor do mundo, é o único Esposo da Igreja

“No âmbito do grande mistério de Cristo e da Igreja, todos são chamados a responder – como uma esposa – com o dom da sua vida ao dom inefável do amor de Cristo, o qual, como Redentor do mundo, é o único Esposo da Igreja”. (Beato João Paulo II)

Naquele tempo, os discípulos de João Batista foram ter com Jesus e perguntaram-Lhe: Porque é que nós e os fariseus jejuamos e os teus discípulos não jejuam? Jesus respondeu-lhes: Porventura podem os convidados para as núpcias estar tristes, enquanto o esposo está com eles? Porém, hão-de vir dias em que lhes será tirado o esposo e, então, hão-de jejuar. Ninguém põe um remendo de pano novo em roupa velha, porque o remendo puxa parte do tecido e o rasgão torna-se maior. Nem se deita vinho novo em odres velhos; de contrário, rompem-se os odres, derrama-se o vinho e estragam-se os odres. Mas deita-se o vinho novo em odres novos; e, desta maneira, ambas as coisas se conservam. (Mt 9,14-17)

Comentário do Beato João Paulo II (1920-2005), papa (Trecho da Carta Apostólica Mulieris dignatatem, §§26-27)

É na Eucaristia que, em primeiro lugar, se exprime de modo sacramental o ato redentor de Cristo Esposo em relação à Igreja Esposa. […] O Concílio Vaticano II renovou na Igreja a consciência da universalidade do sacerdócio. Na Nova Aliança, há um só sacrifício e um só sacerdote: Cristo. Deste único sacerdócio participam todos os batizados, tanto homens como mulheres, enquanto devem oferecer-se a si mesmos como vítima viva, santa, agradável a Deus (cf Rom 12,1), dar em toda parte testemunho de Cristo e, a quem pergunte, dar uma resposta acerca da esperança da vida eterna (cf 1Ped 3,15). […] Na Igreja, todos […] participam, não só da missão sacerdotal, mas também da missão profética e real de Cristo Messias.

Esta participação determina, outrossim, a união orgânica da Igreja, como Povo de Deus, com Cristo. Nela se exprime ao mesmo tempo o grande mistério da Carta aos Efésios: a Esposa unida ao seu Esposo, unida porque vive a sua vida; unida porque participa na sua tríplice missão […]; unida de maneira a responder com um dom sincero de si mesma ao dom inefável do amor do Esposo, Redentor do mundo. Isto diz respeito a toda a Igreja, tanto a mulheres como a homens, e diz respeito obviamente também àqueles que participam do sacerdócio ministerial, que é por natureza um serviço. No âmbito do grande mistério de Cristo e da Igreja, todos são chamados a responder – como uma esposa – com o dom da sua vida ao dom inefável do amor de Cristo, o qual, como Redentor do mundo, é o único Esposo da Igreja.

Vem e Segue-me!

vocacao_mateusNaquele tempo, Jesus ia a passar, quando viu um homem chamado Mateus, sentado no posto de cobrança, e disse-lhe: Segue-me! E ele levantou se e seguiu Jesus. Encontrando-se Jesus à mesa em sua casa, numerosos cobradores de impostos e outros pecadores vieram e sentaram-se com Ele e seus discípulos. Os fariseus, vendo isto, diziam aos discípulos: Porque é que o vosso Mestre come com os cobradores de impostos e os pecadores? Jesus ouviu-os e respondeu-lhes: Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Ide aprender o que significa: Prefiro a misericórdia ao sacrifício. Porque Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores. (Mt 9,9-13).

Comentário de Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja

[Após a cura do paralítico,] vem o apelo do cobrador de impostos aos mistérios de Cristo.

Cristo ordena-lhe que O siga, não por uma diligência física do corpo, mas pela mudança do coração. E este homem, que até então obtinha lucro com mercadorias, que explorava duramente o cansaço e os perigos dos marujos, deixa tudo ao ouvir aquele apelo. Ele, que se apoderava dos bens dos outros, abandona os seus próprios bens e, deixando o seu ignóbil posto de cobrança, segue o Senhor com toda a sua alma.

E prepara um grande festim: pois aquele que recebe Cristo na sua morada interior fica saciado de um enorme bem-estar, de uma alegria superabundante. Quanto ao Senhor, entra de boa vontade na sua casa e senta-Se à mesa preparada com o amor daquele que acreditou.

