Evangelho: De volta ao redil do Pastor

bom pastorDo Evangelho Quotidiano

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Que vos parece? Se um homem tiver cem ovelhas e uma delas se tresmalhar, não deixará as noventa e nove no monte, para ir à procura da tresmalhada? E, se chegar a encontrá la, em verdade vos digo: alegra-se mais com ela do que com as noventa e nove que não se tresmalharam. Assim também é da vontade de vosso Pai que está no Céu que não se perca um só destes pequeninos. (Mt 18,12-14)

Comentário feito por São João Eudes (1601-1680), presbítero, pregador, fundador de institutos religiosos (Exposição da fé ortodoxa 1, PG 95, 417-419)

Foste Tu, Senhor, que me fizeste nascer de meu pai e me formaste no seio de minha mãe (Sl 138,13); foste Tu que me trouxeste à luz como uma criança totalmente nua, porque as leis da nossa natureza obedecem perpetuamente às Tuas ordens. A minha vida e a minha existência não se devem à vontade do homem nem a um impulso da carne (Jo 1,13), mas à bênção do Espírito Santo e à Tua graça inexprimível. Tu preparaste o meu nascimento com uma delicadeza que está para além das leis da nossa natureza. Fizeste-me nascer adotando-me como Teu filho (Gl 4,5), e inscreveste-me entre os membros de Tua Igreja santa e imaculada.

Foste Tu que me alimentaste com o leite espiritual, isto é, o leite de Tuas palavras divinas. Foste Tu que me fortaleceste com um alimento sólido, o corpo de Jesus Cristo, nosso Deus, Teu único Filho, o santo, e me inebriaste com o cálice de Deus, quer dizer, a taça do Seu sangue que dá vida, e que Ele derramou para a salvação do mundo.

Tu amaste-nos, Senhor e deste o Teu Filho por nós, para nossa redenção, que Ele assumiu voluntariamente e sem resistência. […] Assim, ó Cristo, meu Deus, abaixaste-Te para me carregares nos Teus ombros, a mim, a ovelha perdida (Lc 15,5), e levaste-me a pastar em verdes prados (Sl 22,2); refrescaste-me nas fontes da verdadeira doutrina (ibid.) por intermédio dos Teus pastores, de quem Tu próprio foste pastor antes de lhes confiares o Teu rebanho.

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Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida!

Naquele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se de Jesus para O ouvirem. Mas os fariseus e os doutores da Lei murmuravam entre si, dizendo: “Este acolhe os pecadores e come com eles”. Jesus propôs-lhes, então, esta parábola: Qual é o homem dentre vós que, possuindo cem ovelhas e tendo perdido uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai à procura da que se tinha perdido, até a encontrar? Ao encontrá-la, põe na alegremente aos ombros e, ao chegar a casa, convoca os amigos e vizinhos e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida’. Digo-vos Eu: Haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não necessitam de conversão. Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perde uma, não acende a candeia, não varre a casa e não procura cuidadosamente até a encontrar? E, ao encontrá-la, convoca as amigas e vizinhas e diz: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a dracma perdida’. Digo-vos: Assim há alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte.

Comentário do Evangelho do dia feito por São Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja

Este homem que possui cem ovelhas é o Bom Pastor (Jo 10,11), Cristo, que havia estabelecido todo o rebanho da raça humana numa só ovelha, isto é, em Adão, a quem colocara num Paraíso de delícias, numa região de pastagens vivificantes. Mas essa ovelha, confiando nos uivos de lobos, esqueceu a voz do Pastor e, perdendo-se no caminho que conduz ao redil da salvação, achou-se toda coberta de feridas mortais. Cristo veio a este mundo procurar a ovelha perdida e recuperou-a no seio da Virgem. Ele, que veio até nós nascido da carne, colocou-a depois sobre a cruz e levou-a aos ombros da Sua Paixão. Então, cheio da alegria da Ressurreição, ergueu-a, na Sua Ascensão, até às moradas do Céu. Ele convoca os amigos e vizinhos, isto é, os Anjos, e diz-lhes: Alegrai-vos Comigo, porque encontrei a Minha ovelha perdida, e os Seus Anjos rejubilam e exultam com Cristo por causa do regresso da ovelha do Senhor. Não se irritam por vê-la sentar-se diante deles no trono de majestade, dado que a inveja não existe no Céu, de onde foi banida com o diabo, e esse pecado não poderá jamais lá reentrar graças ao Cordeiro que tira o pecado do mundo (Jo 1,29).

Irmãos, assim nos veio Cristo procurar à Terra. Procuremo-Lo no Céu. Assim nos levou Ele até à glória da Sua divindade. Levemo-Lo no nosso corpo com a santidade de toda a nossa vida.

