Deus é Luz e na Luz devemos caminhar

Dia: 20/12/2022 | Passagem: 1 Jo 1, 5-7

Deus é Luz e Nele não há trevas (1 Jo 1,5)

Se dissermos que estamos em comunhão com Ele, mas caminhamos nas trevas, estamos mentindo e não praticamos a verdade (1 Jo 1,6)

Mas se estamos na Luz como Ele está na luz, então estamos em comunhão uns com os outros e o Sangue de Jesus nos purifica (1 Jo1,7)

Neste dia eu passei todo o tempo ruminando estes três versículos. E tenho a seguinte conclusão acerca deles: Não existe meio termo. Ou você está na Luz ou você está em trevas. Se nas trevas entra o mínimo resquício de luz, as trevas já são enfraquecidas, pois qualquer faísca serve de guia.

As trevas não suportam a Luz, pois com elas é tudo ou nada!

Estar na Luz é estar em Deus. É caminhar com Deus. Estar na luz é ter uma vida imersa no Espírito Santo.

Quem anda nas trevas anda no pecado. Não tem comunhão com Deus.

É por isso que peço a Deus a Graça da sua Luz. Que Ela recaia sobre mim e me transforme. Que ela tire de mim todo tipo de treva e que me liberte de todo mal. E peço ainda que essa mesma Luz ilumine meus passos e me mantenha firme em Deus.

Reassumindo minha identidade cristã

O Estudo Bíblico é uma das práticas de piedade mais importantes para nossa vida espiritual. Da Palavra nos alimentamos e ganhamos força para viver nesse mundo.

De hoje em diante, postarei aqui o conteúdo do meu Estudo Diário da Palavra de Deus. São estudos que já fiz nessa retomada de fé, e que vão me serivir inicialmente como uma retomada do que já estudei. Isso há de me fortalecer e se por acaso ajudar você na sua caminhada, Glória a Deus!

Então boa leitura e que Deus te abençoe!


Dia:: 19/12/2022
Passagem:: 1 Jo 1,1-4

O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos olhos, o que temos contemplado e as nossas mãos têm apalpado no tocante ao Verbo da vida porque a vida se manifestou, e nós a temos visto; damos testemunho e vos anunciamos a vida eterna, que estava no Pai e que se nos manifestou, o que vimos e ouvimos nós vos anunciamos, para que também vós tenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo. (1 Jo 1,1-3)

Cair e levantar. Não é assim a vida do cristão pecador. Também eu sou assim. Começo, paro e retomo. Este sou eu.

Mas essa retomada minha é diferente. Recomeço isso após a Morte do Monsenhor Jonas Abib e acho que esta seria a primeira grande graça dele: minha retomanda. Ele já chegou ao céu curando meu coração. Era como se um cano que estivesse entupido, fosse desentupido e agora a necessidade de estar perto de Deus é muito grande. Nesses dias, o Senhor tem me dado a graça de “sentir a presença de Deus” como nunca. Faz muito tempo que não sinto. É como aquele primeiro dia em que encontrei Jesus aos 13 anos de idade.

No entanto não é um começo. É um recomeço. Não tenho como negar o que vivi, o que vi e o que testemunhei.

E este aliás é o chamado que Deus sempre me fez: ser testemunha do que Deus fez, faz e poderá fazer. Eu mesmo já vi Jesus fazer grandes coisas na minha vida e na vida das pessoas.

Por isso preciso hoje, a partir deste dia, retomar a minha comunhão com Deus que eu perdi por culpa única e exclusivamente minha.

A morte do Monsenhor Jonas me fez fazer uma revisão de vida e perceber que dentro de mim tantas coisas que pareciam enormes, de fato eram pequenas. Esse tempo tem sido um tempo forte de perdão. Eu sigo sendo consagrado, por que uma vez consagrado, consagrado sempre será. Não faço mais parte da Comunidade Canção Nova, mas o carisma e o chamado forte de evangelizar segue em mim e eu vou recomeçar meu caminho com Cristo. Mas sei que, mesmo enfermo, precisarei ser guerreiro.