Mas eis que se acende a malevolência dos incrédulos […], e subitamente revela-se a diferença entre os discípulos da Lei e os discípulos da graça. Obedecer à Lei é sentir num coração em jejum uma fome sem remédio; acolher o Verbo, a Palavra de Deus, na intimidade da alma é ficar renovado pela abundância da fonte e dos alimentos eternos. É nunca mais ter fome nem sede (Jo 6,35).

Estudo sobre a Igreja Católica Apostólica Romana:: Onde a Igreja se realiza plenamente?

Igreja Católica

A Igreja tem a sua origem e a sua plena realização no eterno desígnio de Deus. Foi preparada na Antiga Aliança com a eleição de Israel, sinal da reunião futura de todas as nações. Fundada pelas palavras e ações de Jesus Cristo, foi realizada sobretudo mediante a sua morte redentora e a sua ressurreição. Foi depois manifestada como mistério de salvação mediante a efusão do Espírito Santo, no dia de Pentecostes. Terá a sua realização plena no fim dos tempos, como assembleia celeste de todos os redimidos.

É preciso entender que terminada a obra que o Pai havia confiado ao Filho para realizará na terra, nos foi enviado o Espírito Santo (no dia de Pentecostes) para santificar a Igreja permanentemente. Foi então que a Igreja se manifestou publicamente diante da multidão e começou a difusão do Evangelho com a pregação. Por ser “convocação” de todos os homens para a salvação, a Igreja é, por sua própria natureza, missionária enviada por Cristo a todos os povos para fazer deles discípulos.

Para realizar sua missão, o Espírito Santo dotou a Igreja de diversos dons hierárquicos e carismáticos e a dirige a partir disto. Por isso a Igreja, enriquecida com os dons de seu Fundador (Jesus Cristo) e empenhando-se em observar fielmente seus preceitos de caridade e humildade, recebeu a missão de anunciar o Reino de Cristo e de Deus e de estabelecê-lo em todos os povos; deste Reino ela constitui na terra o germe e o início.

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Livro Maria Sempre Virgem e SantaVeja também o novo livro do Cadu (Administrador do Blog Dominus Dominus Vobiscum): Maria Sempre Virgem e Santa. Nele você vai encontrar ensinamentos seguros da doutrina da Igreja a respeito da Santíssima Virgem Maria, além das orações mais tradicionais da nossa Igreja à Virgem Mãe de Deus. Vendas apenas pela internet nos sites Clube de Autores e Agbook. Um livro para quem deseja ser mais íntimo de Nossa Senhora.

Beato Charles de Foucauld comenta Mt 8,23-27 (a tempestade acalmada)

Charles de FoucaldNaquele tempo, Jesus subiu para o barco e os discípulos acompanharam-n’O. Levantou-se, então, no mar, uma tempestade tão violenta, que as ondas cobriam o barco; entretanto, Jesus dormia. Aproximando-se dele, os discípulos despertaram-no, dizendo-lhe: Senhor, salva-nos, que perecemos! Disse-lhes Ele: Porque temeis, homens de pouca fé? Então, levantando-se, falou imperiosamente aos ventos e ao mar, e sobreveio uma grande calma. Os homens, admirados, diziam: Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem? (Mt 8,23-27)

Beato Charles de Foucauld, eremita e missionário no Saara – Meditação “Oito dias em Efrém”

Meus filhos, seja o que for que vos aconteça, lembrai-vos de que Eu estou sempre convosco. Lembrai-vos de que, visível ou invisível, parecendo agir ou parecendo dormir e esquecer-vos, Eu velo sempre, estou em toda a parte e sou omnipotente. Nunca tenhais medo, nem preocupações: Eu estou presente, Eu velo, Eu amo-vos. […] Eu sou todo-poderoso. Que mais quereis? […] Lembrai-vos das tempestades que acalmei com uma palavra, transformando-as numa grande calmaria. Lembrai-vos da maneira como sustive Pedro quando caminhava sobre as águas (cf Mt 14,28ss). Estou sempre tão perto de cada homem como estou agora de vós. […] Tende confiança, fé, coragem; não vos inquieteis com o vosso corpo nem com a vossa alma (cf Mt 6,25), uma vez que Eu estou presente, sou omnipotente e vos amo.

