Deus é Luz e na Luz devemos caminhar

Dia: 20/12/2022 | Passagem: 1 Jo 1, 5-7

Deus é Luz e Nele não há trevas (1 Jo 1,5)

Se dissermos que estamos em comunhão com Ele, mas caminhamos nas trevas, estamos mentindo e não praticamos a verdade (1 Jo 1,6)

Mas se estamos na Luz como Ele está na luz, então estamos em comunhão uns com os outros e o Sangue de Jesus nos purifica (1 Jo1,7)

Neste dia eu passei todo o tempo ruminando estes três versículos. E tenho a seguinte conclusão acerca deles: Não existe meio termo. Ou você está na Luz ou você está em trevas. Se nas trevas entra o mínimo resquício de luz, as trevas já são enfraquecidas, pois qualquer faísca serve de guia.

As trevas não suportam a Luz, pois com elas é tudo ou nada!

Estar na Luz é estar em Deus. É caminhar com Deus. Estar na luz é ter uma vida imersa no Espírito Santo.

Quem anda nas trevas anda no pecado. Não tem comunhão com Deus.

É por isso que peço a Deus a Graça da sua Luz. Que Ela recaia sobre mim e me transforme. Que ela tire de mim todo tipo de treva e que me liberte de todo mal. E peço ainda que essa mesma Luz ilumine meus passos e me mantenha firme em Deus.

Reassumindo minha identidade cristã

O Estudo Bíblico é uma das práticas de piedade mais importantes para nossa vida espiritual. Da Palavra nos alimentamos e ganhamos força para viver nesse mundo.

De hoje em diante, postarei aqui o conteúdo do meu Estudo Diário da Palavra de Deus. São estudos que já fiz nessa retomada de fé, e que vão me serivir inicialmente como uma retomada do que já estudei. Isso há de me fortalecer e se por acaso ajudar você na sua caminhada, Glória a Deus!

Então boa leitura e que Deus te abençoe!


Dia:: 19/12/2022
Passagem:: 1 Jo 1,1-4

O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos olhos, o que temos contemplado e as nossas mãos têm apalpado no tocante ao Verbo da vida porque a vida se manifestou, e nós a temos visto; damos testemunho e vos anunciamos a vida eterna, que estava no Pai e que se nos manifestou, o que vimos e ouvimos nós vos anunciamos, para que também vós tenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo. (1 Jo 1,1-3)

Cair e levantar. Não é assim a vida do cristão pecador. Também eu sou assim. Começo, paro e retomo. Este sou eu.

Mas essa retomada minha é diferente. Recomeço isso após a Morte do Monsenhor Jonas Abib e acho que esta seria a primeira grande graça dele: minha retomanda. Ele já chegou ao céu curando meu coração. Era como se um cano que estivesse entupido, fosse desentupido e agora a necessidade de estar perto de Deus é muito grande. Nesses dias, o Senhor tem me dado a graça de “sentir a presença de Deus” como nunca. Faz muito tempo que não sinto. É como aquele primeiro dia em que encontrei Jesus aos 13 anos de idade.

No entanto não é um começo. É um recomeço. Não tenho como negar o que vivi, o que vi e o que testemunhei.

E este aliás é o chamado que Deus sempre me fez: ser testemunha do que Deus fez, faz e poderá fazer. Eu mesmo já vi Jesus fazer grandes coisas na minha vida e na vida das pessoas.

Por isso preciso hoje, a partir deste dia, retomar a minha comunhão com Deus que eu perdi por culpa única e exclusivamente minha.

A morte do Monsenhor Jonas me fez fazer uma revisão de vida e perceber que dentro de mim tantas coisas que pareciam enormes, de fato eram pequenas. Esse tempo tem sido um tempo forte de perdão. Eu sigo sendo consagrado, por que uma vez consagrado, consagrado sempre será. Não faço mais parte da Comunidade Canção Nova, mas o carisma e o chamado forte de evangelizar segue em mim e eu vou recomeçar meu caminho com Cristo. Mas sei que, mesmo enfermo, precisarei ser guerreiro.