Hoje o meu grande desafio é estar em comunhão com Deus, testemunhar o que vivi e vivo hoje e recuperar e assumir minha identidade cristã.

E você não tenha medo de retomar sua vida espiritual. Acredite e siga. Vamos Juntos!

O que é ideologia?

Hoje muito se fala sobre direita, esquerda, conservadorismo, progressismo, feminismo, racismo e tantos outros segmentos sociais e políticos. Antes que você se identifique a qualquer um deles, é importante você conhecer o que tem motivado tanta gente a se ligar tantos movimentos e pensamentos: a ideologia.

Na minha opinião, essa foi uma das mais perversas criações da humanidade (quem sabe até do demônio) para nos destruir. Depois do surgimento do termo ideologia, todo processo social, político e econômico pelo qual a humanidade passou jamais foi o mesmo. A cada dia que passa vemos mais pessoas agindo, de forma até irracional, em virtude de uma ou de outra ideologia. Como o assunto é complexo, obviamente não tenho que falar tudo de uma vez só. Estaria sendo leviano com você. Por isso esse é o primeiro de uma série de textos. Se você chegou a esse blog através desse texto, veja os outros posteriormente..

A origem do termo ideologia

Segundo Russel Kirk em seu livro “A política da Prudência” o termo ideologia foi criado por Antoine-Louis-Claude Destutt deTracy. Este foi o autor de Les Elements d’Idéologie (Os Elementos da Ideologia), Na época, Destutt de Tracy desejava uma grande reforma educacional fundamentada no que ele chamava de ciência das ideias.

Este primeiro ideólogo e seus discípulos, rejeitavam a religião e a metafísica e acreditavam que poderiam encontrar um sistema de leis naturais, que se obedecidos se transformariam no grande fundamento da harmonia e do contentamento universal. Para tornar esse pensamento mais claro ao leitor, eles acreditavam que a humanidade – e não Deus – é quem conseguiria resolver todos os problemas da sociedade. Segundo o ideólogo, Deus e qualquer outra entidade metafísica (ou seja, que não habitasse dentro do plano físico ao qual estamos submetidos), não teria poder algum sobre nós e que nós, seres humanos, é quem teríamos poderes para transformar a terra em um paraíso.

Acreditavam também que o conhecimento sistematizado, aperfeiçoaram a sociedade por meio de métodos éticos e educacionais, bem como de uma direção política bem organizada.

John Adams chamava a ideologia de “A Ciência dos Idiotas”, no entanto assim como nos tempos atuais, a postura do ideólogo virou uma espécie de “modinha” entre os intelectuais da época. No geral, segundo Kirk, os ideólogos eram inimigos da tradição, dos costumes, das convenções, dos usos e dos antigos estatutos.

No século XIX, uma figura muito incomum acabou tornando a ideologia um elemento ainda mais complexo de se tratar: Karl Marx. Inicialmente Marx aparece contestando conceitos dos próprios ideólogos ao dizer que uma ideia mais é do que a expressão de um interesse de classe, definidos em relação à produção econômica.

No entanto, ao questionar o conceito dos ideólogos, Marx cria para si, sua própria ideologia, para avançar com seus projetos revolucionários.

Mais adiante falarei mais sobre Karl Marx e os males que ele causou à sociedade moderna e contemporânea bem como as religiões de cunho cristão.

Por hora, é importante que tenhamos em mente que a ideologia se opõe a tudo aquilo que pode ser considerado metafísico. Além disso, como veremos mais adiante, a ideologia é uma luta para defender um ideal imaginário que muitas vezes não se sustenta por si mesmo, e que para que isso aconteça, o ideólogo esquece tudo que tem e que preza em prol do seu ideal. E isso é muito perigoso!

É bom estar de volta!

Dominus Vobiscum

Podcast: Como é a relação entre o homem e Deus?

É com muita alegria que anunciamos o retorno dos nossos podcasts! Logo abaixo você confere o primeiro deles e toda vez que você ver esta imagem, saiba que teremos um podcast novo ok?

