Série Espiritualidade: Tenha consciência tranquila, e Deus te defenderá

Do Livro Imitação de Cristo

Não te importes muito de saber quem seja por ti ou contra ti; mas trata e procura que Deus seja contigo em tudo que fizeres. Tem boa consciência e Deus te defenderá, pois a quem Deus ajuda não há maldade que o possa prejudicar. Se souberes calar e sofrer, verás, sem dúvida, o socorro do Senhor. Ele sabe o tempo e o modo de te livrar; portanto, entrega-te todo a ele. A Deus pertence aliviar-nos e tirar-nos de toda a confusão. Às vezes é muito útil, para melhor conservarmos a humildade, que os outros saibam os nossos defeitos e no-los repreendam.

Quando o homem se humilha por seus defeitos, aplaca facilmente os outros e satisfaz os que estão irados contra ele. Ao humilde Deus protege e salva, ao humilde ama e consola, ao humilde ele se inclina, dá- lhe abundantes graças e depois do abatimento o levanta a grande honra. Ao humilde revela seus segredos e com doçura a si o atrai e convida. O humilde, ao sofrer afrontas, conserva sua paz, porque confia em Deus e não no mundo. Não julgues ter feito progresso algum, enquanto te não reconheças inferior a todos.

Estudo sobre o purgatório: Ensinamentos de São Francisco de Sales sobre o purgatório

Pax Domini! Estamos encerrando (ao menos parcialmente) o nosso estudo sobre o purgatório e espero ter ajudado a todos. Este estudo, começou com um podcast (que você pode ouvir aqui) falando sobre a existência do purgatório, e reuniu outros posts que foram “detalhando” o conteúdo do podcast. Quero deixar este post final sobre o tema, com alguns ensinamentos de São Francisco de Sales sobre o purgatório. No próximo post de estudo, iniciaremos um estudo sobre os Anjos. E em breve um estudo sobre as indulgências. Aguarde! Mas por enquanto leia o que diz São Francisco de Sales.

Assim diz São Francisco de Sales sobre o purgatório:

1 – As almas alí vivem uma contínua união com Deus.

2 – Estão perfeitamente conformadas com a vontade de Deus. Só querem o que Deus quer. Se lhes fosse aberto o Paraíso, prefeririam precipitar-se no inferno a apresentar-se manchadas diante de Deus.

3 –Purificam-se de forma voluntária, amorosamente, porque assim o quer Deus.

4 – Querem permanecer na forma que agradar a Deus e por todo o tempo que for da vontade Dele.

5 – São invencíveis na prova e não podem ter um movimento sequer deimpaciência, nem cometer qualquer imperfeição.

6 – Amam mais a Deus do que a si próprias, com amor simples, puro e desinteressado.

7 – São consoladas pelos anjos.

8 – Estão certas da sua salvação, com uma esperança inigualável.

9 – As suas amarguras são aliviadas por uma paz profunda.

10 – Se é infernal a dor que sofrem, a caridade derrama-lhes no coração inefável ternura, a caridade que é mais forte do que a morte e mais poderosa que o inferno.

11 – O Purgatório é um feliz estado, mais desejável que temível, porque as chamas que lá existem são chamas de amor.

( Extraído do livro O Breviário da Confiança, de Mons. Ascânio Brandão, 4a. ed. Editora Rosário, Curitiba, 1981)

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Estudo sobre o purgatório: O que a Igreja primitiva falava a respeito do purgatório?

Sobre o estudo que estamos fazendo (ouça o Podcast clicando aqui), temos muita coisa para falar. E hoje quero trazer até você amigo do Dominus Vobiscum, o testemunho da Igreja Primitiva, dos Santos Padres da Igreja, daqueles que estiveram no início, na Fundação da Igreja do Senhor. E sempre tenho procurado colocar aqui estes testemunhos, para mostrar a você que está buscando uma maturidade na fé, que o posicionamento da Igreja Católica Apostólica Romana, não é uma invenção do nada, mas vem desde as origens. Então vejamos alguns testemunhos interessantes…

O didaquè (ou doutrina dos 12 Apóstolos de Cristo) nos diz assim:

“Ao fazerdes as vossas comemorações, reuni-vos, lede as Sagradas Escrituras… tanto em vossas assembléias quanto nos cemitérios. O pão duro que o pão tiver purificado e que a invocação tiver santificado, oferecei-o orando pelos mortos”.

Perceba que este ensinamento está na catequese que os próprios Apóstolos(Pedro, João, Thiago, Felipe, etc…) ensinavam aos cristãos. Será que é justo que alguém surja do nada e diga que os apóstolos estão errados?