Hoje o meu grande desafio é estar em comunhão com Deus, testemunhar o que vivi e vivo hoje e recuperar e assumir minha identidade cristã.

E você não tenha medo de retomar sua vida espiritual. Acredite e siga. Vamos Juntos!

O que é ideologia?

Hoje muito se fala sobre direita, esquerda, conservadorismo, progressismo, feminismo, racismo e tantos outros segmentos sociais e políticos. Antes que você se identifique a qualquer um deles, é importante você conhecer o que tem motivado tanta gente a se ligar tantos movimentos e pensamentos: a ideologia.

Na minha opinião, essa foi uma das mais perversas criações da humanidade (quem sabe até do demônio) para nos destruir. Depois do surgimento do termo ideologia, todo processo social, político e econômico pelo qual a humanidade passou jamais foi o mesmo. A cada dia que passa vemos mais pessoas agindo, de forma até irracional, em virtude de uma ou de outra ideologia. Como o assunto é complexo, obviamente não tenho que falar tudo de uma vez só. Estaria sendo leviano com você. Por isso esse é o primeiro de uma série de textos. Se você chegou a esse blog através desse texto, veja os outros posteriormente..

A origem do termo ideologia

Segundo Russel Kirk em seu livro “A política da Prudência” o termo ideologia foi criado por Antoine-Louis-Claude Destutt deTracy. Este foi o autor de Les Elements d’Idéologie (Os Elementos da Ideologia), Na época, Destutt de Tracy desejava uma grande reforma educacional fundamentada no que ele chamava de ciência das ideias.

Este primeiro ideólogo e seus discípulos, rejeitavam a religião e a metafísica e acreditavam que poderiam encontrar um sistema de leis naturais, que se obedecidos se transformariam no grande fundamento da harmonia e do contentamento universal. Para tornar esse pensamento mais claro ao leitor, eles acreditavam que a humanidade – e não Deus – é quem conseguiria resolver todos os problemas da sociedade. Segundo o ideólogo, Deus e qualquer outra entidade metafísica (ou seja, que não habitasse dentro do plano físico ao qual estamos submetidos), não teria poder algum sobre nós e que nós, seres humanos, é quem teríamos poderes para transformar a terra em um paraíso.

Acreditavam também que o conhecimento sistematizado, aperfeiçoaram a sociedade por meio de métodos éticos e educacionais, bem como de uma direção política bem organizada.

John Adams chamava a ideologia de “A Ciência dos Idiotas”, no entanto assim como nos tempos atuais, a postura do ideólogo virou uma espécie de “modinha” entre os intelectuais da época. No geral, segundo Kirk, os ideólogos eram inimigos da tradição, dos costumes, das convenções, dos usos e dos antigos estatutos.

No século XIX, uma figura muito incomum acabou tornando a ideologia um elemento ainda mais complexo de se tratar: Karl Marx. Inicialmente Marx aparece contestando conceitos dos próprios ideólogos ao dizer que uma ideia mais é do que a expressão de um interesse de classe, definidos em relação à produção econômica.

No entanto, ao questionar o conceito dos ideólogos, Marx cria para si, sua própria ideologia, para avançar com seus projetos revolucionários.

Mais adiante falarei mais sobre Karl Marx e os males que ele causou à sociedade moderna e contemporânea bem como as religiões de cunho cristão.

Por hora, é importante que tenhamos em mente que a ideologia se opõe a tudo aquilo que pode ser considerado metafísico. Além disso, como veremos mais adiante, a ideologia é uma luta para defender um ideal imaginário que muitas vezes não se sustenta por si mesmo, e que para que isso aconteça, o ideólogo esquece tudo que tem e que preza em prol do seu ideal. E isso é muito perigoso!

É bom estar de volta!

Dominus Vobiscum

Você sabe o que é eugenia? Não é uma pessoa!