Podcast: Como é a relação entre o homem e Deus?

No primeiro podcast tínhamos que falar de Deus!

No nosso primeiro podcast vamos falar da complexa história de amor entre Deus e o homem, um amor desigual e ao mesmo tempo tão bonito. E fica a pergunta: Quem é Deus para você afinal? Ficou curioso? Então clica no play abaixo. Não teve curiosidade? Clica assim mesmo! Vai que você gosta…

Baixe e ouça no seu celular, ou envie para os seus amigos!

Agora você pode baixar o podcast para escutar quando quiser ou para enviar para os seus amigos. E se você tiver uma webradio católica e quiser inserir este material na sua programação pode baixar e programação. Mas neste caso fica um pedido: Não edite o arquivo. Coloque o programa na íntegra ok?

:: Para baixar o programa clique aqui.

Dominus Vobiscum

Novena a São José em formato impresso e digital. Adquira hoje mesmo!

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No mês março disponibilizamos para vocês a Novena a São José. Durante nove dias percorremos um caminho espiritual acompanhado pelo Pai Nutrício de Jesus. E a pedido de alguns leitores do blog, disponibilizamos para todos vocês esta novena em formato impresso, para que você possa rezar em todos os lugares, presentar a alguém, ou quem sabe, criar um apostolado de São José ai na sua paróquia.

O livro contém uma breve introdução sobre a importância de São José na história de Jesus, na Igreja na vida dos católicos, além do roteiro para os nove dias de oração. Só lembrando que ao adquirir este livro, você ajuda este apostolado a manter os seus custos. Adquira agora mesmo clicando aqui.

São José, Valei-nos!

Santo Terço: Meditando e contemplando os Mistérios Gloriosos

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Com muita alegria conseguir finalizar o quarto e último terço do projeto Rosário. Agora você pode rezar conosco os mistérios gloriosos. Este projeto foi pensado para ajudar católicos que ainda não tem o hábito de rezar o Santo Terço, a conhecer, rezar e experimentar os frutos desta santa devoção. Perceba que ao rezar este terço, eu coloquei em cada Ave-Maria da dezena um versículo bíblico referente ao mistério, para ajudá-lo na meditação. Você pode apenas ouvi-lo se quiser: rezando e meditando.

Como disse da outra vez, repito agora: Ser católico implica em ser mariano. E a oração do Santo Terço é fundamental. E agora podemos rezar juntos, pedindo a intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria.

Ps.: Peço desculpas a todos pela demora em publicar este Terço. Tive algumas dificuldades mas graças a Deus aos poucos estamos resolvendo tudo. 🙂

Pax Domini

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Mistérios gozosos | mistérios dolorosos | mistérios luminosos
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Resiliência: uma armadura para os tempos atuais

bambu modelo de resiliência

No dia a dia estamos sempre expostos a diversas situações. Umas boas e outras nem tanto. Chamamos de resiliência a capacidade que temos para recuperar as forças diante das adversidades que a vida nos apresenta.

Esta qualidade é essencial para que possamos nos levantar, na hora que as situações inesperadas aparecem e nos dão uma rasteira. O mundo moderno apresenta um dos mais altos níveis de estresse já registrados na história da humanidade. A qualidade de vida de fato é melhor do que a 50 anos atrás, porém o que vemos ao nosso redor são pessoas que se sentem insatisfeitas e infelizes.

O homem moderno tem a tecnologia a seu favor, mas é menos preparado para controlar as emoções, o estresse, problemas financeiros, decepções, acontecimentos inesperados, tragédias ou perdas.

Para vencer luta diária que somos obrigados a travar, é preciso cultivar a resiliência.

Para começar, é preciso deixar claro que você não nasce com a resiliência. Não é um dom ou uma característica da sua personalidade. É algo que se conquista com o tempo, com luta e com força de vontade, e algo que depende sim da ajuda de Deus, mas fundamentalmente de cada um de nós.

Outra coisa que precisa ser dita: Quem é resiliente não é imune ao estresse, a dor ou as tragédias. O resiliente também chora. Porém quem tem a resiliência transcende a dor. Não para nela. É como o bambu que enverga mas não quebra.

