Estudo sobre a Igreja Católica: Por que dizemos que Cristo é a cabeça da Igreja?

Chamamos a Igreja de Corpo Místico de Cristo. Esta definição tem base no que a Igreja Católica Apostólica Romana desde os seus primórdios entende ser o plano de Deus para nós. Santo Agostinho, um dos primeiros bispos da Igreja e depois santo e doutor assim dizia:

“Congratulemo-nos, pois, e demos graças pelo fato de nos termos tornado não apenas cristãos, mas o próprio Cristo. Compreendes, a graça que Deus nos fez, dando-nos Cristo por Cabeça? Admirai e alegrai-vos: nós tornamo-nos Cristo. Com efeito, uma vez que Ele é a Cabeça e nós os membros, o homem completo é Ele e nós […]. A plenitude de Cristo é, portanto, a Cabeça e os membros. Que quer dizer: a Cabeça e os membros? Cristo e a Igreja” [Santo Agostinho, In Iohannis evangelium tractatus 21, 8: CCL 36, 216-217 (PL 35, 1568)]

O Catecismo da Igreja Católica (dos parágrafos 792 a 795) nos ensina que Cristo e a Igreja são, pois, o “Cristo total” (Christus totus). A Igreja é una com Cristo. Isto é de uma beleza e grandiosidade que não tem tamanho. O apóstolo Paulo usa esta expressão para falar sobre Jesus Cristo:

“Ele existe antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem Nele. Ele é a Cabeça do corpo, da Igreja. Ele é o Princípio, o primogênito dentre os mortos e por isso tem o primeiro lugar em todas as coisas.” (Cl 1,18)

O Catecismo ainda afirma que Ele é o Princípio da criação e da Redenção. Elevado à glória do Pai, tem em tudo a primazia, principalmente sobre a Igreja, por meio da qual estende o seu reinado sobre tudo quanto existe.

Esta comparação de Jesus Cristo e a Igreja com a cabeça e o corpo é realmente impressionante! Quando paramos para imaginar que a cabeça é o principal órgão do nosso corpo, ou pelo menos o que nos diferencia dos animais irracionais, é possível fazer uma série de analogias, e delas extrair grandes ensinamentos para nós.

Jesus Cabeça – Liderança.

Comumente dizemos que quando alguém “lidera” algo, ele é o cabeça. Neste caso, o termo “cabeça” consiste em liderança. Jesus é o líder supremo e soberano da Igreja Católica Apostólica Romana. Porém para nós esta liderança é um pouco mais que isso. Ele é o modelo ao qual devemos seguir. É aquele com quem devemos parecer dia a dia. Jesus é aquele que devemos imitar. Ser cristão nada mais é do que imitar a Cristo no dia a dia…

A cabeça pensa. O corpo reage.

Assim como cérebro humano dita o que o restante do corpo deve fazer, Cristo – Cabeça da Igreja – diz ao restante do Corpo o que ele deve fazer, onde e como o corpo deve caminhar. É claro que Ele não aparece a todos e fala a todos. Sua voz se faz ouvir pelo Magistério da Igreja. Se o corpo não responde aos comandos do cérebro, dizemos que ele está doente. Da mesma forma, dizemos que o membro do corpo que não responde a Cristo está em desacordo com a fé.

A cabeça forma. Transforma o corpo.

A cabeça transforma o corpo. Ela comanda. E quando o corpo responde, acontece a transformação. Não é verdade que os médicos dizem que para emagrecer é preciso querer? Também não afirmam que para sair da droga é preciso força de vontade? Da mesma forma, quando o corpo obedece a cabeça que é Cristo, acontece uma transformação: O corpo é introduzido nos mistérios da vida de Cristo e assim associado aos seus sofrimentos como o corpo à cabeça, unidos à sua paixão para ser unidos à sua glória.

A cabeça alimenta o corpo.

Na cabeça está o cérebro que pensa e a boca que alimenta. Por isso dizemos que Cristo distribui ao seu Corpo – que é a Igreja – o alimento que é o seu corpo, e ao mesmo tempo os dons e os serviços pelos quais mutuamente nos ajudamos no caminho da salvação.