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Eugenia é diferente de Eugênia. Eugênia (com acento circunflexo no e) é uma pessoa. Eugenia é outra coisa. Aliás é isso que vou tentar explicar nesse texto para você de forma bem simples.

Eugenia é um termo criado em 1883 por Francis Galton (1822-1911), significando “bem nascido”. É uma teoria baseada na genética que diz que seria possível criar seres humanos melhorados a partir do controle genético dos mesmos. Esses aprimoramentos não seriam, porém, apenas biológicos, mas também sociais, psicológicos, econômicos e culturais. As ideias da teoria eugênica foram utilizadas largamente para propagar preconceitos e discriminações entre diferentes grupos sociais ao longo da história. Ainda hoje, tem muita gente que pensa de forma eugênica, porém às escondidas, pois sabe que tal teoria é condenada por todas as entidades que defendem a vida, incluindo a Igreja Católica Apostólica Romana.

Mesmo com a utilização de técnicas de melhoramento genético usadas atualmente em plantas e animais, existem muitos e sérios questionamentos éticos quanto a seu uso com seres humanos, chegando até o ponto de alguns cientistas declararem que é de fato impossível mudar a natureza humana.

A eugenia é o sinônimo de uma teoria racista e discriminatória usada por grupos sociais que pretendem exterminar aqueles que, em seus conceitos, são inferiores.

Foi usada com essa abordagem pelo nazismo hitlerista, provocando o enclausuramento e morte de judeus, negros, ciganos, homossexuais, doentes mentais e outros.

Tais ideias promovem a divisão da espécie humana em raças classificáveis e por isso mesmo ferem os direitos básicos de liberdade e igualdade de qualquer ser humano.

>> Leia também::  Procura por esperma americano aumenta no Brasil

Mas por que falar disso hoje e agora?

Simples. Estamos em meio a uma pandemia global onde um vírus poderoso ganha força diante de pessoas idosas ou com comorbidades. Não é difícil observar que o coronavírus é um vírus seletivo. Agora por que razão um vírus aparece do nada ese espalha no planeta inteiro matando sobretudo pessoas com esse perfil?

Não sabemos que criou esse vírus (se ele aconteceu “naturalmente” ou veio de algum laboratório). Mas sabemos que nesse quadro, essa pandemia vai literalmente eliminar pessoas idosas ou doentes, deixando no mundo mais pessoas “sadias e perfeitas”.

Seria o surgimento do coronavírus um ato natural ou fabricado? Se fabricado, qual a intenção? Será que essa pandemia atende o desejo de grupos que desejam uma diminuição da quantidade de pessoas no planeta? Seria o vírus a forma de criar uma “seleção natural”, onde idosos e doentes sejam sumariamente eliminados?

Confesso que desde o início dessa pandemia a ideia de uma “forçada evolução da espécie” não me sai da cabeça. E isso meus amigos vai veementemente de encontro ao que a Igreja diz: todos tem direito a vida e devemos defender a vida a qualquer custo.

>> Leia também:: O risco da eugenia no atendimento à saúde

Não tenho o direito e nem quero acusar ninguém. Quero apenas alertar você que é leitor deste blog que a eugenia é um conceito que não morreu e que essa pandemia pode, em algum momento ou de alguma forma favorecer a pessoas ou grupos que são favoráveis a “eliminação dos doentes, fracos e idosos”, a fim de criar uma humanidade sadia e perfeita.

A Igreja é a favor da vida, defende a vida e defende quem deseja salvar e ajudar as pessoas mais frágeis a defender a vida. Por isso nosso papel é aqui é ensinar e mostrar o perigo que corremos nessa grande pandemia: favorecer todo e qualquer tipo de pensamento eugênico.

Por isso a partir de hoje, falarei muito sobre eugenia aqui no blog. Já estou ativando minhas leituras e pesquisas, e na medida em que for consumindo esse conteúdo, irei “esmiuçando” para vocês. Meu papel neste blog é ensinar o que a igreja ensina. Por isso a partir de hoje, irei focar nesse tema.

