Maria pôs-se a caminho

Do Evangelho Quotidiano

Por aqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade da Judeia. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Então, erguendo a voz, exclamou: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? Pois, logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio. Feliz de ti que acreditaste, porque se vai cumprir tudo o que te foi dito da parte do Senhor. Maria disse, então: A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador. Porque pôs os olhos na humildade da sua serva. De hoje em diante, me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-poderoso fez em mim maravilhas. Santo é o seu nome. A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o temem. Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia,como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência, para sempre. Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois regressou a sua casa. (S. Lucas 1,39-56)

Comentário do Evangelho do dia feito por Beata Isabel da Ssma. Trindade (1880-1906), carmelita

Parece-me que a atitude da Virgem durante os meses que decorreram entre a Anunciação e a Natividade é o modelo das almas interiores, dos seres que Deus escolheu para viverem no Seu íntimo, no fundo do abismo sem fundo. Em que paz, em que recolhimento Maria se terá entregado a todas as coisas, divinizando as mais banais! Pois a Virgem adorava o dom de Deus através de tudo, o que não a impedia de se entregar aos outros sempre que se tratava de exercer a caridade. O Evangelho diz-nos que Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade da Judeia. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Nunca a visão inefável que contemplava em si própria diminuiu a sua caridade porque, diz um piedoso autor [Ruusbroeck], se a contemplação a leva ao louvor, e à eternidade do seu Senhor, ela possui a unidade e não a perderá. Quando lhe chega uma disposição do céu, volta-se para os homens, compadece-se de todas as suas necessidades, inclina-se sobre todas as misérias; é necessário que chore e que fecunde. Ela ilumina como o fogo; como ele, queima, absorve e devora, elevando para o céu o que consumiu. E, depois de realizar a sua ação aqui em baixo, levanta-se e retoma, escaldante com o seu fogo, o caminho das alturas.

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Série Espiritualidade: Cuidado com as familiaridades. Conselhos sobre prudência

Do Livro Imitação de Cristo

Não abras teu coração a qualquer homem (Eclo 8,22); mas trata de teus negócios com o sábio e temente a Deus. Com moços e estranhos conversa pouco. Não lisonjeies os ricos, nem busques aparecer muito na presença dos potentados. Busca a companhia dos humildes e simples, dos devotos e morigerados, e trata com eles de assuntos edificantes. Não tenhas familiaridade com mulher alguma; mas, em geral, encomenda a Deus todas as que são virtuosas. Procura intimidade com Deus apenas, e seus anjos, e foge de seres conhecidos dos homens.

Caridade se deve ter para com todos; mas não convém ter com todos a familiaridade. Sucede, freqüentemente, gozar de boa reputação pessoa desconhecida que, na sua presença, desagrada aos olhos dos que a vêem. Julgamos, às vezes, agradar aos outros com a nossa intimidade, mas antes os aborrecemos com os defeitos que em nós vão descobrindo.

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Estudo sobre Deus Pai: Se Javé é o nome correto, de onde surgiu o termo Jeová?

Nos textos anteriores, vimos que o nome de Deus em hebraico é um tetragrama: YHVH. Vimos também que a maior parte dos estudos sobre o nome de Deus aponta para Yahweh (em português Javé). Mas vimos também que existem muitos cristãos (esses na sua ampla maioria não católicos) que dizem que YHVH significaria Yehovah (ou Jeová em Português).

Os protestantes, principalmente os que se intitulam Testemunhas de Jeová, chamam a Deus por Jeová, inclusive afirmando que apenas esse seria o nome verdadeiro de Deus. Acontece que Yehovah, é uma forma errada de Yaveh. Como vimos anteriormente, o nome com que Deus se revelou a Moisés é Yahweh (cf. Ex 3,13-17). O nome Era tido como o nome que se escreve mas não se lê. Ao encontrarem escrito tal nome, os israelitas pronunciavam Adonay (o primeiro a é mudo, correspondendo a um e), que quer dizer meu Senhor. Após o século VI d.C., os rabinos fundiram as consoantes YHWH com as vogais EOA, resultando em na forma Jeová.