Vamos seguir em frente. Tertuliano, Bispo de Cartago, falecido no ano de 220:

A esposa roga pela alma de seu esposo (felecido) e pede para ele refrigério, e que volte a reunir-se com ele na ressurreição; oferece sufrágio todos os dias aniversáriosde sua morte”. “… é um pensamento santo e salutar rezar pelos defuntos para que sejam perdoados de seus pecados” (2 Mac 12,46).

São Cipriano, bispo de Cartago após a morte de Tertuliano diz ainda nas cartas (nos textos escritos por Tertuliano) que é comum encontrar a expressão: oferecer o sacrifício por alguém ou por ocasião dos funerais de alguém”. 

S. João Crisóstomo, bispo e doutor da Igreja que viveu no perído de 349-407 dizia:

“Levemos-lhe socorro e celebremos a sua memória. Se os filhos de Jó foram purificados pelos sacrifícios de seu pai (Jó 1,5), porque duvidar que as nossas oferendas em favor dos mortos lhes leva alguma consolação? Não hesitemos em socorrer os que partiram e em oferecer as nossas orações por eles”. “Os Apóstolos instituíram a oração pelos mortos e esta lhes presta grande auxílio e real utilidade”

São João Crisóstomo segue com fidelidade o ensino dos Apóstolos (que vimos acima). Então quem está errado? Sigamos…

São Cirilo, bispo de Jerusalém, falecido no ano de 386:

“Enfim, também rezamos pelos santos padres e bispos e defuntos e por todos em geral que entre nós viveram; crendo que este será o maior auxílio para aquelas almas, por quem se reza, enquanto jaz diante de nós a santa e tremenda vítima”.

E ainda diz em outros escritos:

“Da mesma forma, rezando nós a Deus pelos defuntos, ainda que pecadores, não lhe tecemos uma coroa, mas apresentamos Cristo morto pelos nossos pecados, procurando merecer e alcançar propiação junto a Deus clemente, tanto por eles como por nós mesmos.”

Como você pode perceber, a crença no purgatório e a oração pelos mortos não foi e nem é uma prática inventada. A Igreja sempre fez assim e continuará fazendo por que essa é a vontade de Deus, expressa no ensinamento dos Apóstolos.Rezemos pelos nossos irmãos que já partiram. Lembrando a você que deixei duas orações que se podem fazer pelas almas que padecem no purgatório:

A oração de Santo Agostinho pelas Almas no purgatório

Rosário de amor pelas almas do purgatório

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Estudo sobre o purgatório: Rezar pelos mortos era uma prática de antes de Cristo

Vendo a passagem de Segunda Macabeus que estudamos no podcast da semana (2 Mac 12,40-46), vemos que Judas Macabeu mandou oferecer 10.000 dracmas em sacrificio pelos soldados, pois ele acreditava na ressurreição dos mortos. A ressurreição dos mortos também é um crença cristã. Jesus fala da ressurreição dos mortos.Ele afirma que todos nós vamos ressuscitar. E muitos judeus possuiam essa mesma crença. Assim, como nós os muitos judeus rezam pelos mortos. Os judeus tem uma oração feita após a morte de alguém, por esse alguém! Veja que interessante!

Os judeus ortodoxos acreditam que exista um lugar de purificação final que chamam de “Gehenom”. Quando morre um judeu ocorre a prática do “Taharh” onde se realiza a “Chevra kaddisha – gmilat khessed shel emet” que podemos abreviar por “Chevra Kadisha”ou simplesmente “Kaddish”. Nesta oração os judeus pedem a clemência pelos pecados que a pessoa cometeu. Rezam esta oração por 11 meses.

A Igreja Católica diz que a prática de oração expiatória aos mortos já era feita desde tempos antes de Cristo, já na época dos Macabeus ou até mesmo antes pelo povo israelita, por aqueles que acreditavam na ressurreição dos mortos.

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Estudo sobre o purgatório: Esclarecendo Dúvidas a respeito do purgatório

Existem muitas confusões a respeito do purgatório que precisamos esclarecer. Essas confusões vem de diversas fontes, e de pessoas que por não conhecerem o Ensino Oficial da Igreja Católica acabam usando de “achismos”para se perderem e levarem muitos a perdição. Por isso que deixar algunas explicações a alguns pontos que geralmente são levantados.

1. O purgatório não é uma segunda chance para a salvação, como afirmam os desentendidos de plantão. O julgamento do Senhor é único. É preciso entender de uma vez por todas que o purgatório é um estado que a alma já julgada e destinada ao céu, mas que precisa ser purificada, precisa passar.