Espero que gostem dos textos e que lhes sejam úteis para pensar. E prezo a todos que tenham zelo e prudência nesse período.

Pax Domini

Confio em Ti Senhor

Quem me conhece sabe que minha caminhada na Igreja sempre foi acompanhada de música. Já são quase trinta anos na música católica. Confesso que por um tempo havia cogitado em parar de cantar e tocar. Mas de tempos em tempos Deus me incomoda e reacende a chama da música em mim. Em 2015 cheguei a trabalhar em cima de um CD para gravar algumas das composições que jamais havia cantado em público. São canções que por muito tempo me motivaram a rezar. Era eu, o violão e o Santíssimo Sacramento. Mas acho que aquele tempo não era o melhor para dar prosseguimento a este projeto.

Mas agora quero partilhar uma dessas canções com você: a música Confio em Ti Senhor. Compartilho para que você ouça, reze e se inspire nela para continuar a sua caminhada. Não é uma canção litúrgica, mas uma canção oracional, para você rezar sozinho ou em grupo. Espero que goste, e se gostar, que compartilhe.

Entenda o Motu Proprio do Papa Francisco que regula tradução de textos litúrgicos

O Vaticano publicou no último dia 09 (de setembro) a modificação do cânon 838 do Código de Direito Canônico, na qual estabelece a necessidade da confirmação da Sé Apostólica para a tradução e adaptação de textos litúrgicos.

Entenda o Motu Proprio do Papa Francisco que regula tradução de textos litúrgicos

Eu não vou repetir aqui no blog os textos que os outros portais de comunicação católicos já fizeram. Você pode acompanhar tudo nas matérias abaixo:

ACI Digital;
Portal Católico;
Agência Ecclesia;
Blog Direito Canónico;
Portal Zenit.

O motu proprio “Magnum principium”, foi assinado pelo Papa Francisco em 3 de setembro de 2017 e já começará a valer no dia 01 de outubro. Mas traduzindo em miúdos o que isso quer dizer?

Entenda o que aconteceu…

Você sabe as orações litúrgicas que são feitas em todas as missas? Pois bem, elas atualmente são apenas traduzidas do latim para a língua do povo (por exemplo, no Brasil elas são traduzidas para o português, na Itália são traduzidas para o italiano e assim segue-se o modelo para todos os países) . No entanto ainda assim, a linguagem é de difícil entendimento por parte de muitos. Tem muita gente que não consegue entender a Oração Eucarística pelo simples fato do texto não ser preparado para o português.

Quem já trabalhou com tradução sabe que não basta simplesmente traduzir palavras: é necessário adaptar o sentido de frases e orações para a língua a que se destina traduzir.O que o Papa Francisco autorizou, é que as conferências episcopais (aqui no Brasil temos a CNBB), por terem pessoas que dedicam assiduamente a isso e que conhecem melhor forma do povo daquele lugar receberem a mensagem, fazer alterações pontuais na estrutura dos textos para que estes sejam melhor entendidos por todos, no entanto para que ela comece a vigorar, seria necessário a confirmação de Roma.

E o que muda?

Na prática, para os católicos o que poderá mudar é que a partir desta data, é que as comissões episcopais irão rever todas as traduções feitas até aqui e sugerir mudanças pontuais. O rito segue o mesmo. O que poderá mudar aqui ou ali são palavras e frases inseridas no rito. E no fim das contas a palavra final sobre tudo isso permanece com o Vaticano, que confirmará ou não tais mudanças.

Na minha opinião isso é bom por algumas razões:

  • A missa vernacular se tornará mais fácil para o entendimento dos católicos mais simples, ou  que tem uma formação catequética menos aprimorada;
  • Vai acabar aquele “lenga-lenga” sem fim entre tradicionalistas e modernistas;
  • Vai amarrar todo processo litúrgico de uma forma simples e definida: as Comissões Episcopais sugerem, Roma confirma ou não e ponto final.