Talvez você já tenha visto por ai a célebre frase do filme Rocky Balboa, onde Rocky ensina ao seu filho sobre resiliência:

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E isso é para todo mundo! O fato de você ser cristão não vai te livrar sofrimento. Mas o fato de ser cristão pode te ajudar e muito a conseguir o que chamamos de resiliência. Pois quem crê em Cristo, crê por que tem fé, e quem tem fé, tem esperança. Quem conquista a resiliência, consegue uma incrível armadura para viver bem neste tempo.

Para se tornar resiliente o indivíduo precisa antes de tudo rever a vida e mudar de hábitos.

Santo Inácio de Loyola dizia que para cada vício, é preciso cultivar uma virtude. E para cultivar uma virtude é necessário reconhecer o vício e se decidir pela mudança.

E a primeira mudança para conseguir a resiliência é o amor próprio. É preciso antes de mais nada aprender a se amar, se valorizar, aprender a dizer não quando for necessário, e buscar sempre uma vida de oração.

Aliás, a vida de oração é um capítulo a parte, por que não basta rezar: é preciso fazer uma oração determinada. Ao invés de mostrar sua dor ao Senhor, peça o Espírito Santo que lhe fortaleça para superar a dor. Deus vê o desejo do seu coração em transcender e te abençoa.

Outro ponto que precisa ser observado é: Quem está ao meu redor me impulsiona a ser melhor, ou me enterra onde me encontro? Eu sempre digo que é preciso deixar que as pessoas se aproximem de nós, mas é essencial decidir quem deve permanecer ao nosso lado.

Acredite: Bons hábitos e a busca pelas virtudes te ajudarão a adquirir esta resiliência. E partir disso tua vida será muito diferente.

Pax Domini

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Eu sou a luz do mundo

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Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: «Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida.» Os que estão em terreno pedregoso são aqueles que, ao ouvirem, acolhem a palavra com alegria, mas, como não têm raiz, acreditam por algum tempo e afastam-se quando chega a provação. A semente que caiu entre espinhos são aqueles que ouviram, mas, sob o peso dos cuidados, da riqueza e dos prazeres da vida, sentem-se sufocados e não chegam a amadurecer. A semente que caiu em boa terra são aqueles que ouviram a palavra com um coração nobre e generoso, a conservam e dão fruto pela sua perseverança». Mas, mesmo que Eu julgue, o meu julgamento é verdadeiro, porque não estou só, mas Eu e o Pai que me enviou. Na vossa Lei está escrito que o testemunho de duas pessoas é válido; sou Eu a dar testemunho a favor de mim, e também dá testemunho a meu favor o Pai que me enviou.» Perguntaram-lhe, então: «Onde está o teu Pai?» Jesus respondeu: «Não me conheceis a mim, nem ao meu Pai. Se me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai.» Jesus pronunciou estas palavras junto das caixas das ofertas, quando estava a ensinar no templo. E ninguém o prendeu, porque ainda não tinha chegado a sua hora. (João 8,12-20)

Confira o comentário do Padre Paulo Ricardo sobre este evangelho

Comentário de São Clemente de Alexandria (150-c. 215), teólogo «Stromata»

Quando Tu, Senhor Jesus, me conduzes à luz, e encontro a Deus graças a Ti, ou recebo de Ti o Pai, torno-me teu co-herdeiro (Rom 8,17), pois não Te envergonhaste de me ter por irmão (Heb 2,11). Acabemos portanto com o esquecimento da verdade, acabemos com a ignorância; e, tendo-se dissipado as trevas que nos envolvem como uma nuvem diante dos olhos, contemplemos o verdadeiro Deus, proclamando: «Salve, luz verdadeira»!».