Muitos desentendidos citam passagens como Ef 1,7 dizendo que não existe uma segunda chance, e de fato não existe. Porém o purgatório não é uma segunda chance:

Nesse Filho, pelo seu sangue, temos a Redenção, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça. (Ef 1,7 )

O Catecismo deixa bem claro que as almas no purgatório possuem a garantia da salvação eterna. Ou seja, uma vez que a alma está no purgatório, o seu destino será unicamente o céu. É apenas uma questão de tempo.

2 – A prática de oração aos mortos não foi “inventada” pela Igreja Católica, que somente a definiu, ou seja, organizou as idéias a seu respeito. Esta prática está descrita já em 2 Mc 12,46. Já falamos no podcast e nos textos anteriores sobre esse trecho. Mais adiante se houver necesidade, poderemos estar fazendo um post explcando esse trecho, mas isso dependerá dos internautas. Só peço que antes dêem uma escutada no podcast e em posts anteriores a este.

3 – O “fogo” no purgatório é diferente do “fogo” do inferno. É preciso entender isso com muito cuidado. O sofrimento que a alma passa no inferno é um sofrimento eterno, e portanto de tristeza e de dor. A alma que vai para o inferno nunca terá alívio. Porém osofrimento que a alma passa no purgatório embora seja grande, é um sofrimento de purificação. Quem lá está, sabe que um dia terá um fim. Os santos da Igreja ensinam que o sofrimento em si é o mesmo. A diferença está no contexto. A alma que está no inferno sabe que aquilo nunca terá fim, enquanto a alma que está no purgatório sabe que em um momento aquele sofrimento terá fim.

4 – O purgatório não é uma passagem obrigatória, mas somente aos que não atingiram a santificação necessária para ver a Deus. Na enquete que está na nossa comunidade do orkut, é grande o número de pessoas que dizem lutar para ir ao menos ao purgatório, confiando mais na misericórdia Divina que nos seus méritos. Mas sabemos que existem pessoas que podem e vão certamente ver a Deus no céu e por toda eternidade, sem a necessidade do purgatório.

Rezemos pelas almas que padecem no purgatório, pois as nossas orações aliviam e retiram a muitos desse estado de purificação.

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O Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça

Do Evangelho Quotidiano

Vendo Jesus em torno de si uma grande multidão, decidiu passar à outra margem. Saiu-lhe ao encontro um doutor da Lei, que lhe disse: Mestre, seguir-te-ei para onde quer que fores. Respondeu-lhe Jesus: As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça. Um dos discípulos disse-lhe: Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar o meu pai.
Jesus, porém, respondeu-lhe: Segue-me e deixa os mortos sepultar os seus mortos. (S. Mateus 8,18-22)

 Comentário ao Evangelho do dia feito por Santo Afonso Maria de Ligório (1696-1787), bispo e doutor da Igreja

Deus é a Sua própria riqueza, porque é o bem infinito. […] Este Deus tão rico fez-Se pobre ao tornar-Se homem, a fim de nos enriquecer a nós, miseráveis pecadores. É o ensinamento muito claro do apóstolo Paulo: De tão rico que era, Jesus tornou-Se pobre para vos tornar ricos pela Sua pobreza (2Co 8,9). Como?! Um Deus […] chegar ao ponto de Se tornar pobre? Com que intenção? Tentemos compreendê-la. Os bens terrenos não passam de terra e lama; mas esta lama cega de tal modo os homens, que eles deixam de discernir os verdadeiros bens. Antes da vinda de Jesus Cristo, o mundo estava repleto de trevas, porque cheio de pecados: Toda a carne havia pervertido a sua conduta (Gn 6,12). Ou seja: os homens tinham obscurecido em si a lei natural gravada no seu espírito por Deus; viviam como animais, preocupados apenas em obter prazeres e bens terrenos, e totalmente indiferentes aos bens eternos. Foi por um efeito da misericórdia divina que o Filho de Deus veio dissipar essas profundas trevas: Sobre aqueles que habitavam a região da sombra da morte, uma luz resplandeceu (Is 9,1). […]Mas este divino mestre quis instruir-nos não apenas pela palavra mas também, e sobretudo, pelos exemplos da Sua vida. A pobreza, afirma São Bernardo, estava ausente do céu; encontrava-se apenas na Terra. Infelizmente o homem não conhecia o seu preço e, à partida, não a procurava. Para torná-la preciosa aos nossos olhos e digna de todos os nossos desejos, que fez o Filho de Deus? Desceu do céu à Terra e escolheu-a como companheira de toda a Sua vida.

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