Resta agora aguardar como isso tudo vai se desenrolar, sobretudo aqui no Brasil onde temos a CNBB. Como já disse antes, respeito muito a nossa Comissão Episcopal, porém nesses quase dez anos de blog, já denunciei algumas trapalhadas feitas por parte de alguns assessores que infelizmente ligados a Teologia da Libertação fizeram coisas dignas de tais reprovações. Espero e peço aos senhores bispos que conduzam este processo com sabedoria e prudência, fazendo o melhor para Igreja e seu rebanho  (não para o povo, nem para movimentos e pastorais).

Dominus Vobiscum

Podcast: Como é a relação entre o homem e Deus?

É com muita alegria que anunciamos o retorno dos nossos podcasts! Logo abaixo você confere o primeiro deles e toda vez que você ver esta imagem, saiba que teremos um podcast novo ok?

Podcast: Como é a relação entre o homem e Deus?

No primeiro podcast tínhamos que falar de Deus!

No nosso primeiro podcast vamos falar da complexa história de amor entre Deus e o homem, um amor desigual e ao mesmo tempo tão bonito. E fica a pergunta: Quem é Deus para você afinal? Ficou curioso? Então clica no play abaixo. Não teve curiosidade? Clica assim mesmo! Vai que você gosta…

Baixe e ouça no seu celular, ou envie para os seus amigos!

Agora você pode baixar o podcast para escutar quando quiser ou para enviar para os seus amigos. E se você tiver uma webradio católica e quiser inserir este material na sua programação pode baixar e programação. Mas neste caso fica um pedido: Não edite o arquivo. Coloque o programa na íntegra ok?

:: Para baixar o programa clique aqui.

Dominus Vobiscum

Por um estado menos invasivo e mais cristão: A luta de Charlie Gard não acabou

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Oi pessoal! Pax Domini.

Fazia tempo que não escrevia aqui. A correria da vida acabou me tirando um dos grandes prazeres que tinha: escrever no Dominus Vobiscum. Mas hoje arrumei este tempinho por que me senti muito motivado a fazê-lo com o caso Charlie Gard.

Para quem não está por dentro do assunto, um breve resumo: Charlie Gard é um bebê diagnosticado meses atrás pelo hospital Great Ormond Street de Londres (Reino Unido) com a síndrome do esgotamento mitocondrial, uma doença genética rara que causa fraqueza muscular progressiva e pode levar à morte no primeiro ano de vida. A doença é tida como incurável pela medicina atual e o bebê passou muitos meses sob a dependência de aparelhos até que a justiça da Inglaterra (se é que se pode chamar essa porcalhada de justiça), ordenou que os aparelhos fossem desligados.

No entanto, existia nos Estados Unidos um estudo onde se desenvolvia uma espécie de tratamento alternativo e os pais do bebê tinham conseguido doações para levá-lo até lá. Travou-se ai uma verdadeira guerra nos tribunais que chegou até o Tribunal Europeu de Direitos Humanos, que deu a razão ao centro médico (na minha humilde opinião esse tal tribunal deveria riscar os direitos humanos do seu nome).

Na segunda-feira, Chris Gard e Connie Yates, os pais do bebê, anunciaram sua decisão de finalizar a longa batalha judicial que tinha empreendido para levar seu filho aos Estados Unidos, não por que houvessem desistido ou por que não tivessem ajuda (muitos institutos estrangeiros, incluindo o Hospital Pediátrico Bambino Gesù de Roma, ofereceram ajuda aos pais de Charlie). A questão é que com o tempo o mal de Charlie foi se agravando. Caso os pais da criança tivessem conseguido a liberação a tempo, havia uma possibilidade de êxito. No entanto, o tempo gasto nos tribunais não era favorável a Charlie Gard e o dano – ai sim – tornou-se irreversível.