Perceba: Para preservar livre do erro o Judeu, os rabinos inseriram no tetragrama as vogais de adonai. Dai vem YEHOVAH. Os Judeus até hoje tem esse zelo pelo nome de Deus, tanto que, em muitos escritos judaicos, os judeus ao invés de escreverem “Deus”, escrevem “D’us”. Porém não é por que eles escrevem assim que nós devemos escrever e pronunciar também.

No início da Idade Média a pronúncia do vocábulo continuava como Adonay. A pronúncia Jeová é atestada pela primeira vez por Raimundo Martini em sua obra “Pugio Fidei” de 1270. Parece, porém, que já estava sendo usado nas escolas rabínicas anteriores a esse ano.

Foi adotado pelos cristãos no século XVI, principalmente pelos protestantes, tendo à frente o calvinista Teodoro Beza, de Genebra. É por isso que as Bíblias protestantes em língua inglesa frequentemente aludem ao nome Jeová. Contudo, a forma correta de Yahweh seria Javé, sem interpolações.

Nós católicos usamos sempre Javé, e nunca Jeová. Penso que não vale a pena sair por ai discutindo sobre um nome ou o outro, mas usar o nome correto, e saber por que usa. Agora disso tudo eu tiro uma conclusão interessante: Como é importante preservar o nome de Deus e não sair pronunciando o nome dele em vão. O nome de Deus é Santo. Não podemos nem devemos sair por ai falando Deus para tudo e para todos e em qualquer situação. Já vi e infelizmente, confesso em público meu pecado, já pronunciei muitas vezes o nome de Deus em vão. Claro que muitas águas já se passaram. Mas diante desse estudo, percebi que preciso mesmo me rever quanto a esse que é o segundo mandamento.

Nosso estudo não acabou. Em breve mais novidades!

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Série Espiritualidade: Conselhos úteis sobre a insensatez e a presunção

Do Livro Imitação de Cristo

Insensato é quem põe sua esperança nos homens ou nas criaturas. Nào te envergonhes de servir a outrem por Jesus Cristo, e ser tido como pobre neste mundo. Não confies em ti mesmo, mas põe em Deus tua esperança. Faze de tua parte o que puderes, e Deus ajudará tua boa vontade. Não confies em tua ciência, nem na sagacidade de qualquer vivente, mas antes na graça de Deus, que ajuda os humildes e abate os presunçosos.

Se tens riquezas, não te glories delas, nem dos amigos, por serem poderosos, senão em Deus, que dá tudo, além de tudo, deseja dar- se a si mesmo. Não te desvaneças com a airosidade ou formosura de teu corpo, que com pequena enfermidade se quebranta e desfigura. Não te orgulhes de tua habilidade ou de teu talento, para que não desagrades a Deus, de quem é todo bem natural que tiveres.

Não te reputes melhor que os outros para não seres considerado pior por Deus, que conhece tudo que há no homem. Não te ensoberbeças pelas boas obras, porque os juízos dos homens são muito diferentes dos de Deus, a quem não raro desagrada o que aos homens apraz. Se em ti houver algum bem, pensa que ainda melhores são os outros, para assim te conservares na humildade. Nenhum mal te fará se te julgares inferior a todos; muito, porém, se a qualquer pessoa te preferires. De contínua paz goza o humilde; no coração do soberbo, porém, reinam inveja e iras sem conta.

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Estudo sobre Deus Pai: Javé ou Jeová? Qual o nome verdadeiro de Deus?

Os judeus sempre tiveram respeito extremo ao nome de Deus. Não pronunciar o nome de Deus em vão sempre foi um dos mandamentos e os judeus levavam isso muito a sério. O Tetragrama YHVH (que nós vimos no estudo anterior)  so era pronunciado na festa do Yom Kippur.

Yom Kippur era uma festa judaica que  comemorava o dia do pleno perdão de Deus ao povo hebreu pelo pecado do bezerro de ouro.  

“É o dia de arrependimento para todos, para o indivíduo e para a comunidade; é o tempo do perdão para Israel. Por isso todos são obrigados a se arrepender e a confessar os erros em Yom Kipur.”

Pois bem. O nome de Deus nunca era pronunciado pelos judeus, a não ser nesse dia e apenas pelo Sumo-Sacerdote. Ele entrava no Santo dos Santos do Templo e sussurrava o nome. E isto era visto como algo extremamente perigoso. O Sumo-Sacerdote entrava no Santo dos Santos com uma corda amarrada no pé, para ser puxado para fora em caso de morrer lá dentro, o que certamente ocorreria se ele estivesse impuro. Se ele morresse lá, ninguém gostaria de entrar nem para apanhar o cadáver. Foi esse aliás o fim de muitos Sumo-Sacerdotes judeus, que pereceram impuros ao pronunciar o nome de Deus.