Mas […] que a vossa confiança não nasça da negligência, da ignorância dos perigos, nem da confiança em vós mesmos ou noutras criaturas. […] Os perigos que correis são iminentes: os demônios, inimigos fortes e manhosos, a vossa natureza, o mundo, fazem-vos continuamente uma oposição encarniçada. […] Nesta vida, a tempestade é quase contínua e a vossa barca está sempre prestes a soçobrar. Mas Eu estou presente e comigo ela é insubmersível. Desconfiai de tudo e sobretudo de vós mesmos, mas tende em Mim uma confiança total, capaz de banir toda a inquietação.

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Conselho aos jovens católicos

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Neste tempo que andei sumido tive a oportunidade de ensinar em uma escola pública aqui no Guarujá, e por isso mesmo, me aproximei mais do universo da juventude do Brasil, sobretudo aquela que é deixada de lado, os jovens mais carentes das classes mais baixas da nossa sociedade. E confesso que fiquei chocado…

Infelizmente o cenário não é bom. Os jovens não recebem a educação que deveriam ter recebido para frequentar um ambiente público: Na sua maioria não respeitam ninguém, não respeitam as autoridades, não respeitam os amigos e muito menos não respeitam a si mesmos. A convivência com a violência é tanta que essa maioria se trata como cachorros. Porém o pior de tudo é ver que esta grande maioria não tem perspectivas de uma vida melhor. É triste ver que os jovens deixaram de sonhar. Não projetam um futuro e não se esforçam para atingir este futuro.

Dentro deste cenário caótico, estão os jovens católicos. Muitos dos nossos jovens que participam das atividades da Igreja frequentam as escolas públicas, vivem dentro desta realidade de desrespeito aos outros e a si mesmo, e sabem perfeitamente do que estou falando.

Porém mesmo sendo vítimas de tudo isso, os jovens católicos precisam remar contra a maré, ser diferentes e fazer a diferença. Para evangelizar os jovens da escola, os jovens católicos precisam aprender e entender que cristianismo não é só palavra, mas testemunho. Não adianta você ir para a Igreja e no dia a dia continuar com atitudes que não condizem com a fé que você propaga. A pessoa que vive de um jeito e fala de outro se chama hipócrita. E você não pode ser reconhecido como hipócrita. Um jovem católico não pode falar de Jesus e viver chamando palavrões. Não pode destratar ninguém, sobretudo usando palavras de baixo calão. Ser um jovem católico que verdadeiramente testemunha a sua fé é também dar testemunho prestando atenção nas aulas, respeitando seus professores e tirando boas notas. Ser um jovem católico é não abusar da sensualidade e saber que hora de estudar é hora de estudar. Hora de brincar é hora de brincar. Cada coisa a seu tempo.

Veja com isto não estou dizendo que as escolas no Brasil são perfeitas. Porém um erro não justifica o outro. Se a escola não é boa, eu não posso me acomodar na ruindade dela. Se a família não está bem eu não posso me nivelar no que é ruim. Ser católico é olhar para o Cristo e tentar imitá-lo em todos os momentos e Ele é bom por excelência.

É preciso se perguntar: Se Jesus estivesse no meu lugar Ele se comportaria assim? Ele falaria deste jeito? Usaria esta roupa? Estaria no meio da aula ouvindo música no celular? Escutaria este tipo de música? Trataria o professor como eu estou tratando? Se comportaria na sala de aula como eu estou me comportando?

O bom católico não pode viver no mais ou menos. Tem que ser bom no que faz e fazer bem feito todas as coisas. Por isso o jovem católico não pode e não deve, em hipótese alguma, ser medíocre com as suas notas e no seu desempenho escolar. É um contra testemunho danado você viver na Igreja com notas vermelhas. Nota vermelha significa preguiça (pecado), desleixo (pecado), irresponsabilidade (pecado) e o pior de todos os pecados: Não investir em você mesmo!

Como seria bom se os grupos de oração, movimentos e pastorais que trabalham com a juventude do Brasil, orientassem seus jovens também com esta visão de uma fé testemunhada no dia a dia. Hoje é preciso entender que educação, bom comportamento, respeito as autoridades, maneira de se portar e de falar também são fortes testemunhos de fé.

Na boa: Jovens católicos repensem suas vidas. Palavras convencem. Mas o testemunho arrasta!