“Muito tempo foi desperdiçado. Agora estamos em julho e o nosso pobre menino foi deixado só deitado em um hospital por meses sem nenhum tratamento, enquanto se travavam longas batalhas no tribunal (…). Charlie foi deixado para que sua doença se deteriorasse devastadoramente até o ponto sem retorno. Diante disso, disseram que, “como dedicados e amorosos pais de Charlie, decidimos que não é mais do melhor interesse dele continuar com o tratamento e deixaremos nosso filho ir e que esteja com os anjos”. (Pais de Charlie Gard)

O fato meus caros é que mais uma vez o estado interferiu negativamente em uma decisão familiar. O poder dado ao estado (no caso na Inglaterra, mas poderia acontecer em qualquer país), acende um alerta: Será que é bom ter um estado que decida quem deva nascer ou morrer? Será que é válido o estado ter o poder de decidir sobre a vida, o comportamento e a saúde dos nossos filhos? E se fosse o seu filho? Você não tentaria salvar a sua vida mesmo se houvesse 1% de esperança?

Talvez você argumente: Mas será que não seria melhor ter desligado logo os aparelhos? A criança não sofreria menos?

A questão meus caros é justamente essa: Primeiro que, enquanto tiver possibilidade, é obrigação lutarmos pela vida e esta possibilidade existia, porém não foi levada adiante em virtude de um médico orgulhoso e uma justiça injusta e infeliz. Segundo que no caso do desligamento dos aparelhos ser irreversível, não cabe a você, nem a mim, nem ao padre, nem ao juiz, nem ao estado e nem ao presidente decidir. Isso cabe unicamente aos pais. E eles não queriam desligar os aparelhos. Eles tinham condições de realizar a transferência da criança, tinham o desejo de fazê-lo, e tinham toda a disposição para viver este período ao lado do filho. Mas não foi possível por que a “justiça” se arvorou a ser Deus e decidiu quem deve viver ou morrer.

Por isso, dolorosamente aproxima-se o fim da vida de Charlie Gard. Mas a minha luta (e talvez a sua) para diminuir o poder do estado nas vidas famílias continua. Li em algum jornal que os pais dele farão com o dinheiro arrecadado uma fundação para ajudar crianças com esta doença. Porém isso não basta. É preciso que se repensem as leis que façam com que mais país repitam o sofrimento e a dor de ver seu filho perder a vida quando existe possibilidade de cura.

É justamente nessa hora que eu repito e bato na mesma tecla há mais de dez anos neste blog: Política e religião se misturam sim senhor. É mister eleger políticos éticos e que tenham princípios morais. E no nosso caso, políticos que, além de honestos, tragam o ponto de vista cristão para as assembleias, para o senado e para os tribunais.

A luta de Charlie Gard continua viva.
#SomosTodosCharlieGard

Dominus Vobiscum

E Deus me fez pai para entender o seu amor.

Eu e meu filho

O maior presente que Deus me deu: Rafael. A partir dele, Deus está fazendo mais uma revolução na minha vida. #FiDiCadu #FiDiAmanda

O ser humano passa por diversas fases da vida. E é normal (e até natural) que alguns conceitos mudem com o tempo. Na medida em que vamos vivendo uma derradeira fase, acabamos por entender o que alguém que já passou pelo que estamos passando hoje queria dizer. Hoje me encontro em uma nova fase da minha vida: agora sou pai.

Dia vinte e nove de junho de dois mil e dezesseis, às nove horas e quarenta minutos, minha vida deu uma guinada sem volta. Não foi fácil, não foi cinematográfico, não foi bem do jeito que pensávamos que seria. Mas desde o momento em que entramos naquele hospital, os sentimentos que trazíamos eram amor e doação. E enfim aconteceu…

Deus me deu o presente que eu tanto pedi: um filho. Rafael é o nome dele. Agora “a cura de Deus” está em minha casa, na minha vida, chorando para mamar, chorando para avisar do cocô e do xixi, se contorcendo com cólicas e fazendo nossas noites bem mais curtas.