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“Contemplando a multidão, encheu-se de compaixão por ela, pois estava cansada e abatida, como ovelhas sem pastor”

Naquele tempo,  apresentaram a Jesus um mudo, possesso do demônio. Depois que o demônio foi expulso, o mudo falou; e a multidão, admirada, dizia: “Nunca se viu tal coisa em Israel.” Os fariseus, porém, diziam: “É pelo chefe dos demônios que Ele expulsa os demónios.” Jesus percorria as cidades e as aldeias, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho do Reino e curando todas as enfermidades e doenças. Contemplando a multidão, encheu-se de compaixão por ela, pois estava cansada e abatida, como ovelhas sem pastor. Disse, então, aos seus discípulos: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe.” (S. Mateus 9,32-38)

Comentário ao Evangelho do dia feito por Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África) e doutor da Igreja

Cristo estava cheio de ardor pela Sua obra e dispunha-Se a enviar trabalhadores […]. Vai, portanto, enviar ceifeiros. “Nisto, porém, é verdadeiro o ditado: ‘um é o que semeia e outro o que ceifa’. Porque Eu enviei-vos a ceifar o que não trabalhastes; outros se cansaram a trabalhar, e vós ficastes com o proveito da sua fadiga” (Jo 4,37-38). Como? Terá enviado ceifeiros sem, primeiro, ter enviado semeadores? Para onde enviou os ceifeiros? Para onde os outros já tinham trabalhado. […] Para onde os profetas já tinham pregado, porque eles próprios eram os semeadores. […] Quem são os que assim trabalharam ? Abraão, Isaac, Jacob. Lede a narrativa dos seus trabalhos: em todos encontramos uma profecia de Cristo; foram eles, portanto, os semeadores. E quanto a Moisés, aos outros patriarcas, e a todos os profetas, o que não terão eles suportado ao frio, ao tempo em que semeavam? Por conseguinte, na Judeia a messe já estava pronta. E compreende-se que a messe estivesse madura nessa hora em que tantos milhares de homens traziam o produto da venda dos seus bens, o depunham aos pés dos Apóstolos (Act 4,35) e, tirando dos ombros os fardos deste mundo (Sl 81,7), seguiam a Cristo Senhor. A messe tinha, verdadeiramente, chegado à maturidade. Que resultou daqui ? Desta messe retiraram-se alguns grãos, que fizeram sementeira por todo o universo. E eis que cresce uma outra messe, destinada a ser ceifada no fim dos séculos. […] Para essa colheita não serão enviados apóstolos, mas anjos.

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Evangelho do Dia:: Filho de David, tem misericórdia de nós!

Do Evangelho Quotidiano

Naquele tempo, Jesus pôs-se a caminho e seguiram-n’O dois cegos, gritando: Filho de Davi, tem misericórdia de nós! Ao chegar a casa, os cegos aproximaram-se dele, e Jesus disse-lhes: Credes que tenho poder para fazer isso? Responderam-lhe: Cremos, Senhor! Então, tocou-lhes nos olhos, dizendo: Seja-vos feito segundo a vossa fé. E os olhos abriram-se-lhes. Jesus advertiu-os em tom severo: Vede lá, que ninguém o saiba. Mas eles, saindo, divulgaram a sua fama por toda aquela terra. (Mt 9,27-31)

Comentário do Evangelho do dia feito por Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África) e doutor da Igreja

Deus virá manifestamente, o nosso Deus, e não Se calará (Sl 49,3 Vulg). Com efeito, Cristo, o nosso Deus, o Filho de Deus, chegou de forma encoberta na Sua primeira vinda; e virá de forma manifesta na segunda. Quando veio encoberto, apenas os Seus servidores O conheceram; quando vier manifestamente, será conhecido pelos bons e pelos maus. Quando veio encoberto, foi para ser julgado; quando vier manifestamente será para ser o juiz. Outrora foi julgado e calou-Se, e o profeta predissera esse silêncio: Foi maltratado e resignou-Se, não abriu a boca, como cordeiro levado ao matadouro, como ovelha emudecida nas mãos do tosquiador (Is 53,7) mas Deus virá manifestamente, o nosso Deus, e não Se calará. […]Agora os maus também possuem aquilo a que chamam felicidade neste mundo; e os bons também possuem aquilo a que chamam infelicidade neste mundo. Se os homens só crêem nas realidades presentes e não acreditam nas realidades futuras, é porque observam que os bens e os males deste mundo pertencem indistintamente aos bons e aos maus. Se ambicionam riquezas, vêem que elas pertencem tanto aos homens piores como aos bons. Se têm horror à pobreza e às misérias desta vida, vêem que estas fazem sofrer não só os maus mas também os bons, e dizem para si mesmos: O Senhor não vê (Sl 93,7), Ele não gere os assuntos humanos. Ele deixa-nos ir totalmente ao acaso para o abismo profundo deste mundo e não nos mostra a Sua providência. E, se desprezam os preceitos de Deus, é porque não vêem o Seu juízo manifestar-se. […]Deus reserva muitas coisas para o julgamento futuro, mas algumas delas são julgadas agora, para que aqueles cujo julgamento tarda sejam tomados de receio e se convertam. Pois Deus não gosta de condenar mas sim de salvar, e por isso é paciente com os maus para que eles se tornem bons.