Série Espiritualidade: “Regra de São Bento”

stbenedictCapítulo 26 – Dos que sem autorização se juntam aos excomungados

1. Se algum irmão ousar juntar-se, de qualquer modo, ao irmão excomungado sem ordem do Abade, ou de falar com ele ou mandar-lhe um recado, 2. aplique-se-lhe o mesmo castigo de excomunhão.

Capítulo 27 – Como deve o Abade ser solícito para com os excomungados

1. Cuide o Abade com toda a solicitude dos irmãos que caírem em faltas, porque “não é para os sadios que o médico é necessário, mas para os que estão doentes”. 2. Por isso, como sábio médico, deve usar de todos os meios, enviar “simpectas”, isto é, irmãos mais velhos e sábios 3. que, em particular, consolem o irmão flutuante e o induzam a uma humilde satisfação, o consolem “para que não seja absorvido por demasiada tristeza”, 4. mas, como diz ainda o Apóstolo, “confirme-se a caridade para com ele”, e rezem todos por ele.

5. O Abade deve, pois, empregar extraordinária solicitude e deve empenhar-se com toda sagacidade e indústria, para que não perca alguma das ovelhas a si confiadas. 6. Reconhecerá, pois, ter recebido a cura das almas enfermas, e não a tirania sobre as sãs; 7. tema a ameaça do profeta, através da qual Deus nos diz: “o que víeis gordo assumíeis e o que era fraco lançáveis fora”. 8. Imite o pio exemplo do bom pastor que, deixando as noventa e nove ovelhas nos montes, saiu a procurar uma única ovelha que desgarrara, 9. de cuja fraqueza a tal ponto se compadeceu, que se dignou colocá-la em seus sagrados ombros e assim trazê-la de novo ao aprisco.

Capítulo 28  – Daqueles que muitas vezes corrigidos não quiserem emendar-se

1. Se algum irmão freqüentes vezes corrigido por qualquer culpa não se emendar, nem mesmo depois de excomungado, que incida sobre ele uma correção mais severa, isto é, use-se o castigo das varas. 2. Se nem assim se corrigir, ou se por acaso, o que não aconteça, exaltado pela soberba, quiser mesmo defender suas ações, faça então o Abade como sábio médico: 3. se aplicou as fomentações, os ungüentos das exortações, os medicamentos das divinas Escrituras e enfim a cauterização da excomunhão e das pancadas de vara 4. e vir que nada obtém com sua indústria, aplique então o que é maior: a sua oração e a de todos os irmãos por ele, 5. para que o Senhor, que tudo pode, opere a salvação do irmão enfermo.

6. Se nem dessa maneira se curar, use já agora o Abade o ferro da amputação, como diz o Apóstolo: “Tirai o mal do meio de vós” e também: 7. “Se o infiel se vai, que se vá”, [8] a fim de que uma ovelha enferma não contagie todo o rebanho.

Capítulo 29 – Se devem ser novamente recebidos os irmãos que saem do mosteiro

1. O irmão que sai do mosteiro por culpa própria, se quiser voltar, prometa, antes, uma completa emenda do vício que foi a causa de sua saída, 2. e então seja recebido no último lugar, para que assim se prove a sua humildade. 3. Se de novo sair, seja assim recebido até três vezes, já sabendo que depois lhe será negado todo caminho de volta.

Capítulo 30 – De que maneira serão corrigidos os de menor idade

1. Cada idade e cada inteligência deve ser tratada segundo medidas próprias. 2. Por isso, os meninos e adolescentes ou os que não podem compreender que espécie de pena é, na verdade, a excomunhão, 3. quando cometem alguma falta, sejam afligidos com muitos jejuns ou castigados com ásperas varas, para que se curem.

Mergulhemos na espiritualidade da Semana Santa

Jesus Carrega a Cruz

São Paulo disse na carta aos Filipenses: Para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro (1,21). Esta frase é aquela típica frase das Sagradas Escrituras que repetimos exageradas vezes diante do sacrário, chegando inclusive a fazer músicas (belíssimas, diga-se de passagem). Mas a verdade é que quem meditar um pouco com este versículo e se decidir a vivê-lo, chegará à conclusão que é de fato uma frase linda de se dizer, mas dura de viver. E põe dura nisto!