“Cabeça e membros são, por assim dizer, uma só e mesma pessoa mística.” (São Tomás de Aquino, Summa theologiae 3, q. 48, a. 2, ad 1: Ed. Leon. 11, 464.)

Devemos ser gratos a Deus por ter a oportunidade de fazer parte do Corpo Místico de Cristo. Continuamos no próximo post!

Pax Domini

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Acabou o recreio da missa: Papa Francisco proíbe canto da paz e outras baguncinhas…

abraço da paz

Eita que essa baguncinha do recreio está com os dias contados!

Papa Francisco manda um recado aos que achavam que ele iria “inovar” e “modernizar” a Igreja: Aqui não é, não foi, e jamais será uma democracia. Aqui a voz do povo não é a voz de Deus. Tudo bem que ele não disse isso com estas palavras que eu usei, mas disse com um grande gesto concreto: Através da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos chega para todos os católicos um novo documento: O SIGNIFICADO RITUAL DO DOM DA PAZ NA MISSA.

Neste documento, a Igreja deseja ensinar o correto significado do dom da paz na missa e a forma correta de o fazê-lo. Resumidamente a Igreja através desta carta, quer alertar os católicos de que momento da paz não é a hora do recreio na missa, onde é permitida a baguncinha, onde todo mundo pode romper o silêncio, sair dando abracinhos, beijinhos, e colocando o papo em dia. Também não é a hora de tocar aquela musiquinha animada da paz dizendo que você é importante, e que é muito bom você estar aqui. E muito menos o momento do padre abandonar o altar e bancar o padre peregrino que não descansa até cumprimentar o último fiel presente.

Antes de qualquer coisa é preciso que eu diga que um dia eu também já fiz isso. Quando toco em uma missa e o padre pede para cantar a paz, tenho que cantar, muito embora não ache correto. Já faz um tempo que tenho me dedicado a estudar a Santa Liturgia e agora tento não errar mais. Errei muito mais por falta de conhecimento do que por desobediência à liturgia. Mas graças a Deus agora temos um documento que podemos apresentar aos sacerdotes peregrinos. Se eles se recusarem a obedecer ai é problema deles com a Igreja e com Deus. Nosso papel é instruir, informar, ensinar mas acima de tudo obedecer. Agora só fica a pergunta: Como o padre pode pedir obediência aos fieis, se nem ele mesmo obedece? Como o padre pode ensinar aos fieis a fazer aquilo que Deus ensina, se os padres não obedecem a Igreja e fazem tudo que lhe dá na telha?

O momento da paz está inserido no Rito Eucarístico, um momento profundo onde o silêncio e a oração se fazem presentes. Portanto o momento da paz é simples: De maneira discreta e profunda, deseje a PAZ DE CRISTO a pessoa que está do lado esquerdo e direito. Feito isso, segue o rito. Nada de ficar acenando a mão para a aquele seu amigo que está do outro lado da igreja. Segundo o Papa Francisco e a Congregação para o Culto Divino #TheZueirasEnd.

Agora vem a missão de quem é realmente católico: Obedecer e ensinar aos outros irmãos. Não cabe a nós dar jeitinhos, adaptar a ordem, inventar uma nova dinâmica, pensar em um novo jeito… Enfim, não cabe a nós a desobediência. Aos padres, cabe a missão de reunir e ensinar os fieis. É lógico que isso não vai mudar da noite para o dia. É uma mudança de mentalidade onde os fieis adeptos da “baguncinha do recreio” vão reclamar, fazer birra, beicinho… Mas é preciso mais do que nunca se fazer cumprir esta ordem que não é minha, mas da Igreja.

Para os que desejam saber mais, preparei um PDF com a carta traduzida para o português pelo site Apologistas Católicos se desejar, O clique, imprima, informe ao seu sacerdote. BAIXE A CARTA CLICANDO AQUI. Vai que de repente ele não está sabendo… Agora é com você!

E se caso algum irmão que acessa este blog não tenha gostado daquilo que escrevi acima, vai um recado importante: Eu sou católico, nasci, cresci e devo muito da minha fé a Renovação Carismática Católica. Mas hoje eu tenho a compreensão de que não podemos transformar a missa em um grupo de oração. Da mesma forma com os outros movimentos e pastorais. A Santa Missa está acima de todos nós.

Pax Domini

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