A luz elevou-se, pois, sobre nós que estávamos mergulhados nas trevas e encerrados na sombra da morte (Lc 1,79), luz mais pura que o sol, e mais bela que esta vida cá de baixo. Esta luz é a vida eterna, e todos os que nela participam estão vivos. A noite evita a luz e, escondendo-se com medo, cede lugar ao dia do Senhor. A luz que não pode ser extinta espalhou-se por toda a Terra e o Ocidente juntou-se ao Oriente. É isto que significa a «nova criação». Com efeito, o sol da justiça (Mal 3,20), que ilumina todas as coisas, resplandece sobre toda a espécie humana, a exemplo de seu Pai, que faz nascer o sol sobre todos os homens (Mt 5,45) e os asperge com o orvalho da verdade.

Não nos fechemos a Palavra de Deus, como fizeram os fariseus

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Naquele tempo, alguns que tinham ouvido as palavras de Jesus diziam no meio da multidão: Jesus continuou: «Certo credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos denários e o outro cinquenta. Como não tinham com que pagar, perdoou a ambos. Qual deles ficará mais seu amigo?». Respondeu Simão: «Aquele __ suponho eu __ a quem mais perdoou». Disse-lhe Jesus: «Julgaste bem». E voltando-Se para a mulher, disse a Simão: «Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não Me deste água para os pés; mas ela banhou-Me os pés com as lágrimas e enxugou-os com os cabelos. Não Me deste o ósculo; mas ela, desde que entrei, não cessou de beijar-Me os pés. Não Me derramaste óleo na cabeça; mas ela ungiu-Me os pés com perfume. Por isso te digo: São-lhe perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama». Depois disse à mulher: «Os teus pecados estão perdoados». Então os convivas começaram a dizer entre si: «Quem é este homem, que até perdoa os pecados?». Mas Jesus disse à mulher: «A tua fé te salvou. Vai em paz». «Acaso a nossa Lei julga um homem sem antes o ter ouvido e saber o que ele faz?» Responderam-lhe: «Também tu és galileu? Investiga e verás que da Galileia nunca saiu nenhum profeta». E cada um voltou para sua casa. (João 7,40-53)

Confira o comentário do Padre Paulo Ricardo sobre este evangelho

Comentário de Beato Tito Brandsma (1881-1942), carmelita holandês, mártir Convite ao heroísmo na fé e no amor

Vivemos num mundo em que o próprio amor está condenado: chamam-lhe fraqueza, algo a superar. Há quem diga: «O amor não tem importância, o que temos de desenvolver é a força; que todos se tornem tão fortes quanto possível; e que o fraco pereça!» Dizem ainda que a religião cristã, com os seus sermões sobre o amor, é uma coisa do passado. […] Essas pessoas dirigem-se a nós com tais doutrinas e até encontram quem as adote com muito gosto. O amor é desconhecido: «O Amor não é amado» dizia São Francisco de Assis; e, séculos mais tarde em Florença, Santa Maria Madalena de Pazzi fazia soar os sinos do seu carmelo para que o mundo soubesse como o Amor é belo! Também eu gostaria de fazer soar os sinos para dizer ao mundo como é belo amar!

O neo-paganismo [do nazismo] pode repudiar o amor; mas a História ensina-nos que, apesar de tudo, venceremos esse neo-paganismo através do amor. Nós não abandonaremos o amor. O amor far-nos-á reconquistar os corações desses pagãos. A natureza é mais forte do que a filosofia. Ainda que uma filosofia condene e rejeite o amor e o apelide de fraqueza, o testemunho vivo do amor renovará sempre o seu poder para conquistar e cativar os corações dos homens.

Queres ser curado?

Ao contrário do que costuma fazer, Jesus hoje toma a iniciativa e, com olhar compassivo, pergunta Ele mesmo ao paralítico: “Queres ser curado?” Este episódio nos desperta para o fato de que Deus, inteiramente livre, tem os seus eleitos, chamados muitas vezes a realizar uma obra especial a favor de toda a Igreja.

Ao contrário do que costuma fazer, Jesus hoje toma a iniciativa e, com olhar compassivo, pergunta Ele mesmo ao paralítico: “Queres ser curado?” Este episódio nos desperta para o fato de que Deus, inteiramente livre, tem os seus eleitos, chamados muitas vezes a realizar uma obra especial a favor de toda a Igreja.