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Façam o que fizerem, não deixes tu de fazer o bem

Do Evangelho Quotidiano

Naquele tempo, apresentaram a Jesus um mudo, possesso do demónio.
Depois que o demónio foi expulso, o mudo falou; e a multidão, admirada, dizia: Nunca se viu tal coisa em Israel. Os fariseus, porém, diziam: É pelo chefe dos demônios que Ele expulsa os demônios. Jesus percorria as cidades e as aldeias, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho do Reino e curando todas as enfermidades e doenças. Contemplando a multidão, encheu-se de compaixão por ela, pois estava cansada e abatida, como ovelhas sem pastor. Disse, então, aos seus discípulos: A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe. (S. Mateus 9,32-38)

Comentário do Evangelho do dia feito por São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia, depois bispo de Constantinopla, doutor da Igreja

Jesus Cristo, coberto de desprezo e de insultos pelos Seus inimigos, aplica-Se ainda mais a fazer-lhes o bem. […] Percorria cidades, aldeias e sinagogas, ensinando-nos a responder às calúnias, não com calúnias, mas através de boas obras. Se, ao fazeres o bem ao teu próximo, tens em vista agradar a Deus e não aos homens, façam estes o que fizerem, não deixes tu de fazer o bem; a tua recompensa será maior. […] Eis a razão porque Cristo não esperava que os doentes fossem ter com Ele; Ele próprio ia ter com eles, levando-lhes simultaneamente dois bens essenciais: a Boa Nova do Reino e a cura de todos os seus males. Para Cristo, isso ainda não era suficiente: manifestava ainda de outra maneira a Sua compaixão. Contemplando a multidão, encheu-Se de compaixão por ela, pois estava cansada e abatida, como ovelhas sem pastor. Disse, então, aos Seus discípulos: A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe. Note-se uma vez mais o Seu desapego à vanglória. Não querendo que toda a gente O seguisse, enviava os Seus discípulos. Queria instruí-los, não apenas para as lutas que iriam suportar na Judeia, mas também para os combates que começariam por toda a terra. […] Jesus deu aos Seus discípulos o poder de curar os corpos, esperando confiar-lhes o poder, não menos importante, de curar as almas. Repara como mostra ao mesmo tempo a facilidade e a necessidade desta obra. Efetivamente, que foi que Ele disse? A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Não é à sementeira que vos envio, mas à messe. […] Falando assim, nosso Senhor dava-lhes confiança e mostrava-lhes que o trabalho mais importante já tinha sido realizado.

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Guia-me por caminhos retos como uma lâmpada que me ilumina

Do Evangelho Quotidiano

Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas. O mercenário, e o que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo e abandona as ovelhas e foge e o lobo arrebata-as e espanta-as, porque é mercenário e não lhe importam as ovelhas. Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-me, assim como o Pai me conhece e Eu conheço o Pai; e ofereço a minha vida pelas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil. Também estas Eu preciso de as trazer e hão-de ouvir a minha voz; e haverá um só rebanho e um só pastor. É por isto que meu Pai me tem amor: por Eu oferecer a minha vida, para a retomar depois. Ninguém ma tira, mas sou Eu que a ofereço livremente. Tenho poder de a oferecer e poder de a retomar. Tal é o encargo que recebi de meu Pai.(S.João 10,11-18)

Comentário feito por São João Damasceno, monge, teólogo, doutor da Igreja

Ó Cristo, meu Deus, Tu abaixastes-Te para me levares aos ombros, a mim, ovelha perdida (Lc 15,5), e colocaste-me em verdes prados (Sl 22,2). Refrescaste-me nas fontes da verdadeira doutrina (ibid) por intermédio dos Teus pastores, de quem Tu mesmo eras pastor antes de lhes confiares o Teu rebanho. […] E agora, Senhor, chamaste-me […] para estar ao serviço dos Teus discípulos, não sei por que desígnio da Tua Providência, pois só Tu o sabes. Mas, Senhor, aligeira o pesado fardo dos meus pecados que Te ofenderam gravemente; purifica o meu espírito e o meu coração. Guia-me por caminhos retos (Sl 22,3), como uma lâmpada que me ilumina. Dá-me a coragem de propagar a Tua palavra; que a língua de fogo do Teu Espírito (Act 2,3) me dê uma língua perfeitamente livre, e me torne sempre atento à Tua presença. Sê o meu pastor, Senhor, e sê comigo o pastor das Tuas ovelhas, de modo que o meu coração não se desvie nem para a direita nem para a esquerda. Que o Teu Espírito me dirija pelo caminho reto, de modo a que as minhas ações se realizem até ao fim segundo a Tua vontade.

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