Evangelho do Dia: Todas aquelas virgens despertaram, então, e aprontaram as candeias

Do Evangelho Quotidiano

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Reino do Céu será semelhante a dez virgens que, tomando as suas candeias, saíram ao encontro do noivo. Ora, cinco delas eram insensatas e cinco prudentes. As insensatas, ao tomarem as suas candeias, não levaram azeite consigo; enquanto as prudentes, com as suas candeias, levaram azeite nas almotolias. Como o noivo demorava, começaram a dormitar e adormeceram. A meio da noite, ouviu-se um brado: Aí vem o noivo, ide ao seu encontro! Todas aquelas virgens despertaram, então, e aprontaram as candeias. As insensatas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas candeias estão a apagar-se. Mas as prudentes responderam: Não, talvez não chegue para nós e para vós. Ide, antes, aos vendedores e comprai-o. Mas, enquanto foram comprá-lo, chegou o noivo; as que estavam prontas entraram com ele para a sala das núpcias, e fechou-se a porta. Mais tarde, chegaram as outras virgens e disseram: Senhor, senhor, abre-nos a porta! Mas ele respondeu: Em verdade vos digo: Não vos conheço. Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora. (S. Mateus 25,1-13)

Comentário do Evangelho do dia feito por Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África) e doutor da Igreja  

A meio da noite, ouviu-se um brado. Que brado é este senão aquele de que fala o apóstolo Paulo: Num instante, num abrir e fechar de olhos, ao som da trombeta final? Pois a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados (1Co 15,52). Depois deste brado, que soará a meio da noite, que acontecerá? Todas despertaram. Que quer isto dizer? O próprio Senhor nos diz: É chegada a hora em que todos os que estão nos túmulos hão-de ouvir a Sua voz e sairão (Jo 5,28) […]. Que querem dizer estas palavras: Não levaram azeite consigo? Consigo, quer dizer nos seus corações. […] As virgens insensatas, que não levaram azeite com elas, procuraram agradar aos homens pela sua continência e pelas suas boas obras, simbolizadas pelas candeias. Ora, se o motivo das suas boas obras é agradar aos homens, elas não levam azeite com elas. Mas vós, levai o azeite convosco; levai-o no vosso interior, onde penetra o olhar de Deus; trazei aí o testemunho de uma boa consciência. […] Se evitais o mal e se fazeis o bem para recolher lisonjas dos homens, então não tendes azeite no interior das vossas almas […]. Antes de estas virgens terem adormecido, não se disse que as suas candeias estivessem apagadas. As candeias das virgens prudentes brilhavam com um vivo fulgor, alimentadas pelo azeite interior, pela paz da consciência, pela glória secreta da alma, devido à caridade que a abrasa. As candeias das virgens insensatas também brilhavam. E porquê? Porque a sua luz era mantida pelos louvores humanos. Quando se levantaram, isto é, na ressurreição dos mortos, começaram a pegar nas candeias, ou seja, a preparar as contas que deviam prestar a Deus pelas suas obras. Mas, nessa altura, já não haverá ninguém para as elogiar. […] Elas tentarão, como sempre tinham feito, brilhar com o azeite alheio, viver das lisonjas dos homens: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas candeias estão a apagar-se.

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