Quando São Paulo afirmou isto, ele já havia percorrido um belo e longo caminho ao lado de Jesus. Já havia se encontrado com Ele no caminho para Damasco, fato este que mudou radicalmente a sua vida. Nesta caminhada ele pode experimentar as dores e as delicias de seguir a Cristo e nem mesmo os mais difíceis intempéries da vida conseguiram separá-lo do amor do Senhor Jesus como ele mesmo afirmou em sua carta aos Romanos:

“Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada? Realmente, está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte o dia inteiro; somos tratados como gado destinado ao matadouro (Sl 43,23). Mas, em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou. Pois estou persuadido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem as alturas, nem os abismos, nem outra qualquer criatura nos poderá apartar do amor que Deus nos testemunha em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Rm 8 35-39)

É a experiência de seguir a Jesus Cristo e os seus ensinamentos quem nos dá propriedade de dizer com segurança que o que de fato a vida só pode ser em Cristo e quem tem a Ele tem tudo. Quem não se decide verdadeiramente em segui-lo, não pode entender estas afirmações. São coisas do discipulado…

Amanhã começa o Tríduo Pascal onde vamos fazer memória em nossas paróquias e dioceses do grande amor de Jesus por nós. Nestes três dias vamos recordar que Aquele que nos amou com um amor tão perfeito, recebeu de nós (seres humanos), a traição, a mentira, a falsidade, a dissimulação, chicotadas, ofensas, bofetões, escárnios e todo tipo de zombarias, e que ao invés de nos condenar, nos perdoou e nos deu a Vida Eterna.

Vamos ver também o seu duro e triste calvário, e o seu encontro com a Virgem Maria, sua mãe de ternura, que assistiu de pé a sua crucificação e morte.Vamos chorar a dor de matar o Filho de Deus. E só depois disso, vamos nos alegrar com a sua ressurreição.

Aquele que se decide por ser todo de Deus, independente de ser solteiro, casado ou celibatário, precisa entender nesta Santa Semana, que para ressuscitar com Cristo, é preciso carregar a sua Cruz, como Jesus carregou a Dele. Não há ressurreição sem luta, sofrimento e cruz.

É que na verdade não existe cristianismo sem cruz. Qualquer forma de cristianismo que abomine a Cruz de Cristo, ou a cruz que o cristão deva carregar em seu dia a dia, não é cristianismo. Nem sei que nome dar a isto, mas de fato: Cristianismo sem Cruz não é Cristianismo, mas uma mentira deslavada! Uma invenção meramente humana que e faz conveniente a alguns homens que preferem adotar o discurso de seguir a Cristo sem percorrer o caminho que Ele percorreu.

Carregar a cruz é enfrentar os desafios do dia a dia, sejam eles exteriores – como por exemplo as pessoas que estão ao seu redor com seus defeitos e cobranças, o seu trabalho cotidiano com coragem e profissionalismo, a sua família com as necessidades que lhe são peculiares e, sobretudo as consequências de suas decisões ao longo dos anos – ou os desafios interiores – que são as lutas para vencermos a nós mesmos (nossos pecados, reações, sentimentos e principalmente nosso temperamento).  Carregar a Cruz é converter-se dia após dia! É retomar a caminhada quando percebemos que nos afastamos do verdadeiro caminho. É sair da nossa “zona de conforto” para ir de encontro a quem precisa.

Talvez você me pergunte: Mas vale a pena abrir mão da minha vida pronta e estabelecida para sofrer?

A resposta é pessoal, mas acho que todo cristão irá responder a mesma coisa, por isto me atrevo a responder no plural: Quando trilhamos o caminho de Cristo, somos tomados por uma felicidade tão grande que sofrer por Ele vale a pena!  Ele, Jesus Cristo Nosso Senhor, já aqui na terra, nos dá alegrias que ninguém no mundo é capaz de nos dar. Sim, em meio às dores somos felizes e completos. E fazem mais de dois mil anos que esta estranha decisão intriga o mundo.

Portanto, neste tempo de Semana Santa, mergulhe a fundo na espiritualidade que este tempo nos dá. Reze de forma intensa, seja intenso em Cristo. Ame-o e deixe que Ele te ame. Se precisar retomar o caminho como tantas vezes eu fiz e faço quando necessário, faça! Viva bem esta semana, e no domingo faça festa e celebre não apenas a ressurreição de Cristo, mas a sua própria ressurreição! Sim, viver para nós é Cristo e não há outro motivo, outra alegria, outra felicidade.