Para evitar pronunciar o nome de Deus, os judeus, ao lerem as Escrituras, pronunciavam no lugar do Tetragrama a palavra “Adonai”, que significa “Senhor”. É muito comum encontrarmos na bíblia os termos “O Senhor” (Adonai) ou “Elohim” (outro nome de Deus, designando a Sua Misericórdia, como o Tetragrama designa a Sua Justiça).

Mas o respeito dos judeus era tão grande que além de nunca pronunciar o tetragama eles não usam a palavra “Adonai”, ou sequer a palavra “Elohim” ao falar de Deus fora da oração. Se for necessário traçar a diferença entre uma e outra (como ao comentar a oração ou um texto bíblico), eles dizem “Adokai” ou “Elokim”. Ao tratar de Deus em outras ocasiões, normalmente são usadas as expressões “Cadoch Barurrú” (que pode ser traduzida como “O Santo, louvado seja Ele”) ou simplesmente“Rachem”, que significa “O Nome”.

O resultado disso é que a verdadeira pronúncia do Nome de Deus foi perdida. Como a língua hebraica não tem vogais (elas são escritas apenas em textos bíblicos, não em jornais ou livros, e são sinais parecidos com nossos acentos, colocados embaixo, em cima e ao lado das letras), qualquer tentativa de pronunciar o Nome de Deus não é 100% de certeza.

Porém a grande parte dos estudiosos acredita que o termo mais correto seja “Yaveh”.

O argumento mais usado é que se o Nome de Deus fosse Jeová, não se falaria aleluia (Hallelu Yah) e sim aleluieo (Hallelu Yeho)

Hallelu Yah = Gloria a Yahweh.

Hallelu Yeho = Glória a Yehowah (Jeová).

Traduzindo: “Deus seja louvado”.

Mas e se Javé é o nome certo, de onde vem o nome Jeová? Isso nos veremos em breve…

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Estudo sobre Deus Pai: Como se escreve o nome de Deus?

Quando Deus Se revelou a Moisés,  e ele perguntou a este mesmo Deus qual seria o seu nome, Deus respondeu: Eu sou O que sou. Este nome, traduzido como “Eu sou O que sou”, é uma tradução do hebraico, do chamado Tetragrama, o Nome Inefável de Deus.

Tetragrama YHVH, que latinizado, seria JHVH, refere-se ao nome do Deus de Israel, יהוה. É formado pelas consoantes Yud(י ) Hêi ( ה ) Vav ( ו ) Hêi ( ה ) e era escrito da direita para esquerda, יהוה ou seja,HVHY. O Tetragrama YHVH aparece mais de 6 800 vezes – sozinho ou em conjunção com outro “nome” – no Texto Massorético do Antigo Testamento.

A antiguidade e legitimidade do Tetragrama como Nome de Deus para os judeus pode ser comprovada na conceituada tradução para o grego da Bíblia Hebraica, chamadaSeptuaginta Grega (LXX). Aqui, o Tetragrama aparece escrito em hebraico arcaico ou páleo-hebraico. Em pelo menos um caso, foram encontrados em fragmentos de cópias primitivas da LXX (Papiro LXX Lev. b, Caverna n.º 4 de Qumran, datado como sendo do 1.º Século a.C.) onde o Tetragrama YHWH é representado em letras gregas (Levítico 3:12; 4:27). É importante frisar que em cópias posteriores da Septuaginta Grega, datadas do final do 1.º Século d.C. em diante, começaram a substituir o Tetragrama YHWH por Kýrios, que significa “Senhor” (neste caso, escrito em letras maiúsculas) e por Theós, que significa “Deus”. Foi devido a isto, a razão de YHWH ter desaparecido graficamente do texto do Novo Testamento em algumas traduções bíblicas.

Segundo o livro bíblico de Génesis, foi o Deus YHWH que se revelou ao semita Abrão(depois chamado de Abraão) em Ur, na Baixa Mesopotâmia. Historicamente, surge aqui o princípio do monoteísmo hebraico no interior de uma sociedade fortemente politeísta.

