No texto anterior iniciamos um estudo onde explicamos a razão pela qual afirmamos que a Igreja Católica é a igreja primitiva e consequentemente a verdadeira igreja fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo. Antes passarmos para o próximo tema, vale apena dizer que todo este estudo é baseado no texto de Guido Rojas do Site Católico – Defiende tu fé cristiana. Neste texto, vamos conversar sobre a expressão “Corpo Místico de Cristo” e entender que apenas a igreja verdadeira criada pode Jesus pode ser o seu Corpo Místico.
O que é um Corpo Místico?
A Igreja Católica é o “corpo místico” de Cristo, porém é complicado para muita gente entender isso. Então vamos tentar explicar de uma forma simples. O corpo que nós conhecemos é o corpo físico, natural. São órgãos que se interligam e dão o sentido físico e biológico de uma pessoa. Já um corpo místico é um “corpo espiritual” formado de vários seres. É como se fosse um corpo social onde capa pessoa torna-se um membro obediente daquele que seria a cabeça.
Para nós católicos, Jesus é a cabeça e nós os membros. Este corpo é único, místico, inquebrável e divino, cuja cabeça é o próprio Cristo. Este nome é assente também na crença de que os fiéis passam a fazer parte deste corpo, mediante o batismo e são unidos intimamente a Cristo, por meio do Espírito Santo, sobretudo na Eucaristia e nos demais sacramentos.
Isso está na Bíblia?
Sim está. A Igreja Católica é vista teologicamente como o “corpo místico” de Cristo (Ef 1,23), sem “mancha nem pecado” (Ef 5,27), como “a esposa do Cordeiro” (Ap 21,9; 22,17), a quem o Senhor não deixa de cuidar (Ef 5,29). A Sua intenção era que existisse “um só rebanho e um só Pastor” (Jo 10,16), sendo Ele “o grande pastor das ovelhas” (Hb 13,20), chamado “o Bom Pastor” (Jo 10,11), que vela permanentemente por elas (1 Pd 2,25). Para cumprir esta santa tarefa, o Filho de Deus elegeu doze Apóstolos (=enviados) (Mt 10,2-4; Jo 20,21), dando-lhes plena autoridade para governar a sua Igreja, encabeçada pelo apóstolo Pedro (Mt 16,19; 18,18; 19,28; Ef 2,20), com cinco grandes missões:
- pregar o Evangelho (Mt 28,20) e orar;
- batizar (Mateus 28,19; Mc 16,15-16);
- celebrar a Eucaristia (Lc 22,19);
- perdoar os pecados (Jo 20,23; Lc 24,47);
- e realizar sinais milagrosos em seu nome (Mt 10,1; Mc 16,17-18), como Pedro curou com a sua sombra (At 5,15) e Paulo com sua roupa (At 19,11-12).
Do mesmo modo, o Santo de Deus, antes de regressar ao céu, prometeu enviar aos seus amigos a ajuda do Espírito Santo, para que lhes recordasse tudo o que Ele havia lhes dito (Jo 14,26; 16,13), tornando-se visivelmente presente na festa de Pentecostes (At 2,1-4.33) e muitas outras vezes com a colaboração dos anjos do céu (At 5,17-20; 8,26; 10,3-8.22; 12,7-11; 27,23-24).
Os Apóstolos, conforme iam expandindo a “Boa Nova” nos templos e nas casas (At 5,42), nomearam, por sua vez, bispos (pastores), presbíteros (anciãos) e diáconos (servidores), por intermédio da oração, do jejum e da imposição das mãos (At 13,3; 14,23; 1 Tm 4,14; 2 Tm 1,6), rito sagrado esse que foi mantido até os nossos dias pela hierarquia eclesiástica católica. Prova disso foi a escolha de Matias pelos onze Apóstolos, para que viesse a ocupar o lugar de Judas (At 1,15-26); e também as nomeações de novos bispos promovidas por Paulo (como Tito em Creta e Timóteo em Éfeso), e Barnabé na Ásia Menor, para que cuidassem da “Igreja” ou do “Rebanho” de Deus (At 20,28; Hb 13,7.17) e se dedicassem a “pregar e ensinar” (1 Tm 5,17). A esses novos bispos foi transmitido o legado de ordenar presbíteros (Tt 1,5), que davam a conhecer a sã doutrina (1 Cor 4,1; 2 Tm 2,2; Tt 1,9) e curavam os doentes por meio da oração e da imposição do óleo (Tg 5,14; Mc 6,13). Também por solicitude dos Apóstolos, a comunidade de Jerusalém nomeou sete diáconos que se encarregaram do cuidado material dos fiéis (At 6,2-6). Um deles, Estêvão, foi o primeiro mártir (=testemunha) do Cristianismo (At 7,59-60). Entre os Apóstolos, profetas, pastores e mestres haviam diferentes dons e qualidades (At 13,1; Rm 12,6-8; 1 Cor 12,27-31; Ef 4,11).
Os frutos da unidade
Tamanho foi o êxito, que em pouco tempo “as igrejas se afirmavam na fé e o número de crentes aumentava a cada dia” (At 16,5; 9,31), possuindo como dirigentes, em cada lugar, os Apóstolos, bispos e diáconos (At 15,4; Fp 1,1); todos eles com os fiéis em geral conformavam as “igrejas de Deus” (2 Ts 1,4), chamadas também de “igrejas de Cristo” (Rm 16,16), “povo santo” (At 9,13) ou “povo de Deus” (Ap 5,8; 8,3; 19,8), “casa de Deus” (Hb 3,6) ou “família de Deus” (Ef 2,19). Do mesmo modo, os príncipes dos Apóstolos, Pedro e Paulo, com suas cartas pastorais manifestavam como deveria ser a vida exemplar e reta dos bispos (1 Pd 5,1-4; 1 Tm 3,1-7; 4,17), presbíteros (Tt 1,6-9), diáconos (1 Tm 3,8-13) e de todos os fiéis cristãos (Rm 12,9-21; 13,1-14; 14,1-23; 15,1-6).
Particularmente é conhecida uma carta de Santo Inácio de Antioquia, redigida nos primeiros anos do século II, em que diz que cada comunidade de crentes contava com um único bispo, assistido pelos presbíteros e diáconos. Conservam-se também as listas dos bispos católicos das principais igrejas: Roma, Jerusalém, Antioquia, Alexandria, todas as quais remontam aos próprios Apóstolos.
Dominus Vobiscum
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