Uma Santa Semana para todos os leitores do blog Dominus Vobiscum!
Pax Domini

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Não cantará o galo, antes de Me teres negado três vezes!

pedro e o galoDo Evangelho Quotidiano

Naquele tempo, estando Jesus à mesa com os discípulos, sentiu-Se intimamente perturbado e declarou: Em verdade, em verdade vos digo que um de vós me há-de entregar! Os discípulos olhavam uns para os outros, sem saberem a quem se referia. Um dos discípulos, aquele que Jesus amava, estava à mesa reclinado no seu peito. Simão Pedro fez-lhe sinal para que lhe perguntasse a quem se referia. Então ele, apoiando-se naturalmente sobre o peito de Jesus, perguntou: Senhor, quem é? Jesus respondeu: É aquele a quem Eu der o bocado de pão ensopado. E molhando o bocado de pão, deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. E, logo após o bocado, entrou nele Satanás. Jesus disse-lhe, então: O que tens a fazer fá-lo depressa. Nenhum dos que estavam com Ele à mesa entendeu, porém, com que fim lho dissera. Alguns pensavam que, como Judas tinha a bolsa, Jesus lhe tinha dito: ‘Compra o que precisamos para a Festa’, ou que desse alguma coisa aos pobres. Tendo tomado o bocado de pão, saiu logo. Fazia-se noite. Depois de Judas ter saído, Jesus disse: Agora é que se revela a glória do Filho do Homem e assim se revela nele a glória de Deus. E, se Deus revela nele a sua glória, também o próprio Deus revelará a glória do Filho do Homem, e há-de revelá-la muito em breve. Filhinhos, já pouco tempo vou estar convosco. Haveis de me procurar, e, assim como Eu disse aos judeus: ‘Para onde Eu for vós não podereis ir’, também agora o digo a vós. Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, para onde vais? Jesus respondeu-lhe: Para onde Eu vou, tu não me podes seguir por agora; hás-de seguir-me mais tarde. Disse-lhe Pedro: Senhor, porque não posso seguir-te agora? Eu daria a vida por ti! Replicou Jesus: Darias a vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: não cantará o galo, antes de me teres negado três vezes! (Jo 13,21-33.36-38)

Comentário feito por São Francisco de Sales (1567-1622), bispo de Genebra, doutor da Igreja – Obras Completas, vol. 10

São Pedro, Apóstolo, foi muito injusto para com o seu Senhor porque O negou, jurando que não O conhecia e, não contente com isso, foi maldizente e blasfemo, asseverando não saber Quem Ele era (Mt 26,69 ss). Este incidente magistral partiu o coração de Nosso Senhor. Que fazeis e que dizeis vós, pobre São Pedro? Não sabeis quem Ele é, não O conheceis?, vós que fostes chamado pela Sua própria boca ao Apostolado e que haveis confessado ser Ele o Filho do Deus vivo? (Mt 16,16) Ah, homem miserável, como ousais dizer que não O conheceis? Não foi Ele Quem vos lavou outrora os pés (Jo 13,6), Ele Quem vos alimentou com o Seu Corpo e o Seu Sangue? […]

Portanto, que ninguém presuma das suas boas obras e pense não ter nada a temer, uma vez que São Pedro, que tantas graças recebeu, que prometeu acompanhar Nosso Senhor até à prisão e até à morte, se prontificou a negá-lo ao mais pequeno reparo duma criada.

Ao cantar do galo, São Pedro lembrou-se do que acabara de fazer e do que lhe havia dito o seu Bom Senhor; então, reconhecendo a sua falta, saiu a chorar tão amargamente que só por isso recebeu indulgência plenária e remissão de todos os seus pecados. Bem-aventurado São Pedro, que através de tal contrição recebestes o perdão de tão grande deslealdade. […] Bem sei que foi o sagrado olhar de Nosso Senhor que lhe calou fundo no coração e lhe abriu os olhos para reconhecer o seu pecado (Lc 22,61) […], pois a partir daí não deixou jamais de chorar, em especial sempre que ouvia o galo cantar. […] Assim, de grande pecador tornou-se um grande santo.

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