Mas apesar de todas as dificuldades dos primeiros dias, o que vem ao meu coração é um sentimento de gratidão sem fim e de pequenez pois a confiança de Deus depositada em nós é muito grande. Sim, me sinto pequeno diante de tudo isso que está acontecendo, pois antes do Rafael ser meu filho, ele é filho de Deus primeiro. Deus é Pai antes de mim e eu e minha esposa jamais poderemos esquecer disso. Não esqueço jamais que Deus nos confiou uma vida, que há nove meses cuidamos e defendemos. A minha gratidão a Deus não cabe no peito. Mas a responsabilidade é imensa!

Por outro lado, quando se é pai é muito mais fácil perceber e entender a forma com que Deus nos ama. Antes a palavra “pai” tinha para mim um entendimento diferente, pois era filho. E o filho entende pai de uma forma diferente. Mas agora como pai, o significado desta palavra está mudando dentro de mim. Agora não sou mais filho. A coisa neste momento muda de lado. Acho que Deus me fez pai para que eu possa entender o seu amor pelo ser humano.

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Que Deus abençoe nossa família!

Um recém-nascido é muito pequeno e frágil e precisa de nós para todas as coisas. Somos nós que o alimentamos, que damos banho, que trocamos a fralda, que colocamos para dormir, que nos esforçamos como loucos para entender o choro do bebê, para levá-lo ao médico… Nas noites cansativas, nosso sono é pela metade. Basta o bebê gemer que lá estão o papai e a mamãe atentos para ver o que está acontecendo. Pai e mãe se preocupam sempre. Pai e mãe não descansam nunca. Pai e mãe estão presentes a todo momento. Pai e mãe estão atentos a todos os horários e não relaxam, pois sabem que o bebê e indefeso e precisa de constante atenção.

E quando o bebê aprende a se virar na cama sozinho para um lado e para o outro? O Rafael aprendeu e agora a tenção precisa ser redobrada, pois ele acha que sabe o que está fazendo mas não sabe. Além do mais, o bebê recém-nascido come até “golfar”. Cabe aos pais alimentar, dando a quantidade certa, na hora certa, do jeito certo.

Deus não se revelou ao homem para ter um cargo ou profissão, mas se declarar Pai. Deus não é gerente, observador, guarda ou vigilante. Deus é pai, é família, é um conosco. Deus é aquele que cuida de nós como bebês, como crianças ou como adolescentes rebeldes. Cuida toda hora, todo tempo e em todas as situações.

Hoje eu entendo o amor de um pai, por que sou pai também. Sou um pai novo é verdade e ainda tenho muito que aprender. Mas também tenho muito amor pra dar. Ser pai é tirar do seu interior toda uma capacidade de amar que você nem sabia que tinha.

Antigamente me diziam: quando você for pai, você verá o que é amor de verdade. Sinceramente meu filho ainda é muito novo para me amar. Sei que este dia chegará e em breve ele demonstrará afeto, carinho e amor por mim e pela minha esposa. Mas hoje o que posso dizer é que a capacidade de amar de quem é pai e mãe é enorme. Na medida em que o Senhor Deus nos dá um filho, Ele também nos enche de um amor tão grande, que dá sem medida para o filho: não há dia, hora, local e momento. Ser pai é receber de Deus a oportunidade de amar sem limites e medidas.

Ser pai não é ter alguém que te ame a todo momento, mas ter alguém a quem você vai amar pelo resto da vida. Hoje eu tenho essa consciência e por isso tenho meditado durante todos estes dias sobre o novo significado que a palavra “pai” tem na minha vida.

Agora é se preparar para todas as outras etapas que hão de vir, com amor, doação, disposição e fé. Sim, a fé na minha família nunca faltou. Somos consagrados a Divina Providência e ela tudo tem feito em nossa família. É a nossa aliada na criação e educação desta criança.

E seja bem-vindo meu filho. Saiba que seu pai e sua mãe estarão sempre ao seu lado, porém mais do que nós dois, você tem um Pai que está no céu, que cuida de todos nós. Eu já te entreguei a Ele, e sei que e Ele também cuidará de você, como tem cuidado de mim e de sua mãe.

Pax Domini