Deus YHWH é deste modo identificado como a Divindade que causou o Dilúvio Bíblico. Era o Deus de Adão, de Abel, de Enoque e de Noé. Era o Criador do Universo e de todas as formas de vida na Terra. É também chamado por Adonaí(Soberano Senhor), Elohím (Deus, e não deuses, visto que trata-se de plural majestático), Ha Adhóhn (o [Verdadeiro] Senhor), Elyóln (Deus Altíssimo) e El-Shadai(Deus Todo-poderoso).

Assim, o Deus YHWH se assume como um deus familiar, o “Deus de Abraão, de Isaque e Jacó”, protetor da linhagem do “descendente” de Abraão. De seguida, torna-se no Deus das 12 tribos de Israel. É o Deus Libertador do povo de Israel da escravidão no Egipto e quem o faz conquistar a terra de Canaã. Para tal, revela-se a Moisés, a quem entrega seus Dez Mandamentos no monte Sinai. Para sua adoração e cumprimento de sua Lei, são constituídos sacerdotes os da tribo de Levi, ou Levitas, sob a liderança do Sumo Sacerdote, da linhagem de Aarão.

Guarde bem esse “tetragrama”. E não esqueça: O Deus que você crê tem um nome!

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Podcast: O Deus que é Pai – Javé

O programa desta semana é o início de uma bela catequese sobre a pessoa de Deus Pai. Um programa muito interessante: O  Deus que é Pai – Javé. Nele começamos a estudar sobre o nome de Deus, sobre as características de Deus Pai e realmente, quero convidar você para ouvir esse programa. Vai ser muita valia, para que você possa entender como se manifesta o amor de Deus por nós. Além do estudo que é muito interessante, teremos os Monges do Mosteiro de São Bento cantando para nós e uma belíssima oração de Santo Anselmo de Cantuária.

Quero aproveitar e agradecer a você que tem acessado o nosso Podcast. Graças a Deus já somos o 4º Podcast do Ranking e ja temos mais de 75.000 acessos, mesmo sem estar sendo tão atualizado. Em breve novos podcasts.

O Deus que é Pai – Javé

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Catecismo responde: Dúvidas sobre os Símbolos da Fé Católica

Do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica

O que são os Símbolos da Fé?

São fórmulas articuladas, também chamadas «profissões de fé» ou «Credo», mediante as quais a Igreja, desde as suas origens, exprimiu resumidamente e transmitiu a própria fé, numa linguagem normativa e comum a todos os fiéis.

Quais são os mais antigos Símbolos da fé?

São os Símbolos baptismais. Porque o Batismo é administrado «em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo» (Mt 28,19), as verdades de fé neles professadas estão articuladas segundo a sua referência às três Pessoas da Santíssima Trindade.

Quais são os mais importantes Símbolos da fé?

São o Símbolo dos Apóstolos, que é o antigo Símbolo baptismal da Igreja de Roma, e o Símboloniceno-constantinopolitano, fruto dos primeiros dois Concílios Ecumênicos de Niceia (325) e de Constantinopola (381), e que é, ainda hoje, comum a todas as grandes Igrejas do Oriente e do Ocidente.

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Série Espiritualidade: Cuidado com desejos e afetos

Do Livro Imitação de Cristo

Todas as vezes que o homem deseja alguma coisa desordenadamente, torna-se logo inquieto. O soberbo e o avarento nunca sossegam; entretanto, o pobre e o humilde de espírito vivem em muita paz. O homem que não é perfeitamente mortificado facilmente é tentado e vencido, até em coisas pequenas e insignificantes. O homem espiritual, ainda um tanto carnal e propenso à sensualidade, só a muito custo poderá desprender-se de todos os desejos terrenos. Daí a sua freqüente tristeza, quando deles se abstém, e fácil irritação, quando alguém o contraria.

Se, porém, alcança o que desejava, sente logo o remorso da consciência, porque obedeceu à sua paixão, que nada vale para alcançar a paz que almejava. Em resistir, pois, às paixões, se acha a verdadeira paz do coração, e não em segui-las. Não há, portanto, paz no coração do homem carnal, nem no do homem entregue às coisas exteriores, mas somente no daquele que é fervoroso e espiritual.

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