Naquele tempo, por ocasião de uma festa dos judeus, Jesus subiu a Jerusalém. Existe em Jerusalém, junto à porta das ovelhas, uma piscina, chamada, em hebraico, Betsatá, que tem cinco pórticos. e neles jaziam numerosos doentes, cegos, coxos e paralíticos. Estava ali também um homem, enfermo havia trinta e oito anos. Ao vê-lo deitado e sabendo que estava assim há muito tempo, Jesus perguntou-lhe: «Queres ser curado?» O enfermo respondeu-Lhe: «Senhor, não tenho ninguém que me introduza na piscina, quando a água é agitada; enquanto eu vou, outro desce antes de mim». Disse-lhe Jesus: «Levanta-te, toma a tua enxerga e anda». No mesmo instante o homem ficou são, tomou a sua enxerga e começou a caminhar. Ora aquele dia era sábado. Diziam os judeus àquele que tinha sido curado: «Hoje é sábado: não podes levar a tua enxerga». Mas ele respondeu-lhes: «Aquele que me curou disse-me: ‘Toma a tua enxerga e anda’». Perguntaram-lhe então: «Quem é que te disse: ‘Toma a tua enxerga e anda’». Mas o homem que tinha sido curado não sabia quem era, porque Jesus tinha-Se afastado da multidão que estava naquele local. Mais tarde, Jesus encontrou-o no templo e disse-lhe: «Agora estás são. Não voltes a pecar, para que não te suceda coisa pior». O homem foi então dizer aos judeus que era Jesus quem o tinha curado. Desde então os judeus começaram a perseguir Jesus, por fazer isto num dia de sábado . (João 5,1-16)

Confira o comentário do Padre Paulo Ricardo sobre este evangelho

Comentário de Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja Sermão 124

Os milagres de Cristo são símbolos das diferentes circunstâncias da nossa salvação eterna […]; aquela piscina é o símbolo do dom precioso que nos faz o Verbo do Senhor. Em poucas palavras, aquela água é o povo judeu; os cinco pórticos são a Lei, escrita em cinco livros. Aquela água está, pois, rodeada por cinco pórticos tal como o povo estava rodeado pela Lei que o definia. A água que se agitava e se turvava é a Paixão do Salvador no meio desse povo. Quem descesse à água era curado, mas só um, para representar a unidade. Os que não podem suportar que se lhes fale da Paixão de Cristo são orgulhosos; não querem descer e não são curados. «O quê?», dizem esses homens altivos. «Acreditar que um Deus encarnou, que um Deus nasceu de uma mulher, que um Deus foi crucificado e flagelado, que foi coberto de chagas, que morreu e foi sepultado? Não, jamais acreditaria nessas humilhações de Deus: são indignas dele!»

Calai a cabeça e deixai falar o coração. As humilhações de Deus parecem indignas aos arrogantes e é por isso que eles estão tão afastados da cura. Guardai-vos, pois, desse orgulho; se desejais a vossa cura, aceitai descer. Teríeis razão para vos preocupardes se vos dissessem que Cristo tinha sofrido alguma mudança ao encarnar. Mas não. […] O vosso Deus mantém-Se como era, não receeis; Ele não morre e impede-vos de morrer. Sim, Ele permanece o que é; nasce de uma mulher, mas fá-lo segundo a carne. […] Foi como homem que Ele foi preso, amarrado, flagelado, coberto de ultrajes e, por fim, crucificado e morto. Porque vos aterrorizais? O Verbo do Senhor permanece eternamente. Quem repudia as humilhações de um Deus não quer ser curado da ferida mortal do seu orgulho.

Pela sua encarnação, nosso Senhor Jesus Cristo restituiu, pois, a esperança à nossa carne. Tomou para Si os frutos bem conhecidos desta terra: o nascimento e a morte. O nascimento e a morte são, com efeito, bens que a terra possuía em abundância; mas nela não havia ressurreição nem vida eterna. Ele colheu os frutos desgraçados desta terra ingrata e em troca deu-nos os bens do seu reino celestial.

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